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Prova N°3

Autor: Isadora Brandão
User: @isahhpsb
Nome do conto: Uma ideia genial?
Avaliadora: HeloisaGuadalupe

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— Você não pode fazer isso! Vai alterar a linha do tem…

— O quê? — virei-me a tempo de ver Sara revirando os olhos, eu já sabia o que ela ia dizer.

Ela já tinha dito mil e uma vezes que se eu voltasse no tempo, poderia alterar o mundo atual. E acabou que foi isso que aconteceu.

Eu causei uma pandemia mundial.

Você, caro leitor, deve estar se perguntando: "o que está acontecendo aqui?". Bom, para você entender, vamos ter que voltar no tempo. Mais precisamente, quando tudo isso começou.

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Tudo começou quando a minha mãe…

Nossa mãe, Nicolas.

Sara, o que você está fazendo na narração?

Essa história também é minha.

Que seja. Quieta, e deixa que eu conto.

Tudo começou em novembro de 2002. Quando minha mãe conheceu Leandro, meu padrasto e pai de Sara. A verdade é que para ser filho de Leandro, só faltou eu ter o DNA dele. Foi ele quem me criou, dando amor e carinho.

Leandro conheceu mamãe no trabalho dela e logo se encantou, saíram para jantar e na primeira noite já encomendaram uma grande surpresa. Dois meses depois, mamãe descobriu que estava grávida da insuportável da minha irmã.

Olha o respeito, Nicolas. Eu estou aqui.

Fazendo o quê? Me atormentando mesmo quando estou tentando contar uma história.

Você se esquece que minha memória é melhor.

Sara, deixe que eu conto, afinal, quem alterou a linha do tempo fui eu.

Janeiro de 2003 e minha mãe surtava porque estava grávida de alguém que mal conhecia. Leandro, como o bom homem que sempre foi, decidiu casar.

O difícil foi convencer a Dona Helena.

Sara, quieta. E deixa mamãe saber que você está chamando-a pelo nome…

Em maio, três meses antes de Sara nascer, eu tinha meu quarto na casa nova, com todas as coisas que um menino de cinco anos poderia querer. O casamento aconteceu em junho e, no dia 15 de agosto de 2003, mamãe deu à luz.

Nic…

O que você quer, Sara?

Eu acho que você deveria voltar um pouco mais no tempo.

Por?

Porque você tem que contar o que estava fazendo no momento em que desapareci, que estava impedindo meu nascimento, não contar a história dele. Voltar no momento em que você tentava impedir a mamãe de criar o perfume.

Seu nascimento veio por causa disso, foi por isso que você desapareceu.

E quem tá lendo sabe disso?

Sara, a narração é minha. Pode deixar que eu vou chegar lá.

Bom, mamãe ama perfumes e, por amar perfumes, ela trabalha em uma loja de cosméticos.

Trabalha?

É dona. Tá bom assim, Sara?

Perfeito.

A NS Cosmetics, loja da mamãe, é a maior da cidade, mas quando ela e Leandro se conheceram, a loja não passava de uma porta de bar em um beco na cidade. O que atraiu Leandro até a loja foi justamente um cheiro em específico. O da mamãe.

Meu pai tem um olfato incrível, ele teve um problema de visão quando era jovem, o que fez desenvolver sua sensibilidade por cheiros. Graças a Deus, seu problema ocular foi resolvido, mesmo assim, ele continuou treinando seu olfato.

Mamãe tem um perfume preferido, desenvolvido por ela, que juntou todos os ingredientes preferidos e fez o que ela chama de Perfection. Acontece que um desses ingredientes é lavanda, do qual eu sou extremamente alérgico. A minha vida se resume a espirrar constantemente. E não há remédio que me faça parar.

E sabe o que o gênio do meu irmão decidiu fazer? Uma máquina do tempo.

Sara, eu só queria parar de espirrar constantemente.

Foi então que eu fiz a máquina do tempo.

Conta quanto tempo você trabalha nela.

Desde meus quinze anos.

SETE ANOS, NICOLAS. SETE ANOS PRA ME FAZER DESAPARECER.

Aproveita e desaparece da narração, Sara.

Nicolas, se eu estou aqui tem um porquê.

Durante sete anos eu trabalhei na máquina, mas para ela funcionar, eu precisava de uma única coisa.

Raios. A máquina só era ativada quando um raio acertava ela. Ou seja, eu dependia de tempestade para ir até o dia que a mamãe criou o perfume dela, precisava de raio para voltar para o tempo certo. Sara descobriu que eu estava fazendo isso… então me ameaçou.

