Conto 1 - Vitor e eu
Oi, meu nome é Dumpling! Vocês conhecem meu melhor amigo Vitor, não é? O Hank acha que é o melhor amigo dele, mas NÃO É! O Vitor é o melhor amigo que eu poderia pedir, sempre me dá lanches e me leva para correr em lugares em que eu não tenho que "tomar cuidado com outros humanos". Ele é incrível e tem cheiro de flor, eu acho legal.
Eu lembro como se fosse ontem do dia em que a gente se conheceu.
A minha mãe me achava estranho, meus irmãos eram todos marrons e pretos, ou cinzas, e eu sou branco. Um dia, nós saímos para procurar comida, mas eu fiquei para trás durante a caça. Começou a chover e eu tentei chamar minha mãe debaixo de uma árvore, mas ela não apareceu e eu fiquei triste e com medo.
Aí, ele apareceu.
O Vitor era pequeno, é até hoje comparado comigo, mas antes era menor ainda. Ele estava usando uma capa preta, por isso ele não estava molhado, eu estava encharcado por causa da chuva e tremendo de frio porque aquela árvore não me protegia do vento. Vitor sorriu e tentou fazer carinho em mim, eu achei estranho e recuei antes, mas agora eu adoro quando ele faz isso.
- Oi. - Ele disse fazendo carinho atrás da minha orelha. - O que você está fazendo aqui sozinho?
Eu estava tão distraído com o carinho que nem respondi a pergunta.
- Você é um filhote? - Ele perguntou me olhando. - Mas você é muito grande.
Naquela hora eu senti pena do Vitor, era tão pequeno que qualquer um poderia ser maior que ele.
Eu lembro que tinha alguma coisa muito cheirosa no bolso dele, tinha cheiro de comida. O Vitor pegou do bolso uns salgados que ele me dá até hoje, são muito gostosos. Me senti no paraíso quando provei aquilo pela primeira vez, mas quando eu vi já tinham acabado. Olhei para ele pensando que iria me dar mais.
- Desculpa, acabou. - Ele disse olhando nos bolsos. - Eu tenho mais no palácio onde eu vou dormir hoje.
Eu fiquei triste e olhei para as mãos dele, Vitor olhou para o outro lado e depois para mim.
- Ei! Que tal a gente ir lá e pegar mais na cozinha? - Ele perguntou todo animado.
Não fazia ideia do que era uma cozinha, mas como lá tinha mais dessa comida eu aceitei. Segui ele animado, mas me assustei com um trovão e voltei para perto do tronco. O Vitor veio até mim e fez mais carinho na minha cabeça.
- Tem medo da chuva? - Ele perguntou.- Não precisa ter medo, olha só. - Vitor tirou a capa dele, ele só tem pelo na cabeça, até hoje eu não entendo porque os humanos tem pouco pelo, e colocou em cima de mim. - Isso vai te proteger.
No início, eu odiei aquela capa. Ficava cobrindo meus olhos, mas o Vitor ficava tirando. No final, nem precisei porque a chuva parou do nada.
- A chuva parou. - O Vitor comentou. - Será que foi o tio Urano?
Não fazia ideia do que ele estava falando, eu queria era tirar aquela capa de cima de mim.
A casa dele era estranha, era muito grande para alguém do tamanho dele e tinha luz dentro sem ser de dia. Não se parecia com nenhuma caverna que eu tenha visto antes. Tinha uma entrada estranha, com galhos retos que não dava para passar (eu sei o que é um portão agora, tá? Odeio eles.) e duas criaturas iguais ao Vitor só que maiores. Só ali que eu me toquei que ele era um filhote, igual a mim.
Um deles chegou perto e o encarou, fiquei com medo e me escondi atrás do Vitor.
- Rei Vitor? O que está fazendo aqui fora? - O grande perguntou.
- Eu fui para a floresta. - O Vitor respondeu.- Achei um túnel no palácio. Posso entrar?
Outros dois grandes, só que muito magros correram na nossa direção. Até hoje não entendo eles.
