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Prova Nº 3

Autora: Débora Corrêa
User: DboraCorra91
Avaliadora: hiuky_Hoshi
Nome do conto: Nosso futuro

A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.

Albert Einstein

— Você não pode fazer isso! Vai alterar a linha do tem...

— Nem precisa terminar — Sophia o interrompeu. Nem mesmo os ótimos conselhos do seu melhor amigo Gus seriam suficientes para fazê-la mudar de ideia.

— Soph, você é a garota mais inteligente que eu conheço. Não pode estar realmente pensando nisso.

Ela nem se preocupou em responder. Os planos, esquemas e cálculos espalhados por sua mesa de trabalho eram suficientes para provar que ela estava, sim, falando sério. Já fazia algum tempo que ela estava pensando nisso. Desde que o médico disse que, talvez, as coisas não melhorassem jamais.

A última coisa que Sophia queria era perder as esperanças, mas havia desespero em seu coração. Um desespero que a fazia observar o relógio intensamente, como se pudesse fazer os ponteiros se moverem mais rápido.

Ela era uma cientista, mesmo em idade tão tenra, e estava acostumada com resultados. Hipóteses, testes e resultados. Essa era a ordem. Mas o médico fizera os testes, agora tinha lhe contado suas hipóteses, mas os resultados demorariam a chegar... Ou talvez nem chegassem.

Sophia não gostava de esperar. Já havia esperado demais até alguém a compreender e aceitar todas as suas bizarrices e loucuras. Afinal, quem acharia interessante uma jovem de 15 anos criando sua primeira fórmula para um perfume totalmente inovador? Ou aceitaria uma moça de 20 anos que sabia muito mais que ele sobre seu próprio ofício?

Leonardo apareceu em sua vida quando ela tinha 15 anos, quase completando 16. Ele foi o primeiro a sentir a fragrância que ela tinha criado no laboratório da escola, quando acidentalmente errou o corredor que levava à biblioteca. Foi a primeira vez que alguém dissera a Sophia que ela era genial. Depois desse dia, ele passou a ir ao laboratório todos os dias, mesmo quando ela passou a usar um laboratório próprio onde fazia os perfumes que estava vendendo.

Foram cinco anos de amizade que levaram a uma declaração espontânea em um dia de chuva, sob a torre do relógio onde ele morava e trabalhava. Sophia estava mostrando a ele como consertar um relógio antigo de parede quando descobriu que o problema do objeto era um belo anel com uma safira em forma de gota que estava segurando suas engrenagens. Assim que ela removeu o anel, o relógio começou a movimentar seus ponteiros, e Leonardo se ajoelhou na frente dela. Não foi surpresa nenhuma que ela tivesse chorado de felicidade.

Um ano foi tudo o que eles tiveram, até que um motorista de caminhão bêbado saísse da pista e atingisse o carro de Leonardo, mandando o homem para o hospital com uma hemorragia cerebral. Felizmente, os médicos conseguiram conter a hemorragia e o inchaço no cérebro; infelizmente, ninguém tinha certeza se ele iria despertar outra vez. Essa incerteza já durava três meses.

Sophia se recusava a perder as esperanças, impedindo qualquer um que tentasse, ou sequer pensasse, em desligar os aparelhos. Mas ela estava vendo seu amado definhando na cama de hospital, onde os únicos sons que emitia eram os dos aparelhos indicando que seu coração ainda batia. Ela já tinha ouvido falar de recuperações com mais tempo de coma, mas todos ao seu redor insistiam que nada mudaria com Leonardo.

Foi um clipe musical de uma de suas cantoras coreanas favoritas que lhe deu a ideia e renovou a chama da esperança em seu coração. Talvez, se ela conseguisse voltar no tempo e impedisse que Leonardo saísse naquela noite fatídica, ela poderia viver o amor deles mais uma vez. Então, quando Gus falou aquilo sobre a linha do tempo, ela apenas pediu-lhe que não continuasse a frase, mas o que ela queria mesmo era dizer que aquele era exatamente o objetivo.

