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12: O crescer que procuramos.

LORY

- EU NÃO AGUENTO MAIS. - MURMUREI, levando meu copo de bebida aos lábios. A cerveja gelou minha garganta e aliviou toda tensão.

Observo Molly com calma, ela carrega um sorriso suave nos lábios enquanto mexe nos cabelos longos. Seu rosto está mais maduro e ela continua linda e gentil.

- Crianças dão trabalho. - Avisou com calma, bebendo seu vinho. - Está sendo difícil cuidar do Mattew. - Meu coração pulou ao perceber todo o tempo que passou. Agora Molly é uma adulta, mãe e esposa.

- Parece que foi ontem que eu tinha que passar minhas tardes cuidando de você. Agora estamos aqui, bebendo e falando sobre nossos filhos. - Ri sem me aguentar. Molly me acompanhou, sua risada continua baixa e fofa.

- Eu sei. Tudo foi tão rápido. Gostaria de ter aproveitado melhor meus dezessete anos. - Ela passou a língua nos lábios e percebi que suas bochechas coraram.

- Está lembrando dos dezessete anos, quando começou a namorar com o Theo? - Ela sorriu timidamente, falando logo em seguida que sim. Rimos juntas novamente, o álcool fazendo efeito.

O marido de Molly chamou-a, e então ela foi de encontro a ele.

Eu não sirvo para beber, mas de vez em quando não faz mal.

- Chega de álcool para você. - Dilan apareceu de repente ao meu lado, tomando o copo de minhas mãos e sorrindo.

Observei com cuidado as marcas que os anos deixaram em seu rosto, mas sorrio, vendo com facilidade o menino de risada cativante e olhos castanhos de vários e longos anos atrás.

- Stephan disse que gravaria e postaria na Internet se você ficasse bêbada de novo, esqueceu? - Relembrou entre risos, deixando meu rosto quente e fazendo-me empurrar seus ombros.

- Não fale tão alto.

Din abraçou meus ombros de lado, beijando o topo de minha cabeça e me fazendo rir. Ele tinha cheiro de chocolate quente, e mordi de leve sua orelha.

- Não façam isso em público. - Escutei a voz baixa atrás de nós. Virei o rosto para encontrar pares de olhos castanhos tão brilhantes quantos os de Din.

Quando Stephan nasceu, ele parecia bastante comigo, mas o tempo revelou que suas feições e até a mania de estalar o pescoço ele herdou do pai.

Puxei seu braço com cuidado, beijando sua bochecha e o deixando envergonhado.

- Meus amigos estão aqui, não faça isso. - Censurou limpando a bochecha vermelha, e me fazendo rir.

- Por favor, Stephan, não seja tão mal com sua mãe. - Din brincou, deixando nosso filho adolescente ainda mais constrangido.

Stephan juntou as sobrancelhas finas, coçando o pescoço e andando para longe de nós.

- Acho que pegamos muito no pé dele. - Sussurrei, acariciando seu cabelo e rindo sem me aguentar.

Dilan concordou, me apertando mais em seus braços e me roubando um beijo calmo e demorado. Apreciei seus lábios com todo o amor que corria por minhas veias, sabendo que aquele sentimento nunca mudaria.

- Pais. - A voz de Cory soou aguda e envergonhada.

Me separei de Dilan a força, observando com atenção nossa filha de cabelos longos e sardas pelo rosto. Seus olhos castanhos lembram os meus, assim como o nariz fino e o temperamento impaciente.

- Podemos logo cortar o bolo? - Indagou suavemente, respirando fundo.

Cory Peterson é a nossa caçula, um ano mais nova do que Stephan. Ao contrário do que eu imaginava, Stephan foi um bebê bastante calmo, nunca chorava ou fazia manha para comer, já Cory era o extremo exposto, sempre chorando e quebrando brinquedos. Olhando agora para ela, nem posso acreditar que minha caçula está completando 16 anos.

- Podemos? - Insistiu, esperando uma resposta. Seus olhos castanhos pareciam brilhar com uma chama laranja, Dilan fala que Cory é uma versão mais jovem de mim. É fofo.

- Já estamos indo. - Avisei me esquentando por um último momento nos braços de Dilan.

