6: Vômito.
DILAN.
★
AJEITO MEUS MATERIAIS NA MOCHILA, sentindo meus nervos quase desesperados para sair daquela sala. A faculdade e o estágio estão tomando conta de todo meu tempo. E hoje, pretendo levar Lory para um bom lugar. Não quero me atrasar.
Respiro fundo, seguindo o fluxo de alunos que caminham para fora. A mochila vermelha pesa em minhas costas, e me sinto mais cansado que o normal. O ar sai por minha boca ao mesmo tempo que me abaixo para beber água no bebedouro.
- Tem que apertar no botão, Peterson, e não puxar. - Levantei os olhos para Alisson. Ela abriu um sorriso divertido.
- Obrigado - Murmurei apertando o botão. Esperei que ela continuasse seu caminho, mas ficou parada, ao meu lado, me observando.
Limpei o canto dos lábios e sustentei seu olhar.
- Algum problema? - Franzi as sobrancelhas, vendo ela analisar meu rosto com calma.
- Não, não. - Admitiu apoiando a mão sobre o bebedouro. - Só queria saber se você não quer sair hoje à noite. - Analisei seus olhos azuis e seus cabelos curtos e platinados.
Alisson é uma garota extrovertida e inteligente. Às vezes pede minha ajuda em algum assuntos, o que é bem estranho pois ela parece entendê-los.
- Tenho planos com minha namorada - Ajeitei minha mochila nas costas, observando o horário no relógio de pulso.
- Namorada? - Sua voz se elevou, e sua mão deslizou do bebedouro. Alisson limpou a garganta, tentando disfarçar sua surpresa. - Você nunca me disse que tinha namorada. - Forçou um sorriso.
- Não achei que deveria. - Minha revelação a deixou em silêncio. Passei a mão pelos cabelos, tentando arrumá-los. - Nós vemos depois, Alisson. Até amanhã. - Ajeitei minha blusa vermelha antes de me virar e seguir meu caminho.
- Dilan - Ela andou até mim, parando em minha frente. - Que tal amanhã? Podemos ir para uma balada. - Apertei os lábios para não rir, mas foi inevitável.
- Eu não gosto muito dessas coisas, Alisson. E sinceramente, acho que quero passar o meu dia de descanso em casa, vendo alguns seriados com Lory. - Seus olhos claros ficaram opacos.
- Lory? - Repetiu em voz baixa. - Achei que ela era sua irmã. - Neguei com a cabeça, rindo. - Ela é bonita. - Murmurou encarando as botas pretas.
- Ela é. - Lembrei-me de seus longos cabelos castanhos, seu sorriso suave e seus incríveis olhos com chamas. - Muito.
E, de repente, como uma correnteza quente, a vontade de ter Lory em meus braços me invadiu. Respirei fundo, desviando de Alisson e seguindo meu caminho.
- Fica para outro dia, Alisson.
Sai da faculdade, apreciando o vento gelado de Fog City. Às vezes me esqueço como era morar em Umbrella City, das chuvas rigorosas. Mas sinto falta dos beijos molhados debaixo da chuva, de seu calor mandando ondas mornas por meu corpo. E, como se estivesse lendo meus pensamentos, Lory apareceu entre o carros. Sorri sem me controlar, andando até ela e abraçando com força.
- O que está fazendo aqui? - Indaguei apreciando seu cheiro.
- Queria te roubar um pouco. - Admitiu tocando seus lábios com os meus. Me concentrei em seu gosto e seus braços ao meu redor. - Posso? - Admirei seu rosto bonito e seus lábios inchados.
- Há qualquer momento. - Afundei meus dedos em seus cabelos, suspirando pesadamente com a maciez. - Você sabe que me tem nas mãos. - Meus lábios beijaram o seu de maneira firme, e não tentei esconder a necessidade que ele carregava. - Estou com saudade de você. - Admiti com a voz arrastada.
