Médicos, Marcas de uma Guerra
Primeiro tema:
Título: Médicos,
Marcas de
uma Guerra. ☣
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Esse tema é um dos que eu tive mais dificuldade. Eu não sabia nada disso. A gente vê na televisão, e tal, mas nem imagina como é estar na pele dos médicos.
Eu pesquisei, vi vídeos, e percebi que meu problemas são nada comparados com a vida de um médico. Vejo que eles são heróis sem descanso, marcados por uma batalha sem fim, com a esperança de uma vacina, que agora parece tão perto.
Ninguém pensa em toda a batalha que eles enfrentam. Só pensam em festas, mas não no dia de amanhã. Não pensam que vão enfrentar uma batalha sem fim, não pensam que se foram entubados podem não vão voltar, e se conseguirem vencer essa batalha, ficarão com as sequelas, com marcas de uma batalha que quase os derrubou.
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Oi! Eu sou sol. Trabalho no hospital Santa Luzia, sou uma médica residente que está na linha de frente contra o coronavírus.
Eu vou contar uma história. Peço que me perdoem, eu sei que é difícil, mas tenho que contar. É muito difícil guardar isso dentro de mim.
Essa dor, essa ansiedade, o cansaço! O mundo não vai ser o mesmo depois do coronavírus. Um vírus que já matou milhões.
Acordo cedo, como de costume, me arrumo para trabalhar, tomo um café rápido e vou para o ponto de ônibus. Acordo às 5h em ponto para poder pegar o ônibus. Moro na zona sul. Sorte que eu moro um pouco perto do hospital, só tenho que pegar um ônibus, e dar uma caminhada para chegar no emprego.
A minha rotina é sempre a mesma, só os turnos no hospital que mudam.
É cansativo, eu sei, mas me tornei uma médica para salvar vidas, para poder ajudar as pessoas. Diariamente eu via aqueles médicos como heróis. E eles são heróis que movem o céu e a Terra para ajudara a curar as pessoas, são guerreiros, batalhadores, que estão gradualmente vencendo a batalha, tentam ser Fortes, mulheres e homens fortes que lutam uma guerra sem fim, com um olhar para um futuro sem o coronavírus, um futuro que parece cada vez mais distante.
Eu chego para o meu plantão e encontro os meus colegas. Comprimento a todos e eles respondem em uníssono:
—Bom dia.
—Bom dia sol. Como vai? - Diz Maria, já colocando o seu uniforme de enfermeira e sua máscara.
—Bom dia Maria. Vou bem. Cansada mas bem.
Coloquei meu uniforme de médica e o estetoscópio no pescoço.
—É muito cansativo, mas vamos seguindo. - Diz Maria já toda arrumada no caninho da porta.
Ela termina de me arrumar e de colocar os equipamentos securitários contra o coronavírus e vai para mais um dia corrido e cansativo.
Eu saio para os corredores movimentados do hospital, vou para a recepção e pego o meu prontuário com uma das enfermeiras. Hoje eu vou ver uma de minhas pacientes que está com o covid-19, ela está internada desde a semana passada.
A falta de ar é muita, ela está na UTI. O nome da minha paciente é Ana Rodrigues. Ela entrou na UTI na última terça-feira, e é uma pessoa muito gentil.
Os familiares dela estão tão angustiados! Eu não só consigo ver a tristeza deles, como sinto a dor de todos eles. Ana está lutando por sua vida como muitos estão. Eu dou o meu melhor, mas sinto que mesmo que eu faça de tudo ainda quero poder fazer um pouco mais.
Eu chego na UTI, vou direto para o leito da Ana e a cumprimento:
—Olá Ana. Como se sente hoje? - Pergunto checando os instrumentos e os batimentos cardíacos.
— Ah,doutora! Eu estou do mesmo jeito, com uma falta de ar… mas eu estou bem. - Diz Ana com um olhar abatido e cansado.
— Vou passar um medicamento para te ajudar com a falta de ar. Não esqueça de se alimentar direito, está bem? - Digo sorrindo por trás da máscara.
—Sim, doutora.
Deixo Ana em seu leito e vou checar os outros pacientes. Uma delas é Rana. Entro em seu quarto e o procedimento é o mesmo:
— Como vai Rana? - Pergunto e só posso tentar sorrir com os olhos.
— Não estou muito bem! Estou com medo! Não quero ser entubada!- Diz Rana com um olhar de medo e desespero.
—Não se preocupe! Você está bem. - Tento passar confiança com o olhar.
O paciente ao lado, ouvindo a conversa me chama:
—Doutora… - Ele tem muita dificuldade de falar.
—Em que posso ajudar? - Pergunto preocupada.
—Mais cedo disseram que vão me entubar. Se eu não conseguir sair vivo dessa, você diz para a minha família que eu a amo? - Seus olhos estão cheios de lágrimas.
Eu olho ao redor e vejo todos ali chorando, vejo o sofrimento em seus olhos.
—Sim, eu vou dizer. Mas você vai ficar bem. - Digo, segurando a mão daquele homem. Sorrindo com os olhos, chorando com o coração.
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O dia foi bem cansativo e foi muito corrido.
