Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Insônia


__ É hora de acordar Hebe.

Hebe ouviu alguém sussurrar próximo ao seu ouvido e abriu os olhos. Olhou a sua volta e tremeu ao se deparar com uma cena assustadora, piscou algumas vezes e tremeu.

Não era real, estava na verdade sentada em uma cadeira de rodas no jardim de um sanatório, observou vários pacientes e funcionários e sorriu quando alguém tocou seus cabelos.

__ É. É ela. Hebe Molina. __ Ouviu uma enfermeira dizer ao longe.

__ Pobre mulher. Alguém torrou sua mente a ponto dela não saber o que é realidade e ficção.

__ Ela confundiu o doutor Gale com um tal Pitter. __ Disse a mulher. __ Era o ex-namorado dela. O desgraçado matou várias pessoas em um prédio e fritou o cérebro dela. Mais ela disse que foi o doutor Gale em um hospício. Tadinha.

__ Não escute o que eles dizem. Você vai ficar bem querida.

.....

4 meses antes....

Hebe estava assustada com todos as seis mortes que tinham acontecido nas últimas três semanas. O assassino era totalmente desconhecido e poderia ser qualquer um dos pacientes do sanatório, qualquer um dos funcionários.

Talvez, tudo não passasse de sua imaginação. Talvez estivesse vendo coisas devido a exaustão e a insônia. Tinha sentido e visto coisas estranhas. Até mesmo o fantasma de uma das vítimas em um corredor.

Mais não acreditava em fantasmas, isso era loucura e talvez estivesse cansada depois de horas de trabalho. Os pacientes também haviam alegado ver um fantasma a noite, que uma garota havia atravessado a porta do quarto de um dos pacientes e arrancado seu fígado. Mais ninguém naquele lugar era considerado alguém sã ou confiável. No entanto, alguns dias depois do boato, coisas estranhas vinham acontecendo.

O comportamento dos pacientes estava cada vez pior. Mesmo os menos problemáticos estavam eufóricos e alegando verem coisas. Alguns enfermeiros e até mesmo um guarda haviam notado os tais acontecimentos. Ela era a única ainda a não acreditar nas histórias. Até a noite em que ocorrera o primeiro crime.

Realmente uma das vítimas havia sido morta de forma brutal, e seu fígado fora encontrado do lado de fora do sanatório. Sabia que havia algo de errado com o lugar, e não era obra de um fantasma todos os acontecidos estavam ligados a alguém real. Pelo menos era nisso que queria acreditar.

Também não era obra de nenhum dos loucos internados naquele lugar. Tinha investigado todo o passado dos pacientes e funcionários, mais nenhum se assemelhava a exatamente o perfil do mistérioso assassino da ilha. E mesmo que a vítima houvesse sido morta pelos pacientes às câmeras de segurança do local registrariam o ocorrido. E a julgar pelos registros no horário do assassinato, todos os pacientes estavam em suas celas cujo a segurança era restrita.

Porém agora, ela já não sabia mais em que acreditar, no início as pistas apontavam para um assassino em carne e osso, um louco insano que matava e aterrorizava por prazer. Mais havia mudado de opinião.

Até aquele momento em que estava sendo perseguida por ele, ela estava exatamente como ele queria, sozinha e com medo. Assustada e desprotegida. Correndo pelos corredores feito louca gritando, depois de encontrar o que restara dos pacientes mortos.

Depois que seus colegas e alguns outros funcionários haviam tirado suas merecidas férias, ela e outros sete funcionários haviam decidido ficar no local. E então depois de cair e bater a cabeça ela havia sido sedada para que descansasse.

Mais quando acordara, e começara a encontrar os corpos, o sangue pelos corredores, começara a surtar. A polícia havia sido acionada e uma investigação havia sido feita, mais tudo que conseguiriam fora apenas as digitais de um paciente que havia sido transferido para outra unidade há pelo menos três meses, e ele havia se suicidado uma semana depois de ser transferido. Talvez seus digitais já estivessem lá.

Por um momento as mortes haviam parado assim como os jornais e repórteres querendo entender o que havia acontecido. Por um tempo havia parado.

Até aquela noite depois que fora dormir e acordara ouvindo gritos, e quando encontrou o corpo de seu amigo começou o desespero. O jovem médico havia sido fatiado como um maldito peixe, haviam diversos cortes em seu corpo, injeções enfiadas em seus olhos, um dedo enfiado em seu ânus e o pior de tudo, sua língua, pênis e mamilos servidos em uma bandeja.

No entanto, um dos pacientes mentalmente problemáticos havia se declarado como o assassino, até mesmo suas digitais estavam no corpo, em especial nas genitais do médico. O paciente, um garoto de 18 anos com alto grau de psicopatia havia causado todo o caos e horror. Depois de admitir o ocorrido ele havia se enforcado com o próprio garfo em sua cela.

Até mesmo os loucos pacientes do local estavam assustados, alguns até mesmo haviam sido retirados e enviados a outras clínicas a pedido dos familiares. E por um tempo as coisas haviam se acalmado. Não haviam mais mortes, e os boatos sobre monstros e fantasmas haviam acabado. Tudo ocorria bem.

Bem lá no fundo ninguém conseguia entender o que havia acontecido, nem mesmo Hebe. As vezes ela se questionava se tufo não passava de uma ilusão que afetava a todos por estarem cansados.

__ Ainda bem que as coisas se aquietaram.

Ela ouviu um dos seguranças dizer enquanto faziam uma ronda pelos corredores do local. Os dois faziam aquilo todas as noites, ela queria ter a certeza de que tudo estava bem.

__ É. Isso é bom. __ Disse ela e suspirou. __ Esses duas as coisas tem sido cansativas. Os novos pacientes são difíceis de entender e lidar.

Tomando um gole de café amargo ela sorriu quando o guarda abriu uma caixa com rosquinahs e lhe entregou uma.

__ Eu sinto falta do Wilson, ele saberia lidar com tudo isso. __ Continuou. Wilson, o médico que havia sido assassinado conhecia aqueles pacientes a mais tempo que ela, mais mesmo assim havia sido morto por um deles.

__ Quando você terá suas merecidas férias? __ Perguntou o guarda.

__ Inicio do verão. Quero visitar a Austrália e descansar um pouco.__ Disse ela e bebeu seu café novamente. __ Além disso, o hospital enviará um novo responsável, meu irmão Chris.

__ Desejo-lhe um ótimo verão Doutora. __ Disse ele ao jogar o resto do café no lixo. __ Bem, eu tenho que continuar as rondas. Tenha uma boa noite e um bom descanso Doutora.

__ Obrigado Nest. Tenha uma boa noite.

Observado o homem sair, ela suspirou minutos depois deixou a cozinha, passou pela sala de escritório médico e pegou o elevador, saiu do prédio e seguiu em direção ao prédio do alojamento. Um vento frio levantou as folhas e balançou a copa das árvores, o silêncio ao redor era aterrador, ela podia até mesmo ouvir sua própria respiração enquanto andava, os passos apressados.

Sentido um calafrio ela prendeu a respiração quando a sensação de está sendo observada fez seu coração acelerar, as mãos suadas e frias, apressou ainda mais seus passos, era como se atrás dela alguém respirasse através de uma máscara de mergulho. Engolindo em seco ela começou a correr apressada enquanto seus passos ecoavam pela estrada.

Parando em frente ao prédio, ela apertou o botão que abriu o elevador, estava com medo, olhou para trás e tremeu ao ouvir o barulho de passos se aproximando, o som se tornado aterrador no silêncio do pátio, entrou no elevador e apertou o botão do quinto andar e respirou ofegante ao se encostar na parede. Olhou a hora em seu relógio e saiu quando o elevador parou e as portas se abriram.

Olhou o corredor vazio, uma das luzes havia sido quebrada, deixando o local um pouco sombrio, caminhando apressada ela pegou as chaves de seu quarto, as maos trêmulas errando a abertura, olhou para o elevador e para as escadas e entrou no quarto quando conseguiu finalmente abrir a porta. Fechou e guardou a chave.

Ascendendo as luzes da sala ela correu até a janela e olhou para fora, soltou a respiração ao notar que estava lá vazio lá fora, Sorriu e balançou a cabeça, se não dormisse ou controlasse seu medo, acabaria como aqueles pacientes que tanto tentava curar.

Naquela noite, Hebe não conseguira dormir. Tinha sonhado que se jogava do penhasco e morria depois de se chocar contra as rochas.

Acordara horas com o barulho de uma cirene alertando que algo havia acontecido. Um dos pacientes havia fugido de sua cela e se jogado do penhasco, seu corpo fora esmagado pelo impacto. Pelo visto, as coisas iriam piorar novamente.

As mortes haviam voltado a acontecer, não com a mesma frequência de antes, mais ainda estavam acontecendo.