A neve cai com extrema força lá fora, assim como todo aniversário de Cory. Ela nasceu no meio de uma nevasca, o carro quase capotou e acabei dando a luz nos bancos de um caminhão. Foi um dia tão complicado.

Puxei Din para sairmos do sofá e então cortamos o bolo. Deixei Cory e Dilan com alguns amigos nossos, e fui atrás de Stephan quando percebi que ele não estava na sala.

Paro no vão da porta de seu quarto. A neve cai pela sua janela lentamente, e ele está sentado em uma cadeira alta. As mãos deslizam com habilidade e suavidade sobre a tela que já ganhava forma. Encaro as paredes brancas de seu quarto e é fácil me lembrar da decoração deste cômodo quando ele era um bebezinho fofo.

- Um pássaro? - Indaguei me aproximando. Abracei seu pescoço por trás e apoiei meu queixo em sua cabeça.

Respiro fundo o cheiro de baunilha e xampu que seus fios têm. É quase impossível não comparar essas pequenas coisas ao Dilan mais jovem.

- Sim. - Sua voz soou baixa, quase rouca.

Stephan deslizou o pincel com calma pela pintura, deixando-a ainda mais bonita. É fácil me lembrar de quando ele era uma pequena criança e começou a observar os quadros pela casa, dando de cara com o anjo negro. Desde de então ele começou a se sujar com tintas e se interessar pela arte.

Seu quarto é coberto por pinturas, o que me faz lembrar de Peter, nosso antigo amigo que nunca mais tivemos notícias. Acho que ele morou definitivamente na Europa e seguiu a vida. O desenho que Peter fez há alguns anos atrás está na parede de Stephan, o anjo negro que o fez amar a arte.

- Por que pássaros? - Indaguei, curiosa. Vi suas bochechas ficarem rosadas e ele tentar estalar o pescoço.

- A-a Cory disse que Linda gosta de pássaros. - Um sorriso involuntário nasceu em meus lábios, e me perguntei como nunca tinha percebido esse interesse dele pela amiga da irmã.

- Você gosta da Linda? – Indaguei, observando suas sobrancelhas castanhas e seu nariz pequeno.

Seu pincel caiu no chão, sujando o carpete de tinta azul.

- N-não! - Falou rapidamente, se afastando de meu toque e juntando com cuidado o pincel do chão. Ele se ajoelhou sobre o carpete, tentando tirar a marca azul do tapete.

Os cabelos castanhos caem sobre seus olhos, e ele ainda estava corado. Era fofo vê-lo de uma maneira tão tímida e frágil, sendo que na maioria das vezes ele é sério e determinado.

- E-ela é muito nova para mim. - Me ajoelhei na sua frente, capturando sua atenção.

- Você sabe que sou um ano mais velha que seu pai, não sabe? - Indaguei, deixando-o em silêncio.

Stephan puxou a manga longa de sua blusa, e usou-a para tirar a marca do chão. Vi ele estalar o pescoço e respirar fundo. Parecia pensativo.

- Eu não gosto dela. - Admitiu por fim, ajeitando seus cabelos bagunçados. Vi quando seus olhos castanhos brilharam e suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas.

Analisei ele ajeitar os pincéis e tirar sua blusa com mangas largas com rapidez. Observei seu corpo esguio e pálido, e percebi que ele prefere mil vezes ficar em casa pintando do que fazer algum exercício e até mesmo pegar sol.

- Senhora Peterson - Meus olhos se guiaram para a menina loira na porta. Linda me observou com seus olhos azuis cheios de gentileza, mas seu semblante logo mudou quando sua atenção caiu no menino sem camisa do outro lado do quarto.

Ambos ficaram rapidamente corados, e Stephan pulou em sua cama, se cobrindo com os lençóis.

- P-peço perdão! - E Linda se foi com rapidez.

Mordi os lábios para não rir, mas foi inevitável.

- Claro, ela é mais nova. Você não gosta dela. - Me aproximei da pessoa escondida entre as cobertas. - Uma menina mais nova não vai fazer você se apaixonar. - Avisei em risos, acariciando seus cabelos bagunçados e me afastando de sua cama. Vi ele se remexer entre os panos e respirar fundo.  - O bolo já foi cortado, venha logo. - Stephan saiu debaixo das cobertas.