- Nós moramos juntos, Dilan. - Riu, me empurrando. Apreciei sua risada, entrelaçando nossos dedos e seguindo até meu carro. Seu toque quente sempre faz meu coração disparar.
- Mas quando chegamos em casa, sempre estamos tão cansados que apenas caímos na cama. - Relembrei. - Nem jantamos. - Lory ficou em silêncio, parecendo pensativa. - Por isso vamos sair hoje. - Ela me olhou surpresa. - Moramos aqui há quase um ano e mal conhecemos os lugares bonitos da cidade.
- Ok, Din. Mas é minha vez de organizar algo. - Admitiu pegando a chave de minhas mãos e abrindo o carro. - Você já se esforçou muito no meu aniversário. - Relembrou entrando no automóvel.
O vento soou forte novamente, bagunçando meus cabelos e os de Lory. Joguei minha mochila no banco de trás, me acomodando ao seu lado.
Foi fácil me relembrar de seu aniversário. De como foi difícil organizar tudo e convidar todos em segredo. Como Becca e Tessa estavam bagunçando nosso carro em busca de camisinhas usadas. Mas ainda posso sentir na pele a noite, quando todos foram embora, de como bebemos vinho enquanto ajeitavamos a bagunça. E depois, sua pele tocando a minha contra a parede do banheiro; a água gelada caindo sobre nosso corpos quentes; de seus gemidos contidos e sua pele brilhante.
- Você está tendo pensamentos safados, Dilan - A voz de Lory me puxou para a realidade. - Agora é tão fácil ver seus pensamentos maliciosos por trás desse rosto inocente.
Senti um sorriso involuntário crescer em meus lábios.
- Deve ser porque os pensamentos são todos com você. - Lory mordeu os lábios, dando partida e saindo do estacionamento. Escutei ela rir, e ri também.
A névoa continua rondando os arredores. Nos primeiros meses aqui, foi difícil me acostumar com a névoa. Porém, agora, é normal e até acho bonito. Observei a paisagem sendo deixada para trás, a grande faculdade dos meus sonhos, o estágio no veterinário perto do campus, tudo passando rapidamente.
- Um ano. - Murmurei com o coração acelerado. - Tudo passou tão rápido desde que chegamos aqui. - Lory me encarou, abrindo um sorriso nostálgico.
- Parece que foi ontem que viemos ver o apartamento, mas já faz algum tempo. - Sustentei seu olhar, meu peito palpitava. Lory encarou a foto presa no espelho retrovisor.
Foi no dia seguinte que nos mudamos para lá. Estamos na cama, abraçados e com o rosto sonolento. Lory tem os cabelos bagunçados e os olhos fechados. Sorri, acariciando sua coxa.
- Eu estava pensando - Limpei a garganta, sustentando seu olhar. - Podemos viajar para algum lugar legal no ano novo. - Lory desviou o olhar, focando sua atenção na estrada.
- A faculdade anda muito difícil, Din. Acho melhor fazer isso apenas quando já estivermos formados.
Daqui três anos, pensei, respirando fundo.
- Até lá podemos ir nos organizando. - Sorriu gentilmente, abalando meu coração.
- Eu espero. - Murmurei, molhando os lábios. - Eu sou um idiota por você. Então, eu posso esperar.
Lory riu, ligando o rádio e deixando a música invadir o lugar por todo o caminho.
...*...*...
Me olho no espelho com atenção. Passo a mão no queixo, sentindo os pêlos arranharem minha pele.
Eu quero ter barba.
- Vamos. - Lory esticou o barbeador. Analisei seu rosto e depois o objeto.
- Acho que vou deixar crescer. - Afirmei, me aproximando dela.
- Não, Din. Barba machuca. - Me afastou, colocando o barbeador em minhas mãos. - Tire. - Me olhou nos olhos, e pude ver a chama nascendo neles novamente. - Por favor. - Pediu, e eu suspirei.