Pelo menos sete residentes haviam se suicidado, um havia furado e arrancado o próprio olho, o outro mordera a língua até sangrar, uma garota havia se enforcado com o lençol da cama, e um dos novatos, depois de estripar três pessoas enquanto tomavam banho, cortou os pulsos e morreu.

Todos as vítimas eram mentalmente perturbadas. Estavam entre os piores pacientes, eram esquecidos pelos próprios familiares. Era como se estivesse pressa em um inferno. Todo aquele lugar cheirava a morte.

......

Todos que residiam no lugar haviam sido mortos enquanto dormiam, até mesmo o que restara dos pacientes. Mortos por envenenamento, outros haviam cometido suicídio.

Nao conseguia entender o por que de tudo aquilo. O por que de ser a única ainda viva. Até mesmo o diretor estava morto. Confusa e com medo ela agora temia pela própria vida.

Tremeu por sua própria sanidade.

Mais sabia bem lá no fundo que não estava louca, que aquilo tudo era real. Real demais para suportar. Não havia como fugir do lugar, as portas haviam sido travadas e a sala de segurança e monitoramento trancada.

No entanto, tudo não passava de um maldito pesadelo. Um maldito pesadelo contato por Neer um dos novos pacientes. E agora até mesmo ela estava sonhando. E depois de sentir que estava sendo observada sempre que dormia, tomava banho, ou voltava para o alojamento.

Averiguara as câmeras de segurança mas não encontrara nada. Não havia nada.

__ Doutor Shiren anotou os medicamentos que pedir ? __ Perguntou ela quando um jovem médico entrou em sua sala. __ Preciso que você reveja o paciente da ala 2, quando 25. Ao que parece ele vem tendo complicações devido um dos medicamentos. Talvez seja isso que tenha afetado a garota do quarto sete.

__ Eu irei analisar mais tarde. Tenho que cuidar de um dos novatos da ala treze b. __ Disse o garoto e sorriu antes de guardar alguns papéis.

__ Você vou a lista de informações dos novos residentes ? Preciso de algumas informações. __ Disse ela ao verificar várias gavetas.

__ Acho que estão com Lenny na sala de arquivos. __ Disse o garoto. __ Eu pegaria para você agora mais estou com um pouco de presa.

__ Tudo bem. Eu mesmo irei. __ Disse ela ao vestir seu casaco.

__ Ok. Até mais.

Disse ele e saiu. Sozinha ela saiu e pegou o elevador. Desceu até a sala de arquivos e entrou na sala. Haviam várias estantes e armários com arquivos, observou a placa com " Fui almoçar " Deixada por Lenny e suspirou, procurou pela pasta com informações e a encontrou no alto de uma prateleira. Pegou uma cadeira e subiu em cima, estava prestes a pegar a pastar quando perdeu o equilíbrio e caiu, bateu a parte de trás no chão e gemeu, sua visão estava turva e embaçada, tocou a cabeça que sangrava e prendeu a respiração ao ouvir o som de passos.

Eram os mesmos passos do dia em que fora perseguida até o alojamento. Fechou os olhos enquanto os passos se aproximavam cada vez mais.

.....

__ Hebe onde está você?

Ouviu alguém sussurrar. A voz era familiar, por um momento pensara ser de seu amigo Pitter, mais ele estava morto.

__ Vamos apareça Hebe, vamos brincar.

Escondida dentro de um armário ela fechou os olhos e tapou a boca com uma das mãos. Estava ignorando a vontade de sair e correr, se jogar de uma das janelas. Qualquer coisa era melhor que ficar ali, tudo aquilo que acontecia era horrível.

Mais ela apenas continuou no armário, entreabriu a porta e seu coração acelerou ao ouvir passos dentro do cômodo, suas pernas estavam bambas, o assassino estava parado próximo a uma mesa. Então ele saiu e ela soltou a respiração aliviada.

Esperou alguns instantes e saiu para fora, tentou abrir uma janela mais está estava emperrada, lágrimas molhavam seu rosto e ela mordeu a parte interna da boca evitando gritar.

__ Não tenha medo.

Ouviu alguém dizer e quando se virou o assassino estava atrás dela, segurava uma faca de cozinha, vestia roupas pretas e usava uma máscara de médico.

