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Skyla

Skyla era uma artista como poucas que já conheci. Ela tinha a habilidade de transformar qualquer pedaço de papel em uma obra de arte. No entanto, algo que sempre me intrigou nela era a forma como suas mãos dançavam sobre a folha, mas as palavras jamais pareciam acompanhá-la. Ela não era boa com elas. Ao contrário, suas palavras se perdiam no silêncio de sua própria quietude, e sua arte falava por ela. Eu nunca pude deixar de notar a ironia disso: ela que conseguia expressar sentimentos tão profundos com o lápis, mas nunca conseguia traduzi-los em palavras.

Naquele café, onde o aroma do cappuccino se misturava com o de pão fresco, as mesas se tornaram seu palco e seu refúgio. Ela aparecia quase todos os dias, sentando no mesmo cantinho perto da janela, onde a luz suave iluminava seus cabelos castanhos, quase dourados, e o rosto imerso em concentração. Skyla não estava ali para ser notada, mas para criar. E, em sua quietude, ela transformava o simples ato de beber café e comer um pãozinho recheado de queijo em uma verdadeira performance artística.

Era uma rotina que eu já conhecia bem. Eu a via chegar, sempre com o mesmo olhar perdido, mas ao mesmo tempo focado. O cappuccino perfeito e o pão quentinho eram apenas o pano de fundo para o que ela realmente estava fazendo ali. Quando começava a desenhar, o ambiente ao redor desaparecia. Os outros clientes, o barulho da cidade, tudo se tornava distante, e o universo de Skyla se resumia ao papel em branco diante dela. E então, o lápis começava a se mover.

Às vezes, ela trazia blocos de desenho já amarelados pelo uso, mas havia uma particularidade que eu sempre observava: os pedaços de palha. Isso mesmo, pedaços de palha estavam sempre por lá, espalhados pelo chão ou sobre a mesa. Era como se ela tivesse uma conexão com algo simples, quase orgânico. Talvez fosse esse o toque que ela dava à sua arte: algo genuíno, sem pressa, que respeitava os pequenos detalhes da vida.

Skyla nunca incomodava ninguém. Ela ficava ali, em seu canto silencioso, longe do tumulto. No entanto, com o tempo, notei que seus desenhos tinham algo de profundamente expressivo. Mesmo sem falar muito, ela conseguia comunicar suas emoções e pensamentos mais profundos através de suas criações. E, mesmo que ela estivesse sozinha, não era solitária. Suas obras de arte estavam ao seu redor, e isso bastava para ela. Talvez fosse o que realmente a preenchia.

Ela havia feito faculdade de artes, mas nunca conseguiu encontrar um trabalho relacionado à sua área. O mercado para artistas era duro e implacável, e Skyla não parecia ser do tipo que lutava contra isso. Ela apenas desenhava. Por prazer. Por necessidade. Sem buscar reconhecimento, sem esperar aprovação. Era como se sua arte fosse uma forma de expressão pura e crua, algo pessoal que ela não compartilhava com ninguém. Mas, em certo sentido, todos nós acabávamos conhecendo-a, mesmo que fosse apenas por meio dos seus rabiscos e esboços.

Quando suas ideias não fluíam, ela se frustrava, e os papéis tomavam conta da mesa. Rascunhos jogados para fora, em busca da perfeição que nunca parecia vir. Mas para mim, aqueles pedaços de papel eram algo precioso, quase sagrados. Eu os pegava e os guardava, como se fossem relicários de algo que eu sabia que ela não poderia deixar escapar. Quando as ideias finalmente fluíam e o lápis ganhava vida, o ambiente ao redor voltava a se acalmar, e o fluxo criativo de Skyla parecia se materializar de forma plena. E esses desenhos, sim, esses ela não jogava fora. Eles se transformavam em algo digno de ser guardado, de ser exibido. Eles eram ela.

E eu, de certa forma, me tornava parte desse processo. Eu estava ali, vendo as coisas acontecerem, sem nunca dizer uma palavra. Observando-a criar, protegendo suas ideias que ela, por algum motivo, não conseguia ver o valor. Mas eu via. Via o brilho nos olhos dela quando se perdia em seus próprios traços. Via a intensidade com que seus dedos seguravam o lápis, como se ele fosse a única coisa capaz de conectá-la ao mundo. E, em certos momentos, eu não podia deixar de me perguntar se, no fundo, ela sabia o quão talentosa realmente era.

Certo dia, enquanto Skyla estava em seu canto habitual, com os papéis espalhados, eu tomei coragem. Peguei alguns dos rascunhos que ela tinha descartado e guardei-os sob o balcão. Ela jamais saberia, mas eu sentia que havia algo ali que merecia ser preservado. Como poderia eu, em minha função de simples observadora, permitir que aquilo fosse jogado no lixo? Não importava se eram apenas esboços; havia algo nelas que as tornava valiosas.

Alguns dias depois, decidi entregar os papéis a Skyla. Ela estava de volta ao café, como de costume. Entreguei-lhe os rascunhos e, ao vê-la folhear as folhas, algo indescritível aconteceu. Ela não parecia acreditar no que estava vendo. Seus olhos brilharam, e o sorriso tímido que se formou em seus lábios fez meu coração bater mais forte. Eu poderia ver que ela estava tocada, surpresa até. Talvez ninguém tivesse notado antes o valor daquilo, mas eu percebera.

Ela me perguntou por que eu os havia guardado, e minha resposta foi simples: "Como poderia eu jogar essas preciosidades fora?" Ela não disse nada, apenas continuou a olhar para suas criações. Por um momento, parecia que a arte de Skyla tinha encontrado um verdadeiro apreciador, e isso parecia fazer toda a diferença para ela.

Eu não soube o que aconteceu com Skyla nos meses seguintes. Ela passou a aparecer com menos frequência, e o café ficou um pouco mais vazio sem sua presença silenciosa. Porém, a alegria de vê-la em seu canto, imersa em seu próprio mundo, ainda permanecia comigo.

Foi então que, alguns meses depois, ela apareceu novamente. E dessa vez, algo estava diferente. Ela não se sentou em seu lugar de sempre. Não, desta vez ela foi direto ao balcão. Algo em seu olhar, no jeito com que se comportava, dizia que grandes mudanças estavam acontecendo em sua vida.

Ela pediu algo diferente do habitual, um café mais forte, um toque de baunilha. Conversamos mais do que o normal, e, finalmente, ela me contou o que havia acontecido. Skyla, aquela mesma garota quieta e cheia de inseguranças, finalmente havia encontrado coragem para fazer algo que sempre sonhara: ela havia feito uma exposição de seus trabalhos. E, mais surpreendente ainda, as pessoas haviam adorado sua arte.

Eu fiquei imensamente feliz por ela. Algo dentro de mim sabia que, um dia, ela iria conquistar o mundo com suas obras, ainda que ela nunca tivesse buscado isso. Skyla não queria fama ou reconhecimento, mas agora, ela os tinha. E aquilo, para mim, era uma verdadeira obra-prima. Ela havia encontrado o seu lugar no mundo, e eu sabia que aquele era apenas o começo.

De alguma forma, a quietude de Skyla e a sua arte falaram mais alto do que qualquer palavra que ela pudesse dizer. Ela sempre foi uma artista de coração, mas, naquele momento, eu percebia que, finalmente, ela estava se permitindo ser reconhecida, não apenas pelas suas mãos, mas também pelo seu coração.

E, assim, o café Dilloymane, que uma vez fora apenas um refúgio para suas horas solitárias de desenhista, se tornava agora um ponto de encontro entre as cores de sua arte e as histórias que ela estava começando a contar ao mundo.

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