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A última esperança

Desde pequena eu fui cética quanto a qualquer coisa que envolvia imaginação. Minha mãe ficava triste por eu não ter seguido em frente como ela, mas como eu poderia esquecer a morte do meu pai?

Eu tinha apenas oito anos quando bateram na porta, na noite de Natal, e vi que eram os amigos do meu pai, mas ele não estava entre eles.

Meu pai se chamava João, ele era bombeiro. Houve um incêndio num apartamento de classe baixa e ele ficou até salvar a última pessoa, porém o lugar não resistiu e desabou.

Eu não conseguia levantar, eu não conseguia comer e muito menos sorrir. A vida tinha perdido a graça, tinha perdido a magia. E foi ali que eu parei de acreditar em qualquer coisa que envolvesse datas comemorativas. Isso era apenas tática comercial e eu não ia cair mais nessa.

Anos se passaram, eu ainda chorava nos aniversários e no Natal sentindo falta do meu grande herói. Mas minha vida voltou a ganhar cor quando Joana nasceu. Minha pequena Jo era o bebê mais lindo, mais feliz que eu poderia conhecer e amar. Ela era doce, gentil e tinhas convicção e esperanças para uma menina de seis anos.

Mas, em um Natal, minha doce Jo ficou doente. Ela tinha um tumor no pulmão que não apareceu em nenhum exame de rotina. Era hereditário. Seu pai também tinha, seu avô e todos daquela família estavam fadados a essa doença. Alguns sobreviveram, como o meu marido, mas nenhuma das mulheres que tiveram essa doença na família dele sobreviveu.

Isso me deixava ainda mais apavorada. Ela parou de se balançar no balanço que construímos no nosso jardim. Ela parou de brincar na sua casa de boneca que meu pai havia montado para mim e que eu havia presenteado a ela. Ela não tinha mais ar para nada, e tudo isso foi tirando a cor do meu mundo novamente.

Minha mãe era religiosa. Católica de alma e coração. E eu respeitava sua religião como qualquer outra que existisse. Mas eu não acreditava em nada. Porque toda vez que eu lembrava dessa fé que movia montanhas, eu lembrava que meu pai morreu, lembrava da doença de Joana.

Joana fez quimioterapia. Seus cabelos um dia estavam caindo e ela olhou em meus olhos com suas duas bolotas negras e disse:

— Mamãe, estou pronta. Eu quero raspar.

Jo era mais forte que qualquer outra pessoa que eu conhecia. Ela era mais forte do que eu. E quando levamos ela no hospital para raspagem, eu desabei em lágrimas enquanto Joana aguentava firme e segurava a minha mão e a do seu pai.

Já havia passado dois anos sem nenhuma solução para Joana. Ela tinha poucas chances como diziam os médicos, mas minha pequena luz continuava a lutar para continuar viva.

Ela era o que mantinha meus olhos abertos e meu coração bombeando. Ela era a minha vida, ela era a minha última esperança, porque sem ela eu sabia que ia desabar.

— Ela precisa de um transplante de pulmão.
O médico estava calmo, mas eu não conseguia ter a calma dele.

— Ela já não está na fila de doadores? — Otávio meu marido perguntou enquanto segurava minha mão firmemente.

— Joana é a quinta na fila...

— Mas o caso dela é mais grave!

Eu me levantei com raiva, como pessoas desconhecidas poderiam avaliar a estimativa de vida da minha filha!?

— Joana ainda tem algum tempo de vida, mas ainda sim é pouco.

— Ela precisa ser a primeira da fila!

— Querida, fique calma…

— Como quer que eu fique calma se a minha garotinha está morrendo! — eu gritei para Otávio que olhou pro lado.

— Eu sinto muito, Sra. Fernandes — era tudo o que ouvi do médico antes de sair.

Eu me sentia sufocada. Eu fui até o quarto onde minha filha estava e sentei ao seu lado na cama tentando controlar minhas lágrimas que não paravam de cair.

— Mamãe! Eu fiz minha carta pro papai Noel, você pode fazer que chegue até o Polo Norte?