Foi então que ela foi até dezembro de 1992 comigo. No exato momento que mamãe criava o perfume. Eu dei a sorte de ser uma tarde com uma das maiores chuvas que já vi. E no momento que eu roubava toda a lavanda que mamãe tinha, Sara desapareceu.

Já te agradeci, irmãozinho?

Minha linda irmã que, mesmo sendo insuportável, eu amo, desapareceu. Ela já tinha me avisado que voltar no tempo e roubar a lavanda de mamãe não era uma boa ideia.

"Você vai alterar toda a linha do tempo".  Ela havia dito várias e várias vezes.

Quando eu a vi virando uma nuvem, só consegui pensar na pequena bebê que ela era, em como minha mãe se tornou ainda mais alegre com a chegada dela. Em como fui ensinado a cuidar dela. Roubando o ingrediente principal de mamãe, eu fiz todo o oposto. Então devolvi correndo a lavanda, tendo o cuidado de não ser visto.

Certeza que você tomou cuidado?

Mesmo assim, eu fui pego no flagra. Mamãe me viu.

Pego no flagra? Nicolas, você espirrou tanto que mamãe escutou.

Sara, são esses detalhes que se tornam desnecessários.

Na verdade, eu acho que eles dão o brilho de tudo.

Quando pensamos em máquina do tempo, imaginamos uma cabine enorme. A que eu consegui desenvolver, basicamente, é um relógio. Eu programo a data e hora, jogo ele no chão, e ele atrai o raio para si. Eu fiz algumas cópias, além de um dispositivo para conectar quem for viajar no tempo-espaço. Para ir ao lugar que eu quero, tenho que digitar as coordenadas, caso elas sejam esquecidas, a máquina te transporta para qualquer lugar, podendo ser onde você queria, ou o outro lado do mundo.

Eu estava com medo de nunca mais ver a Sara. Então, programei mais um relógio para antes de eu roubar a lavanda. O raio fez o trabalho dele, atingindo em cheio o relógio.

Deu certo. Voltei para duas horas antes. Só que fui parar do outro lado da cidade. Precisava ter a certeza que mamãe faria o perfume.

É óbvio que ela fez.

É… E é por isso que você está me atormentando.

Maninho, se não fosse eu, sua vida seria chata.

Verdade. Mas você poderia me atrapalhar menos? Ou não me atrapalhar?

É que você fala como se estivesse tudo resolvido.

Sara, me deixa. Você vai ter a sua hora de falar.

Bom, quando duas horas passaram, mamãe fez o perfume. Eu ainda não tinha a certeza que tinha dado certo, então, viajei para o começo de novembro de 2002. Encontrar a loja da mamãe foi fácil. Eu lembrava do primeiro endereço.

Como o planejado, papai apareceu na loja.

Foi quando respirei aliviado. Até alguém me assustar.

"Você apagou a minha existência" a Sara apareceu, gritando atrás de mim.

Você fez exatamente isso, apagou minha existência.


É, e você quase nos entregou para nossos pais. Leandro até procurou o som, Sara.

Mas não nos achou.

Você podia ter ficado calada.

Você podia não ter espirrado.

Até parece que eu tenho alergia à lavanda porque eu quero.

Eu te falei desde o princípio. Voltar no tempo não é uma ideia boa.

Tá, tá bom. Eu já entendi o que você quer dizer.

Deveria ter entendido antes.

Vai me deixar contar o resto ou não?

Puxei Sara para longe da loja. Comecei a procurar mais das minhas máquinas. Foi quando notei que só tinha mais três relógios.

Mais que o  suficiente para voltarmos para casa.

Entreguei um para Sara, que já sabia programar o dela.

Nic…

O quê?

Posso continuar daqui?

Se eu não deixar, você não vai me dar paz.

Que bom que você sabe, irmãozinho.

Caro leitor, meu irmão é prático. Já eu, gosto mais de detalhes. Somos Sara e Nicolas Roth, moramos numa cidade do interior da Califórnia. Meu irmão é um gênio. Sim, um gênio. Aos quinze anos ele foi convidado a estudar em Harvard. Mesmo antes de terminar o ensino médio. Ele é motivo de orgulho de toda nossa família.

Nós temos cinco anos de diferença. Fiz dezessete no último mês de agosto, e meu irmão completou vinte e dois em abril.

Depois de toda essa aventura — e estresse — de viajar no tempo, até mesmo uma mente brilhante, como a do meu irmão, pode ficar confusa.

