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O banco amaldiçoado

Não sei exatamente como explicar isso e acho que nem o Universo seria capaz de tamanha proeza. Mas eu posso afirmar com segurança que o banco na frente da Sorveteria dos Sonhos no shopping da cidade Passa e Fica no estado do Rio Grande do Norte é amaldiçoado.

De acordo com meu caderno de anotações, nos 6 meses em que eu trabalho na sorveteria, presenciei um término por semana. Isso dá exatamente 26 términos. Veja bem, não pense que eu sou um cara que não tem mais o que fazer além de anotar quantos fins de relacionamento eu vejo, porém, sempre acontecem na minha frente.

— Luís Severino, eu já te disse para parar de ficar escrevendo neste caderno durante o trabalho! — exclama mainha.

Esqueci de mencionar que a sorveteria é dos meus pais, por isso, trabalhar aqui não foi uma decisão muito democrática. Como acabei de completar 18 anos e não sei que faculdade cursar, meus pais me obrigaram a ser uma mão de obra barata.

— Mainha, já pedi para a senhora me chamar só de Luís. — digo pela milésima vez.

— Não sei o porquê de tu ficar aperreado em chamar Luís Severino. Era o nome de meu pai. — ela diz e joga uma toalha e álcool para mim. — Vá limpar a balcão, vá.

Obedeço minha mãe e vou até onde ela mandou. Ajeito as mesas da sorveteria e quando vou limpar os vidros da vitrine, vejo um casal se sentando no banco. Suas expressões são sérias, provavelmente irão discutir a relação. Você deve estar se perguntando como eu sei que é um casal que vai terminar o namoro. Veja bem, os padrões são sempre os mesmos: se sentam lado a lado, mas não próximos o suficiente para se abraçarem ou trocarem carícias; a pessoa que quer terminar pega na mão da outra, porém de um forma contida e não apaixonada.

Observo o casal pelo reflexo do vidro. O homem tem uma pele bem clara, mal parece pegar o sol quente de Passa e Fica e possui cabelos bem ruivos. É um rapaz com aparência formal. Já a moça possui uma beleza difícil de explicar. É aquela pessoa que você olha e simplesmente a acha linda. Ela tem cabelos negros e lisos, sua aparência remete a traços indigênas.

— Thaynara…

— Eu sei o que você vai falar, Breno. Não precisa arrudiar, não.

Pelo reflexo, vejo o rapaz olhá-la de forma surpresa.

— Quê…?

— Eu sei que  você vai dizer que não é minha culpa e sim sua, porque não consegue se apaixonar, se apegar. E eu quero dizer que isso é uma babaquice tremenda. — ela olha para frente, mas de repente o olha novamente, assustando-o. — E mais uma coisa, não precisa se preocupar comigo, pois eu estou perfeitamente bem.

A menina solta o ar com raiva e espera o rapaz falar algo.

— Eu...Eu não sei o que dizer... Eu preciso ir. Desculpe-me. — Breno se levanta e sai praticamente correndo de perto dela.

Ainda observando pelo reflexo e limpando a mesma parte do vidro pela décima vez, vejo ela desabar em lágrimas. Apesar de ter parecido alguém extremamente forte para o menino, a garota está com o coração arrasado. De repente, sinto uma vontade louca de me aproximar e ajudá-la. Eu nunca senti um impulso como esse antes, mesmo perante todo meu histórico de testemunha de términos.

Viro-me lentamente e me aproximo dela, com cuidado.

— Com licença, a senhorita precisa de alguma coisa? Posso oferecer um lenço, um ombro amigo, um sorvete de consolo ou todos eles juntos.

Thaynara me olha surpresa, porém logo limpa as lágrimas escorrendo por sua bochecha.

— Eu aceito o ombro amigo. — a morena dá um sorrisinho que a deixa ainda mais bonita.

— Eu acabei vendo o que aconteceu. Você foi muito forte. — começo.

A menina funga e balança a cabeça.

— Se eu fosse forte, não estaria chorando assim.

— Pelo contrário, você pode ser forte ao mesmo tempo que desaba. Uma coisa não anula a outra.

— Talvez. Eu só não quis ser mais uma que ele deixa aos prantos por aí. Tudo bem, eu estou chorando, mas pelo menos Breno não viu.

— Ele parece ter mexido com seu coração. — comento.

— Breno foi encantador todo o momento que quis me conquistar. Quando eu me rendi, virei insignificante. Isso é péssimo. — ela enxuga as lágrimas. — Chega de falar daquele idiota.

Sorrio.

— Concordo. Vou te contar uma história. Sabia que esse banco que estamos sentados é amaldiçoado?

Ela franze a testa.

— Amaldiçoado?

— Eu presenciei 26 términos aqui em 6 meses trabalhando na sorveteria.

Thaynara me olha chocada.

— 26? E quantos casais foram felizes nesse banco?

Olho-a confusa.

— Como assim?

— Você viu 26 términos de namoro, mas, com certeza, alguns também foram felizes.

Paro para refletir. Fiquei tão imerso em ver casais se separando que não pensei em quantos sorrisos foram trocados neste mesmo banco.

— Eu… Eu não sei.

Ela sorri.

— Bem, já temos o primeiro casal que trocaram sorrisos aqui. Eu e você. — sorrio.

— Luís Severino! — nesse momento, ouço um grito de minha mãe e meu sorriso desponta do rosto.

Olho para mainha com medo de levar um sapato na cara.

— Estou aqui, mainha.

— O que está fazendo?

— Eu…

— Ele estava me ajudando. — Thaynara de pronúncia. — Eu não estava conseguindo achar minhas chaves.

Vejo dona Rosa estreitar os olhos, mas assente com a cabeça.

— Está certo. Ofereça nossos novos sabores de sorvete para a senhorita, Luís Severino.

— Sim, Luís Severino, eu adoraria um sorvete. — a moça sorri. 

— Siga-me, senhorita. — digo, fingindo que sou um galanteador.

— Pode me chamar de Thay.

Sorrio, feliz.

— É um prazer te conhecer, Thay.

— Digo o mesmo, Luís Severino.

E naquela tarde e todas as outras Thaynara me fez companhia na sorveteria. Em minha hora de folga ficávamos em nosso banco que agora não era mais amaldiçoado. Era repleto do mais puro amor.

Por: Gabi Manzato

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