O olhar brilhando de vergonha e as bochechas levemente vermelhas. Sorri para ele, percebendo como eles haviam crescido.

— Quando o amor vem, filho, não tem como escapar. – Avisei deixando o quarto.

Eles já estão prontos para amar.

...*...*...


Dilan.

- Eu não sei, na verdade. - Observo Cory pousar sua cabeça com calma no corpo forte de nosso labrador com pêlos brancos. Seus cabelos longos se espalham pela grama e vários flocos de neve caem em seu rosto. - Mamãe não vai gostar. - Revelou, pegando-me completamente de surpresa.

Nosso cachorro lambeu seu rosto, fazendo-a sorrir.

- Claro que vai. Sua mãe sempre apoia vocês em tudo. - Avisei, me sentando na grama gelada ao seu lado.

Observo Cory morder os lábios e se perder em pensamentos. Olhando-a assim, é fácil ver a semelhança com Lory.

- Ela sempre apoia o Stephan. - Murmurou, roubando todas minhas palavras. - Ele é o preferido dela. - Sua voz carregava melancolia e não soube como agir ou o que falar.

- É claro que não. - Tentei deixar minha voz mais suave. - Sua mãe ama vocês igualmente. Amamos vocês na mesma medida. - Acariciei seus cabelos castanhos. - Fale com ela, por favor. E nunca mais pense dessa maneira.

O silêncio caiu sobre nós enquanto a neve e o vento frio dançavam ao nosso redor.

- É o meu aniversário. Por que ela não está aqui comigo? Ela está com o Stephan, certeza. - Suspirou, fazendo fumaça sair de sua boca. Suas pequenas sardas estavam mais pálidas e os lábios vermelhos. - Isso machuca. - Sussurrou, encarando o céu.

- Ei - Puxei seu corpo com calma, a abraçando com cuidado. - Não é nada disso. Eles apenas têm mais coisa em comum, se dão melhor em alguns aspectos. - Beijei sua testa, e ela ficou em silêncio. - Ambos sempre queimam a comida, odeiam andar de cavalo e fazer trilha. - Lembrei, e dessa vez ela riu. - Se você for pensar assim, então eu passo mais tempo com você do que Stephan. - Cory me abraçou de volta, e me senti aliviado por conseguir acalmá-la. - Por favor não pense assim.

- Tudo bem, pai. - Sua voz era baixa, e senti que minha filha tinha três anos novamente, quando começava a chorar porque algum menino havia puxado seu cabelo. - Eu te amo. - Sussurrou com seu jeito doce. Sorri sozinho, acariciando seus cabelos longos e macios.

- Eu também amo vocês. - Sussurrei, e aquela simples frase, era o que eu tinha mais certeza em toda minha vida.

...*...*...

- Ela realmente disse isso? - Lory para o beijo e me analisa nos olhos, posso ver a preocupação em seu belo rosto.

- Disse. - Me ajeito em nossa cama, levando meu polegar até seus lábios cheios e deixando mais um beijo neles.

Lory abraça meu corpo, e seu calor me faz querer não largá-la nunca mais.

- Além disso, já decidiu o que quer estudar na faculdade. - Revelei com cuidado, deixando-a completamente sem palavras e surpresa.

- E por que ela não me disse nada? - Indagou, se levantando da cama rapidamente e tirando seu roupão de banho.

Seu cheiro de sabonete corre por todo quarto, e tenho que me segurar para ficar na cama e não beijar cada parte de seu corpo. Analiso suas curvas mais maduras e seus olhos cansados. De qualquer forma, ela continua perfeita.

- Está achando que você não vai apoiar ela. - Lory me olhou no mesmo instante. A expressão completamente em êxtase.

- O quê!? - Aquele timbre agudo que ela faz invadiu meus ouvidos. - Óbvio que irei apoiá-la. - Trocou de roupa rapidamente, colocando uma calça jeans e uma blusa grossa. - Vou até o quarto dela. - Avisou, já batendo a porta.

Descansei a cabeça no travesseiro, me concentrando no cheiro de Lory por meu corpo e na escolha de faculdade da minha filha.