Nicolas Roth fez sua tese provando que viagem no tempo, é sim, possível. Foi ele quem descobriu que você só precisa de algo que te faça viajar tão rápido quanto a velocidade da luz, ou da medida certa de eletricidade. Foi com isso que ele desenvolveu o relógio do tempo.

Máquina, Sara. Máquina do tempo.

Eu gosto de chamar de relógio.

Mas é uma máquina, Sara.

Eu vou continuar chamando de relógio.

Voltando para o que realmente importa, assim que Nic me deu meu relógio, digitei a data do dia de ontem, vinte e cinco de setembro de 2020.

Cheguei em nossa casa, no meu quarto, durante a noite. Meus pais ouviam o jornal que dizia o número de mortos por coronavírus.

Eu só conseguia me perguntar: “O que é isso?”. Meu irmão não aparecia, e eu só queria saber o que estava acontecendo.

Já eu, Nicolas, não estava nem em casa, nem em setembro de 2020. Não sei como, mas acabei voltando para novembro de 2019.

Não sabe como? Você digitou errado.

Que seja.

O pior foi onde eu fui parar. China. Eu não entendo NADA de chinês. Entendo de química, física, mas outros idiomas? Não.

Eu andava por aquele país sem entender nada. Até que me deparei com um rato com asas.

Rato com asas, Nicolas? Por favor. Você é gênio de ciências, entenda de biologia. Isso é um morcego.


Ok, Sara.

Havia um morcego morto próximo. Eu achei a criatura nojenta.

Mas por ali, passou um grupo de rapazes, dando risada. Eles me olharam e começaram a falar várias coisas, que mais pareciam xingamentos. Foi aí que apontaram para meus pés. E então, eu peguei o morcego e joguei para eles, que deram mais risadas ainda. Em uma brincadeira, um deles mordeu o bicho morto. Para não vomitar, olhei para meus pés. Meu tênis estava desamarrado. E então, eu entendi. Eles estavam alertando sobre o cadarço.

Por que você pode até ser a mente mais brilhante desde Einstein, mas é um burro. Quem vai querer um morcego?

Sara, você teria feito o mesmo.

Sim, teria sim.

Sem ironia, irmãzinha.

Abaixei para amarrar o cadarço e meu celular caiu no chão. Foi quando vi a data. Procurei a previsão do tempo, eu precisava de chuva, e estava sol.

Em alguma cidade próxima chovia, consegui uma carona até lá usando apps de tradução no celular.

E então, eu consegui chegar na nossa cidade. No tempo certo. Do mesmo modo. Relógio, raio.

Mas antes da ideia genial de voltar no tempo, nossos pais estavam viajando. Quando meu irmão alterou toda a linha do tempo, eu descobri que a viagem dos dois foi cancelada.

Nic chegou em casa. Sem saber da pandemia, entrou e ouviu gritos dos nossos pais. Um sermão completo sobre: máscara, banho assim que chegar em casa, álcool em gel e, para piorar, furar a quarentena.

Obviamente, meu irmão não estava entendendo nada. No tempo que ele ficou fora, eu pesquisei sobre o coronavírus… Cuidados, o que é, seu perigo, como aconteceu.

Depois do sermão, tomei banho — normal e de álcool em gel — e decidi conversar com Sara.

Eu expliquei a situação do mundo, a calamidade. Por mais que nosso país estivesse mais solto, nossos pais ainda eram severos com a quarentena, até a vacina ser aprovada.

Foi quando ela me disse a origem desse vírus que entendi minha parcela de culpa. Se eu tivesse amarrado o tênis sem mexer com o morcego, o idiota não teria mordido o morcego numa brincadeira boba e o mundo não estaria nessa situação.

Primeiro que se você não tivesse voltado no tempo, não teria apagado a existência da sua irmã, e aí não precisaria voltar de novo para fazer nossa mãe fabricar o perfume, nem teria se confundido em datas, não correria risco de ser acertado por um raio.

Agora meus relógios acabaram, e eu nem posso voltar no tempo para desfazer a pandemia.

COMO VOCÊ É BURRO, NICOLAS.

Voltar à China é muita burrice. Você encontraria com você mesmo.

Eu sei, mas poderia impedir a pandemia.

Você não aprendeu nada mesmo? Você poderia impedir a pandemia, ok, mas causaria outro efeito colateral, que talvez fosse até pior.

Então você quer dizer que voltar no tempo não é uma ideia genial?

É o que estou tentando te fazer entender desde o começo.

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