PARTE 9
Sua visão estava embaçada, seus sentidos como que amortecidos.
Ela saiu correndo pelo corredor e dobrou à direita em direção à saida.
Havia um sombra negra bloqueando a porta, algo sem rosto, algo blasfemo e terrível, a coisa que havia sido evocada há muito tempo e que nagora habitava a casa, transformando-a no próprio inferno.
Tatiana gritou, abriu a porta da biblioteca e entrou, voltando a fechá-la.
A biblioteca estava imersa na penúmbra. Tatiana olhou para os níveis superiores onde ficava as plataformas de ferro e viu pessoas, eram homens, mulheres e crianças, e ela sabia que todos estavam mortos, presos naquele abismo tenebroso chamado limbo.
Em pânico ela correu para a vidraça, afastou as cortinas e tentou abrir as janelas, mas era impossível.
Viu uma mesa antiga e sobre ela uma pesada máquina de escrever. Correu até ela, pegou a máquina e a atirou contra o vidro. A máquina bateu na vidraça e espatifou-se pelo chão. O vidro continuou intacto.
- NÃO! POR FAVOR! NÃO!
Ela esmurrou a vidraça com todas as suas forças, mas nada aconteceu.
Tatiana olhou à sua volta sem saber absolutamente o que fazer. As pesoas na plataforma haviam desaparecido, ou nunca existiram.
Tatiana ouviu um ruído na porta. Os outros estavam tentando entrar.
Ela passou a biblioteca em revista em busca de algo que pudesse usar como arma. Correu até a lareira e pegou um atiçador de lareira.
Os zumbis que antes eram seus amigos arrombaram a porta e entraram na biblioteca. Tatiana gritou e recuou. Marcos ainda tinha o sapato de salto fincado no meio da cara, Rose não tinha mais a cabeça, o que não a impedia de andar.
- Por que está lutando Tati? - perguntou Leonardo e por um momento sua voz parecia normal. - Não tenha medo. Aqui é maravilhoso. Os outros lutaram mas depois perceberam que o limbo é lindo. Abra sua alma Tati. Me deixe entrar.
- NÃO! ME DEIXE EM PAZ!
Eles a atacaram.
Por um momento Tatiana perdeu os sentidos, ela via a coisa como se estivesse assistindo a um filme em camera lenta, os sons vinham de muito distante. Ela foi se defendendo como podia, golpeando com o atiçador de lareira.Quando se deu conta estava no corredor.
Tatiana fechou a porta da biblioteca e suspirou. Começou a caminhar em direção à porta de saída.
Ouviu um ruído atrás de si e olhou. Os móveis que havia no corredor haviam ganhado vida e estavam se rastejando em sua direção. Tatiana gritou e correu, começou a bater na porta tentando abri-la mas não conseguiu. Ela jogou-se para o lado e os móveis bateram contra a porta espedaçando-a.
Taiana correu, passou pela varanda, desceu o lance de escada que ali havia e correu para o carro.
Rapidamente ela entrou e assumiu a direção, mas então lembrou-se que não tinha as chaves.
- OH NÃO! MAS QUE MERDA! MERDA!
- Não vá embora Tati, eu faço questão de que você fique conosco.
Tatiana olhou para a frente e viu Sandra parada na frente do carro.
El gritou e travou as portas do carro.
Sandra subiu no capô. Tatiana olhou para cima, foi quando a mão putrefata de Sandra passou pelo teto solar quebrado e a agarrou pelo pescoço.
Tatiana começou a gritar em estado de desespero, fez força e conseguiu se livrar pulando para o banco de trás.
O cadáver ambulante de Sandra passou pelo teto quebrado e entrou no carro.
Tatiana gritou novamente e se livrou de um golpe de espada que passou lambendo o seu rosto.
Ela pulou para o porta malas e começou a meter o pé na porta tentando abri-la.
Sandra agarrou seus cabelos e ela gritou de novo.
A porta finalmente cedeu, Tatiana se jogou para fora do carro e caiu estatelada de cara no barro.
Fez força para se levantar, caiu de novo. Rastejou-se por dois metros, levantou-se finalmente e saiu correndo estrada afora.
O imenso portão de estrada estava trancado e ela teve que escalá-lo.
Passou para o outro lado e correu para o mais longe possível daquela casa maldita.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro