A Casa Maldita
Londres, Julho de 2008.
Alguma coisa sempre acontecia depois da meia noite, era como se não houvesse ninguém em casa, nem mesmo o bebê chorava reparou Leslie. Sempre fora um menino observador e perceptivo, mesmo que tivesse apenas 14 anos de idade.
Alguma coisa naquela casa o assustava quando ia dormir, sentia calafrios desde que fora morar ali com sua família. Tinham se mudado a apenas cinco meses, no início pensara ser apenas impressão sua pelo fato de ainda está se acostumando a nova casa.
Mais não, não era só impressão sua, realmente havia alguma coisa errada na casa, e isso estava deixando-o preocupado, primeiro encontrara seu cachorro morto nos fundos da casa, lembrava de ter ouvido o cão latir sempre depois da meia noite, e durante o dia ele sempre olhava para a janela de seu quarto e rosnava como se visse algo ou alguém.
E depois de alguns dias ele morrera enquanto dormia na garagem da casa, pensara ser devido ao ferimento causado por algo enquanto ele brincava na rua ou durante a mudança, mais agora nada mais fazia sentido.
Nem mesmo a morte de seu gato, o animal morrera afogado na pequena piscina, e fora encontrado por Mackenzie sua irmã caçula. A garotinha tinha dito ver alguém afogar o gato mais os pais haviam dito que ela apenas havia criado a ilusão em sua mente por ser muito pequena.
Mais Leslie não acreditava, não depois de começar a ouvir passos no corredor depois da meia noite, na primeira vez pensara ser sua mãe, Ronda tinha insônia, e as vezes costumava andar pelo apartamento antes de irem morar ali.
Mais conforme os dias foram se passando ele notou que os passos aconteciam depois da meia noite, e depois da morte do gato e do cão, estava ficando difícil suportar o silêncio.
Nunca fora de acreditar em histórias de fantasmas, mais estava começando a se questionar sobre a história daquela casa, então em um certo dia decidira fazer uma busca na internet sobre o imóvel e acabara descobrindo que o local havia sido palco de uma tragédia três anos antes.
Uma família com a mesma quantidade de pessoas que a sua haviam morrido no local e a causa das mortes não haviam sido descobertas.
Tentara perguntar aos vizinhos, talvez soubessem de algo, se não haviam notado algo estranho, mais todos sempre elogiavam a maldita casa e diziam que a tragédia que havia acontecido ali fora apenas uma fatalidade do destino.
__ Não conseguiu dormir Leslie.__ Ouviu alguém dizer e observou quando seu pai adentrou seu quarto.
__ Eu estou sem sono.__ Disse e sorriu, acendeu as luzes do quarto e se sentou em um lado da cama.__ O que houve? Tem estado distante nos últimos dias.
Em resposta ele apenas se sentou sobre a cama e sorriu, queria muito contar aos pais sobre a tragédia que acontecera na casa e que não se sentia bem, que sentia que havia algo de errado com o lugar, mais tinha medo de que pensassem que ele era medroso.
Ou que rissem dele, como os vizinhos da casa ao lado haviam feito, mais não tinha coragem para isso.
__ Eu estou bem papai, é só que sinto falta do Bill e do Arnold.__ Disse ele ao se referir aos animais de estimação.__ eu gostava do nosso apartamento, não gosto dessa casa.
__ Filho eu sei que é difícil, mais devemos aceitar as coisas como elas acontecem, o que aconteceu ao cão e ao gato é natural, tudo que é vivo morre quando é sua hora.__ Disse o pai e se levantou, ainda vestia as roupas do trabalho.
O terno amassado, a gravata torta para o lado, seu pai estava tão cansado quanto sua mãe, os dois eram advogados e estavam trabalhando em um caso difícil, por isso aparentavam sinais de exaustão.
__ Além disso o apartamento era pequeno demais, está casa é espaçosa e vamos nos acostumar com o tempo.__ Continuou Wesley e caminhou até a porta.__ Você vai ficar bem, agora tente descansar, você tem prova amanhã, vou ver como Kim está, e vou dormir.
__ Papai...
Chamou ele e antes que seu pai apagasse as luzes ele se levantou, não queria dormir naquele quarto sozinho. Mais não sabia como dizer que era por está com medo. Por isso apenas pegou uma almofada e seu lençol e saiu da cama.