- Você não acha que ficarei mais maduro com barba? - Indaguei me analisando no espelho.
- Não. - Me cortou rapidamente. - Você vai parecer meu pai. - A olhei, incrédulo.
- Seu pai é um senhor bonito - Apontei, e ela riu.
- Vamos, Dilan. - Pediu ainda rindo e saindo do banheiro.
Encarei meu reflexo, pegando a espuma de barbear e passando no rosto.
- Essa guerra ainda não foi vencida. - Murmurei para mim mesmo.
Espero com paciência Lory acabar de se arrumar. Escuto ela cantando dentro do banheiro, e não posso evitar de rir. Meus olhos correm para o quadro do anjo negro que Peter fez. Aquele tempo parece tão distante, o dia do meu aniversário e o cemitério. Porém, ainda posso sentir o vento forte em meu rosto, a luz da lua sobre nós, minhas lágrimas de adeus.
Sinto meu coração bater com calma, e com um sentimento quente que encheu meu peito, senti o ruivinho ao meu lado, analisando a pintura. Ergui os olhos, vendo que a luz da lua refletia no quadro. Respirei fundo, sentindo a saudade apertar meu peito.
Com um fechar de olhos, lembrei quando fomos visitar meu pai e Stephan no cemitério. Lory foi comigo. Levamos flores, e falei com meu pai sobre tudo. No final do dia, me sentei sozinho no telhado e escrevi sobre eles em meu diário. Diário esse que, quando entrei para a faculdade, as folhas haviam acabado. Uma nova fase começava naquele momento.
Afundei no sofá, observando nosso apartamento. Todos cantos dessa casa têm pequenas memórias inesquecíveis, seja da nossa primeira briga, que no final pedimos desculpas um para o outro no telhado e nos abraçamos, até a nossa primeira vez aqui. Observei a cozinha, sentindo meu corpo quente.
Cruzei os braços, sorrindo por tudo que passamos nesse último ano, por tudo que fizemos que nos trouxe até aqui. É fácil me lembrar das madrugadas silenciosas que ela invadia meu quarto e tocava em meus cabelos. Meu coração acelera apenas ao lembrar da sensação de perigo que aquele tempo tinha.
- Estamos virando adultos. - A voz de Lory chegou á sala. - Nessas fotos éramos um casal de adolescentes. - Observei a foto que tiramos no estacionamento do Candy's. - E o Candy's fechou. - Murmurou com uma expressão melancólica.
Me levantei do sofá, seguindo até ela e a abraçando.
- O Candy's ainda está aqui, nas fotos e nas memórias. - Avisei beijando o topo de sua cabeça. - Sabe, também está no meu lugar sagrado de primeiro encontro. - Lory analisou meu rosto, com um sorriso bonito. - Foi depois que eu te beijei. Corremos pelas ruas, aprontamos no Candy's e depois fugimos, nos jogando na grama e observando o céu.
Lory tocou meu rosto com carinho.
- E comemos torta no fim da noite. - Ela tocou seus lábios com os meus. Apreciei o beijo suave, podendo sentir o gosto doce de seu protetor labial.
- Fim do encontro - Corrigi, fazendo ela rir. A apertei contra mim, sentindo seu calor bom e conhecido.
Analisei seu rosto com cuidado, me deliciando ao encarar seus olhos castanhos, seus lábios cheios. Sorri por fim. - Eu te amo.
Lory me olhou com carinho, descansando o rosto em meu peito.
- Você sabe que eu te amo. - Sussurrou com calma.
Meus dedos deslizaram por seus braços nus, apreciando a maciez deles.
- Mas eu quero escutar você falando - Lory se arrepiou, levantando o rosto para me encarar.
Me perdi em seus olhos castanhos e seus lábios brilhantes.
- Eu te amo, Dilan Peterson. - Sussurrou com um sorriso divertido.