- Minha nossa! - Um deles gritou abrindo os braços. - Onde esteve, majestade?
- Estávamos procurando por você pelo palácio inteiro. - O outro magro disse.- O que estava fazendo?
Vitor olhou para os dois e para mim, fez mais um carinho na minha cabeça.
- Eu fui para a floresta, encontrei ele e trouxe para cá. Ele ainda está com fome, então pensei em trazê-lo aqui para comer mais. - Ele respondeu olhando para mim.
- Vossa majestade pretende levar esse animal para dentro? - Um dos magrelos perguntou olhando para mim com uma cara que eu não gostei.
- Sim. Por quê? - Vitor perguntou olhando para os dois.
- Nada, majestade. É que ele está sujo e assim não pode entrar na cozinha. - Ele respondeu.
- Então, eu posso ir para o meu quarto? - Vitor perguntou.
Os dois magrelos se encararam, depois olharam para mim e depois sorriram para o Vitor.
- Claro, vossa majestade. Vá para o seu quarto que nós vamos levar esse animal para um jardim do palácio. - Aquele magrelo já vinha na minha direção e eu me encolhi, mas o Vitor entrou na frente.
- Não precisa, Leonard. Eu cuido dele. - Vitor respondeu e passou pelos dois que deram passagem para ele e olharam para mim. Não saí de perto do Vitor no caminho.
Nós entramos no quarto dele, era muito estranho para mim antes, tinha algumas plantas, uns brinquedos e uma cama enorme para ele. Eu me sacudi para me secar e o Vitor riu.
- Olha só! Ainda tem salgadinho! - Ele foi na direção de uma mesa e virou para mim com as mãos cheias de salgados.
Ele jogou alguns para mim e eu peguei no ar, eram realmente deliciosos, e ainda são. Vitor jogou mais alguns e eu continuei pegando, achei divertido e ele também. Quando os salgados acabaram, Vitor foi pegar mais e voltou com duas bandejas cheias. Eu enchi a barriga naquele dia.
Quando eu estava terminando a segunda bandeja, alguém abriu a porta. Pensei que era o pai e a mãe do Vitor, mas o homem não era o pai dele, mas aquela mulher era a mãe sim. Ela segurou Vitor pelos ombros e ficou olhando ele de cima a baixo, me lembrou da minha mamãe quando eu ou meus irmãos se machucavam.
- Vitor!- Ela o abraçou.- Que bom que você está bem! Se machucou? - Ela fez ele olhar para ela e ficou olhando os braços e as pernas dele.
- Não, mamãe. Eu estou bem, não se preocupe. - Ele respondeu enquanto segurava seu rosto.
- Onde você estava, Vitor? Tememos o pior. Você não pode sumir assim. - O homem com cabelo branco disse cruzando os braços e olhando para ele com cara de bravo.- Muito menos aqui.
- Me desculpem. - Vitor disse meio triste. - Eu encontrei um túnel escondido e eu queria ver até onde levaria.
A mãe dele sorriu, parecia aliviada, e tirou o cabelo do rosto dele.
- Tudo bem, filho. Não tem nada de errado em querer saber mais sobre esse lugar, mas você não pode sair sozinho assim no meio da noite. Urano teve que interromper a chuva com medo de causar algum acidente. - Ela disse.
- Obrigado, tio Urano. - Vitor disse com um sorriso tímido.
- Por nada, Vitor. - O tio Urano disse e depois olhou para mim. - E quem é esse?
A mãe dele estava distraída, ainda procurando machucados no Vitor, e depois olhou para mim.
- Filho... O que significa. - Ela estende a mão para mim. - Isso?
Já de início, não tinha gostado daquela mulher. Eu não sou "isso"!
- Eu achei ele na floresta. - Vitor explicou me chamando com um gesto, e eu fui pra mostrar para aqueles dois que eu estava com ele. - Ele estava com fome, então trouxe ele aqui.
- Para o seu quarto? - O tio Urano perguntou torcendo o nariz para mim.