Além disso, Gus tinha chegado tarde demais. Já estava quase tudo pronto. Sophia já tinha conseguido uma daquelas cabines telefônicas inglesas, tipo aquela usada em Doctor Who — achou que seria um toque especial fazer uma máquina do tempo como a da sua série favorita —, removido tudo que tinha dentro dela e montado todo seu aparato genial. Na verdade, sua máquina do tempo só tinha a cabine em comum com a da série inglesa, mas ela usava a ciência em vez da magia. Então, dentro da cabine, ela usou todas as engrenagens, fluidos e aparelhos de que iria precisar. Usou o mesmo relógio do pedido de casamento e um contador especial que ela e Leonardo haviam criado juntos para fazer a parte onde indicaria em que momento do tempo queria chegar. Usou o perfume que tinha feito no dia em que se conheceram como combustível.

Quando Gus chegou na torre do relógio e viu o que Sophia tinha feito, faltava apenas uma peça para que tudo ganhasse vida e ela pudesse voltar no tempo para salvar seu amor.

— Preciso de um favor — ela pediu ao amigo, ignorando o que ele dissera sobre ela ser um gênio que fazia uma besteira das grandes.

— Não vou te ajudar a estragar tudo mais do que já está estragado — ele respondeu, cruzando os braços e observando o trabalho dela com curiosidade.

Sophia sabia que o amigo adoraria ajudá-la com a invenção se não fosse o fato de que ela a usaria para mudar o passado. Por isso, não ficou chateada com a recusa dele. Como não era aquilo que ela pediria, continuou:

— Preciso de uma carona até o hospital. Está chovendo e você sabe... Eu não dirijo muito bem normalmente, imagina em dia de tempestade.

Gus estranhou o pedido, mas, como nada tinha a ver com a loucura de voltar no tempo — ou era o que ele achava —, ele concordou em ajudá-la.

No hospital, Sophia rapidamente conseguiu ficar sozinha no quarto com Leonardo. Ele estava ali, pálido. Seu único movimento era do peito subindo e descendo enquanto ele respirava lentamente com a ajuda do respirador. Os sons eram dos aparelhos apenas, como tinha sido durante três meses.

A jovem se debruçou sobre ele, repousando o queixo sobre o peito dele, como ele sempre dizia para ela fazer quando estavam juntos na cama. Aquela seria sua última chance de dizer-lhe o quanto o amava, se tudo o que tinha planejado desse errado.

— Eu sinto muito — foi o que ela conseguiu dizer primeiro. — Não consigo mais olhar para todos aqueles relógios e implorar para que andem mais rápido. Os ponteiros parecem nem se mexer. Não consigo ficar mais tempo sem você, então estou tomando essa decisão radical. Prefiro mudar tudo, prefiro me machucar. E mesmo que eu acabe me perdendo e vagando no desconhecido, sei que, não importa onde ou como, você vai me reconhecer e chamar meu nome, e ficaremos juntos de novo. Eu te amo, Leo.

Sophia não chorou. Em vez disso, ela se inclinou ainda mais e beijou o queixo dele, como costumava fazer quando estavam juntos na cama, porque ela sempre tinha sido muito mais baixa e demorava até alcançar seus lábios se estivesse com os pés alinhados aos dele.

Não esperou que ele respondesse, porque ela sabia que não iria acontecer. Sophia perdeu as esperanças de um lado, mas recobrou-as de outro. Por isso estava voltando para a torre de táxi, sem avisar Gus ou os pais de Leonardo.

Quando conseguiu chegar à máquina do tempo, a tempestade tinha piorado muito, e raios e mais raios caíam naquela parte da cidade. Sophia ignorou as probabilidades de erro que aquela tempestade trazia e entrou na cabine, colocando a última engrenagem no lugar. Ajustou o relógio e o contador na data e hora que ela tinha programado e apertou o botão vermelho — tinha que ser vermelho, porque todas as loucuras e problemas começam quando se aperta o botão vermelho... E realmente foi um problema que começou naquele instante.