Pude escutar a voz de Lory do outro lado do corredor, e sorri ao ver que Cory está completamente errada, nossos filhos são as coisas mais importantes para nós e sempre iremos apoiá-los.

Lory.

- Mas, mãe, estamos fazendo uma festa do pijama. - Cory falou novamente, me deixando completamente irritada. Resolvi respirar fundo e não começar a gritar.

Minha filha acha que não irei apoiá-la em suas escolhas. Com esse pensamento em mente, já fui logo invadindo o quarto.

O quarto com vários tons de azul era confortável e quente. Meus olhos logo foram parar na menina que estava sentando num canto da cama.

Encarei o cômodo, completamente confusa.

- Onde está a Linda? - Indaguei, não entendendo o que estava acontecendo.

Cory corou, e entendi tudo.

Com o coração descontrolado, fechei a porta do quarto, me aproximando da menina encolhida em um canto da cama.

— Ela foi se declarar para ele. – Revelou antes mesmo de eu perguntar. — Depois de eu contar suas histórias malucas com o papai no telhado, ela tomou coragem. Parece que as estrelas brilharam em seu coração.

Sorri sem me aguentar, me deitando no colchão e encarando o teto. O quarto de Cory sempre foi desorganizado e cheio de cores azuis. Ele reflete bem sua personalidade, mesmo sendo um pouco bagunçado, é cheio de cores em todos seus tons.

— Seu irmão sempre conquistou o coração das meninas sem mover um dedo. – Comentei roubando um riso baixo de seus lábios.

Minha filha se deitou ao meu lado. Seus cabelos longos se espalharam sobre o colchão e ela ainda tinha um sorriso pequeno nos lábios.

— Você sempre fala bem do Stephan. – Acrescentou, pegando-me completamente de surpresa.

— Cory – Chamei-a, e o silêncio reinou.

Pensei por alguns segundos no que deveria falar, mas sempre fui péssima em pensar no que vou dizer. Me virei em seu colchão macio, fitando seus olhos castanhos e respirando fundo.

— Eu... – Comecei. Sua atenção se focou em mim.

Os olhos com chamas laranjas, a expressão melancólica que se escondia por trás de sua face séria e seu silêncio, denunciavam que ela realmente estava decepcionada.

Meu coração se apertou, e me peguei tocando seus cabelos com carinho. Ela sorriu com seu jeito doce e um pouco tímido. Senti que minha Cory era uma criança medrosa novamente.

— Isso não é verdade. – Admiti sustentando seu olhar da maneira mais firme possível.

A lua parecia nos observar com toda sua atenção pela janela. A pouca luz prateada invadia o quarto e se escondia pelos cantos, pronta para aquecer nossos corações.

Ela desviou o olhar, e engoli em seco.

— Eu sei que não falo isso com muita frequência – Minhas mãos foram parar em seus ombros rígidos, e me senti mal por ver que ela estava tensa. — E também sei que não sou a melhor mãe do mundo... – Acariciei suas bochechas vermelhas, e depois toquei seus fios castanhos banhados pela luz da lua. Foi fácil me lembrar de quando ela era uma bebê fofinha.  — Mas eu quero que você saiba que amo vocês mais que tudo nesse mundo. – Avisei firmemente, sustentando seus olhos marejados. — Vocês são minhas estrelas, meus filhos, as coisas mais importantes da minha vida. – Abracei seu corpo macio com cuidado, e meu peito tremeu quando ela me abraçou de volta. — Eu amo você, Cory.

   Pude escutar ela rindo, e ri junto também. A pressão dentro de mim se acalmando e eu tomando fôlego novamente.

— Também te amo, mamãe. – Admitiu com sua voz suave.

Apreciei seu cheiro leve até ela se afastar calmamente.

Ela arrumou o cabelo longo em um coque desengonçado e ajeitou o pijama azul.

— Eu confio em você, e quero que você também confie em mim. – Pediu de uma maneira tão doce e determinada, que só pude sorrir.

— Eu confio minha vida nas suas mãos e de seu irmão. – Toquei suas sobrancelhas finas e depois seu nariz pequeno. 

Cory me encarou com determinação, os olhos cheios de chamas focados em mim. Din pode estar certo, nossas personalidades talvez sejam mais parecidas do que eu pensava.

