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A Princesa Alexia

#PRATODOSVEREM 👁️| Banner apresenta um gradiente da cor azul; do lado direito, a ilustração de uma menininha na cadeira de rodas. Ela tem o cabelo preto em maria-chiquinha e sorri lendo um livro. Lê-se "A princesa Alexia", título do conto. Ele foi escrito por Thays Marques.

Mal o dia havia amanhecido e eu não parava de olhar para o relógio, de tão ansiosa que eu estava. Afinal, aquele seria o primeiro dia em que o Gabriel visitaria o meu loft, depois que ele havia descoberto sobre a existência da minha filha Alexia.

E após eu ter acostumado presenciar tanto preconceito explícito ― e também velado ― nas pessoas, que sempre vinham com as suas palavras e olhares tão cheios de um falso pesar, pelo simples fato da minha garotinha precisar usar cadeiras de rodas, é que temia muito me decepcionar com o Gabriel também. E apesar de gostar daquele rapaz de cabelos loiros e olhos verdes, sempre tinha preferido evitá-lo ao máximo, a fim de tentar pôr um fim às constantes perguntas que sempre surgiam quando as pessoas descobriam que eu tinha adotado a Alexia.

A impertinente e mais cruel delas era: você não acha que é um atraso de vida adotar uma criança com deficiência?

Mas eu não achava isso, pois para mim a Alexia era apenas a minha garotinha carinhosa e adorável e a sua deficiência física, era apenas um detalhe, que eu amava tanto quanto todos os outros milhares que ela possuía.

Eu podia ver muito além da sua cadeira de rodas, e era assim que deveria ser, na realidade, para todas as pessoas com deficiência. Afinal, uma pessoa nunca deveria ser resumida a somente isso; sempre haveria um milhão de coisas mais a serem notadas. E para a minha surpresa, o Gabriel parecia ter entendido bem o recado, sem eu nem precisar falar disso com ele.

Quando nos encontramos no parque de diversões, depois de quase três meses sem nos falarmos, ele agiu com tamanha naturalidade ao lado da Alexia sem nem antes saber da sua existência, que me vi muito emotiva e desejando também que todos tivessem um coração tão livre de preconceitos, assim como era o do Gabriel.

Então me culpei por julgá-lo previamente, pois aquele rapaz dos cabelos cor de ouro jamais poderia ser equiparado ao meu ex-namorado e à toda a família biológica muito cruel da Alexia.

Sem nem eu mesmo dizer, pude notar a irritação nos olhos de Gabriel ao perceber a falta de acessibilidade na maioria dos brinquedos do parque de diversões em que estávamos, mas não desejando que a Alexia pensasse mais uma vez que as suas limitações físicas a deveriam impedir de brincar e ser feliz como qualquer criança da sua idade. Aquele rapaz sempre dava um jeito de driblar as dificuldades com muito bom humor, sem que a minha filha notasse que, para o parque, o problema era a sua cadeira de rodas lilás.

― Por que eu não posso entrar aqui com a minha cadeira, titio "Gabiel"? ― ela questionou, preocupada de deixar a sua companheira de sempre para trás.

O rapaz pareceu pensar rápido, tanto que respondeu com um sorriso no rosto:

― Você não acha que esse chão está muito sujo para passarmos com uma cadeira tão linda quanto a sua? ― ele devolveu, fazendo a minha filhar crer que tudo aquilo era uma questão de escolha e não uma simples imposição da sociedade, dizendo que ela nunca poderia viver as mesmas experiências que todo mundo e, falando também, que quase nunca se importavam com a acessibilidade de uma pessoa com deficiência. ― E, aliás, eu quero te carregar no colo um pouco, pois você está muito cheirosa com esse seu perfume de melancia!

A Alexia então deu uma risadinha e abraçou o Gabriel pelo pescoço, sentindo-se então a mais especial das garotas.

E, na realidade, para mim ela era mesmo muito mágica e magnífica!