O que Sophia tinha ignorado alguns minutos antes foi exatamente o que aconteceu. Um raio atingiu o alto da torre. O raio foi responsável pela descarga elétrica que passou pela torre. A descarga elétrica foi responsável pelo movimento rápido dos ponteiros do enorme relógio. O movimento rápido foi responsável pelo toque desordenado e fora de horário dos sinos. O toque foi responsável pelo tremor no piso velho de madeira. O tremor foi responsável pela rolagem do contador analógico, mudando suas informações.

Quando Sophia percebeu que seu erro de cálculo e sua pressa tinham estragado tudo, era tarde demais. Em vez de voltar três meses, cinco horas e vinte e três minutos, Sophia avançou três anos, cinco meses e vinte e três horas. Os ponteiros para os quais ela implorou por tanto tempo que andassem mais rápido estavam finalmente atendendo seu pedido.

Bom, aquilo não teria sido realmente um problema se o raio tivesse simplesmente atingido a torre sem causar estragos no teto e ultrapassar a barreira que ele mantinha entre o exterior e a máquina. Ou seja, além de atingir a torre e causar toda a mudança no cronograma, o raio também resvalou na cabine telefônica e causou uma pane elétrica, explodindo algumas engrenagens e danificando o relógio tão estimado.

Sophia não tinha só viajado para o futuro, como também não poderia voltar ao passado... ou ao presente.

Por sorte, ela não foi fisicamente afetada por nenhum dos eventos causados pelo seu erro de cálculo, então conseguiu sair intacta da cabine no futuro que ela não tinha escolhido.

Sem saber o que esperar, ela vagou pelo lugar, descobrindo que tudo tinha mudado. A torre que costumava ser um lar para Leonardo e onde ela passara muito tempo ajudando-o, não tinha mais nada de "lar". Na verdade, o lugar parecia abandonado, além de destruído. Provavelmente, o raio que destruiu o teto quando viajou no tempo foi o responsável por aquilo. Ela sabia que o prédio antigo seria muito difícil e custoso de restaurar e, se o pior tivesse acontecido com Leo, ninguém teria dado o valor e o cuidado que a torre merecia.

Ao pensar nisso, seu coração perdeu uma batida e ela correu para o hospital. Não foi difícil descobrir que Leonardo não estava mais internado, mas foi impossível descobrir o que tinha acontecido com ele. Mesmo que ela estivesse com sua identidade para se identificar, não tinha chegado a casar com ele, então não era realmente sua parente e não tinha direito algum a ver seu histórico médico. Todos os funcionários que a tinham visto quando seu amado estava internado não a reconheceram, então ela não teve escolha a não ser partir.

Foi para sua própria casa, sem saber realmente o que fazer em seguida. Foi recebida com o choro convulsivo de sua mãe, o abraço de urso de seu pai e a bronca de sua irmã mais nova, que agora parecia mais velha que ela.

— O que aconteceu com você? — Mirela gritava com raiva e preocupação. — Como pôde sumir por tanto tempo? Pensamos que você tivesse se entregado à morte ao saber que os pais de Leonardo iriam desligar os aparelhos.

— Mas já não te víamos há uma semana quando nos demos conta de que você tinha sumido — seu pai completou, acariciando seus cabelos pretos sem tirar os olhos dela, como se tivesse medo de piscar e ela sumir. — Gus disse que tinha te visto, mas você não estava na torre.

— Não estava em lugar nenhum — Mirela falou, dessa vez com as lágrimas escorrendo pelas bochechas rosadas. — Você sumiu.

A mãe de Sophia não parava de chorar enquanto olhava para a filha e segurava suas mãos. Sophia tentou explicar-lhes o que fez, tentou convencê-los de que não queria aquele resultado, mas sua irmã não quis ouvir e continuou brigando com ela enquanto também passava a mão em alguma parte de seu corpo o tempo todo, como se tivesse o mesmo medo de seus pais de que ela iria desaparecer.

Não foi possível fazer qualquer menção a Leonardo por um dia inteiro, pois sua família queria apenas ter certeza de que ela ficaria bem e ficaria com eles. Sophia estava arrasada. O que ela menos queria era causar problemas para as pessoas ao seu redor, mas seu coração tinha falado mais alto.

