Garoto perdido e bebidas estranhas
Sinopse:
Quando Pietro Bernardi se perde a caminho de seu 1° dia de trabalho, resolve entrar em uma cafeteria aleatória atrás de informação. Ele esperava tudo, menos que fosse conhecer e se apaixonar pelo atendente de cabelos cor de avelã, Luca Fontana, e suas bebidas peculiares.
Capítulo:
A cafeteria favorita de Pietro ficava no centro de Florença, e embora ficasse fora do caminho em que ele seguia para chegar ao seu trabalho — no bairro vizinho ao centro —, ele sempre dava um jeito de passar por lá. Era parte de sua rotina diária.
Ele conseguiu o emprego após descobrir que seus pais não haviam guardado nenhum dinheiro para ele poder ir para a faculdade, e então tornou-se obcecado em conseguir o dinheiro que ele mesmo precisava. Ele trabalhava em cada turno disponível que conseguia, e recusando-se a gastar dinheiro com almoços, como seus colegas faziam, ele trazia sanduíches de casa diariamente. Eles zombavam dele, mas ele não se importava. Ele estava determinado a conseguir o dinheiro.
Seu refúgio era seu café antes do trabalho, e não importava o quão ridículo era ir até lá todas as manhãs, podendo ver Luca valia a pena. Ele fazia tudo parecer melhor.
Em seu primeiro dia de trabalho, Pietro havia tomado um caminho errado para o centro da cidade e, de tão esgotado, acabou entrando em uma cafeteria na esperança de conseguir alguma direção. Foi aí que ele viu Luca e toda a sua preocupação desapareceu. Seu cabelo cor de avelã, os olhos pequenos e seu adorável sorriso bobo.
Luca percebeu que Pietro estava desorientado, então ele perguntou:
— Você está bem?
Pietro estava à beira de derramar lágrimas em frustração, antes da pergunta de Luca. Ele olhou para o atendente e simplesmente balançou a cabeça. Luca o deixou nervoso a ponto de não conseguir controlar as palavras e as sufocar, até que ele lhe entregou uma xícara de chá por cima do balcão. O calor foi o suficiente para Pietro se acalmar e finalmente murmurar, bastante constrangido.
— Estou perdido. Acredito que peguei o caminho errado, é meu primeiro dia de trabalho…
Seus olhos estavam abatidos e Luca levantou o queixo do jovem garoto com sua mão suave e reconfortante. Pietro não pode deixar de sorrir e sentir-se melhor quando Luca, automaticamente piscou para ele e disse:
— Fiz a mesma coisa. Os primeiros dias são os piores, não há nenhuma maneira de que nada dê errado. Acontece com todo mundo.
— É bom saber que eu não sou o único perdedor. Obrigado.
Luca riu antes de se apresentar ao seu novo amigo.
— Sou Luca Fontana, a propósito.
— Meu nome é Pietro Bernardi. Quanto para o chá? — Ele perguntou, mexendo em sua carteira. Luca o parou, colocando a mão sobre a carteira e sorrindo.
— É por minha conta. Não se preocupe com isso.
— Obrigado. — Pietro pronunciou em apreciação.
Era difícil acreditar que alguém estava sendo tão bom com ele, sem pedir nada em troca. Mas ele percebeu que Luca simplesmente era do tipo que gostava de fazer com que as pessoas se sentissem melhor. Foi refrescante para Pietro. Foi quando começou sua paixão irreversível por Luca.
Ele deu-lhe instruções de como chegar ao centro, e quando Pietro estava saindo ele disse:
— Vejo você mais tarde, Pietro.
Claro, Luca poderia ter apenas dito casualmente, mas ainda assim Pietro ficou eufórico após ter deixado o local. O sol quente pairava no céu azul quando ele saiu da cafeteria e, é claro, ele chegou a seu trabalho em cima da hora. Foi assim que começaram as visitas diárias de Pietro para Luca.
Todos os dias Luca gostava de sugerir algo novo e fora do menu para Pietro experimentar e, não importava o que fosse, ele sempre concordava. Como diria não, quando o rosto pidão de Luca era tão convincente?
Ele experimentou chocolate quente branco, frappuccinos com creme de coco, café de vários tipos e aromas diferentes, diariamente ele se aventurava em uma nova bebida. Mas, a parte favorita de Pietro era ver Luca todos os dias. Para os dois, essa era a melhor forma de começar a manhã.
O único problema era os sentimentos de Pietro, que estavam crescendo cada vez mais. Ele passou de uma simples queda para uma pequena obsessão.
