[Parte 1]

Há muitos livros contando sobre princesas adormecidas, príncipes enfeitiçados e bruxas más, cada qual conta sua versão dos fatos, mas uma coisa elas têm em comum: todas terminam no “viveram felizes para sempre. FIM!”. Mas isso não é o fim, nem sempre é feliz e nunca é para sempre.

Um bom exemplo é a Branca de Neve, vou esclarecer alguns fatos errôneos sobre essa história, quem a despertou de seu sono de morte foi o caçador e não o príncipe, embora ele tenha tentado, uma coisa que eles esquecem de contar sobre a cura do veneno e que o beijo do amor verdadeiro tem que ser recíproco e não tem como amar alguém que você não conhece, e o mais importante o amor verdadeiro não é verdadeiro se a paixão for só pela aparência, esse foi o caso do príncipe que a conheceu já no caixão de vidro. Com o caçador foi diferente ela o conheceu viu sua bondade e visse e versa. Foi por isso que ele, depois de procurar por ela por toda a floresta, ficou muito triste ao vê-la num caixão, ele lhe deu um beijo na testa, uma despedida, e foi embora. Branca de Neve acordou e ele não estava mais lá. Ela pediu ajuda sos anões para encontrá-lo. E quando pricensa e caçador se viram, fizeram juras de amor e se casaram ali mesmo na floresta. Depois disso voltaram ao reino de Branca de Neve e destronaram a Rainha má, e a exilaram.

É aqui que costumam acabar a história, mas ela continua por muitos anos. Branca de Neve se tornou rainha e o caçador não aceitava ser rei e continuou com sua vida de sempre, com a pequena diferença de que agora morava em um castelo e tinha uma esposa que amava. No ano seguinte Branca de Neve deu a luz a trigêmeos, todos meninos: Verão, Outono e Inverno. E dois anos mais tarde nasceu uma menina que foi chamada de Primavera. Nomes que caíram muito bem com suas personalidades.

Verão: o primogênito indicado ao trono; era alegre, vivaz, transbordava em simpatia e travessuras, mas ele era como o pai nascera para ser livre como pássaros; rejeitou o trono.

Inverno: o prodígio  nascido para ser rei; ponderado, intelectual, racional em suas decisões, puxou a brancura da pele da mãe e o seu amor pelo reino; cobiçava a coroa.

Outono: o conselheiro remediador; era sereno, recatado, disposto a aprender qualquer coisa; era como uma folha que vai aonde o vento levar; almejava o conhecimento.

E por último Primavera: a bela princesinha; meiga, bondosa, vistosa como uma flor; mas apesar da aparência era corajosa e aventureira; sonhava com o mundo.

Verão ficava a maioria dos dias com o pai na floresta aprendendo a caçar, inverno ficava entre os conselheiros e a mãe, observando as decisões, todos já aceitaram que ele seria o sucessor e o ensinavam tudo que precisava saber para ser um bom rei. Outono ficava na biblioteca estudando e fazendo experimentos. Primavera fugia das aulas de etiqueta para se aventurar pelo reino. Não era uma família perfeita, estavam sempre brigando entre si, cada qual com seus motivos, mas tudo se resolvia na hora do jantar onde todos se reuniam e as picuinha do dia eram esquecidas, pelo menos até o dia seguinte, quando Primavera se recusava a se comportar como uma princesa deveria e Verão não ligar para suas responsabilidades e inverno por ser achar tão mais superior que os irmãos; somente Outono se mantinha imparcial apesar de sua reclusão sabia de tudo que acontecia dentro dos muros do castelo, era  sempre ele que resolvia o dilema dos irmãos e às vezes os dos pais também; Branca de Neve e o caçador se amavam, mas estavam sempre discutindo por alguma coisa, o que era normal vistos que pertenciam a mundos tão diferentes, mas os anos de convivência os ensinaram a aceitar os pequenos defeitos um do outro.