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Águia Solitária - o conto mitológico de Inaiê

Há 1000 anos atrás, no coração do que hoje chamamos de Amazônia. Se formou uma tribo, composta por grandes guerreiros, os quais foram agraciados com a magia dos 4 elementos.

Segundo a lenda, Tupã deu aos 4 mais valentes homens da tribo um colar, contendo a força dos vital da água, terra, do ar e fogo. Tal ato fez a floresta de solo pouco nutritivo, prósperar depressa.

O tempo passou, a pequena tribo se tornou uma civilização bem organizada, com tarefas delimitadas entre os membros e rituais periódicos para contemplação dos deuses. Sendo, sem dúvidas, o mais importante desses deles o sacrifício das 4 almas.

Os chefes e portadores das místicas joias vitais acreditavam que a oferenda recarregava os colares, para mais um ano, assim teriam chuvas, colheita produtiva, fogo para aquece-los nas noites frias e ar puro para encher seus pulmões.

Todos os anos 4 adolescentes tinham a vida ceifada a fim de que a tribo continuasse de pé. Neste ano, os escolhidos foram Inaiê, filha do líder da terra; Kauê, filho do pajé; Porã e Aruana, neta do cacique; eles tinham 16 anos e nasceram sobre a mesma lua, ou seja, o sacrifício perfeito, que não se via há mais de 500 anos.

Tendo sua sentença definida desde o nascimento Inaiê nunca se sentiu completamente viva e pertencente a comunidade. A origem de seu nome já dizia "águia solitária", a menina estava predestinada a vagar sozinha e foi isso que ela fez. Diferente dos outros escolhidos ela se isolou do seu próprio povo, seus únicos amigos eram os animais que percorriam a mata.

[...]

Os raios de sol invadem através das frestas na palha, que cobria a cabana, os olhos de Inaiê. Esses piscam na tentativa de retardar a luz. Ainda com a visão embaçada a moça, de longos cabelos negros, enxerga uma silhueta masculina sendo ofuscada pelo brilho da grande estrela amarela. Rapidamente ela se levanta e arregala os olhos, porém a sombra não estava mais lá. Em seguida, a garota se questiona se seu medo de morrer era tanto, que a obrigava a ver coisas que não existiam de verdade.

Na mesma manhã, não demorou para todos os tribais se reunirem na beira do rio e o seu pai: Yby, dono da joia da terra, vir lhe buscar para finalmente aceitar seu destino, a morte.

Já com os preparativos em ordem, é chegada a hora dos jovens receberem o colar mágico e adentrarem o rio com pedras amarradas em seus pés e mãos, para não ter chance de nadar e/ou sobreviver. A tradição diz que enquanto a vida dos mancebos se esvai o colar absorve a energia deles e quando o processo termina seus corpos são liberados pelo rio na nascente junto com os colares reabastecidos.

Aruana recebeu a joia do ar, Kauê da água, Porã do fogo e Inaiê deveria receber a da terra. Só que algo aconteceu: o colar de seu pai havia sumido do templo.

Quem seria capaz de roubar o que lhes garantiria mais um ano de vida?

A noite chegou depressa e o colar continuava desaparecido. Inaiê sentia o clima ficar estranho, o vento parecia mudar, a noite estava mais sombria do que nunca, os animais migraram para parte mais densa da floresta, se escondendo. A menina sabia desde daquele momento que coisas ruins iriam acontecer.

Os deuses não gostavam de atrasos, eles se irritavam com isso. E ninguém gostaria de provocar a fúria de seres tão poderosos.

[...]

O jantar já ia ser servido e como de costume a maior parte da aldeia se encontrava reunida ao redor da fogueira. Inaiê estava preste a se sentar no chão para comer com os outros, quando um pássaro pousou entre às árvores e chamou sua atenção. Um pássaro aquela hora? Ela se questionou. Curiosa quanto a presença do animal, chegou mais perto, o bicho voou para dentro do mato e ela o seguiu, sem nem olhar para trás. Os belos olhos escuros, que se assemelhavam a noite sem nenhuma estrela no céu, continuaram perseguido a ave e sem perceber ela adentrava cada vez mais a floresta. Ao chegar numa clareira ela se deu conta que perderá o passarinho de vista.