Seus pensamentos eram consumidos por Luca: sua imagem, sua voz, seu sorriso. Ele o ajudava a vencer sua jornada de trabalho, mas Pietro sabia que Luca só pensava nele como um amigo. Ele apenas teria que se contentar com isso. Pietro não podia evitar por mais tempo a forma como se sentia em relação a Luca, então ele a abraçou totalmente. Ele decidiu que se ele queria continuar sentindo mais do que apenas amizade para Luca, por que não? Ele não tinha nada a perder além de um pouco de dignidade.
Certa manhã, no começo de julho, Pietro entrou na cafeteria às 8:30 em ponto. Assim que passou pela porta, Luca acenou-lhe com animação. Seu sorriso fez o coração de Pietro disparar enquanto ele se aproximava do atendente adorável atrás do balcão.
— Pietro! Fiz a bebida mais incrível esta manhã! Você tem que experimentar! — Luca despejou quase emocionado, enquanto lhe entregava a bebida que havia acabado de preparar.
Luca gostava de experimentar e criar bebidas e, embora algumas delas não tenham ficado tão boas quanto ele pensava, Pietro sempre recebia suas criações de braços abertos. Luca esperava uma resposta honesta e o outro era mais que feliz em sua tarefa. Seu veredito era geralmente de desagrado, mas quando Luca criava algo delicioso, ele o fazia com louvor.
Pietro sentiu o aroma da bebida e concluiu cheirar a algo tropical e florido.
— Que diabos é isso? — Ele perguntou, olhando para seu amado. Luca gritou animadamente antes de revelar o ingrediente mágico.
— Xarope de Hibisco! Acabou de chegar e eu sabia que você tinha que ser o primeiro a experimentá-lo! Ninguém mais, nem meus colegas de trabalho, mas prometo que não vai se arrepender. Tem o gosto tão bom quanto o cheiro! — Luca explicou com entusiasmo antes de desaparecer em uma parte atrás do balcão e retornar sem seu avental de trabalho.
Pietro levantou uma sobrancelha enquanto Luca pegou um copo com a bebida para ele mesmo.
— Daremos um passeio. Estou em pausa. Você pode dizer o quanto você ama a bebida enquanto nós passeamos. — Ele sugeriu enquanto arrastava Pietro para fora da cafeteria, segurando em sua mão.
Pietro nunca havia saído ou se encontrado com Luca, fora seus encontros na cafeteria. Não trabalhava em um mesmo turno sempre e também viviam muito longe um do outro, para poderem se encontrar sem uma série de transtornos. Ele estava animado, mas também muito nervoso. Será que ele saberia o que dizer ou como agir, fora da sua costumeira cafeteria?
Então ele sentiu a mão de Luca na sua e foi se acalmando lentamente com o toque. Faíscas de emoção o fez estremecer enquanto caminhavam sob o dia ensolarado em Florença. Ele tinha que permanecer recolhido em torno de Luca, apesar de sua proximidade e agora situação casual.
Eles pararam e se sentaram em um banco em frente a um parque, para poderem desfrutar da bebida e também observar as pessoas. Sem saber, ambos apreciavam fazer isso, e quando perceberam que o outro estava sorrindo e observando a mesma coisa, eles apenas riam do passatempo compartilhado.
— Deveríamos experimentar isso agora? — Pietro conseguiu pronunciar finalmente, a mão de Luca ainda permanecia junto a sua.
A parte mais surpreendente do contato não só era o fato de Luca ter tido a iniciativa, mas também o fato dele não ter soltado desde que eles deixaram a cafeteria, que ficara agora a um longo caminho atrás deles.
— Claro! — Luca concordou soltando a mão dele, para poder assim segurar sua bebida com às duas mãos.
Agora Pietro lamentava um pouco a situação. Ele queria a mão de Luca de volta na sua, e não em sua bebida. Ele suspirou e decidiu experimentar a criação de seu amigo, apesar da falta de contato.
Ambos tomaram um gole de suas bebidas e, logo que o líquido tocou em seus lábios, Pietro foi transportado a um Oásis tropical. Ele fechou olhos para que todos os outros sentidos desaparecessem e ficasse apenas o gosto. Era tão delicioso, e que era Luca quem havia feito, tornava o momento de saborear muito melhor. Ele era capaz de sentir cada ingrediente da bebida conforme ela passava ao longo de sua língua, e ele não queria nem engolir, com medo de perder o sabor espetacular para sempre.