__ Posso dormir com você e a mamãe, estou tendo pesadelos a noite.__ Disse ele, então seu pai sorriu e se abaixou.__ Não quero dormir sozinho, os pesadelos são ruins.
Desde que haviam se mudado ele realmente vinha tendo pesadelos, e em todos ele estava sozinho e dentro de um sótão frio, sentia a presença de alguém no local. Algo frio e ruim.
__ Por que não contou para mim ou para sua mãe ein?__ Perguntou seu pai preocupado, deu um suspiro cansado e o abraçou.__ Não pode esconder essas coisas filho.
__ O que ele está escondendo ? __ A voz de sua mãe vindo do quarto de sua irmã o fez se virar e ele observou-a sair do quarto com Mackenzie em seu colo.__ Está tendo pesadelos outra vez querido?
__ Ontem você estava gritando, e acordou sua irmã.__ Disse seu pai e ele ficou em silêncio, olhou para a almofada em sua mão e a soltou.
Então seu pai o pegou no colo e sorriu, depositou um beijo em seu rosto e caminhou até o quarto seguido de sua mãe que carregava a pequena Kim no colo.
__ Eu vi alguém na janela.__ Disse Kim, segurava um urso de pelúcia que ganhara em seu último aniversário.__ Uma moça bonita.
__ Querida foi só um sonho. Ela estava falando sozinha outra vez perto da janela.__ Disse Pamela enquanto abria a porta de seu quarto.__ A babá disse que ela criou um amiguinho imaginário e estava correndo pela casa e caiu.
__ Temos que nos preocupar em encontra outra babá?__ Leslie ouviu seu pai perguntar a sua mãe.
__ Eu não quero que a Melissa vá embora.__ Disse ele quando seu pai o cobriu com a coberta.__ Ela é muito legal.
__ Ela não vai querido.__ Disse sua mãe e apagou o abajur ao lado da cama.__ Agora vamos todos dormir.
__ Boa noite mamãe e papai.
Disse ele e fechou os olhos ao receber um boa noite de seus pais e suspirou, pelo menos ali com sua família não estava sozinho, e nem teria que se preocupar em ouvir o silêncio da casa já que seu pai roncava as vezes.
Evitou de todas as formas possível não pensar no que havia acontecido na tarde daquele dia, quando vira sua irmã tropeçar e cair, era como se estivesse sido empurrada próximo a escada, mais não vira nada, para a babá havia sido um pequeno acidente, mais para ele fora algo fora do normal.
Dormiu pensando no que havia acontecido, tinha a sensação de que havia algo de ruim naquela casa, algo assustador.
Acordou pela madrugada com seu pai o sacudindo assustado e preocupado. Tinha tido mais um de seus pesadelos, sonhara que estava novamente no sótão, e não estava sozinho.
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Leslie não suportava se quer olhar para seu pai, tanto ele quanto sua mãe haviam decidido tirar toda a manhã daquela segunda feira para levá-lo até um médico, não se sentia bem desde a madrugada.
Acordara febril e cansado, não conseguirá tomar o café da manhã, e como nao tinha aula naquele dia os pais resolveram levá-lo até uma clínica particular. Mais não tinha nada de errado, a febre fora causada apenas pela falta de sono.
Assim como o cansaço, o médico havia pedido que descansasse durante a tarde, havia receitado alguns remédios que o ajudariam a dormir. Também o encaminhará até um psicólogo, que era onde se encontrava agora.
__ Então Leslie, o que tem causado sua falta de sono?__ Ouviu a psicóloga perguntar e a encarou.__ Pode me contar, nossa conversa ficara somente aqui.
__ É que eu não gosto da nossa nova casa.__ Começou ele e tremeu, não iria contar os sonhos com o sótão e a sensação de está sendo observado.__ Além disso sinto falta do meu cachorro e dos meus amigos.
Ele não iria contar nada do que havia acontecido, não queria que seus pais ficassem ainda mais preocupados, ou que pensassem que ele estava ficando louco. E mesmo antes de chegar até a sala da psicóloga, ele se perguntou se realmente não estaria enlouquecendo.
