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Prova Nº 2

Autora: Débora Corrêa
User: DboraCorra91
Avaliadora: Hiuky_Hoshi
Nome do conto: O pântano encantado

"O novo não é o contrário do velho. O novo é o oposto das prisões que nos impomos."

Artur da Távola

Era uma vez um jardim secreto.

Bem, não era exatamente secreto... E também não era exatamente um jardim. Na verdade, estava mais para um pequeno pântano onde ninguém queria entrar.

Todos sabiam da existência do lugar, mas ouviram dizer que lá vivia uma bruxa que enfeitiçava as pessoas que tentavam roubar seu pedacinho de chão. Todos sabiam também que naquele pequeno pântano habitavam muito animais interessantes, incluindo alguns cisnes-de-pescoço-preto que eram o desejo (aí sim) secreto de muitos caçadores da região. Nenhum desses caçadores, porém, se atreviam a caçar os cisnes que viviam no pântano da bruxa.

A princesa Sigrid nunca tinha entendido aquela lenda – na verdade, ela não acreditava mesmo –, mas sempre tinha seguido as ordens de seu pai, o rei, e jamais tinha caçado os cisnes-de-pescoço-preto. Até, é claro, o dia em que saiu com um grupo de visitantes do pai – que tinham ido até a corte, principalmente, para o baile onde o rei obrigaria a filha a escolher um marido, mas também para a caçada que precedia a festa – e ficou entediada porque nenhum deles era tão bom caçador quanto ela.

No final da tarde, quando os homens dispersaram para caçador o mesmo coelho assustado que eles perseguiram o dia inteiro, Sigrid ficou para trás e acabou avistando o mais belo cisne sobrevoando a campina.

A lua já estava alta na imensidão azul escura do céu estrelado quando Sigrid finalmente alcançou o cisne, que pousou em um dos lagos do pântano. A jovem princesa nem se deu conta de onde estava, tão focada que estava na sua nova caça. Quando tirou a flecha das costas, posicionou no arco e puxou o fio, o pássaro se transformou em um belo homem. Assim como o cisne, aquele era o homem mais bonito que já vira.

Curiosa e corajosamente, a princesa se aproximou do homem que saía despreocupadamente do lago, assustando-o com sua presença.

— Sinto muito — ela falou, sorrindo para amenizar o susto que tinha dado nele. — Acabo de presenciar a situação mais inusitada e interessante de toda minha vida. — Quando o homem não disse nada, ela continuou: — Por acaso, você era o cisne-de-pescoço-preto que pousou no lago há alguns minutos? Como é possível?

O homem, tão curioso quanto Sigrid, sorriu-lhe também e a convidou para sentar-se em um dos bancos que cercavam o lago.

— Meu nome é Otelo, e já fui, um dia, um príncipe abastado — ele explica. — Fui enfeitiçado por uma bruxa má e condenado a passar a eternidade me transformando em um cisne. Apenas em noites em que a lua está cheia, como hoje, posso passar algumas horas em minha forma natural de humano. Este lago que vemos foi formado pelas lágrimas de minha mãe e pelo suor de meu pai, que fizeram de tudo para me proteger contra a bruxa e não obtiveram sucesso. O máximo que conseguiram fazer por mim foi manter as pessoas longe deste lugar.

— E não há meio de salvar-te?

— Não penso na possibilidade há muito tempo — com um brilho esperançoso em seus olhos, Otelo observou Sigrid. — Se uma moça virgem apaixonar-se por mim, jurar-me fidelidade e aceitar casar-se comigo, poderei ser liberto da maldição. Se, no entanto, eu for traído, serei um cisne para sempre, e nem mesmo minhas noites de lua cheia terei de novo.

— E é possível fazê-lo assim? Basta jurar-lhe fidelidade?

— É preciso fazê-lo diante de testemunhas — a voz que respondeu a pergunta não foi a de Otelo.

O casal sentado no banco levantou-se rapidamente e virou-se para que pudesse observar a mulher que os interrompeu. Era um bruxa com toda certeza, com suas vestes longas de seda, uma varinha em mãos e um chapéu pontiagudo na cabeça. No mesmo instante, Sigrid soube que era a bruxa má que havia enfeitiçado Otelo.

Como queria livrar Otelo da maldição, Sigrid rapidamente pegou seu arco e mirou a flecha na bruxa, mas o príncipe colocou-se entre as duas de modo que impedia Sigrid de matar a vilã.

— Não pode matá-la — Otelo explicou. — Se o fizer antes que a maldição seja quebrada, também eu morrerei, pois estamos profundamente ligados.

Rindo da desgraça que ainda causava na vida de Otelo, a bruxa gargalhou e desapareceu tão rápido quanto havia aparecido.

Triste por ainda não poder salvar Otelo, Sigrid ficou ao seu lado até a lua começasse a baixar. Eles conversaram e se conheceram, mais do que poderiam ter imaginado que conheceriam. Pouco antes de findar o tempo que ainda lhes restava, Sigrid fez um convite:

— Venha até o palácio amanhã à noite. Será a última noite de lua cheia e você ainda voltará a ser um humano. Venha ao baile para ver-me. Quero fazer-te uma surpresa.

Feliz por ter encontrado, ao menos, alguém com quem passar suas poucas horas em forma humana, Otelo aquiesceu e prometeu ir encontrá-la no palácio.

Antes de ir embora, Sigrid ainda ficou no lago para ver como Otelo se transformava de volta no cisne-de-pescoço-preto. Enquanto a princesa voltava cavalgando para seu castelo, Otelo sobrevoou toda a campina, acompanhando o trajeto da amada.