Sem falar nada, colei nossos lábios novamente, apreciando a maciez deles contra os meus. Com o calor de nosso apartamento ao nosso redor, só pude me sentir aliviado por ter chegado aqui, com ela, mesmo acreditando alguns anos atrás que isso nunca aconteceria. Agradeço por ter me enganado.
...*...*...
Lory.
- Sem perguntas. - Cortei Dilan rapidamente. - Estamos quase chegando. - Segurei sua mão com mais firmeza, o puxando.
Parei com o coração descontrolado.
A música alegre enche meus ouvidos, e vejo crianças correrem pelo lugar. Respirei fundo, sorrindo.
- Pode abrir os olhos. - Din fez o que pedi, observando o parque com cores coloridas e uma grande roda gigante a nossa frente.
Ele se virou para mim, abrindo um sorriso bonito.
- Estou começando a achar que dividimos mente. - Revelou, me pegando de surpresa. - Também tinha planejado de virmos aqui. - A blusa azul contrasta bem com seu cabelo arrumado e seu sorriso suave. Meus olhos brilham perante o lugar, e me sinto animada.
Segurei a mão de Din, o puxando para comprar os ingressos. Escuto ele rindo e dizendo que pareço uma criança, mas ignoro e compro os ingressos rapidamente. O céu está escuro e cheio de estrelas, e imagino como será ir na roda gigante e ficar mais perto do céu. Meu coração vibra apenas ao imaginar.
- Vamos primeiro na montanha russa - Afirmou olhando o enorme brinquedo.
Meu estômago girou.
- Não mesmo. - O cortei com pressa. - Eu vou passar mal.
- Lory - Me chamou, e fiquei em silêncio. - Você, nunca, jamais, usava a porta da minha casa, apenas a janela. A Becca te chama de mutante, e você está com medo de uma montanha russa? - Indagou com um olhar de desafio.
Fechei os olhos com força, odiando ele por saber meus pontos fracos.
- Não - Admiti com a voz firme. Mas no seguinte segundo, me arrependi daquela decisão, por causa do olhar de vitória de Din.
- Ok, então. Montanha russa. - E então, Din abraçou meus ombros, apoiando seu queixo em minha cabeça e me guiando até o enorme brinquedo. - Não se preocupe, vou segurar sua mão. - Sussurrou, e tive que juntar forças para não sorrir como uma boba.
Foi fácil dar meu ingresso, foi fácil sentar no primeiro carrinho, foi bom e calmo sentir a mão de Dilan segurando a minha, mas os próximos minutos passaram como um borrão. Só me lembro do vento forte bagunçando meus cabelos; do frio na minha barriga; do chão lá em baixo, e as pessoas parecendo formigas coloridas; dos gritos animados de Din. Meu corpo tremia há cada descida, e senti minha força se esvair pelos dedos. Com um pequeno sopro de vida, gritei até meus pulmões doerem e minha garganta pegar fogo. O vento forte bagunçava minhas roupas e me enchia de frio.
O brinquedo parou bruscamente, para cair de uma enorme altura depois. Meus gritos eram escutados por todo parque. E agora estou aqui, nos fundos do parque, tendo meus cabelos segurados por Din enquanto coloco até meu café da manhã para fora. Levantei a cabeça em busca de ar. O cheiro forte enche meu nariz e sinto que vou vomitar mais. Vomito novamente, os olhos cheios de lágrimas ao buscar ar novamente.
- Eu te odeio - Murmurei me sentindo tonta. - Eu só queria... - Din puxa meus cabelos ao mesmo tempo que vomito de novo. - Eu só queria ir na roda gigante. - Meu rosto era uma mistura de fluidos corporais e rímel borrado. - Uma coisa romântica, e você me obriga a ir direto para a morte. - Me virei para ele, batendo em seu peito, talvez com mais força que queria. Mas por sorte, Dilan agora tem músculos que antes não existiam.