__ Entendo, uma vez eu tive que me mudar para outra cidade e no início não foi fácil, mais me adaptei.__ Disse a psicóloga de forma gentil e paciente.__ Acredito que você só precisa desabafar um pouco sobre as novas mudanças. Por que não me conta o que realmente o deixa assim?
__ É que eu gostava da minha antiga casa.__ Disse ele, e de fato realmente gostava de sua antiga casa, principalmente pelo fato de nela não ter morrido ninguém.__ Mais não conta pros meus pais tá bom.
__ Esta bem, mais vai da tudo certo.__ Continuou a mulher e anotou algo em um caderno.__ Agora me conte sobre seus pesadelos?
__ Eu vi pessoas mortas.__ Começou, não aguentava mais aquilo, pelo menos sobre os sonhos poderia falar sem que ninguém soubesse.__ Estou com medo de ficar em casa sozinho. Eu acho que estou vendo coisas.
__ Isso é preocupante Leslie, não é normal uma criança da sua idade falar sobre essas coisas.__ Continuou a mulher e anotou novamente em seu caderno.__ Alguém já lhe contou histórias ou viu algum filme de terror?
__ Não. Mais tudo começou depois que cai e bati a cabeça.__ Disse ele e a mulher o encarou quando um pequeno alarme começou a tocar. Sua hora havia acabado.
__ Então talvez isso tenha ocasionado tudo isso Leslie, por isso vou lhe recomendar alguns remédios e muito descanso.__ Disse a mulher e inspirou cansada.__ Se precisar de algo me procure. Se sentir medo ou precisar conversar estarei aqui.
__ Senhorita Calton, a senhorita acredita em histórias de fantasmas.__ Perguntou ele e abaixou a cabeça, pensou que a mulher iria rir, ou começar a falar que tudo era coisa de sua cabeça.
Mais em vez disso ela apenas o encarou friamente, depois suspirou. Jill Calton e sua mãe eram melhores amigas, mais sabia que por seu trabalho ela jamais contaria a alguém sobre suas conversas com os pacientes.
__ Sim Leslie, eu acredito, por mais que todos pensassem que eu era louca.__ Disse ela e ele a encarou surpresa.__ Mais por que está me perguntando isso?
Sabia que ela só estava dizendo aquilo por que ele era uma criança, por que ele estava com medo, e por que o conhecia desde pequeno. Mais mesmo que ela não acreditasse ele sentia que precisava contar sobre o que tinha visto.
Ela diria que tudo era coisa de sua mente mesmo.
__ É que eu achei que tinha visto algo na escola, no banheiro.__ Disse ele e engoliu em seco.__ Acho que era um menino. Por isso fiquei com medo ontem a noite e pedir pra dormir com meus pais.
__ Eu entendo Leslie, quando criança eu também tinha medo e sempre dormia com meu irmão mais velho.__ Disse ela e ele suspirou, estava com sono.__ As vezes o medo faz coisas surreais virarem realidades se quisermos, por isso o melhor é fazer de conta que o bicho papão não existe.
__ Então, eu estou mal da cabeça?__ Disse ele e ela sorriu, segurou em sua mão.
__ Não querido, não é isso, você está bem, só precisa descansar e se adaptar a sua nova casa.__ Disse ela e o acompanhou até a porta.__ Quanto ao menino que disse ter visto na escola, ele não é real, mais gostaria de pedir que você evitasse pensar nisso, que quando sozinho lembre-se sempre de que você tem sua irmãzinha.
Em resposta ele apenas assentiu e sorriu quando ela o abraçou, abriu a porta e cumprimentou seus pais, pediu que o deixassem descansar e lhe fizessem companhia, relatou o ocorrido da escola da forma mais simples e descomplicada, alegando que tudo ficaria bem e que todo o ocorrido, até mesmo o pesadelo fora causado pela morte do cão e do gato, que ficará assustado com tudo.
Se sentiu aliviado ao perceber que ela havia ocultado sobre o medo que sentia da nova casa. Voltou para casa antes das quatro da tarde, e depois que os pais voltaram ao trabalho ele ficou a conversar por horas com a babá, dormiu no sofá da sala.
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O cheiro de poeira e mofo fez com que Leslie acordasse, se ergueu meio cambaleante e olhou a sua volta, tremeu quando um arrepio trespassou todo seu corpo levantando os pelos em sua nuca.