Contudo, eu acordei de volta à realidade daquele dia em questão ao ouvir a campainha tocar. Eu caminhei até a porta com um sorriso no rosto, pois tinha quase certeza que o Gabriel sempre teria sensibilidade para lidar com a Alexia. Ele não a via como alguém inferior ou digna de dó, mas sim como a garotinha encantadora que ela era.

Quando eu abri a porta, ele logo se abaixou e selou os meus lábios com um beijo terno e apaixonado e devolvi a intensidade daquele beijo da maneira que eu pude.

Logo eu pude notar que carregava dois buquês de tulipas nas mãos; um maior, na cor rosa, e o outro menor, na cor lilás. Sorri e constatei que era mesmo um romântico incorrigível.

― Boa tarde! ― ele disse por fim. ― Como estão as minhas duas garotas?

Logo o meu gato Vincenzo veio e roçou o seu pelo negro lustroso nas pernas da calça do rapaz.

― Oi para você também, senhor Vincenzo! ― ele disse, enquanto acariciava a cabeça do bichano, que agradeceu o afeto ronronando.

― Nós estamos bem, e você? ― perguntei fazendo um gesto de mão para que ele atravessasse totalmente o limiar e viesse para dentro do meu lar. ― A Alexia está logo ali lendo o seu livro favorito: A Princesa e os Macaquinhos.

Logo em seguida o Gabriel sorriu e me entregou o buquê de tulipas rosas. Então lhe agradeci com mais um beijo. Enquanto ia até a cozinha buscar um vaso com água para colocar as flores, o meu namorado se sentou ao lado de Alexia, entregando-lhe o seu miúdo buquê de tulipas lilases.

― Nossa, titio "Gabiel"! Eu nunca recebi flores antes... ― a minha pequena menina disse, ficando logo emotiva.

― Não acredito nisso! ― ele disse de forma teatral, enquanto a olhava bem nos olhos. ― Afinal, você é uma garota muito bonita!

Ele então acarinhou os cabelos crespos e negros da minha filha, que gostava de sempre os amarrar no alto da cabeça com duas fitas roxas.

― Mais ainda do que a mamãe Júlia? ― ela questionou cheia de manha, querendo colocar o Gabriel em uma furada.

O meu namorado então olhou para mim e piscou um de seus olhos verdes de forma serelepe e teatral, depois voltou totalmente a sua atenção para a minha filha.

― A sua mãe que me desculpe, mas você é a mais linda do mundo! ― ele disse e depois deu um grande beijo na bochecha de Alexia.

A minha filha deu várias risadinhas, mas depois logo murchou um pouco, olhando para o local onde deveriam estar os seus pés, caso ela tivesse nascido com eles.

― Se eu sou bonita mesmo, por que não existe nenhuma história sobre princesas em cadeiras de rodas, assim como eu? ― indagou. E aquela pergunta me gelou, pois eu não sabia como o Gabriel iria sair dela sem que a Alexia se sentisse mais uma vez inferior.

Me adiantei, pronta para responder, mas o meu namorado ergueu uma mão discretamente no ar, mostrando a mim que ele já sabia como resolver aquilo.

― É porque o titio aqui irá fazer uma história em quadrinhos muito única e maravilhosa, contando a história da Princesa Alexia, que tem uma cadeira de rodas lilás, gosta de usar duas fitas roxas no cabelo e é muitíssimo inteligente!

― Jura? ― Alexia questionou, cheia de brilho em seus olhos pretos de jabuticaba. ― Eu posso te ajudar a fazer essa história?

― Claro que pode! ― Gabriel disse, cheio de entusiasmo.

― E será que a cadeira da Alexia pode ser mágica e viajar por vários universos? ― outra vez perguntou Alexia, que era uma garotinha com o Q.I acima da média para a sua idade.

― É lógico que sim! ― Gabriel disse. ― E agora, que tal dançarmos para comemorar o nosso novo projeto?

― Podemos? ― Alexia animou-se com os seus olhinhos muito afetuosos.

― Claro que sim, filha! ― eu entrei então na conversa, abaixando-me e beijando de leve a sua testa.

― E qual música a nossa beldade escolhe para esse nosso momento? ― quis saber o rapaz, já abrindo o aplicativo do Spotify.

― Eu quero ouvir a música "Dia Especial" do Tiago Iorc ― ela respondeu, mostrando-nos que sabia bem o significado daquela nossa reunião particular.

Logo o Gabriel apertou o play e, como o meu loft era um ambiente, apesar de compacto, também muito acessível, nós começamos a rodopiar com a cadeira de rodas da Alexia pela sala da minha casa.

E apesar da música não ser necessariamente muito dançante, ela tinha uma letra muito marcante, que denotava bem os sentimentos da minha pequena.

Se alguém

Já lhe deu a mão

E não pediu mais nada em troca

Pense bem

Pois é um dia especial

Eu sei


Não é sempre

Que a gente encontra alguém

Que faça bem

Que nos leve deste temporal

O amor é maior que tudo


Do que todos, até a dor

Se vai quando o olhar é natural

Sonhei que as pessoas eram boas


Em um mundo de amor

E acordei nesse mundo marginal

Mas te vejo e sinto

O brilho desse olhar

Que me acalma

E me traz força pra encarar tudo

Mas te vejo e sinto

O brilho desse olhar

Que me acalma

E me traz força pra encarar tudo

[...]

Depois de fazermos bastante piruetas tão incríveis e só nossas, nós nos vimos muito ofegantes de tanto rir e dançar. E então, como a boa anfitriã que eu desejava passar a ser, fui preparar um delicioso lanche para nós enquanto o Gabriel pegava a Alexia no colo e juntos, começavam a fazer os primeiros esboços da história em quadrinhos que eles planejariiam.

Todavia, o que me deixou mais emotiva ao chegar à cozinha foi o fato de, que assim como na letra da canção que dançamos juntos, o mundo e as pessoas poderiam ser mais amáveis e abertas às diferenças dos seres humanos, mas infelizmente, aquela caminhada ainda seria longínqua.

Mas o mais importante era ver que ainda sim, existiam pessoas que assim como o meu namorado, sempre acreditariam que quase todas as limitações sempre poderiam ser vencidas com criatividade, boa vontade e inclusão.

Afinal, a característica mais marcante e importante da minha Alexia nunca seria a sua cadeira de rodas lilás, e apesar dela ser importante para ajudar a minha filha a se locomover, aquilo nunca deveria ser um motivo o qual a impedisse de ser feliz ou de se sentir alguém digno de respeito, assim como qualquer outra pessoa. Mas sim, apenas um simples detalhe, que completava toda a miscelânea de outras singelezas que faziam daquele garotinha uma criança única e também muito encantadora.

Assim como uma casa, que é feita colocando cada tijolo em seu devido lugar, naquela bela tarde a gente havia começado a construir na cabeça da Alexia que ela sempre poderia ser quem quisesse, e que nem mesmo a sua deficiência física era capaz de impedi-la de voar. Afinal, na vida sempre há milhões de caminhos que nos levam a um mesmo lugar, mas que por serem diferentes, jamais nos proporcionam uma experiência igual.

Então, dessa forma, a Alexia trilharia sua vida de modo diferente de mim e do Gabriel, pois com os seus milhares de detalhes ela era uma pessoa distinta de mim e dele, mas com certeza, a Alexia chegaria aonde quisesse. Diferente do que ela ainda pensava com a sua mente infantil, a magia não apenas estava na sua cadeira de rodas lilás, mas sim, em todo o conjunto de fatores e qualidades que a faziam ser a nossa tão admirada Princesa Alexia.

#PRATODOSVEREM 👁️| Banner na cor branca com uma cadeira de rodas no meio, de cores roxo, azul-marinho e azul-claro.

FIM.

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