Hoje perdemos muitos pacientes para o coronavírus. Perdemos, aquele homem com quem falei mais cedo. Eu prometi para ele que ele ficaria bem. Acabei de dizer para a família dele. Eu vejo a dor deles. Isso é muito angustiante.
O cansaço me toma por completo. É muito exaustivo estar na linha de frente do coronavírus.
Meu coração sangra com todo esse sofrimento. Eu só não desisti porque se nós desistirmos não haverá ninguém para ajudar.
Diariamente há novos pacientes com coronavírus. Muitos que são entubados não resistem.
Eu e meus companheiros não aguentamos o cansaço que nos toma por completo. Diariamente é uma luta nova, uma batalha nova, as noites são mais longas, a privação do sono é tanta!
Termino o meu turno, vou para o ponto de ônibus, e rumo para a minha casa.
Chegando lá eu tomo todas as medidas securitárias, e desejo descansar. Hoje o dia foi difícil, perdemos muitos pacientes. O meu coração não aguenta mais e vou dormir para amanhã começar mais um dia.
Já ouviu falar de sorrir com os olhos? Tentamos parecer fortes, mas às vezes não conseguimos.
Quando uns pacientes vence o vírus, nós festejamos, mas quando um pacientes se desespera com omedo de ser entubado, temos que estar com o coração na mão e dizer que vai ficar tudo bem, mas nem sempre vai.
Tentamos permanecer fortes a cada dia, nas lutas e nas derrotas.
Sabe aquela paciente que falei no começo, a Rana? Pois eu falei para ela que estava tudo bem, mas não estava. Recebi uma ligação na noite seguinte, porque ontem foi a minha folga, e ela havia acabado de ser entubada devido às complicações do coronavírus.
Eu estou em estado de choque. Rana havia me perguntado se ela iria ficar bem, eu disse que ia.
sabe aquele especial sorriso com os olhos? Eu estava sorrindo com os olhos para ela, mas a máscara e os óculos escondiam as minhas lágrimas.
Os olhos mostram um sorriso, mas o coração sangra por isso. Diariamente eu vejo pacientes na mesma situação rezo para que eles se recuperem e que não sejam entubados. Eles sabem que se forem entubados não voltarão.
Minhas lágrimas são tantas, junto com cansaço são um só.
Não seremos o mesmo depois dessa pandemia. Em nossos rostos ficarão as marcas de uma guerra sem fim, que deixou uma sequela incurável em nossos corações.
Lutamos e persistimos. Somos guerreiros lutando contra um Vírus invisível mas perigoso.
Levanto-me cedo no mesmo horário de sempre. É minha rotina e não posso e nem quero fugir dela. Me olho no espelho e percebo que há muito tempo não olhava para o meu rosto marcado e machucado. A máscara deixa marcas, mas o vírus deixa um vazio enorme em nossos corações.
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Vou para o trabalho e sigo a mesma rotina. Pego o prontuário, e vou ver meus pacientes.
Vou ver Ana e não a encontro, olho no prontuário dela e não diz nada nele.
Vou à recepção e pergunto sobre ela. Eles me dizem que ela foi transferida.
Não me deram aviso nem nada, mas Ana deixou um bilhete que dizia:
"Querida sol, obrigada por sua gentileza. A máscara esconde as suas feridas, mas seus olhos mostram toda a sua bondade. Não se preocupe, sempre guardarei o seu sorriso em meu coração. Você é um dos muitos heróis que lutam por nós. Peço que continue lutando e que não desista, persista.
Assinado: Ana Rodrigues."
Eu fiquei sem palavras, lágrimas não paravam de cair, mas tenho que continuar, tenho muitos pacientes para cuidar.
Diariamente eu luto com esse vírus. Continuo lutando pelas pessoas.
Eu vejo as lágrimas de nosso mundo. Vejo a dor de pessoas que perderam seus entes queridos. Vejo as marcas de uma batalha sem fim, marcas que contam uma história, que contam lutas vencidas e perdidas. Marcas de guerreiros e heróis que movem o céu e Terra para nos ajudar.
Há vidas em minhas mãos, mas às vezes eu as sinto escorrendo pelas minhas mãos.
Ando pelos grandes corredores com um peso enorme em minhas costas. Se eu não fizer o meu melhor, muitos morrerão.
Continuo lutando, não importa as feridas, continuo lutando. Pois pouco a pouco vamos vendendo essa luta sem fim.
Esse Vírus tira o nosso ar e tira a vida de muitos, mas não devemos nos deixar abater.
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Os médicos são os anjos que nos protegem e nos guardam, que estão sempre lá quando precisamos
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🦊 ....RESULTADO FINAL CUNCURSO DE CONTOS L&R ....🦊
✨ 1 ✨
AUTORA - Jordana Sampaio
CONTO - Sufocados
NOTA FINAL - 86.5
🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥
✨ 2 ✨
AUTORA - Kim Anny
CONTO - A foice da morte, a luta contra o covid-19
NOTA FINAL - 71.5
🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊
✨ 3 ✨
AUTORA - Kristi E
CONTO - Até o amanhecer.
NOTA FINAL - 71
♟️♟️♟️♟️♟️♟️
✨ 4 ✨
AUTORA - Marcela
CONTO - Médicos, marcas de uma guerra
NOTA FINAL - 66
🐱🐱🐱🐱🐱🐱
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