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Fuga. Perseguição. Morte. Repetição.

A última coisa normal que eu lembro é de dormir depois disso minha vida virou de cabeça para baixo e nada mais fez sentido.

Não sei ao certo quanto tempo estou aqui nem onde eu estou, simplesmente acordei nessa cidade em ruínas.

Levantei confuso e olhei ao meu redor, sai do quarto onde estava e me vi em um apartamento destruído, os móveis estavam jogados alguns estavam destruídos e outros formando uma barreira na porta. As janelas estavam fechadas com madeiras e pregos então não sabia em qual andar eu estava.

Tirei os móveis da porta e sai, do lado de fora sigo pelas escadas e percebo que estou no 3° andar, desço e olho o hall do prédio, parecia que havia passado um terremoto e que as pessoas abandoram correndo, acho uma mochila jogada em um canto, a abri e dentro haviam duas garrafas d'água, uma ração militar e um canivete, provavelmente era de um sobrevivente ou de um campista que abandonou ela lá, coloquei ela nas costas e sai do prédio.

Do lado de fora estava pior, prédios e carros destruído, corpos nas calçadas, animais carniceiros por toda parte e a pior coisa que eu podia imaginar pequenos monstros.

Alguns eram simplesmente cães ou lobos mutantes outros eram pássaros de duas cabeças do tamanho de uma cão.

Quando o primeiro me viu rosnou e começou a correr atrás de mim por instinto eu corri, corri o máximo que consegui antes de ficar cansado, tropecei em uma perna e acabei caindo e com isso causei muito barulho e eles me escutaram.

Me escondi atrás de uma lixeira mas um dos canídeos me achou e pulou tentando arrancar o meu pescoço fora, não sei como mas quando dei por mim o canivete estava na minha mão, sinto sua pata cravar uma de suas garras em minha perna ignorando minha dor finquei o canivete em seu pescoço de novo e de novo até que sentir sua força desaparecendo, tirei ele de cima de mim e incoscientemente o corto arrancando suas presas, couro e carne.

Então anoitece, e naquela primeira noite foi a primeira vez de várias que eu o vi, um homem com cabeça de cachorro, musculoso e carregando um tipo de espada criada com com sucata.

Eu estava em um esconderijo e havia acabado de aprender a criar fogo, uma pequena fogueira para assar a carne e espantar os animais, escuto a passos do lado de fora, passos quase humanos, espio pela brecha da porta e o vejo andando pela rua vindo em minha direção, ele fareja procurando algo ou alguém r então começa a correr mais precisamente em minha direção, e eu fujo.

Se de dia já foi difícil de noite a situação piora drasticamente, mais monstros aparecem e atacam sem pensar duas vezes, e para piorar não enxergo dois metros a minha frente.

Caio de cara no chão e me viro mas já é tarde demais ele me alcançou, coloco a mão para me defender mas não adianta, ele grava a espada e a maior dor que eu já senti na vida toma conta do meu corpo então eu morro.

Acordo no mesmo quarto daquele hotel, mas dessa vez eu já estou com a mochila e com as coisas que eu cortei do canídeo.

Volto para o esconderijo e encontro a minha fogueira improvisada com a carne ainda lá, coloquei ela na bolsa e bebi a última garrafa d'água, e a segunda noite chega mas dessa vez eu não o vejo.

Sobrevivo a noite e no dia seguinte encontro uma casa onde haviam um armário com mais suprimentos, uma faca maior e um manual de costura, o peguei para pois as roupas que eu estava não me protegeriam dos monstros e já havia percebido que o couro do canídeo daria uma ótima roupa de proteção mas havia um problema, eu tinha pouco material para fazer e no máximo conseguiria fazer um par de luvas.

Então eu caçaria os canídeos atrás de material e comida, primeira vez foi um desastre, só consegui mais cortes e desloquei o ombro esquerdo, acabei causando muito dano e o couro ficou picado, inutil.

Terceira noite ele voltou a aparecer mas dessa vez eu fui mais longe, mas mesmo assim ele conseguiu me matar, no quarto dia consegui material suficiente para criar um colete e ele serviu bem, quando tentei caçar um dos pássaros para conseguir mais materiais ele me protegeu bem, mas não consegui matar nenhum.


Passaram vários dias e noites e eu evolui, criei uma espada improvisada, uma armadura de couro completa, arco e flecha e até mesmo uma lança, monstros maiores apareceram e eu morri para quase todos eles mas a cada monstro que eu matava eu virava um caçador melhor e a cada morte eu aprendia uma lição observando os seus padrões e aprendendo pouco a pouco sobreviver nesse mundo desconhecido e mortal.

O Anumbite como eu passei a chamar o meu assassino em homenagem ao deus Anúbis, me matou pelo menos trinta vezes antes de eu finalmente conseguir o matar, não sei exatamente qual noite foi, eu estava em minha base quando escutei seus passos que já tinha acostumado, peguei minhas armas e sai do abrigo, me escondo de trás de uma árvore e preparo uma flecha quando ele passa disparo e o atinjo no ombro, outra em seu braço e uma no seu olho, ele corre em minha direção preparando sua espada para acertar meu pescoço como outras incontáveis vezes mas dessa vez não.

Eu desvio o golpe com minha espada e cravo minha faca em sua perna, ele recua e prepara outra investida dessa vez acertando meu rosto e cortando meu olho, o sangue desce esquentando meu rosto nessa noite fria, o monstro ataca novamente mas dessa vez com raiva e esse foi seu erro com um golpe de espada corto sua cabeça e finalmente meu pesadelo teve um fim, matei o meu perseguidor, volto para o meu abrigo e deito feliz na minha cama e durmo.

A última coisa normal que eu lembro é de dormir depois disso minha vida virou de cabeça para baixo e nada mais fez sentido.


Não sei ao certo quanto tempo estou aqui nem onde eu estou, simplesmente acordei nessa cidade em ruínas.


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