__ Fique calma.

__ Quem é você e o quer?__ Perguntou ela e pegou um jarro e jogou contra dele que desviou e gruniu.__ Eu não fiz nada.

Gritou e quando ele avançou em sua direção ela empurrou uma cadeira impedindo que ele se aproximasse e correu em direção a porta. Mais parou de repente ao sentir algo atingir sua perna e caiu.

A dor era dilacerante, e quando ele se aproximou e puchou a faca de sua perna ela gritou, ele a arrastou até uma cadeira e a sentou. A encarou friamente e girou a faca ensanguentada nas mãos.

Assustada ela gritou, se perguntou quem seria por trás da máscara, quem havia feito todas aquelas atrocidades. Mesmo assustada ela olhou fixamente para seu rosto e tremeu quando ele pôs as mãos em seus ombros. Sufocou um grito e fechou os olhos.

Acordado de repente Hebe se ergueu da cama da enfermaria e encarou a enfermeira que anotava algo em uma prancheta. Tocando a parte detrás da cabeça ela gemeu e olhou a sua volta.

__ Karen? O que aconteceu? __ Perguntou ela quando sua cabeça voltou a doer.

__ Você caiu na sala de arquivos e bateu a cabeça. __ Disse a mulher ao guardar a prancheta. __ Pitter encontrou você inconsciente faz três. Você dormiu por um bom tempo. Estávamos todos preocupados.

__ Três dias... __ Sussurrou ela e engoliu em seco. Tinha dormido por três dias.

__ Esses dias as coisas tem estado conturbadas. Alguém trocou a medicação de alguns pacientes por isso eles estavam alterados e fora de controle. __ Continuou a enfermeira. __ Por sorte Pitter descobriu e tudo voltou ao normal.

__ Que bom.

__ Ele é nosso herói. __ Disse a mulher antes de se virar e caminhar até a porta. Seus passos lentos como os de uma bailarina, até mesmo sua expressão corporal era assustadora.

Sua voz doce ecoando pelo quarto. Sentindo um arrepio Hebe piscou os olhos.

__ O que ?

__ Eu estou saindo agora. Volto mais tarde.

Observando a mulher sair ela balançou a cabeça e soltou a respiração.

__ É apenas a sua mente.

Disse e fechou os olhos.

.....

__ Hebe você está bem.__ A voz de Pitter a arrancara de seus pensamentos e ela o encarou boquiaberta.

__Eu... Eu...

Sibilou ela e piscou uma, duas, três vezes antes de recuperar os sentidos. Encarou seu amigo e engoliu em seco, se perguntou como aquilo era possível, em um instante estava frente a frente com um assassino insano e no outro encarava seu amigo Pitter, era como se tudo não passasse de uma ilusão criada por sua mente.

Sentiu o inconfundível cheiro de café do refeitório e sorriu, olhou a sua volta e percebeu vários funcionários, até mesmo Mileine a faxineira. Sorriu e soltou a respiração. Sua cabeça ainda doía devido ao acidente na sala de arquivos.

Tinha batido a cabeça e sido encontrada por Pitter. Por sorte não nada se ferido gravemente. O corto em sua cabeça não levara mais do que cinco pontos, e depois de alguns enxames, receberá alta. Porém ainda estava tentando esquecer as imagens do sonho. Era como se estivesse alucinado entre o que era real e imaginação.

Todo o medo, os gritos, os corpos faziam parte de um pesadelo. Estava dormindo acordada.

__ Pitter, eu estou tão cansada...__ Sussurrou ela e suspirou.

__ Eu entendo. Acho que você precisa de férias. __ Disse ele preocupado. __ A quanto tempo você não tira férias?

__ Esse é o meu quinto ano aqui. __ Disse ela e fechou os olhos. __ Acho que estou enlouquecendo. Tenho tido a impressão de que estou sendo observada, perseguida, vendo e ouvindo coisas.

__ Quando eu cai e bati a cabeça. __ Começou ela. __ Pensei ter visto algo. Tenho certeza de que vi algo.

__ E o que você viu ? __ Perguntou Pitter e ela abriu os olhos e engoliu em seco. Prendeu a respiração. De repente estava frente a frente com um assassino segurando uma faca de cozinha. Piscou várias vezes até reconhecer Pitter que a encarava preocupado.

__ Um assassino usando máscara e segurando uma faca. __ Disse ela.

__ É a sua mente Hebe. Você está cansada.

O medo e a confusão estavam deixando-a desestabilizada. Estava começando a surtar. Desde que se formara em psiquiatria sempre cuidara da loucura de seus pacientes, sempre soubera ouvir e compreender os problemas de mentes perturbadas e problemáticas.