- Me desculpe. - Sua mão quente segurou a minha com facilidade, o que me deixou assutada. - Eu não sabia que você ficaria assim - E então, ele me abraçou. Até eu mesma estava me importando com o que tinha acabado de por para fora, mas ele parecia não ligar. - Desculpe-me, Lory. - Relaxei contra seu peito, fechando os olhos e podendo escutar os gritos altos de todos naquele parque agitado e animado.
Ri, achando aquele momento parecido com a primeira vez que bebi.
- Eu vomitei todo o quarto de Trevor. - Sorri sozinha.
- E escorregou no próprio vômito. - Completou, roubando uma risada sincera e alta de mim. Abracei seu corpo com carinho, abrindo os olhos.
Meu coração pulou ao encontrar par de olhos azuis escuros sobre nós. A menina de cabelos platinados pareceu ficar paralisada quando meu olhar caiu sobre ela.
- Quem é você? - Indaguei, e Din se virou.
- Alisson? - Vi ele juntar as sobrancelhas, e a garota sorrir sem jeito.
- Oi, Dilan. - A voz dela era sedutora.
Um sorriso involuntário dominou meus lábios.
- Vocês se conhecem? - Indaguei.
- Não sabia que você estava aqui. - A menina falou. Seu olhar ignorou o meu, e ela se focou no garoto alto e bonito ao meu lado. Meu estômago voltou a girar.
- Alisson - A chamei, e me surpreendi quando ela me ignorou.
- Já pensou na proposta da balada? - Arregalei os olhos, não acreditando que eu estava vendo o jeito que ela analisava meu namorado, a maneira que sua voz estava baixa e sedutora.
Din a olhou seriamente, e reconheci esse olhar de algum tempo atrás. É a mesma forma que ele olhava para Melanie no começo de tudo. Um olhar gélido, que me deixa assutada.
- Aliss... - Ela o interrompeu.
- Você pode nos dar licença? - Indagou. O olhar dirigido a mim. - Precisamos conversar.
Mordi os lábios com força, mas não consegui controlar o sorriso que dominou meus lábios. Senti meus olhos queimarem com sua pergunta, meu peito batia com adrenalina.
- O que disse? - Indaguei me aproximando dela. Ela tentou sustentar meu olhar, mas falhou miseravelmente.
O mundo brilhava em laranja.
Molhei os lábios, ajeitando meus cabelos e tocando o seu ombro com calma. Ela se contorceu.
- Qualquer coisa que você queira falar com o meu namorado, você pode falar comigo ao lado dele. - Acariciei sua pele áspera. - Não se preocupe, eu não mordo. - Ela levantou a cabeça. Os olhos azuis brilhando em hesitação. - E é falta de educação ignorar uma pessoa. Você já é adulta, deveria saber disso. - Meu estômago girou mais uma vez, e antes que pudesse me afastar, vomitei em sua roupa.
A garota se afastou com o rosto banhando com nojo e confusão. Gostaria de ter pedido desculpa para ela, mas estava muito ocupada colocando toda a comida do dia para fora. Ela correu, e senti Din acariciando minhas costas e segurando meu cabelo.
Eu estava meio tonta, mas tinha certeza que ele estava rindo. Ao terminar, puxei o ar e limpei o rosto.
- Eu... Preciso ir para casa. - Murmurei me apoiando em seu corpo. Dilan ainda estremecia por causa da risada, risada essa que estava me fazendo rir.
- Eu te amo, Lory - Sua voz era divertida enquanto me levava até o carro.
O caminho até nossa casa foi rápido, e ao chegar, tomei um banho demorado. Sai do banheiro e coloquei um pijama quente. Segui até a cozinha, sentindo cheiro de comida.
- Estou com fome. - Me sentei á mesa, observando Din fritar alguns ovos. Observei sua bunda por alguns segundos, pensando em como ele fica estranhamente atraente com um avental. Desviei o olhar assim que ele se virou.
