E lá estava ela mais uma vez tropicando na calçada, sua mãe já cansada alertou uma outra vez: "Pare de olhar para o céu, e preste atenção onde vão seus pés."

Mas era inevitável, a menina de apenas cinco anos era fascinada pelo azul do céu e suas nuvens brancas e fofas, ela almejava, um dia, alcançá-las.

Já em casa a criança perguntou aos pais: "Por que não podemos voar como os pássaros?"

A mãe respondeu: "Porque não!"

E o pai: "Porque somos muito grandes e pesados."

Alice: "Eu não! Ainda sou pequenininha." E de fato era, mesmo para sua idade ela era baixinha.

Alice queria voar a todo custo, por isso ela corria e pulava batendo os braços, mas ainda assim ela não voava; e mesmo assim continuava. Até que se encontrou à beira de um precipício e lhe ocorreu que se pulasse de mais alto ela finalmente voaria. E por algum motivo isso lhe fazia muito sentido, então abriu os braços e pulou.

Ela caia e caia, mas então com uma lufada de vento ela subiu. Subiu tão alto que alcançou as nuvens, ela estava voando!

Ela fez piruetas e giros no ar, atravessou nuvens e até apostou corrida com um pássaro, estava mais feliz que nunca. Mas o tempo estava mudando, o vento soprou forte e o céu escureceu, antes que se desse conta estava em uma tormenta. As nuvens agora escuras estavam densas e o ar lhe faltava nos pulmões, ela não conseguia respirar, ela se debatia em vão, Alice estava caindo novamente e não conseguia mais se manter no céu, o chão estava bem próximo agora.

E desesperada acordou sufocando em meio aos lençóis e cobertas de sua cama.