Somente quando seus pais adormeceram no sofá ao seu lado e ela ficou sozinha com a irmã que olhava para ela toda hora, verificando se ainda estava ali, que Sophia teve a oportunidade de perguntar o que queria.

— Você não sabe? — Mirela rebateu a pergunta em vez de responder.

— No hospital não lembravam e nem quiserem verificar os registros pra mim — Sophia respondeu, com a mão no bolso da calça jeans onde guardara a última engrenagem que tinha usado para montar a máquina do tempo. — Ele não estava na torre também, o lugar foi destruído.

— Os pais dele não quiseram reformar — Mirela explicou. — O dano foi muito extenso e as lembranças eram muito fortes. Ninguém aguentou voltar lá.

— Mirela, eu preciso saber — o mesmo desespero que sentira antes de viajar no tempo estava de volta. Ainda estava esperando pelos resultados. — O que aconteceu com ele?

Sua irmã suspirou e ficou observando-a respirar e beirar as lágrimas por um minuto inteiro. Mirela sabia o quanto a espera deixava Sophia angustiada, tinha passado toda sua vida ouvindo a irmã reclamar do tempo passar devagar. Mas ela achou que Sophia merecia o castigo, mesmo que por sessenta segundos.

— Amanhã eu te mostro — ela finalmente respondeu.

Doze horas. Aquele foi o máximo de tempo que Sophia conseguiu controlar sua curiosidade que já estava a ponto de estourar há muito mais tempo. Então, depois que Mirela acordou e tomou o café da manhã, Sophia praticamente a obrigou a fazer o que prometera.

Mirela tirou Sophia de casa sem dizer uma palavra. Ela tinha prometido mostrar, não dizer. Elas andaram por uns vinte minutos no carro que seu pai emprestou a elas, até chegarem em um dos bairros com o maior nível de comércio da cidade. Passaram por vários lojas até pararem em frente a uma relojoaria. A placa dizia "Relojoaria Essência", e suas vitrines estavam divididas entre relógios, dos mais antigos aos mais modernos, e perfumes, dos mais caros aos mais exóticos.

A irmã de Sophia ficou no carro e mandou que a irmã entrasse na loja. Sophia fez o que Mirela disse.

Quando a sineta da porta tocou, uma voz soou, contida, pelo lugar:

— Bem-vinda a Relojoaria Essência, em que posso aju...

Sophia também congelou ao lado porta que fechava sozinha. Na sua frente, a visão que ela mais desejava estava tomando forma. Leonardo estava diante de si, com os olhos arregalados, que lentamente se transformaram em um sorriso de prazer.

— Olá — ele falou, quebrando o silêncio e a tensão do reencontro.

Sem querer perder mais tempo, ele saiu de trás do balcão e foi até ela, deixando poucos centímetros entre os dois.

— Leo — ela conseguiu dizer —, você está bem.

Ainda com o sorriso caloroso em seus lábios, ele estendeu a mão e limpou a lágrima solitária que correu pela bochecha dela.

— Eu te fiz esperar, não foi? — ele perguntou gentilmente, segurando o rosto dela entre as mãos.

— Mas eu te fiz esperar também — ela respondeu, com um sorriso divertido tomando seus lábios trêmulos. Ela não sabia se chorava ou ria da situação.

— Então estamos quites — ele sentenciou antes de tocar os lábios dela com os seus.

O beijo foi o melhor que já tinham provado. Saudade, felicidade e amor preenchiam seus corações enquanto eles se conectavam da maneira que mais gostavam, cercados pelos relógios e perfumes que marcaram suas vidas.

Talvez tudo fosse voltar ao normal a partir daquele momento. Talvez tudo fosse ruir de uma vez. Talvez tudo fosse ser ainda melhor do que antes. Eram muitas hipóteses, e Sophia estava disposta a testar todas, desde que o resultado fosse o mesmo:

— Eu te amo, Sophia.

— Eu te amo, Leo.

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