- Prontinho. - Disse colocando um prato com ovos a minha frente.
Devorei a comida em alguns minutos, escutando Dilan ainda rir.
- Você vomitou nela, Lory. - Ri discretamente, negando com a cabeça. - Os seus olhos estavam pegando fogo naquele momento. - Comentou com a voz baixa. Sustentei seu olhar intenso e divertido.
- Não ria. Foi sem querer. - Deixei meu prato sobre a mesa, me aproximando dele e sorrindo para seu olhar brilhante. - Mas ela merecia, talvez. - Murmurei, e Din riu. - Quem é ela? - Indaguei, observando seus olhos que ainda escondem segredos e mistérios de mim. Não vejo a hora de desvendar seu olhar por completo.
- Uma garota da faculdade. - Seus lábios tocaram os meus. Seu beijo é firme, e fico sem ar com a maciez de sua língua.
- Devo me preocupar? - Indaguei, sentindo suas mãos mornas se perderam em minha pele por baixo da blusa.
- Acho que ela que deve. - Avisou com a voz baixa e rouca. Joguei o pescoço para trás, sentindo ele deixar trilhas de beijos quentes por minha pele.
Segurei seu cabelo, me focando em seus lábios em minha pele e suspirando discretamente.
- Lory - Seu hálito morno bateu em meu pescoço, me fazendo arrepiar. Seu corpo me prendeu contra o móvel, acariciando meu pescoço lentamente com os lábios. - Eu te amo, e ninguém pode me roubar de você. - Sua voz era rouca perto de meu ouvido.
Fitei seu rosto, apreciando o vermelho de suas bochechas e boca. Meus dedos tocaram seus lábios, e me sentia cada vez mais embriagada por ele.
Suas mãos desceram para minhas coxas, as apertando com firmeza e me sentando sobre o balcão. Analisei seu rosto com os lábios cheios entreabertos, apreciando a pressão de seu quadril contra o meu.
Din segurou minhas pernas, apertando sua cintura contra a minha. Respirei fundo, mordendo os lábios.
- Eu sou completamente e loucamente seu. - Fechei os olhos, sentindo suas mãos abrirem meu pijama. - Só seu, Mestra. Para você fazer o que desejar.
Foi difícil não estremecer com sua voz rouca e arrastada, sendo escutada apenas por mim naquele apartamento escuro. Colei seus lábios com os meus, seguindo seus movimentos firmes e necessitados. Me deliciando com seu corpo e lábios cheios. Afundei as mãos em seus cabelos, abraçando sua cintura e jogando a parte de cima do meu pijama em algum canto da cozinha. O beijo ficava cada vez mais intenso e carregado, e eu pudia o sentir cada vez mais, me apertando, me fazendo saber que ele estava ali.
Depois de um dia longo, podia facilmente me perder em sua voz fraca e em seu toque quente.
Quando o tive na nossa cozinha, e não conseguia controlar o que saia por minha boca, tive certeza absoluta que ninguém, nunca e jamais, poderia nos separar. Seus suspiros, voz, cheiro e todo amor, eram apenas meus.
E agora estou aqui, observando ele dormir enquanto a luz da lua invade o quarto. Toco suas sobrancelhas castanhas, seus lábios e seus cílios longos. Meu coração acelera quando Din me abraça ainda dormindo, e sorriu sozinha, me aninhando ao seu corpo em nossa cama.
- Boa noite - Sussurrou me pegando de surpresa. Analisei seu rosto que carregava um sorriso suave.
- Boa noite, Din. - Beijei sua testa com calma, entrelaçando nossas pernas e me escondendo em seu peito.
A noite foi calma e sossegada. Sonhei com o nosso futuro. E, olhando o céu ao seu lado em meus desvaneios, me perguntei o que as estrelas e o grande sorriso da lua crescente nos aguardavam.
Tudo que vi, foi uma vida morna e calma. E desejei que fosse assim.
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