- Você deu salgados para ele? - A mãe dele perguntou olhando para mim.
- Ele queria. - Vitor explicou.
Eu enfiei o focinho por baixo do braço dele e ele me abraçou, foi meu jeito de dizer "obrigado". Mas agora eu e o Vitor nos entendemos muito bem, ele pode me entender. A mãe dele continuou me encarando, sem soltar ele, até hoje não sei se o meu amigo se ofenderia se eu rosnasse para ela algum dia.
- Certo. - Foi o que ela disse. - Filho, isso aí é...
- Um filhote de Lobo Montanha. - Um daqueles magrelos entrou dizendo com um livro na mão.- Normalmente não tem essa cor de pêlo, mas os albinos não são incomuns. Mesmo assim, são raros.
A mãe dele balançou a cabeça e olhou para o Vitor de novo.
- Esse animal é perigoso, filho. - Ela disse em um tom gentil.
- Mas o Michael acabou de dizer que é só um filhote. - Vitor disse.
- Vitor, provavelmente a mãe deve estar procurando por ele. - O tio Urano diz apontando com o queixo para mim. - Temos que deixá-lo onde você o encontrou.
Me escondi atrás dele por instinto, era muito assustador lá fora de noite e eu não tinha ideia de onde minha mãe estava. Até hoje não sei. Vitor abriu os braços para me proteger, eu me atrevi a rosnar para o magrelo porque era o menos ameaçador.
- Mas está escuro lá fora, e ele estava sozinho.- Vitor disse tentando se virar para mim.- É só um filhote.
- Querido... - Sua mãe tentou dizer. - Mesmo assim, temos que deixá-lo na floresta.
- Se você encontrar uma criança perdida e assustada na rua, você vai deixá-la sozinha?- Vitor perguntou.
- Vossa majestade o encontrou sozinho? - O magrelo perguntou.
Vitor apenas fez que sim com a cabeça.
- Impressionante. - O magrelo fecha o livro.- Então, provavelmente foi abandonado.
Fiquei triste só de imaginar isso. Minha mãe me achava estranho, eu sei que era diferente dos meus irmãos e ela também, mas não quer dizer que ela me abandonaria. Pelo menos foi o que eu pensei. Vitor colocou os braços em volta do meu pescoço quando percebeu como eu fiquei triste, ele faz isso para me ajudar a me sentir melhor até hoje mesmo minha cabeça sendo grande demais para ele.
- Michael! - Ele disse para o magrelo com a voz brava.
- Me desculpe, senhor. - Ouvi o magrelo dizer.
- Mãe! - Vitor virou para a mãe dele. - Ele não pode voltar para a floresta se isso for verdade, olha o tamanho dele.
- Ele é do seu tamanho, Vitor. - O tio Urano comentou.
- É um filhote! - Ele insistiu me apertando. - Vocês disseram que eu não podia ir porque era perigoso ficar sozinho na floresta. Por que para ele não seria?
A mãe dele só ficou olhando para mim, não gosto dela e nunca vou gostar, só respeito porque é a mãe do Vitor. E só. Tirando isso, nem olho na cara dela. Ela ficou lá me encarando por um tempo até falar.
- Filho, ele não é um cachorro.
"Claro que eu não sou. Não ouviu o que o magrelo disse?"
- Eu sei, mãe. - Vitor disse. - Michael disse que ele é um lobo.
- Por isso, não vai ser simples cuidar dele. - A mãe diz apontando para mim. - Não vou encarregar ninguém de cuidar desse animal por você.
- Eu cuido dele, mãe. Prometo.- Vitor disse me soltando e indo na direção dela. - Por favor, deixe ele ficar.
Vitor juntou as mãos e eu fiquei do lado dele esperando a resposta da mulher, ela ficou olhando para ele e depois soltou um suspiro.
- Ele está sob sua responsabilidade agora. - Disse autoritária.