Na noite seguinte, no salão de festas do palácio, não apenas os convidados que participaram da caçada do dia anterior, mas também outros convidados, principalmente outros príncipes na faixa etária de Sigrid, estavam presentes. O rei obrigou a filha a dançar com cada um dos jovens príncipes que apareciam, fazendo questão de lembrá-la que deveria escolher um deles para desposar ao fim da noite. Sigrid rejeitou cada um deles, pois tinha um pretendente especial em mente, e passou toda a noite desejando que este pretendente aparecesse.

De repente, o valete anunciou a entrada da baronesa Von Gussev e seu filho Otelo. Sigrid ficou encantada por seu amado finalmente ter chegado. A princesa abandonou a dança com um dos príncipes escolhidos por seu pai e correu ao encontro de Otelo. Ela estava tão feliz por vê-lo que nem percebeu que ele não falou nada, apenas estendeu a mão em um convite para dançarem juntos.

Com maestria, Otelo flutuou com Sigrid pela pista de dança enquanto a baronesa ia conversar com o rei. Assim que terminaram de valsar, Sigrid levou Otelo até seu pai, pronta para anunciar que era com ele que ela pretendia casar.

— Pai, meu rei — Sigrid falou em um tom que pôde ser ouvido por, pelo menos, metade dos convidados do salão —, eu gostaria de declarar meu amor por este homem, Otelo, e dizer que lhe serei fiel por toda a eternidade.

Antes que o rei pudesse dizer qualquer palavra, Sigrid ouviu uma risadinha vir da direção onde estava a baronesa e, finalmente, olhou para a mulher. Não demorou nem um segundo para notar a semelhança entre a baronesa e a bruxa da noite anterior. Também não demorou a voltar a observar o Otelo que estava parado ao seu lado.

Deu-se conta instantaneamente de seu erro. O homem ao seu lado não era o príncipe que conhecera no lago na noite anterior. Parecia-se com ele, obviamente, mas os cabelos eram um pouco mais longos e os olhos levemente mais escuros. Percebendo a diferença, Sigrid também deu-se conta de que Otelo lhe dissera que não aprendera a valsar antes de ser transformado, mas o homem a quem acabara de jurar fidelidade era um exímio dançarino.

Desesperada, Sigrid virou-se para a porta do salão, pronta para correr até seu amado. No entanto, ela logo notou que o verdadeiro Otelo estava parado na entrada do salão, observando-a com um semblante triste e resignado. Quando ele virou-se para ir embora, Sigrid correu até ele.

Em sua forma humana, Otelo não era mais rápido que Sigrid, pois esta passara toda sua vida correndo atrás de lebres e cervos com seu pai a fim de aprender a caçá-los. A princesa conseguiu impedir Otelo de sair do jardim do palácio, parando-o justamente ao lado do lago cristalino onde não havia cisne algum – nem jamais haveria enquanto a bruxa mantivesse todos no pântano.

— Por favor, não vá — Sigrid implorou.

— Não há mais o que fazer — Otelo falou, sem nem olhar nos olhos da princesa. — Já posso sentir a transformação acontecendo.

— E acontecerá em pouco tempo — a voz da bruxa baronesa soou pelo jardim, ainda mais alta que a dos amantes desafortunados. — Você o traiu, princesa, como eu sabia que faria quando trouxe meu filho Otílio para o baile em seu lugar.

— Eu jamais o trairia — gritou Sigrid em sua própria defesa e também de seu amado.

— Mas você o fez — Otelo a interrompeu —, eu ouvi com estes ouvidos que ainda estão em forma humana.

— Não o traí — reiterou Sigrid, segurando as duas mãos de Otelo com força, obrigando-o a olhar em seus olhos. — Eu jamais o faria.

— O que ouvi então?

— Ouviu a verdade. Eu, a princesa Sigrid, amo este homem, Otelo, e juro-lhe ser fiel e casar-me com ele.

Naquele instante, tanto Otelo quanto a bruxa Von Gussev perceberam o que Sigrid queria dizer. A princesa realmente não tinha traído o príncipe, apenas não estava segurando a mão dele quando lhe salvou da maldição.

Otelo sorriu e puxou sua amada para um beijo. A bruxa ficou extremamente irritada e tentou correr para impedi-los e matá-los, mas esqueceu-se de onde estava.

Os guardas do rei imediatamente a cercaram, impedindo-a de prosseguir, assim como seu filho Otílio, que não conseguiu escapar e abandonar a mãe.

Feliz por finalmente sua filha ter encontrado seu verdadeiro amor, o rei abençoou o casamento e prendeu a bruxa e seu filho nas masmorras para que mais ninguém ameaçasse, com magia ou não, a felicidade do casal que estava se formando ali naquela noite.

— Sabia que isto aconteceria? — Otelo perguntou a Sigrid quando os dois ficaram sozinhos ao lado do lago.

— Não tinha certeza do que poderia acontecer, mas eu imaginei que a bruxa não o deixaria livre tão facilmente — Sigrid explicou. — Eu sabia que ela estava ouvindo quando lhe chamei para o baile. Fiz o que tinha que fazer, com todas as testemunhas que pude arranjar. Não menti, meu amado, apenas não fiz da maneira correta.

— Deixe que eu o faça então. — Otelo segurou a mão de Sigrid e ajoelhou-se à sua frente. — Eu te amo, minha princesa. Prometo ser-lhe fiel para a eternidade. Gostaria de casar-se comigo.

Sigrid pulou nos braços do amado e ambos rolaram até o lago. Molhados e sorrindo, o casal se beijou enquanto Sigrid respondia que sim.

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