Mais agora o jogo havia virado, era ela quem estava começando a surtar, tinha certeza de que tudo que tinha visto era real, me mesmo que não houvessem corpos e nem pessoas mortas, ainda era real.

Tudo não passava de uma ilusão. Estava tão cansada que já não conseguia mais distinguir o que era realidade e nem ilusão.

__ Insônia? Por que não descansa um pouco Hebe?__ Disse ele e ela fechou os olhos, estava cansada, o corpo pesado, sentiu a mão de Pitter toca seu pulso de forma gentil e ergueu a cabeça.__ Você está horrível.

__ Ainda tenho mais algumas observações a fazer antes de me dar o luxo de dormir.__ Disse ela e tomou um pouco de seu café.__ E você quando irá voltar para casa ?

Em resposta Pitter apenas sorriu e baixou a cabeça.

__ Voltarei para casa quando terminar tudo que começamos aqui.__ Disse ele e colocou as duas mãos sobre a mesa.__ Não posso sair sem terminar de brincar com você. Sem arrancar alguns gritos e fazer você pagar por tudo que me fez, sua vadia.

Sentido seu coração acelerar ela tremeu e o encarou, deu um grito e se afastou de costas até esbarrar em algo. Não era Pitter, também não estava mais no refeitório, estava sentada em uma cadeira, em seu escritório, enquanto ele a encarava sorridente e segurando uma faca de cozinha.

A voz era a de Pitter, mais o rosto, nunca o vira antes. Fechou os olhos e colocou as mãos na cabeça, nada daquilo fazia sentido. Começou a dizer a si mesma que tudo era coisa de sua mente, que nada daquilo era real.

Até mesmo o assassino, mais algo a fez mudar de ideia no momento em que sentiu a respiração gélida dele em seu pescoço.

__ Você está me ouvindo Hebe?__ Perguntou ele e tocou seu rosto com a faca.__ Não posso sair e não posso deixar você ir.

__ Quem é você e o quer?__ Perguntou ela e virou o rosto. __ Por favor me deixe em paz.

__ Você será minha última vítima.

Dito isso ele avançou sobre ela e a segurou com seus braços fortes, com medo ela gritou e ele sorriu antes de colocar a faca em seu pescoço.

__ Hebe... Pare de reagir Hebe...

Se debatendo ela abriu os olhos e encarou Pitter ofegante, percebeu que durante todo aquele tempo esteve abraçada a ele, e não ao assassino. Estava enlouquecendo de verdade, não conseguia mais entender nada.

Nao sabia mais o que era real e nem o que era ilusão. Sem palavras ela olhou para suas próprias mãos e depois encarou Pitter que a encarava preocupado.

__ Estou ficando louca.__ Disse ela e tentou correr mais ele a segurou novamente.__ Estou enlouquecendo e a culpa é deste maldito lugar. Quero ir embora.

__ Hebe acalme-se. __ Disse Pitter e ela olhou em sua direção, ele segurava uma injeção em uma das mãos.__ Você não está bem Hebe, precisamos seda-la.

__ Eu quero sair...__ Disse ela e deu um passo para trás arremessou algo sobre ele e tentou correr mais ele a impediu e a jogou contra a parede.__ Eu quero...

Sua mente fora aos poucos se acalmando. Suspirou e fechou os olhos.

....

2 dias depois...

Acordado em seu quarto Hebe se levantou da cama ainda tonta e desestabilizada devido ao sedativo aplicado por Pitter. Tinha dormido por dois dias, arrumando os cabelos ela olhou para fora pela janela e suspirou, tinha perco o controle e surtado devido o cansaço.

__ Hebe você acordou? __ Ouviu alguém dizer e se virou quando Pitter entrou em seu quarto.

__ Sim. Acho que eu precisava dormir um pouco. __ Disse ela e se sentou na cama. Sentando-se ao seu lado ele tirou uma maçã e a encarou.

__ Eu tive que sedar você. __ Disse ele. __ Sinto muito se machuquei você.

__ Você fez o correto. Qualquer um teria feito o mesmo.

Disse ela e ele sorriu, lhe entregou um copo com água morna e afagou seus cabelos. Os dois se conheciam a anos, tinham um bom relacionamento como colegas de trabalho. No lugar de Pitter ela teria feito o mesmo. Sorrindo ela bebeu a água e o encarou descascar outra maçã.

__ Pitter eu vou ficar bem?

__ Isso depende de você.

Disse ele amavelmente.

