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Laila

Laila tinha o hábito de aparecer nos finais de semana, e sempre que ela chegava, sabia imediatamente que era ela. Não pela sua aparência — embora sempre fosse de um jeito marcante, com seus cabelos escuros e look descolado — mas pelo cheiro característico de cigarro que a acompanhava. Mesmo sabendo que não podia fumar dentro da cafeteria, ela insistia em acender um cigarro lá dentro, desafiando as regras com um sorriso maroto. E, no fim, todos sabíamos que Laila estava por ali, não importava o que acontecesse.

Laila sempre se sentava com Samy, a colega de trabalho com quem compartilhava longas conversas sobre bandas de rock, tatuagens e outros temas que não despertavam o meu interesse. Eu não era muito de conversar sobre esses assuntos, então minha relação com Laila sempre foi mais distante. Observava a forma como ela interagia com Samy, como se tivesse uma ligação profunda com ela, um tipo de cumplicidade que eu não entendia muito bem.

A cada fim de semana, quando Laila se despedia, ela sempre esquecia algo — uma caneta, um pedaço de papel, um pequeno item que passava despercebido para ela. E, como sempre, eu pegava as coisas que ela deixava para trás e guardava, esperando que ela voltasse para pegá-las na próxima vez. Mas, curiosamente, ela nunca se lembrava de nada. Era uma rotina constante. Até que um dia, tudo mudou.

Naquele final de semana, eu não sabia que era Laila que havia chegado. Ela não estava com aquele cheiro de cigarro que costumava marcar sua presença. Isso me fez estranhar um pouco, mas logo a vi parar no balcão e pedir o seu pedido habitual: um cupcake de canela e uma xícara de café americano. Quando ela foi embora, algo diferente aconteceu: desta vez, deixou para trás uma folha, uma simples folha de papel. Eu não sabia o que era, mas a curiosidade me dominou. Decidi pegar e dar uma olhada, mas, antes que eu pudesse fazer isso, Samy se adiantou.
— Não, dessa vez eu guardo. – Samy falou, com um tom firme, mas que me deixou inquieta.

Fiquei surpresa. Samy nunca tinha mostrado interesse por nada que Laila deixasse para trás. E todas as vezes que Laila vinha à cafeteria, ela sempre deixava algo, uma ou duas folhas, que Samy, geralmente, ignorava. Então, por que dessa vez era diferente? O mistério só aumentou minha curiosidade. Perguntei a Samy o que havia na folha, mas ela se manteve em silêncio, apenas me dizendo que era um segredo e que não podia contar. Isso só fez com que eu me sentisse ainda mais intrigada.

A cada fim de semana, quando Laila vinha, ela deixava algo. Uma folha ou outra. E Samy guardava tudo com tanto zelo, como se fosse algo valioso. Eu estava ficando obcecada com aquilo. O que Laila estava deixando ali? E por que Samy estava tão envolvida nisso? Mas, a verdade é que, por mais que eu quisesse entender, parecia que não era o meu lugar me meter naquilo. Ainda assim, a curiosidade falava mais alto.

Certo dia, não consegui mais me segurar. Fui até o caderno onde Samy guardava as folhas que Laila deixava para trás. Quando abri, encontrei algo que me deixou sem palavras. O caderno estava cheio de desenhos incríveis, cada um mais impressionante do que o outro. Era um trabalho artístico genuíno. Eu não tinha ideia de que Laila tinha tal talento. Ela sempre se mostrava tão despreocupada com tudo, mas ali, naquele caderno, estavam suas obras, como se fosse um segredo bem guardado.

Foi quando, de repente, ouvi a voz de Samy atrás de mim:
— Estou ajudando a Laila. – Ela explicou, visivelmente desconfortável, como se esperasse que eu a questionasse.
— Ajudando-a em quê? Guardando os desenhos, sendo que ela mesma poderia guardá-los? – Eu disse, tentando entender a situação.
— Não estou ajudando ela a guardar os desenhos, mas de qualquer forma, não te interessa. – Samy respondeu com um tom ríspido, como se quisesse encerrar a conversa ali.

Eu me segurei para não responder de forma impensada, mas não pude deixar de me sentir ainda mais intrigada. Por que Samy estava sendo tão enigmática sobre isso? E por que ela estava tão envolvida com Laila, de forma tão íntima, quando mal falávamos sobre qualquer coisa pessoal? O mistério estava ficando mais profundo a cada dia.

No dia seguinte, a ansiedade de Samy era palpável. Ela estava quase pulando de excitação enquanto esperava Laila chegar. Quando a viu entrando na cafeteria, seu rosto se iluminou de felicidade. Ela gritou, animada:
— Conseguimos!
— Conseguiram o quê? – Eu perguntei, agora com uma curiosidade ainda maior, já que parecia que havia algo importante acontecendo.
— Laila estava me dando os desenhos para eu entregar a uma artista, essa artista pintou os desenhos, os expôs e elas dividiram os lucros das obras! – Samy respondeu, com um sorriso radiante de satisfação.

Fiquei sem palavras por um momento. Jamais imaginei que Samy estivesse envolvida em algo tão grandioso. Sempre a vi como a pessoa que gostava de manter as coisas simples, mas ali, na sua expressão de orgulho, eu percebia que havia mais nela do que eu imaginava.
— Uau, isso é muito legal da sua parte! – Eu disse, realmente impressionada com a ação de Samy.
— É, eu sei. – Samy se gabou, claramente satisfeita consigo mesma.

E foi ali, naquele momento, que a peça do quebra-cabeça finalmente se encaixou. Laila não era apenas uma mulher com o cheiro inconfundível de cigarro e uma paixão por rock. Ela era uma artista talentosa, escondendo seu trabalho por trás da fachada descomplicada e casual. E Samy, aparentemente, havia se tornado uma parte fundamental de sua jornada, ajudando a levar as suas criações para o mundo.

Tudo fez sentido agora. As folhas que Laila deixava, os desenhos que Samy guardava, tudo estava conectado. Eu nunca soubera o que Laila realmente fazia, nunca soubera de seu talento oculto, mas, agora, entendia o que estava acontecendo.

Às vezes, o que as pessoas deixam para trás é mais do que apenas objetos esquecidos. Pode ser uma parte de quem elas realmente são, um pedaço da sua essência que fica escondido, esperando para ser descoberto. Para Laila, esse segredo estava sendo compartilhado com Samy, e, de certa forma, também com o mundo.

Eu me senti privilegiada por, de alguma forma, fazer parte dessa história, mesmo sem ter compreendido tudo de imediato. E, mais do que isso, percebi que, assim como Laila e Samy, todos nós carregamos nossas próprias histórias, nossos próprios talentos, e, muitas vezes, é preciso um pouco de coragem para mostrá-los ao mundo.

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