— Quero ser veterinária. – Contou firmemente. — Eu sei que é uma profissão difícil, eu percebo como o papai fica acabado quando um animal morre sob seus cuidados. – Tomou um fôlego rapidamente, me deixando sem palavras. — Mas eu também vejo as coisas maravilhosas que papai faz. O jeito que os animais amam ele, do jeito que ele cuida de cada um. Eu amo isso, eu também quero ser assim. – Ela se sentou na cama rapidamente, pulando do colchão logo em seguida. — Já peguei boa parte da matéria com alguns amigos meus que estudam medicina veterinária. – Ela colocou montanhas de folhas em cima da cama.

Em êxtase, comecei a ler algumas das folhas. Meus olhos deslizaram para a menina ansiosa a minha frente.

— Eu... – Meu coração está pulando fortemente. — Eu não fazia ideia. E-eu... Quando você...?

— Há dois anos. – Me interrompeu com determinação. — Há dois anos decidi o que queria cursar. – Cory ajeitou os papéis de maneira alinhada e os colocou em uma caixa novamente. — Papai já sabe há alguns messes. – Informou agora mexendo em uma das suas gavetas.

   Seu coque se desfez enquanto ela mexia rapidamente em uma tonelada de papéis.

— Eu quero fazer na mesma faculdade que papai. – Revelou calmamente, deixando um folheto que dava mais informações sobre a faculdade em Fog City. Em outra cidade.

  Ela sentou ao meu lado logo em seguida. Engoli em seco, me esforçando para entender todas as informações.

— Por quê... Por que você não me disse antes? – Indaguei, observando seu rosto com cílios longos e lábios cheios.

— Eu... Eu não sabia se você aceitaria. – Suas palavras machucaram profundamente. Respirei fundo, deixando os papéis de lado e me focando em seu rosto. — Você só pensa no Stephan, e em ajudá-lo a entrar em Yale.

— Não. – Rebati rapidamente. — Você nunca mostrou interesse em fazer faculdade, e eu não queria fazer pressão em você. – Toquei sua mão macia, encarando seus olhos. — Cory, você é minha filha, e eu jamais te deixaria de lado. Eu só não estava pronta para te ver crescer tão rápido. Para ver vocês deixarem nossa casa. – A abracei novamente, afundando meu rosto entre seus cabelos e respirando fundo. — Não fale isso.

Minha voz estava falha, me sentia frágil. Eu jamais achei que ela pensasse isso.

Então Cory me abraçou de volta, e todo o peso de meu corpo se foi quando ela sussurrou "obrigado, mamãe"

Beijei sua testa com carinho, acariciando suas bochechas.

— Feliz aniversário, filha. 

...*...*...

Dilan.

O sol invade o quarto discretamente, trazendo toda sua luz para o cômodo escuro. As folhas balançam lá fora e posso escutar as vozes harmoniosas dos pássaros e todos seus cantos. Me viro de lado, pronto para abraçar o corpo quente de Lory, porém o meu braço bate no colchão vazio.

   Desperto confuso. Meus olhos vagam por todo quarto e me pego surpreso ao perceber que dormi sem Lory. Escovo os dentes e visto uma roupa leve rapidamente.

— Lory? – Chamo ao abrir a porta e encarar o corredor.

Na parede a minha frente posso ver fotos de Stephan e Cory quando eram mais novos. Seus sorrisos banguelas e felizes em algumas fotos, e o dia em que fomos num planetário, as estrelas ocupam quase todo quadro. Meu coração pula com força ao observar todas as fotos de nossa família, da família que eu e Lory construimos. Sorrio sozinho, apreciando o sentimento quente e leve que ocupa meu peito.

  Meus olhos caem na porta fechada de Cory e a abro, esperando ver minha filhinha dormindo tranquilamente. Mas me surpreendo ao ver Cory e Lory dormindo uma nos braços da outra. Lory abraça o corpo delicado de Cory, o queixo apoiado em sua cabeça enquanto respira calmamente.

  Me aproximo de ambas, ajeitando seus cabelos bagunçados com cuidado para não acordá-las. Lory fala que Cory parece mais comigo, mas não concordo. A aparência, até a personalidade teimosa lembram de Lory. 