Eu abri um sorriso forçado enquanto via o seu estado. Ela estava com uma toca colorida na cabeça, havia tubos pequenos no nariz que eram coligados a um cilindro de oxigênio. Sua pele estava pálida, seu corpo pequeno e abatido. Embaixo dos seus olhos duas manchas roxas. Mas mesmo assim ela era forte. Quando mais eu a olhava, mas via a vida saindo dela, a abandonando. Eu tinha que arrumar uma maneira de salva-la. Eu faria qualquer coisa para salva-la.

— Polo Norte? — eu a pergunto com delicadeza, acariciando suas bochechas pálidas.

— É onde o Papai e Mamãe Noel moram…
Ela respira fundo, e eu pego a carta das suas mãos e reparo nas suas unhas pintadas de renas. Com toda certeza foi a enfermeira que cuida dela.

— Pode demorar para chegar lá querida...

— Quando é para o… Papai Noel… sempre chega rápido.

— Eu entrego — Otávio surgiu entrando no quarto sorridente. — Vou colocar no correio e chegará ainda hoje no Polo Norte, abelhinha, precisa dormir agora — ele diz colocando-a deitada e eu saio dali indo pegar um ar.

Não fico muitos minutos sozinha, sinto que Otávio está atrás de mim, ele fica ao meu lado segundos depois segurando a carta de Joana aberta.

— Ela acredita…

— Mas eu não! — me viro para encara-lo. — Você também não deveria acreditar nessa bobagem.

— Ela é a nossa filha, Mônica. Se ela acredita em coelhinho da Páscoa, princesas da Disney, magia e Papai Noel eu também acredito! Tenho que manter a fé e esperança dela acessas… temos que fazer isso — ele suspira, desistindo e continua a fala — Deveria ler o pedido da nossa filha.

Ele sai após dar um beijo em minha testa e eu olho para a letra delicada de Joana. O papel é branco e tem uns desenhos de renas nele. Eu respiro fundo e começo a ler.

"Querido Papai Noel,

Me chamo Joana e tenho oito anos. Eu tenho uma grave doença no pulmão e agora sobrevivo apenas com um. Eu poderia pedir um pulmão novo, mas o que eu desejo de verdade é que minha mãe não sofra caso eu morra.

Ela não acredita em nada por causa do vovô João que morreu. E eu queria muito que ela acreditasse novamente nesse mundo mágico maravilhoso.

Espero que caso eu vá, ela e papai fiquem bem e que ela volte a ter esperanças. Esse é o meu último desejo e minha última esperança.

De Joana Fernandes para Noel."

Eu seco as lágrimas que acabam caindo no papel. Minha filha poderia pedir qualquer coisa para continuar bem, e ela pediu por mim e pelo seu pai. Ela tinha uma luz e força que eu jamais tive, e eu não saberia viver sem ela.

A noite de Natal estava chegando, e eu me juntei com os funcionários do hospital e outros pais para decorar a ala de câncer. Estava tudo bem organizado e bonito naquele feriado, mas Joana havia acordado indisposta.

Eu tentei de tudo para faze-la ir até a recepção onde toda a decoração e uma pequena festa acontecia. Mas ela não tinha forças para sair. Ela estava mais cansada que o normal, e isso me preocupava, isso me apavorava.

Decidi então, enquanto ela dormia, decorar o seu quarto. Coloquei todo o meu esforço e empenho ali por ela. Quando seus olhos se abriram e os pisca piscas acenderam, eu vi uma luz brilhando em seus olhos. Ela sorria, com o mais belo sorriso que ela poderia dar naquele momento e para mim foi o sorriso mais lindo que ela já tinha me dado.

O badalar dos sinos já havia começado e eu me deitei no sofá desconfortável dos acompanhantes e fiquei olhando minha pequena luz dormir. Tudo o que mais desejava naquele momento era que ela ficasse bem, e com isso adormeci.

Quando acordei, eu não estava mais no hospital e sim na minha antiga casa, eu olhei-me no espelho e estava em meu corpo infantil. Eu não podia acreditar que estava tento um sonho com aquele fatídico dia logo agora.

Eu desci as escadas correndo, segurando firmemente no corrimão de madeira enquanto meus pés cobertos por uma meia natalina deslizavam pelos degraus.