Estava de volta ao sótão, estava escuro por isso não enxergava nada, mais pelo cheiro conseguira deduzir onde estava, tateou no escuro até encontrar o interruptor que acendia a luz e prendeu a respiração quando a luz acesa iluminou o cômodo.
Realmente estava no sótão, e sabia que era um sonho, mais ainda assim parecia tudo tão real, as caixas empilhadas com retratos e álbuns velhos da família, algumas caixas com seus brinquedos, e outra ainda com livros, ferramentas e papéis.
A poeira estava por toda parte, desde que vieram morar ali sua mãe subirá no local algumas vezes para pegar alguns objetos, mais ele só havia entrado ali uma vez, uma única vez e tivera a sensação de está sendo observado.
A sensação que sentia antes não era nada se comparada ao frio e o medo que sentia agora. Desceu as escadas degrau por degrau, engoliu em seco e soltou a respiração.
" Não tem nada aqui Leslie, por que está com medo ?" Pensou ele, olhou ao seu redor, não havia nada, mais ainda assim era como se houvesse algo, esbarrou em uma caixa e deu um passo para trás quando algo frio tocará sua pele. O coração acelerado, um grito preso na garganta.
" As vezes o medo faz coisas surreais virarem realidades se quisermos, por isso o melhor é fazer de conta que o bicho papão não existe. "
As palavras da psicóloga lhe vieram a mente e balançou a cabeça e inspirou o ar boloroso, se aproximou de uma caixa e pegou uma pequena moeda datada do século XVIII, fazia parte da coleção de moedas antigas de seu pai, observou o objeto e o colocou de volta no lugar.
Por sorte era apenas uma moeda, abriu algumas caixas, atento ao que quer que houvesse dentro, mais encontrará apenas fotos, brinquedos e papéis.
E enquanto vasculhava uma das caixas observou, uma marca estranha na parede e iluminou com uma lanterna que encontrara em uma das caixas.
Tremeu, uma gota de suor escorregou em sua testa e ele deu alguns passos para trás, havia um símbolo na parede, já havia visto aquilo uma vez em um filme na TV, era um símbolo demoníaco.
Mais o que aquilo fazia ali? Se perguntou quem havia praticado aquele tipo de coisa. O desenho parecia antigo, sentiu algo segurar em seu pulso e gritou quando algo pesado caiu no chão.
Então a porta se fechou de repente e a luz no teto começar a piscar, ouviu algo se mover e observou quando algo começou a derrubar as caixas e a sair de um pequeno buraco na parede.
Primeiro viu uma mão, depois os braços, a pele era flácida e pálida, então observou quando uma mulher começou a caminhar em sua direção, os olhos arrancados, os cabelos sujos e tão negros quanto o breu, o corpo ensanguentado, um vestido branco e com manchas de sangue.
A coisa, ou o que quer que fosse veio em sua direção e ele gritou antes de começar a correr em direção a escada, as pernas bambas, tropeçou em um degrau e gritou quando algo segurou em seu tornozelo e o puchou, então a porta se abriu de repente e a babá veio em sua direção assustada, logo depois de seu pai e sua mãe, sentiu a visão ficar turva e então apagou.
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__ Pronto, é melhor deixa-lo descansar.
Susan ouviu o médico dizer quando terminou os últimos curativos na testa de Leslie, tinha ouvido os gritos de desespero de seu filho mesmo antes de abrir a porta da sala, tinha deixado as duas crianças sobre a companhia da babá e passado no escritório, depois tinha ido ao supermercado, feito algumas compras e voltado para casa, Wesley havia chegado um pouco mais cedo que ela e estava sentado na sala quando ouviram os gritos.
Então correu em direção ao sótão e encontrou m
Mellisa tentando de forma desesperada arrombar a porta do Sótão, e do outro lado podia ouvir os gritos de Leslie, pedindo ajuda, e quando Wesley arrombou a porta o que vira a deixara em pânico e transtornada.
Seu filho estava caído na escada com um ferimento na cabeça, alguns hematomas nos pulsos, um tornozelo quebrado, parecia sem vida, e quando percebeu estava gritando e segurando-o em seus braços.
Melisa chorava desesperada enquanto abraçava e afastava a pequena kim do local.