Quando finalmente o fez, ele abriu os olhos percebendo que o outro estava próximo a seu rosto, sentindo o hálito quente da respiração do outro em sua bochecha, enquanto ele avaliava a sua reação. Pietro tomou fôlego e olhou nos belos olhos de Luca, os achando particularmente lindos daquele ponto de vista. Com o sabor ainda em seus lábios e a sensação de calmaria que ele lhe deu, Pietro suspirou em algo que ele só poderia descrever como êxtase.
Luca sorriu e lambeu os lábios antes de dizer:
— Acredito que você gostou, hein?
Pietro assentiu ansiosamente, percebendo o quão confortável Luca estava com a proximidade de seus rostos. Embora eles estivessem em um parque, a mistura do sabor da bebida e a maneira com que Luca o fez se sentir, fez com que ele fosse transportado para algum tipo de sonho. Ele sabia que precisava chegar ao trabalho, mas ele não se importava nenhum pouco.
Ele podia ser graciosamente demitido se apenas tivesse permissão de permanecer naquele momento para sempre, com Luca, seu lindo atendente. Mesmo que o outro nunca soubesse o quanto seu coração estava tomado por ele, Jimin sempre o consideraria seu, especialmente na reflexão daquele momento.
— Luca… — Pietro sussurrou dormente a partir do impulso contido de beijar o outro.
Mas ele não precisou se conter por muito tempo já que Luca, sem nenhuma pressa, fechou o pouco espaço entre eles com um beijo. Pietro foi preenchido com um sentimento maravilhoso. Até hoje ele só havia fantasiado a respeito.
Este, seriamente, tinha que ser o melhor dia de todos.
Ele só esperava que não fosse apenas um sonho induzido pelo calor e todas as flores e ingredientes que haviam na bebida de Luca. Era real! Irrevogavelmente real. Surpreendente e maravilhosamente real.
Quando se afastaram, Pietro tinha um sorriso bobo em seu rosto, o que fez com que Luca soltasse uma risada em diversão.
— Como você pode ser tão adorável? — Ele perguntou, inclinando a cabeça em admiração.
Pietro apenas deu de ombros, ainda atordoado pelo beijo.
— Eu estive esperando para fazer isso desde que você entrou por aquelas portas parecendo um cachorrinho perdido. — Luca explicou sobre o beijo, lambendo os lábios e revivendo o que sentiu a beijar o menino mais novo.
— Sério? — Pietro perguntou, incrédulo. Ele ficou surpreso por descobrir que Luca havia sentido o mesmo que ele por todo esse tempo.
— Bem, você não se perguntou o porquê de eu sempre flertar com você cada vez que você chegava? Ver você todas as manhãs me dava um motivo para continuar com meu trabalho. — Luca respondeu sorrindo.
— Eu realmente sou um tolo. — Pietro disse enquanto sentia suas bochechas ficarem quentes por estar envergonhado.
— Oh! Por favor. Você pode ser qualquer coisa, mas, é um tolo inteligente. Você conseguiu uma quantidade infinita de bebidas gratuitas de mim, apenas por ser naturalmente adorável. — Luca respondeu, colocando o braço em volta do menino de cabelos loiros.
Pietro se aninhou na dobra do braço do maior, descansando sua cabeça no ombro dele. Foi uma manhã perfeita de verão no parque, com o cara perfeito. Os dois se encontravam no céu.
Depois de muitos minutos de silêncio sentados linda e confortavelmente juntos, o telefone de Pietro tocou o lembrando que se não se levantasse naquele exato momento, estaria completamente atrasado para o trabalho. Ele resmungou pelo som de seu telefone e quase o descartou, não querendo quebrar aquele momento por nada.
— Ei, você deve ir trabalhar. Eu não quero que você tenha problemas por minha causa. — Luca disse beijando o outro na cabeça, antes de puxá-lo para perto.
Pietro suspirou feliz, antes de puxar Luca para si também. Eles compartilharam um beijo rápido antes de Pietro correr para seu trabalho, virando-se para dar-lhe um aceno final.
— Vou te ligar depois do trabalho, podemos nos encontrar para jantar! — Disse ele a Luca.
— Parece perfeito! — Luca gritou em resposta, sorrindo amplamente. Pietro era seu fim.
Os dois jovens passaram os meses seguintes juntos, gastando cada momento livre que podiam na companhia um do outro. Quando eles voltaram para a escola, ambos largaram seus empregos para garantir um tempo livre para o outro e antes que percebessem, era verão. Eles conseguiram os empregos novamente e continuaram com suas rotinas de café de manhã e jantar à noite.
O coração de Luca nunca deixou de pular uma batida, sempre que seu namorado adorável entrava na cafeteria todas as manhãs. Era uma rotina segura e, o mais importante, era a rotina deles.
Por: @OleoSooyaa
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