Deixo o quarto com um sorriso suave e coração descontrolado.

Minhas sobrancelhas se juntam quando escuto alguns barulhos vindo do quarto de Stephan. Acho estranho ele estar acordado a essas horas, pois ele odeia acordar cedo e sempre se recusa a ir no campo comigo e Cory por esse motivo.

Abro sua porta com cuidado, e congelo no mesmo momento. Ele e Linda se beijam com intensidade no colchão enquanto um movimento rápido move o corpo de Stephan por baixo do cobertor. O rosto de ambos está vermelho e suado, e fecho a porta rapidamente, descendo atordoado pelas escadas.

   Evito não pensar muito no assunto e apenas aceito que meus filhos estão crescendo. Pela janela da cozinha observo meus cavalos correrem rapidamente pela grama verde.

Será que eles estão usando camisinha?

Estava a ponto de ir lá para perguntar, quando Lory apareceu na cozinha. Os cabelos bagunçados, o rosto amassado e vermelho e minha blusa marcando de forma bonita suas curvas. Ela se aproxima de mim com um sorriso leve e sedutor.

— Sentiu minha falta a noite? – Indagou abraçando minhas costas e beijando os cabelos de minha nuca.

Aprecio seu calor com carinho, enquanto faço o café. Lory acaricia minha orelha com os lábios e não evito de me arrepiar.  O sol quente banha seu rosto sonolento e me pergunto como ela pode ser tão perfeita logo pela manhã.

— Você sabia da Linda e do Stephan? – Indago ajeitando as torradas nos pratos.

Lory fica paralisada, parecendo pensar em algo.

— Meu Deus, ela não voltou para o quarto. – Afirma se afastando de mim e encarando as escadas. Posso ver um rubor em suas bochechas.

— Eu peguei eles fazendo. – Avisei, chamando sua atenção. Lory me encarou, completamente sem reação. Ela limpou a garganta, abrindo um sorriso suave.

— É normal adolescentes darem amassos. E eu ensinei nosso filho a se previnir. – Afirmou, e ri alto, não acreditando que ela estava falando aquilo. — O que foi? – Indagou, empurrando meus ombros.

— Eu juro que já escutei sua mãe falando algo do tipo. – Relevei, deixando-a em silêncio.

Pude escutar ela rindo e bagunçando meus cabelos.

— Vou chamar eles. – Avisou, e deixei ela  ir. Meu olhos correram por seu corpo quente e seus longos cabelos castanhos. E me perguntei se meu coração nunca pararia de bater tão forte por ela.

   Enquanto me sentava em nossa cadeira de madeira e observava nossa cozinha simples, apreciei nossa casa e nossa vida. É bom ver todo tempo que passou, e é melhor ainda saber que durante todo esse tempo, Lory esteve comigo. Enquanto mordia minha torrada, só podia ter certeza que a amo com todas minhas batidas.

Cory apareceu na cozinha rindo discretamente. Ela se sentou na cadeira, ainda rindo. Observei seu rosto sorridente e sua roupas grossas por conta do inverno.

— Meu irmão perdeu a virgindade. – Revelou, e ri com ela. — Eu estou orgulhosa dele. – Cory pegou uma torrada do prato, sorrindo para o sol.

— Fale baixo. Ele ficará com vergonha se escutar. – Avisei, ainda rindo.

— Eu vou provocar ele, então não importa muito. – Admitiu entre risos. 

— Sua mãe também era teimosa e implicante na sua idade.  – Saiu sem eu perceber. Cory sorriu, parecendo feliz e contente. Fiquei aliviado em ver que tudo tinha se resolvido.

O silêncio cai sobre nós, e vejo que ela não para de olhar algo pela janela. Limpo a garganta ao entender o que está acontecendo.

— Como andam as coisas com o Eidan? – Indaguei, observando seu rosto surpreso. Ela rapidamente ficou vermelha e engoliu em seco.

— Não mencione o nome desse carnívoro. – Avisou, mas não tirava os olhos de onde Eidan costuma ficar de manhã.

Eidan é um menino bom e que sempre costuma me ajudar com os cavalos. É impossível não reparar como ele a olha e como fica calado e tímido quando ela está perto.