.....

Medo era isso que Hebe sentira ao acordar no meio da noite. Ouviu o barulho de algo batendo na porta e se ergueu. Olhou para fora pelo olho mágico mais não viu nada. Abrindo a porta ela saiu para fora e se abraçou. O corredor estava vazio, assim como o pátio do prédio de alojamentos.

Meia noite, reparou ao conferir o relógio em seu pulso, um vento frio soprava seus cabelos enquanto ela caminhava em direção ao prédio da enfermaria. Tinha sido suspensa por uns dias para descansar, Pitter havia lhe receitado alguns calmantes, há pelo menos uma semana estava conseguindo dormir bem.

Pitter estava conseguindo um ótimo resultado com os pacientes. Em breve ela teria alta e voltaria ao trabalho. Entrando no saguão da enfermaria ela se aproximou do balcão a procura da recepcionista e notou que estava vazio.

Uma luz balançava e piscava no teto, a porta que levava a sala onde ela estivera dias antes estava aberta e as luzes apagadas, se aproximando ela ascendeu as luzes e estava prestes a sair quando notou que havia alguém deitado em uma das camas.

Se aproximou e cobriu a boca com uma das mãos, as lágrimas turvando sua visão. Havia sangue no lençol, e embaixo do pano o corpo da recepcionista, seus olhos haviam sido perfurados e sua língua arrancada. Piscando várias vezes ela disse a si mesmo que era uma ilusão, no entanto, quando tocou o pano e o líquido vermelho percebeu que estava acordada e era real.

A mulher estava morta, e aquele sangue era real. Se afastando ela correu e saiu do prédio, a respiração ofegante, o coração acelerado. Tufo era real, passando pelo jardim do prédio dos pacientes ela entrou na recepção e sufocou um grito ao encontrar o corpo de um guarda atrás do balcão. Um bisturi cirúrgico estava enfiado em uma garganta.

Entrando no elevador assustada e subiu até o segundo andar e saiu para fora quando as portas se abriram. Do lado de fora, Nest sangrava devido um corte em sua garganta, o sangue se espalhando em uma poça ao seu redor. Passando pelo corpo, ela entrou na ala das celas e cobriu a boca, todos os residentes haviam sido brutalmente assassinados, e estavam presos a suas camas, e depois de alguns minutos ela encontrou o mesmo cenário em todos os andares e celas.

Mortos, estavam todos mortos, havia sangue e corpos em toda parte. Quem quer que houvesse causado todo aquele horror tinha a mente ainda pior que aqueles pacientes mortos, cujo a maioria se quer sabia por que estava ali. Aquele era um verdadeiro inferno de medo e sangue. Encontrara o corpo de Karen com uma injeção enfiada em seu nariz próximo a sala de Pitter e tremeu.

Algo lhe dizia que quem quer que tivesse feito tudo aquilo estava dentro daquela sala. Com medo ela deu um passo para trás e tremeu. Estava prestes a abrir a porta quando alguém tapou sua boca com um pano e ela sentiu o forte cheiro de formol invadir suas narinas enquanto tentava se libertar. Aos poucos sua mente fora ficando leve e ela apagou.

__ Não...

Como se sua mente e corpo trabalhassem em conjunto ela abriu os olhos assustada e pisou sobre o pé do agressor que a soltou, empurrando-o ela correu em direção as escadas e começou a subir enquanto era perseguida, escorregando em um degrau ela se ergueu e entrou na porta de acesso ao sexto andar.

A respiração ofegante, o coração acelerado. Entrando em uma sala médica ela se esconde atrás de uma estante e tapou a boca. Ouviu os passos do lado de fora e tremeu quando o assassino abriu a porta e ascendeu as luzes da sala. Olhou atrás da porta e embaixo da mesa e depois saiu.

Soltando a respiração ela saiu para fora da sala e olhou o corredor vazio. Se conseguisse chegar a sala da direção e estaria mais segura. Seria mais rápida pelo elevador, no entanto o assassino a pegaria assim que saísse para fora. Se fosse pelas escadas ficaria cansada demais para se defender.

Mais era tudo ou nada. Ouvido os passos apressados dele ela apertou o botão do elevador para o primeiro andar e correu em direção às escadas. O desgraçado não a pegaria. Não iria morrer assim tão fácil. Estava farta daquele jogo. Correndo pelos degraus ela respirou ofegante ao parar em frente a porta do sétimo andar.