__ Ele vai ficar bem não vai?__ Perguntou ela quando o médico pediu que deixassem Leslie descansar.
Acompanhou o médico até a porta e suspirou, Wesley havia decidido verificar o que ocorrera no porão, a pequena Kim estava no quarto brincando com suas bonecas.
__ Sim, só precisa tomar os medicamentos na hora certa e ter uma boa alimentação.__ Disse o médico e sorriu.__ Ah e senhora Denzel, se me permite dizer, vocês são uma família corajosa por virem morar nesta casa.
__ Mais por que diz isso ?__ Perguntou ela e engoliu em seco.
__ A três anos atrás eu atendi a um mesmo chamado nesta casa e quando cheguei encontrei toda a família morta.
Um vento frio se arrastou pela rua levantando as folhas caidas no chão próximo a uma árvore. Um arrepio trespassou toda seu corpo e ela sorriu para o médico.
__ Ah, os Melton. Eu fui informada sobre o ocorrido.__ Disse ela e inspirou profundamente.__ É realmente uma história triste.
__ Não encontraram o assassino por isso deram o caso como encerrado.__ Continuou o médico.__ Ano passado uma família alugou esta casa mais não ficaram por muito tempo alegando terem ouvido vozes, passos e até mesmo vultos depois da meia noite.
__ Que estranho por que não vimos nada desde que chegamos. __ Disse ela e cruzou os braços quando um arrepio lhe atingiu.__ Nunca fui de acreditar nessas coisas.
__ Que bom que pensa assim por que também acho que isso é tudo coisa de uma mente cansada.__ Disse ele.__ Os Meltons tinham problemas com bebidas. E um dos filhos era problemático e fazia uso de remédios para ansiedade e depressão. Segundo o que deduzimos ou ele matou a família e se suicidou ou seu pai fez isso enquanto estava bêbado.
__ Ainda bem que isso não faz parte de nossas vidas.__ Disse ela e o médico sorriu, apertou sua mão.__ Obrigado doutor.
__ Passar bem senhora Denzel.
Fechando a porta ela sentou no sofá e fechou os olhos, estava exausta, o trabalho, as crianças, e agora Leslie. Deitou-se no sofá e agarrou uma almofada.
Estava prestes a pegar no sono quando algo caiu e se quebrou então ela se levantou assustada e olhou pela sala, havia um copo quebrado próximo a janela, se aproximou do objeto quebrado e se abaixou.
__ Wesley? __ Chamou ela, ele sempre tomava uma dose de conhaque quando estava estressado.__ Você deixou um dos copos de sua mãe caírem? Não está bêbado está?
Ele vinha tentando parar de beber a meses, tinha se embriagado e batido o carro em um poste, por isso resolverá parar de beber. Se levantou e foi até a cozinha quando ouviu algo abrir as gavetas do armário.
__ Wesley? __ Chamou mais não havia ninguém na cozinha. Acendeu as luzes e seu coração acelerou. __ Querido isso não tem graça.
__ O que não tem graça?__ Quando ele falou ela se assustou e colocou a mão sobre o peito.__ O que houve? Parece até que viu algo?
__ Bem eu ouvi o barulho de algo abrindo as gavetas e pensei que fosse você.__ Disse ela e ele caminhou até o armário, as gavetas estavam fechadas. Conferiu a porta dos fundos e sorriu.__ Acho que estou vendo coisas devido ao estresse.
__ Então acho que é melhor descansarmos um pouco. __ Disse ele e a abraçou, apagou as luzes e ela o seguiu até a sala.__ Você bebeu? Havia um copo com bebida próximo a janela.
__ Não, pensei ter sido você, estava tirando um cochilo quando ouvi algo cair e quebrar. __ Disse ela e encarou boquiaberta a janela, o copo quebrado já não estava mais perto da janela. Estava intacto e sobre a mesa de centro.__ Estou precisando dormir.
__ Eu também estou exausto.__ Disse ele e sorriu quando a babá caminhou até eles.__ Melissa e Kim como está?
__ Dormindo, olha eu sinto muito por tudo que ocorreu, eu me sinto culpada por tê-lo deixado sozinho.__ Disse ela e suspirou. __ Sinto muito mesmo.
__ Não se preocupe, ele vai ficar bem, você fez muito por nós ao cuidar de Kim e de Leslie.__ Disse Susan e acompanhou a garota até a porta quando um carro buzinou do lado de fora.__ Eu peço desculpas por pedir que ficasse até tarde.