Meu amigo sorriu, deu um pulo e abraçou a mãe. Ela retribui o abraço com força. Fiquei surpreso pela Miriam ser capaz disso, mas grato por ela ter me deixado ficar. Vitor deu um beijo na bochecha dela e voltou a olhar para mim com um sorriso largo de felicidade.
- Temos que escolher um nome para você. - Sugere animado.
- Primeiro, você precisa de um banho quente. - Sua mãe disse o pegando pelo braço, não para machucar, mas só para levar até outra porta.
- É uma grande coincidência. - O tal do Michael disse olhando para mim.
- O quê? - O tio Urano perguntou, me lembrou alguns lobos alfa que eu via quando minha mãe nos levava para o resto da alcateia. A energia dele.
- Os grandes reis da história de Denver tinham animais poderosos ao seu lado, pode ver nas pinturas do salão de guerra e nos Mosaicos das Bestas. - Michael disse apontando para a saída do quarto. - O primeiro rei, Edmund Veeren, tinha um leão poderoso por exemplo. Seu descendente teve uma grande águia que ficava sempre ao lado do trono e sobrevoava todo o lugar que o rei ia. Um até teve um grande lagarto, o rei Vincent. Nós chamávamos esses animais de Bestas da Coroa.
Não entendi nada do que eles disseram, estava preocupada com o Vitor no outro quarto com a mãe dele, ela saiu sozinha e eu consegui ouvir o barulho da água caindo.
- Já ouvi a respeito delas - Ela diz fechando a porta e me encarando. - a do antigo rei ficou doente, certo?
Michael fez que sim com a cabeça, eu fui devagar andando até a porta do banheiro e fiquei perto. Ouvi o que parecia ser alguma coisa caindo na água.
- Na verdade, um dia ele pareceu doente e o rei achou que era melhor sacrificá-lo. - Michael contou olhando para o chão. - As Bestas da Coroa nunca ficaram doentes, mas já ficaram cansadas como qualquer outro ser vivo.
- Meu filho não será ignorante, não se preocupe. - Miriam disse e depois voltou a olhar para mim.
Depois do Vitor praticamente implorar para a mãe dele e aqueles outros dois, ela deixou eu dormir no quarto com ele, mas me proibiu de deitar na cama. "Tolinha, já dormi na cama do Vitor tantas vezes que você nem imagina. Só pra desafiar mesmo, a cama não me aguenta mais." Eu fiquei no tapete, olhando a janela, naquela tarde, fiquei com medo de passar frio, depois, estava deitado em um lugar quentinho e de barriga cheia.
Não ouvi os uivos da minha mãe a noite toda, ela nem tentou me procurar, fiquei encolhido esperando qualquer sinal, mas não ouvi nada.
- Tenho uma ideia de qual vai ser seu nome. - Vitor sussurrou.
Olhei para cima e só vi do seu nariz para cima de fora da cama.
- O que você acha de Dumpling? - Ele perguntou.
Até hoje eu não sei o que isso significa, mas gostei do nome mesmo assim. Naquela noite, cutuquei o nariz dele com meu focinho e lambi seu rosto, ele riu.
- Acho que isso é um sim. - Vitor disse se ajeitando de novo na cama. - Queria te deixar subir aqui, mas minha mãe não deixou.
Quero deixar claro aqui que o Vitor é um filhote muito obediente, eu assumo que sou uma má influência para ele.
- Boa noite, Dumpling. - Ele disse, sumindo da minha vista.
No dia seguinte, nós já fomos embora, eu não quis entrar no carro antes do Vitor porque aquela coisa me assustou. Que bom que eu não caibo mais em nenhum. Ele ficou fazendo carinho em mim até eu me acalmar, mas acabou caindo no sono. A mãe dele o trouxe para perto e colocou ele deitado no colo dela. O tio Urano também veio com a gente, ele estava no banco de frente para o do Vitor e da mãe dele.
- Ontem à noite - O Urano disse em voz baixa, olhando para a janela. - Três assassinos de aluguel se infiltraram no Wildknight.
Olhei para a mãe do Vitor, ela colocou a mão na cabeça dele, cobrindo sua orelha.
- Eu encontrei cinco.- Miriam respondeu.- Estão sob interrogatório agora.
- Um dos que eu peguei já respondeu algumas coisas.- Tio Urano disse.
- Quem os mandou? - Ela perguntou com a voz estranha.
- Não disseram ainda, mas foram alguns dos desertores. - O tio Urano colocou os cotovelos sobre os joelhos. - Temos que puni-los, deixá-los livres não está nem perto de ser uma opção.
Foi a primeira vez em que vi a mãe do Vitor triste, ela olhou para ele como minha mãe olhava para os meus irmãos quando estavam doentes.
- Eu sei. - Ela disse levantando a cabeça e passando os dedos pelo cabelo do Vitor. - Quanto mais rápido lidarmos com eles, mais seguro ele vai ficar.- Miriam disse olhando para o Vitor.- Quero que mande tropas para as casas desses desertores, sabemos onde é. Nossa vantagem é que eles pensam que não vou revidar, mas eu vou. Eles não vão encostar em um único fio de cabelo do meu filho enquanto eu viver.
Eles continuaram falando disso e o Vitor nem se mexeu, confortável no colo da mãe. Até hoje eu acho que ele não sabe dessa conversa, além de ter certeza que ele tem sono de pedra. Vitor me diria, já que me conta tudo. Sou seu confidente mais leal. Ele só acordou quando chegamos em um aeroporto, eu mal tive coragem de entrar no carro, mas fui o primeiro a entrar no jato. Se alguém disser que o Vitor levou quase uma eternidade para me convencer a entrar, é MENTIRA. Eu parecia um alfa ali. Também não consigo entrar naquele jato agora porque sou muito grande.
Quando chegamos na minha casa atual, a casa do Vitor, ele me mostrou tudo, menos a cozinha porque a chata da mãe dele não deixou. Então, ele me levou para um jardim enorme que eu não conseguia ver onde ficava o outro muro, com menos árvores do que tem agora, mas eu amei.
- Você vai ficar aqui. - Vitor disse e depois virou para a mãe. - Mãe, posso mandar construir um espaço para ele se proteger da chuva?
- Filho, ele é um lobo, tem que aprender a lidar com a chuva. - Ela disse cruzando os braços.
- Mas ele tem medo. - Vitor defendeu.
Eu não tenho mais medo de chuva, sou um adulto, só tenho medo de alguns relâmpagos de vez em quando.
- Vai ter que aprender a superar, por enquanto. - Miriam disse em um tom que eu passei a ouvir ela usar com ele algumas vezes. Depois, ela sorriu.- Você pode treinar ele se quiser, até a hora do jantar. Sei que pesquisou a respeito no voo.- Disse sorrindo e afastando o cabelo do Vitor do rosto.- Pode começar agora, mas eu quero você sem atraso na sala de jantar. - Ela virou as costas para sair, mas virou a cabeça de novo para ele para sorrir mais uma vez.
Vitor e eu ficamos felizes, ficamos horas juntos, ele colocava coisas no alto para eu alcançar, cada vez mais alto. Nós dois corremos pelo jardim inteiro, Vitor ficou todo arranhado, mas continuamos. No final, nós dois estávamos famintos, ele trouxe para mim uma bacia cheia de carne e eu não aguentei comer metade.
- Bom apetite, Dumpling. - Ele disse arfando e com uma mão apoiada na bacia. - Eu tenho que ir agora, mas eu volto, ok?
E assim foi por anos, Vitor passava o máximo de tempo do meu lado, treinávamos juntos, brincávamos e de vez em quando comíamos juntos. Eu pensei que não teria nada depois que me perdi da minha mãe, mas encontrei o melhor amigo que eu poderia ter na vida. Virei o lobo mais feliz do mundo, com o melhor amigo do mundo, com a melhor vida do mundo. Nada poderia me roubar a felicidade. Eu tinha um amigo que estaria comigo para sempre.
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