— Ele parou de comer carne. Falou que você o influenciou. – Avisei, e ela rapidamente me olhou, ficando rapidamente sem jeito.

— B-bom para ele. – Gaguejou, se levantando e abrindo a porta.

— Para onde você vai? – Indaguei, vendo ela calçar suas botas e ajeitar os cabelos.

— Perguntar para ele que história é essa de virar vegetariano por minha causa. – Ela parecia firme, mas pude ver uma certa timidez e carinho em suas palavras e em seus olhos castanhos.

— Tome cuidado. – Avisei rapidamente.

— Não se preocupe, eu sei lutar. – Gritou correndo até ele, e vi quando eles se olharam. Nosso labrador branco, Mike, correu atrás dela com o rabo balançando freneticamente.

  Lory apareceu na cozinha, e não consegui tirar os olhos de Cory e Eidan. O jeito que ele olha para ela, me lembra a maneira que admiro Lory: Com completo e total carinho e amor. Cory ajeita os cabelos bagunçados em um rabo de cavalo por causa do vento, e empurra seus ombros. Me pego sorrindo ao vê-los rirem.

— Eles estão crescendo tão rapidamente. – Lory comentou, apoiando seu queixo em minha cabeça. — Acha que mamãe se sentiu assim quando eu fugia no meio da noite para te encontrar? – Indagou suavemente.

— Acho que sim. – Comentei sorrindo. — É um sentimento quente ao ver que eles estão crescendo.

Mordi os lábios, percebendo a total verdade naquela fala.

  Sua respiração quente bate em meu rosto e percebo que o sono ainda está em seu organismo. Lory tem os olhos fechados, agora, olhando para ela e pensando em nossos filhos, só posso agradecer por tudo. Eu não sei como minha vida estaria agora se eu não tivesse voltado para Umbrella City, se Lory não tivesse me ajudado a superar os males do meu passado e me feito seguir em frente. E mesmo após tanta coisa, tantos encontros e partidas, ela ainda permanece aqui, ao meu lado, roubando meu coração para si a cada dia.

Sem pensar muito, me levantei da cadeira, segurando sua mão macia e levando até o banheiro. Fechei a porta e afundei meus lábios nos seus. Lory logo afundou seus dedos em meus cabelos, brincando com minha língua. Aprofundei o beijo, me embriagando em seu calor, me perdendo em seu cheiro, amando seu toque e todas suas curvas.

Me afastei lentamente, encarando seu rosto vermelho e sem fôlego. Ela sorriu, ajeitando os cabelos e brincando com meus fios.

— Você realmente sentiu minha falta a noite. – Revelou, rindo despreocupadamente. O som de sua risada fez o meu peito vibrar, e não consegui tirar os olhos de seu rosto sonolento e bonito.

   Beijei sua testa com carinho. Lory ficou calada, se apoiando na parede do banheiro e me puxando pela gola da camisa.

— Seu olhar está diferente hoje. – Revelou calmamente. Sua voz suave e baixa invadiu meus ouvidos, gritando para todo meu corpo que a amo desesperadamente. — Tem estrelas azuis em seus olhos. – Sorriu gentilmente, abalando cada nervo do meu corpo.

      Não conseguindo controlar todos meus sentimentos, a beijei novamente deixando-a sentir tudo. Lory abraçou meus ombros, e aprofundou o beijo. Seu gosto era tão viciante, seu corpo me desafiava a fazer grandes coisas em um lugar tão pequeno.

Me afastei dela, recuperando o ar lentamente. Um sorriso bonito nasceu em seus lábios, e estalei o pescoço, tão nervoso quando um adolescente perante sua presença.

— Por que está me olhando assim, Dilan Peterson? – Indagou tão baixo, que só pude abraçar seu corpo macio. Meus olhos vagaram por seu rosto bonito, por suas sobrancelhas finas e seus lábios cheios.

— Porque estou te amando. Desde o momento que te vi pela primeira vez Lory Thompson, eu te amei e fui roubado. E isso nunca mudará.

★FIM★

(Sei que a diferença de idade é de um ano, mas quem quer imagens deles pequenos, aqui está. )


(Cory com onze anos)❤️

(Cory com dezesseis anos)

(Stephan Peterson)

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