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O BOLO (comédia, classificação livre)

Tema da semana: Aniversário
(a classificação é livre, a menos que você odeie bolo de nata com coco. Daí pode ser que dê gatilho de raiva mesmo)




Eu suspirei diante do espelho naquela manhã ridícula de segunda-feira. Tentei colocar o meu melhor sorriso no rosto, eu juro, mas eu parecia mais com um maníaco serial killer do que com alguém feliz. Até eu me assustei!

Não ia dar certo.

Desisti e fui em direção à geladeira para lidar com o maior problema daquele dia: o bolo de nata com coco que encomendei no dia anterior. Engoli em seco. Tinha de servir. Minha barriga deu uma pontada e eu senti um suorzinho frio bastante preocupante.  

Quando entrei na empresa, equilibrando o bolo na mão, foi um sufoco. Todo mundo comemorou. De vez em quando, alguém me dava um tapinha nas costas e dizia “Aê Anselmo! Parabéns, cara! Trouxe uns salgadinhos pra acompanhar?” ou “Anselmo, parabéns querido, que deus te abençoe, tudo de bom. O bolo é de quê?”.

Eu quase derrubei o dito cujo quando a Nelma, do marketing, veio me abraçar e aproveitou pra passar o dedo na cobertura. Eu fingi que não vi e sorri, como mandava o protocolo, tentando não parecer um maníaco faminto por sangue, como mais cedo no espelho.

É que lá no escritório havia uma regra, uma lei que jamais podia ser quebrada, sob nenhuma hipótese: se tá de aniversário, tem que levar bolo. Era sagrado!

Uma vez o Ricardo, da contabilidade, resolveu tentar a sorte com um atestado médico. Infernizaram o coitado o resto do mês inteiro até ele levar o maldito bolo. Um dia ele chegou com olheiras escuras, todo descabelado. E pelo jeito como ele jogou o bolo na mesa, colocando as mãos pra cima, como quem grita “eu me rendo!!”, e caindo no choro em seguida, eu entendi que o pessoal ali passava um pouquinho dos limites quando o assunto era bolo...

O argumento era o seguinte: se você comeu do bolo dos outros um dia, você tinha que pagar por isso. Era praticamente uma punição por ter provado do bolo alheio, igualzinho ao Adão quando provou da maçã proibida. 

Deixei o bolo em cima da mesa de reuniões e não demorou nem cinco segundos para os primeiros abutres começar a chegar. Todos me desejavam um feliz aniversário, eu acho. Não sei. Eles falavam olhando para o bolo. Até o chefe apareceu dessa vez, com um pratinho e um garfinho a postos, ignorando-me com sucesso.

Comecei a sentir a barriga doer pra valer. Não teve jeito: tive que correr para o banheiro. Olha, eu nunca apressei tanto a natureza como naquele dia, juro.

Só que não foi o suficiente.

Enquanto lavava a mão, olhei para mim mesmo no espelho e pensei “logo esse suplício termina, Anselmo. Tenta colocar um sorriso normal no rosto e aproveita a parte mais fácil: o parabéns”.

Mas então eu ouvi o som vindo lá do corredor: parabéns pra você, nessa data querida...

Eles já estavam cantando parabéns.

Sem mim!

Olhei meu reflexo, aquela criatura patética que morria de medo de desagradar aqueles carniceiros de bolo, aqueles terroristas de aniversário, aqueles...

Comedores de nata com coco! Por deus, eu ODIAVA nata e coco!!

Fui até a sala de reuniões e encarei todo mundo. Então, coloquei aquele sorriso assassino no rosto.

- A partir de hoje, se vocês quiserem bolo no meu aniversário, tragam um vocês mesmos!

Desde então, eu nunca mais levei bolo nenhum para o escritório e ninguém se opôs. Eu aprendi que a gente não precisa viver com medo de não agradar todo mundo.

Basta colocar sorriso certo no rosto.

 
 

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