Frustrada, Inaiê volta para sua aldeia. E depara- se com uma cena terrível. A fogueira, que lhe aquecia toda noite e onde assava os beiju(tapioca), carbonizava os corpos de homens, mulheres, idosos e até crianças, ela havia quadruplicado de tamanho. Imediatamente a olhos de Inaiê arderam e depois encheram- se de lágrimas, seu peito foi tomado por uma aflição profunda.

Porã do outro lado da fogueira se aproximou e aquele teria sido seu pior erro. Quando o menino chegou a pouco mais de 10 metros, o conjunto de chamas o puxou para dentro do fogo, como se tivesse vida própria. Ele gritava e o cheiro da sua pele queimando invadia as narinas de Inaiê, desesperada, ela fez menção de ir tentar ajudar Porã, mas foi impedida por seu pai.

Na manhã seguinte, o fogo finalmente tinha cessado, só que antes disso tirou a existência de muita gente, restava somente as ossadas de dezenas de pessoas.

E os próximos dias não seriam melhores. Quanto mais dias de atraso mais indivíduos morriam. O rio que abastecia aquela tribo há quase um milênio começou a secar, as árvores frutivas murcharam da noite pro dia, as plantações apodreceram, o ar formava redemoinhos, capazes de destruir várias ocas de uma só vez, as crianças cairam doentes, repentinamente e poucas horas depois morriam. Os esforços do pajé eram em vão, nada que a natureza os oferecia conseguia ser eficaz para curar as indefesas almas.

Os moradores sabiam o motivo da desgraça que lhes abatiam. As 4 joias vitais sem poder não possuíam força suficiente para proteger a tribo das enfermidades, fome e sede. Se o sacrifício não fosse realizado em breve, todos morreriam.

Inaiê também reconhecia as previsões catastróficas e ironicamente a garota que tinha menor ligação com os aldeões foi a única com coragem para fazer alguma coisa. Ela já tinha aceitado seu destino: morrer para que outros pudessem viver. Mas o contrário ela não admitiria.

Escondida do pai, a menina deixou a seu lar para embarcar numa aventura perigosa, na busca pelo Deus do Trovão. Os sábios diziam que era possível falar com Tupã, desde que conseguisse chegar ao ponto mais alto da Amazônia, o atual pico da neblina. A aldeia de Inaiê ficava a centenas de quilômetros de distância, ela levaria dias para alcançar o objetivo, porém nenhuma das dificuldades que ela provavelmente encontraria a fizeram desistir. A menina seguiu firme no seu propósito.

[...]

Semanas depois, a menina ainda estava distante da sua parada final. Mesmo sendo dona de uma imensa força de vontade, Inaiê não podia controlar o corpo, que dava sinais de cansaço. Ela estava esgotada, era preciso parar para descansar ou ela nem viveria para implorar a misericórdia de Tupã.

Optou por repousar encostada numa árvore alta e de folhas largas. Ao olhar para cima viu o seu companheiro de viagem, o mesmo passarinho da noite do incêndio, ele a acompanhou desde da saída da aldeia até aqui. Inaiê levantou o dedo indicador para que o animal pousassem sobre ele e assim foi feito. A jovem abriu um sorriso largo quando isso aconteceu. Mas logo se fechou, pois o pássaro voou para longe.

O sol estava se pondo e Inaiê observa com admiração a façanha da natureza.

Seu coração começou a acelerar assim que pôs os olhos no bicho, uma onça pintada, que lhe encarava. Abruptamente ela se colocou de pé e empunhou a lança que carregava. Pronta para lutar contra a besta, Inaiê olhou fundo nos olhos da criatura, que não a atacou.

Na verdade Inaiê ficou surpresa com o que viu, a onça se transformou em questão de segundos num homem, mais precisamente o homem dos seus sonhos, ele aparentava ter a mesma idade que ela. Sua boca fez um enorme "o".

O homem nu se aproxima de Inaiê e se apresenta como Anhangá. Ao reconhecer o nome do deus das regiões infernais e protetor dos animais, o mesmo que anda pela floresta e assume a aparência de vários animais, ela dá um passa para trás.

O jovem ainda a encarava quando lua chegou no céu. Logo, o medo some. Inaiê parece encantada pelo ser divino e até esquece da sua fama de maligno. Ela vê naquele homem a personificação dos seus desejos mais profundos e não resiste a tentação. Em seguida, os dois engatam um beijo apaixonado, envoltos em lascívia e paixão, eles passam toda a noite aproveitando- se um do calor do outro.

Pela manhã, eles já tinha consumado aquela relação proibida. E entre olhavam-se completamente apaixonados um pelo outro.

Após passar o resto do dia juntos. Inaiê alega ter que concluir sua missão e pede ajuda a Anhangá. O bonito rapaz nega, ele se irrita com a possibilidade de perder a amada e acaba confessando ter roubado a joia da terra, para impedir que ela fosse morta. O deus lhe conta que desde da primeira vez que a viu, ainda na forma de um animal, ficou maravilhado com a beleza da moça e ao continuar lhe observando percebeu que seu amor pelos animas, seus protegidos, era gigante. Isso fez com que ele se apaixonasse mais pela bela jovem.

O ódio subiu ao peito de Inaiê e ela saiu correndo para o mais distante que conseguia. A garota culpou o amado pela destruição da sua tribo e depois culpou a si mesma por ter se entregado ao um espírito maléfico, na forma de gente.

Desapontada e atormentada, Inaiê não parou mais, nem por um segundo, até chegar ao pico da neblina. Lá, ela gritou por horas na esperança que Tupã a ouvisse. A bela indígena estava exausta, desidratada, a beira da morte, com a respiração começando a falhar, seus pés lhe trairam e ela caiu. Foi quando Tupã resolver se mostrar.

De joelhos e aos prantos, ela implorou pelo perdão do Senhor do Trovão. Esse parecia irado com a presença da menina. Com sangue nos olhos, Tupã ignorou as súplicas dela e jogou um raio em Inaiê. Em segundos a menina morreu, seu pequeno e frágil corpo explodiu em milhões de pedaços, devido a tamanha descarga elétrica.

Anhangá mesmo distante sentiu a morte de sua donzela e gritou tão alto, a plenos pulmões e com tanta veemência que rasgou o véu entre os mundos. A partir de agora o mundo dos mortos e dos vivos se misturava e a proteção mágica que encobria o continente, afastando invasores, foi destruída.

[...]

Se a situação já era caótica. Agora, tudo ficaria pior! Tupã e Anhangá, velhos inimigos tem um novo motivo para guerrear. E o mundo dos homens ficava no meio dessa briga, recebendo a raiva de ambos. A tribo de Inaiê, a qual a menina tanto lutou, foi banhada em sangue, nenhum dos lendários guerreiros ficou vivo para contar a história.

A batalha dos dois deuses poderosos se perpetua até os dias de hoje. Anhangá nunca perdoou Tupã por tirar a vida de sua querida Inaiê e Tupã não desculpou  Anhangá por roubar uma de suas joias vitais e desequilibrar a ordem da natureza.

Os mais antigos costumavam dizer: que o mundo só terá paz novamente quando as duas divindades encerrarem a disputa.

Enquanto isso, na parte superior do território, mais ao leste, invasores vindo de outro continente adentravam essas terras, desrespeitando e demonizando a cultura nativa, trazendo novas doenças, armas até então desconhecidas. Além de explorarem intensivamente as riquezas minerais, a fauna e flora do terreno vermelho como brasa, ou melhor dizendo, do Brasil.

Entretanto, o povo guerreiro que aqui vivia não se deixaria ser dominado pelos colonos, se fosse preciso lutariam até a morte e assim fizeram. Apesar de toda resistência dos povos originários, a superioridade bélica dos "conquistadores" foi determinante e colaborou para o genocídio de 70% da população indígena.

E assim, manchada para sempre de sangue, nasce a versão ocidentalizada da nossa nação...

Fim.

Por: Maria_florz

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