__ Não tem problema. Até mais senhora Denzel.__ Disse a garota e a cumprimentou com um aperto de mão. __ Espero que Leslie fique bom logo.
__ Obrigado pela preocupação e tenha uma boa noite.
Em resposta ela apenas sorriu e caminhou até o carro do namorado. Fechando a porta, Susan apagou as luzes da sala e suspirou, Wesley havia subido para o quarto, fechou a janela e as cortinas e caminhou em direção a escada, parou de repente ao sentir um calafrio.
Observou a sala escura, o coração acelerado e com uma sensação estranha de está sendo observada. Encarou o vazio da sala por alguns minutos então tremeu quando a mão fria de Wesley tocou seu ombro.
__ O que houve?__ Perguntou ele e ela sorriu.
__ Eu não sei, de repente senti como se estivesse sendo observada.__ Disse ela enquanto se movia, subiu as escadas e abriu a porta do quarto de Leslie que dormia calmamente.__ Eu não sei como, mas, há algo de estranho com essa casa.
__ Melissa disse que Kim viu alguém no porão ontem.__ Disse Wesley e caminhou até a cama de Leslie, acendeu a luz do abajur e deu-lhe um beijo na testa.__ E Leslie mencionou ter visto alguém parado próximo a piscina na noite em que o gato foi morto.
__ Acha que pode ter sido alguém?__ Perguntou Susan e tremeu quando um arrepio trespassou todo seu corpo.__ Acha que está casa é assombrada? O doutor mencionou ter ocorrido um assassinato nesta casa. E ao que parece os últimos inquilinos mencionaram coisas estranhas acontecendo...
Ela interrompeu quando Wesley sorriu e balançou a cabeça.
__ Susan essas coisas não existem, além disso as crianças veem coisas assim quando querem chamar atenção dos pais.__ Disse ele e ajeitou a almofada embaixo da cabeça de Leslie.__ Leslie é um garoto forte, vai ficar bem.
__ É você tem razão.
Disse ela e deu um beijo na bochecha de seu filho antes de sair do quarto, conferiram se estava tudo bem com a pequena Kim e depois que deitou para dormir, em meio a um silêncio sufocante susam finalmente conseguira dormir.
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Quando Leslie despertou estava escuro em seu quarto, acendeu a luz do abajur e tocou sua cabeça, não se lembrava exatamente do que havia acontecido, mais as imagens de um fantasma no sótão puxando seu pé ainda eram vividas e frescas em sua mente.
Sentiu seu coração acelerar e olhou no despertador encima do criado mudo. Passava das doze da noite, sentiu um arrepio e se ergueu um pouco, á aquela hora seus pais estariam dormindo depois de um dia cansativo, se perguntou se mais alguém além dele havia visto o fantasma segurando seu pé.
Precisava avisar seus pais sobre aquela casa, todos estavam em perigo, se ergueu cambaleante, as lágrimas queimando seus olhos enquanto evitava se lembrar de tudo que havia acontecido. Caminhou até a porta, sentia que algo ruim iria acontecer.
Tinha tido um pesadelo horrível com corpos no sótão. E o fantasma de uma mulher ensanguentada gritando um grito assustador.
Abriu a porta, observou o corredor escuro e frio e engoliu em seco, precisava ter coragem se quisesse avisar seus pais. Lembrou-se da marca na parede, do símbolo que havia visto, do fantasma saindo do buraco na parede, correu até o quarto de Kim sempre atento a olhar para o corredor escuro.
A sensação de está sendo observado o fez se desesperar e ele arregalou os olhos quando conseguiu abrir a porta do quarto de Kim, acendeu a luz e deu um passo para trás. A pequena Kim havia sumido, correu para o quarto de seus pais e tremeu ao abrir a porta, ambos também haviam desaparecido.
Deu um passo para trás cobrindo a boca com as mãos e então algo o empurrou contra a parede, algo frio, ouviu passos correndo pela escada e uma risada de criança fez com que ele ficasse imóvel, os olhos arregalados e com medo.
Ouviu um grito vindo da sala, era da pequena Kim, então se ergueu cambaleante e parou próximo a escada, as luzes da sala estavam apagadas, tremeu e desceu os degraus da escada lentamente, pensou em gritar mais ninguém o ouviria.