Meu coração batia forte, se apertava cada vez mais que meus olhos percorriam a sala e não o encontrava. Eu gritei pelo meu pai, tudo o que eu mais queria era vê-lo novamente. Até que ouço um barulho vindo da sala. As luzes estavam apagadas, apenas a árvore com suas luzes iluminava o local.

Da janela entrava um vento calmo e gelado, eu ouvi som de alguém mastigando algo e quando eu vejo uma mão pegando um biscoito que eu deixei naquela noite pro Papai Noel meus olhos se arregalaram.

— Papai?

Minha voz saiu trêmula e chorosa. Minhas mãos abraçavam o meu corpo.

— Olá querida. Quer uns biscoitos?

A voz era mesmo do meu pai. Eu corri até a sua velha poltrona e a surpresa foi tamanha que meus olhos além de brilharem, estavam escorrendo.

— Papai... Você é o papai Noel?

A sua risada contagiava o local, meus lábios formam um sorriso contente. Ele bebe um pouco do seu leite, ficando rastros em sua barba grande e morena. Seus olhos marrons brilhavam de alegria, iguais aos meus. Ele estava com um gorro e suéter verdes. Ele não era como o Papai Noel que vivia passando na tv, ele era ainda mais bonito.

— Digamos que sim — ele diz se levantando. — Para você querida, eu sou o que quiser que eu seja.

Ele toca o meu nariz com o dedo como sempre fazia, eu solto uma gargalhada e ele me pega no colo me abraçando apertado.

— Eu te amo, querida — ele diz me encarando e sua pele negra realçava conforme a luz da lua adentrava a sala. — E sempre vou te amar, mesmo estando longe. Você vive no meu coração com toda a minha fé e esperança... nunca duvide disso.

— Eu queria que você ficasse...

As palavras saem quando ele me coloca no chão e pega seu grande saco verde.

— Mas eu fiquei, Mônica — ele se vira, com um sorriso lindo e coloca a mão na direção do seu coração. — Estou até hoje em seu coração.

Ele beija a minha testa, e segue em direção a porta. Eu vou até lá correndo, vendo-o subir em seu trenó.

— Papai?

— Sim, querida?

— E o meu presente?

Ele abre um sorriso.

— Quando acordar vai saber o que ganhou...
Eu o vejo sair dali, pelos ares com seu grupo de renas. Meu coração parecia que ia explodir com aquela cena. Eu balançava os meus braços completamente animados, dando adeus ao meu Papai Noel.

Eu acordei após meu estômago reclamar de fome. Me levanto assustada percebendo que foi apenas fruto da minha imaginação todo aquele sonho. Eu vou até a máquina de alimentos no corredor, mas uma movimentação me faz olhar para o médico de Joana que corria em minha direção.

— O que houve? Aconteceu algo a Joana? — meu coração pulava pela minha boca até o médico abrir um sorriso.

— Achamos um doador para Joana...
Eu balanço minha cabeça achando que estou ouvindo coisas.

— Finalmente achamos...

Eu tampo minha boca com as duas mãos quando as lágrimas vêm. Eu me agacho ali mesmo, caindo ao chão, chorando de alívio, de alegria.

— Vamos leva-la para a cirurgia imediatamente.

Ele me levanta do chão e eu o abro firmemente.

— Obrigada! Muito obrigada...
Ele se afasta apenas balançando a cabeça e seguindo por onde veio. Eu caminho sem destino, completamente atordoada, eu olho para cima quando vejo uma luz verde vindo da janela.

— Feliz Natal, Mônica.

Eu levo a mão no coração ao ver que tudo que sonhei era verdade. Eu abro um sorriso em meio as lágrimas.

— Obrigada, papai.

— Mônica, cadê a abelhinha? — Otavio aparece completamente preocupado.

— Meu pedido de natal se realizou...

Ele me abraça forte e ficamos ali chorando junto de felicidade por finalmente termos a esperança de que Joana fique finalmente bem.

Daquele dia em diante eu acreditei que Papai Noel existia. Não aquele que era velhinho e que vivia no Polo Norte e sim o meu pai, João Augusto. Que vestia seu suéter verde, com olhos marrons, pele negra e que vivia, para sempre, em meu coração.

Por: Wanny Cristine

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