Abriu a porta e olhou cuidadosamente o corredor lá fora, estava vazio e assim como nos andares inferiores, haviam mais funcionários e pacientes mortos. Correndo até a sala do diretor, ela escorregou no sangue espalhado pelo chão e começou a chorar. Entrando na sala ela tremeu ao notar o corpo do diretor totalmente mutilado sobre a mesa. O telefone enfiado em sua boca, sangue molhava os papéis e as flores falsas no chão.

Escondendo-se ela procurou por algum celular nos bolsos do falecido e sorriu, pegando o aparelho ela discou o número da polícia e esperou que atendessem do outro lado.

__ Polícia de WimingVills em que posso ajudar.

__ Eu me chamo Hebe Molina e trabalho no sanatório Havelwy, preciso que mandem ajuda, alguém atacou e matou várias pessoas, funcionários e pacientes. __ Disse ela e olhou para a porta assustada.

__ Preciso que me informe o seu nome e endereço. __ Disse a mulher. Eufórica Hebe xingou e tremeu ao ouvir a porta se abrir.

__ Alô. Socorro. Tem alguém aí.

__ Preciso que me informe seu nome e endereço. __ Repetiu a mulher e Hebe soltou o telefone. Atrás dela, o assassino falava ao telefone enquanto usava um modificador de voz. __ Não se preocupe alguém está indo até você.

__ Não... Não....

Gritou ela quando o assassino avançou, jogando uma pasta de papeis em seu rosto ela o chutou e tentou fugir mais ele segurou em seu casaco e a puchou fazendo com que caíssem. Chutando-o no rosto ela gritou quando ele apertou o ferimento em sua barriga e o mordeu.

Tentando correr ela estava prestes a alcançar a porta quando ele segurou em sua perna e ela escorregou no sangue do diretor. Bateu testa contra o chão e gritou enquanto ele se arrastava sobre ela, tentou se soltar mais ele a socou no rosto.

Sentindo o sangue escorrer em seu nariz ela sentiu quando ele segurou em seu tornozelo e começou a arrasta-lá para fora da sala. Entrou no elevador e desceu até o 2 andar.

Sangue inundava suas roupas e cabelo, um corte sangrava em sua testa, tentou se soltar mais não conseguia. Estava fraca demais, gemendo ela fechou os olhos quando ele abriu uma sala e a arrastou para dentro. Ao longe pensara ter ouvido o som de cirenes mais talvez fosse só sua imaginação. Fechou os olhos.

__ Pare Pitter... Por que está fazendo isso.__ Perguntou ela quando ele soltou sua perna.

__ Por que é divertido. __ Disse ele e lhe deu as costas. Pegando uma barra de ferro ela se ergueu e o atacou mais como se houvesse previsto seu movimento ele se virou e a empurrou.

Hebe gritou quando bateu a parte de trás da cabeça contra a parede. Sua visão estava turva agora e enquanto tentava se erguer ouviu uma risada e olhou na direção de Pitter. No início pensara que estava louca por desconfiar de Pitter, até perceber que ele é quem estava trocando os medicamentos dos pacientes.

Estava conseguindo mexer e destruir ainda mais a mentes dos pacientes, tinha feito com que matassem um ao outro e atacassem e matassem os funcionários. Tinha feito um maldito jogo de gato e rato sangrento e brutal. Tinha descoberto a verdadeira identidade dele.

__ Por que está fazendo isso ? __ Perguntou ela. __ Você é um maldito doente.

__ Não. Você é doente. E esta na hora de tomar o seu remédio baby. __ Disse ele e aproximou o rosto do dela que gritou.

Sentido os lábios deles capturarem os seus em um beijo forcado ela tentou afastá-lo mais ele a impediu.

__ Me solte. Eu só quero ir embora. __ Disse ela e começou a chorar. __ Só quero ir para casa.

__ Você está em casa.

Sentiu algo tocar sua pele e depois observou-o retirar a injeção de seu braço, sentiu o corpo começar a ceder levemente, então tentou se mover mais suas pernas estavam pesadas.

__ Não há como sair...

Ouviu-o dizer enquanto andava pelo cômodo, ouviu-o arrastar alguns móveis, tentou gritar mais estava sem voz. O sedativo estava paralisando seu corpo.

__ Você não está louca Hebe.__ Disse ele antes de arrasta-la, sentiu o corpo ser erguido e depois estava deitada em uma maca.__ Eu sou real. Vivo aqui a muito tempo, todos me vêem como um fantasma mais sou real.