Passou pela sala escura, o coração acelerado, a respiração ofegante. A porta do sótão estava aberta, sentiu um arrepio e congelou quando ouviu algo cair.
__ Papai...__ Disse ele e não impediu as lágrimas, observou seu pai e sua mãe saírem do sótão e passarem por ele, os corpos ensangüentados.__ Mamãe...
Chorando ele tentou se aproximar mais os dois desapareceram na escuridão da sala, observou a pequena Kim parada próxima a escada, o corpo pequeno e coberto de sangue.
__ Kim... Papai... Mamãe...
Gritou ele e correu até a porta da frente, atravessou a sala escura e gritou quando todas as luzes da casa começaram a piscar e ele viu o corpo de seus pais mortos próximos a escada, ouviu ruídos e gritos assustadores vindos e gritou quando viu um corpo contorcido descendo a escada.
__ Socorro...
Gritava ele enquanto tentava abrir a porta, olhou para trás e observou que agora haviam corpos por toda parte. Inclusive os de seus pais e de sua irmã, chorando e apavorado ele por fim conseguiu abrir a porta e saiu da casa berrando assustado e com medo.
O rosto encharcado pelas lágrimas, o coração acelerado, olhou para a casa e deixou-se cair de joelhos, estava sozinho, seus pais e sua irmã estavam mortos, assim como outras pessoas que haviam morado na casa casa.
Observou os primeiros raios de sol aparecerem no céu e antes que pudesse apagar ele pensou ter visto seus pais e sua irmã olhando-o, parados na janela de seu quarto.
A casa era assombrada, como imaginara, mais agora era tarde demais e ele prometera a si mesmo que ninguém mais passaria pelo mesmo horror que ele.
.....
7 anos depois.
O jovem vestido parado dentro de um carro próximo a uma casa observou quando uma mulher entrou dentro de um carro e este sumiu pela rua, jogando fora um cigarro pela metade ele caminhou até a casa, carregava uma garrafa de vidro com gasolina, óleo de carro e um pano, observou o vidro e sorriu enquanto as lágrimas molhavam seu rosto. Tinha perco sua família, tinha visto coisas horríveis e agora voltará para se vingar.
Passara sete anos em um maldita clínica psiquiatra sendo torturado e incomodado por médicos, psicólogos, psiquiatras e a polícia, todos os dias alguém lhe perguntava como eram os assassinos que haviam matado seus pais e sua irmã. Pediam que descrevesse a cena do crime, pediam que descrevesse os monstros que havia visto.
Mais ele não podia contar. Quem acreditaria em alguém como ele. Os jornais até mesmo suspeitaram na época que ele havia feito aquilo. Mais no fim, ele apenas dizia que odiava aquela casa. E que na noite da tragédia ele pensara ter visto alguém do outro lado da rua observando a casa. Mais não lembrava e nem sabia como era a pessoa.
Tinha jurado destruir aquela casa, não queria mais que ninguém passasse por todos os horrores que vivera ali. Por isso soltou a respiração e olhou para os lados e então acendeu a garrafa e a jogou pela janela.
Observou o fogo começar a incendiar aos poucos a sala e minutos depois tudo estava queimando, entrou em seu carro e soltou a respiração.
Ligou o carro e saiu enquanto alguns vizinhos curiosos observavam a casa cair enquanto incendiava, parou de repente e observou um velho parado em frente a uma casa, abriu o vidro do carro e o encarou.
__ Então você voltou?__ Perguntou o velho e ele o encarou.
__ Sim, e dessa vez eu poderei descansar em paz.__ Disse ele antes de ligar o carro novamente.__ Poderei descansar assim como as almas torturadas deste lugar.
__ Fico feliz por isso Leslie.
Disse o velho e sorriu antes dele olhar para a frente e sair, atrás dele a casa queimava, e mesmo quando se afastava ele observou pelo retrovisor e por um momento pensou ter visto um casal e uma garotinha fora da casa, então ele virou uma esquina e desapareceu enquanto o fogo consumia a casa.
.......
Então tá aí galerinha mais um conto da Série Contos do Terror Vol. I Fantasmas. Peço desculpas pela demora e pelo tamanho do conto, espero que gostem.
Boa leitura.
Bjs, Mary.
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