__ ghunn... Não...

Aquilo era um pesadelo, um pesadelo horrível e ela queria acordar, pensava ela. Ou talvez estivesse mesmo louca como os pacientes. Se perguntou se não seria ela um dos pacientes. Então o assassino descrito por todos as vítimas era real. Estava bem ao seu lado. Tinha matado todos e agora chegaria sua vez também.

Nunca estivera louca.

__ Por que eu...__ Perguntou ela, estava ficando sonolenta.

__ Por que eu escolhi você.

Sentiu novamente o aço gélido da faca tocar a pele de seu pescoço e gritou.

__ Esse lugar é amaldiçoado Hebe e para sair daqui preciso de um sacrifício e de várias vítimas.__ Disse ele e suspirou, tocou seu rosto e sorriu.__ Isso é um jogo insano e doentio, onde fantasmas são reais, e monstros também. Pelos menos eu gosto de pensar assim. Você me criou e agora não pode me matar.

Ela podia até ser louca mais ele era ainda pior, sentiu as lágrimas turvarem sua visão e prendeu a respiração. Fechou os olhos. Não havia como escapar, e se aquilo era um jogo já tinha perco a partida.

__ Quem é você?__ Perguntou ela e tremeu quando olhou em sua face.

Mesmo com a visão turva ela pode notar um rosto totalmente desfigurado, suas mãos eram pálidas e cheias de cicatrizes, e havia uma enorme cicatriz em seu pescoço. Como um corte grande e profundo. Ele era um monstro.

__ Eu sou o fantasma. O assassino doentio criado na sociedade e que foi mantido aqui a muito tempo, agora eu quero sair.__Comentou ele e sorriu friamente. __ Eu quero muito sair. Quero que todos lá fora me conheçam e conheçam a minha arte.

__ Se você queria a mim por que matou todos os outros residentes?__ Perguntou ela quando ele passou a língua sobre a faca suja de sangue.__ Por que matou todos? Por que está fazendo isso ?

__ Por que a sociedade me criou assim, e agora eu vou voltar pra casa.__ Disse ele e ela gritou quando ele passou a língua sobre os lábios como um animal faminto e sedento.__ Eu sou mais um dos vários loucos que existem lá fora, e você é a minha ovelha.

__ Não... Não...

__ Obrigado sociedade...

Disse ele e ela fechou os olhos quando algo gélido tocou seu pescoço, então ela sentiu uma dor leve, depois sua respiração foi ficando cada vez mais pouca. A visão embaçada, então tudo se apagou.

__ Agora você decide se o jogo é real ou não.

......

__ Doutor Gale. Bom dia.

Disse uma enfermeira ao jovem médico que empurrava uma cadeira de rodas onde estava sentada uma paciente, a mulher cabisbaixa estava em silêncio e encarnado o vazio, os cabelos longos e negros caindo sobre o rosto, ao longe parecia um fantasma assustador.

E de fato era um fantasma. A única sobrevivente de um massacre. Seu ex-namorado, o maldito depressivo havia matado sete pessoas no prédio onde ela morava, mantido-a presa em seu apartamento por meses enquanto a torturava e abusava de todas as formas. No fim quando ele pensou que ela estava morta, a descartou no prédio de um manicômio abandonado. No seu relato ela alegou ter sido atormentada por fantasmas e por um assassino.

Depois das investigações, a polícia havia descoberto o massacre no prédio e o culpado estava foragido. O único suspeito era seu namorado. Pitter, a quem ela dizia todos os dias que era o doutor Gale.

O prédio iria ser demolido quando ela fora encontrada, o corpo ferido e se arrastando pelo corredor, estava assustadora. Depois de ser considerada mentalmente perturbada e traumatizada pelos danos das torturas e abusos, sua própria família a colocou ali, naquela clínica de loucos.

__ Fantasma.... Fantasma....

Sussurrou ela e olhou para o pátio, sorriu, os olhos perdidos e sem brilho. Era de fato um fantasma. Assim como o homem que empurrava sua cadeira de rodas. Eram fantasmas em carne e ossos, fantasmas de um passado distante e um presente que não se sabia ter um possível futuro.

....

E tai aí galera mais um conto da Série Contos do Terror Vol I Fantasmas. O conto se chama insônia, espero que gostem. Este é um pouco diferente dos outros mais espero que gostem e desculpem pela demora.

Boa leitura.

Bjs, Mary Cast.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro