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GÊNERO DO AMOR

Desde os primórdios das civilizações, a cada instante de toda a vivência, o mundo foi campo de batalha entre Amor e Ódio. O primeiro, um cupido persistente que sempre teve seu coração capaz de amar todos, sem importar-se com etnia, classe ou gênero. E o Ódio, um cupido invejoso que não aceitava a bondade e desacreditava do Amor.

Uma história clichê e familiar para muitos, mas o que não se têm registros é que, a cada exatos mil anos, os dois cupidos são substituídos por seus aprendizes. Gerando assim, um ciclo infinito de gerações que batalham por amor e ódio. No entanto, isso está prestes a mudar...

Itália, 14 de fevereiro, noite de São Valentim. As ruas charmosas de Roma esbanjavam um romance no ar tanto quanto as praças ao redor da torre Eiffel, em Paris. A noite serena, de alguma forma, fazia com que o barulho do transito se transformasse numa melodia calma e convidativa, para que alguém submerso no tédio fitasse as poucas estrelas que clareavam a meia noite junto da lua crescente. Era o que fazia, Maria.

Dois jovens dividiam um banco velho de uma pracinha escura da milenar cidade de Roma. Nicolas realmente não sabia como fazer aquilo, como agir diante da garota que tanto gostava e fazia seu coração palpitar freneticamente. Enquanto todos seus amigos beijavam enlouquecidos as amigas de Maria, nos outros acentos daquela mesma praça, Nick buscava em sua mente algum assunto para prender a atenção da moça nele, ao invés das estrelas.

— Mas isso está prestes a mudar... — declarou um cupido profissional, que os observava com atenção. — Você só tem que acertar a flecha.

— Se você não tivesse tagarelando no meu ouvido, seria mais fácil — bradou seu aprendiz, que mirava o casal usando arco e flecha, enquanto sacudia suas asas minúsculas para se manter voando.

— Vamos lá, Paixão, esse é o primeiro encontro deles, tem que dar certo — Amor resmungava para o garoto que tentava não tremular. — Nicolas tá contando com você, é agora ou nunca.

Assim a flecha foi disparada, com uma velocidade inalcançável, ela zarpou atingindo em cheio o coração do rapaz apaixonado e fazendo uma curva perfeita para que alcançasse Maria. Por conseguinte, os dois jovens se entreolharam apaixonados, sentindo o amor invadi-los como se tivesse sido injetado, ser bombeado por seus corações, pulsar em suas veias e tomar conta de seus instintos. Beijaram-se ternamente por fim.

— A flecha lançada segue sempre em linha reta, até atingir o alvo, o que torna essa parte mais difícil. Depois que acertar, a flecha fará o trabalho por si só de caçar seu par mais provável como um míssil teleguiado imparável...

— Então era só isso meu treinamento? — Paixão questionou elevando sua altura, até finalmente acomodar seu corpo na beirada de um dos prédios médios por ali, com o mestre em seu encalço.

— Bem... Você se esforçou nesses últimos meses, eu diria que está quase tão bom quanto eu, mas isso seria mentira — satirizou o Amor, caindo na gargalhada com seu aluno. — Entretanto, há algo que precisa saber antes de tomar meu lugar como Cupido do Amor... — O suspense fez o garoto assentir energicamente para que ele prosseguisse. — Deve saber em quem pode atirar.

— Eu só tenho que ver o gênero da pessoa e...

— Não! — interrompeu com uma batida na cabeça de Paixão. — Como Amor, você não deve se ater aos gêneros, atire em todos, pois cada ser humano merece viver uma história de amor...

— Mas onde está o livre arbítrio? Eles deviam escolher...

— Algumas coisas não podemos deixar nas mãos dos humanos para que escolham — refutou Amor.

— Quer dizer que do nada alguém pode ser forçado a escolher outra sexualidade? — o jovem franzia o cenho para perguntar.

— Eu sou o Amor, não peço licença para entrar e nem devo satisfação a ninguém — pronunciou engrandecendo-se.

— Se você estava fazendo isso que disse, todos já deviam estar namorando à essa altura do campeonato. — Paixão não costumava aceitar nada sem questionar.

— É que... — Tirou a última flecha restante em sua aljava e moveu-a entre os dedos. — Mesmo com minha persistência, eu nunca forcei a entrada no coração de ninguém, de nenhum que não me aceitasse verdadeiramente. Eu liberto e não faço ninguém prisioneiro de minhas vontades.

Por fim, deixou a sua última flecha escorregar de suas mãos, sendo esse o marco da sua aposentadoria. Abdicou de seu cargo como Amor. A flecha aumentava sua velocidade em consonância ao encurtamento entre sua distância e o chão. Caía na velocidade da luz e, num piscar de olhos, encontrou um homem que vagava desoladamente na calçada.

A flecha o atingiu certeira, bem na sua cabeça e ele sentiu-se estranho, como se algo em sua mente de repente o convidasse a dar outro rumo para os sentimentos que transitavam em seu coração. Ergueu a cabeça, fitando os astros luminosos que aos poucos eram escondidos pelas nuvens sombrias, as quais, naquele momento, cobriam sorrateiramente toda Roma. Pingos gélidos atingiram o rosto do homem endividado, desempregado e desolado. Ele não aceitou o amor. Baixou a cabeça por fim, voltando a andar desanimado em seguida, sob os chuviscos tristes que não tardaram em assustar também os casais da pracinha ao lado.

— O Amor liberta... — Quando uma noite romântica se tornar sombria, isso só poderá significar uma coisa, a chegada do Ódio. Os dois cupidos exaltados elevaram seus corpos no ar, voltando-os para trás, avistando o outro extremo do terraço do prédio. — Suas frases utópicas me dão náuseas, velho amigo...

— Boa noite, Ódio. — Amor tomou a frente de seu aprendiz, aproximando-se do cupido de asas obscuras. — Não precisamos brigar entre nós, não mais. Isso já perdurou por muito tempo.

— Virou a cupido da Paz agora? — interviu possesso. — Ora ora, não queres mais guerrear ou seus poderes acabaram? Percebo que não lhe restam mais flechas, então nossos mil anos de ódio mútuo estão perto de acabar!

— Eu não sinto ódio por você! — retaliou deixando-o transtornado.

— Como eu disse, isso é mútuo, pois também não sinto nenhum mero fragmento de afeição por você!

— Não desejo continuar nessa disputa eterna entre nossas gerações.

— Não é mais quem decide aqui, e sim esse garoto atrás de você — provocou, convidando o jovem a se pronunciar e ele ficou ao lado do Amor.

— Eu divido da mesma decisão, está na hora de acabar com essa divergência...

— Então não me restam escolhas... — o Ódio o calou, elevando as mãos para o céu e direcionou o olhar para seu adversário milenar. — Veremos se seu aprendiz será bom o suficiente, ou o derrotarei, como fiz com seu mestre.

A noite pode ser considerada a ausência de luz, mesmo que a lua lhe presenteie com o brilho do sol. No entanto, nunca houve noite escura o suficiente que se equiparasse aquilo que circundava as mãos do Ódio. Obscuridade pura. Aglomerando todos os sentimentos de seu coração e os canalizando para suas palmas, ele tornou matéria sua maldade.

— Que haja o caos...

— Não...!

Com um lampejo, a maldade palpável disparou ao céu e alastrou-se por seu firmamento como um vírus. Roma escureceu, os postes apagaram, assim como tudo dentro das residências, pois a energia havia sido cortada. A lua desapareceu, as estrelas foram apagadas e se algum vagalume estivesse zanzando por ali, esse não exibiria sua luminosidade esverdeada. A neblina que assolava a cidade se tornou uma tempestade torrencial. O caos.

— O que vai fazer agora, aprend...? — Antes que terminasse sua frase, Ódio teve que desviar de uma flecha lançada pelo Paixão, sobre o qual uma auréola ciana brilhava espantando a escuridão, assim como em seu mestre.

— Vou acabar com você! — De uma só vez, ele atirou três flechas que iluminavam o trajeto que percorriam.

— Vai precisar de mais do que simples flechas de amor para acabar com o Ódio — declarou alçando voo para sair da mira do jovem —, sou inalcançável.

— Veremos! — bradou o rapaz e impulsionou o chão do terraço, garantindo uma alta velocidade para se aproximar de seu oponente, o qual rodopiou no ar e adiantou-se batendo as asas, começando assim uma perseguição implacável.

— Parem! — Amor exclamou, mas foi negligenciado, indo atrás dos dois cupidos apressados.

Ódio voava à frente, desviando agilmente das flechas do Paixão, o qual tentava derrubá-lo, mas acabava acertando os prédios altos. A chuva não apagava os incêndios que começaram por todos os lugares, raios eram atraídos pelas antenas das construções. Pessoas gritavam exasperadas por todo canto.

— Ouça eles clamarem meu nome! —  O cupido sombrio começou a voar habilmente de costas, sem diminuir a velocidade. “Ai que ódio!”, “eu te odeio”, “tô cheio de ódio” podiam ser escutados entre as lamúrias do caos que se espalhava entre a pancadaria das ruas.

— Você vai pagar por isso! — bradou Paixão, atirando flechas precisas que eram facilmente contornadas por seu adversário, o qual ganhava mais poder à medida que as pessoas lhe aceitavam em seus corações.

— Pode tentar, aprendiz!

Dispararam em meio ao caos e seus pés só alcançaram o chão na gigantesca praça em frente a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Ódio vislumbrava seu poder se espalhar, enquanto as flechas do rapaz ainda lhe procuravam incessantes. Realmente era difícil acertar alguém veloz com uma flecha direta.

— Não, Paixão! — Amor surgiu entre eles. Ofegava expressando seu imenso cansaço. A expansão da odiosidade lhe custava sua energia vital, logo não teria forças nas pernas para sustentar o próprio corpo. — Não é dessa forma que se acaba com o Ódio.

— Acha mesmo que pode me atingir com amor?! Pra isso você teria que me amar, mas não há ninguém que ame o Ódio...

Naquele momento, o Amor dirigiu o olhar para seu rival e, a medida que o fazia, pensamentos maquinavam na mente do Paixão. Quem poderia amar o Ódio? O ser mais odiado de todos... Mas é claro! Alguém que não olhe para a etnia, classe, crenças e o gênero de quem quer que seja... O Amor.

Tendo isso em mente, soltou a corda deixando que ela impulsionasse a flecha, a qual disparou acertando as costas de seu mestre em cheio. Não fez efeito nele, já que ele era o próprio amor. Entretanto, ela atravessou-o à procura de outro alvo. Ódio, vendo que estava na mira, tentou alçar voo, mas depois que a flecha acerta alguém, ela age como um teleguiado até achar a segunda vítima do amor. Não perdurou muito sua tentativa de fuga, até que foi finalmente acertado, voltando ao chão em seguida.

Algo havia mudado em seu olhar, sua íris sombria de sempre não mostrava presença, assim como o semblante ameaçador. O caos da cidade pareceu ser silenciado pelo ecoar dos passos que Amor e Ódio davam, um em direção ao outro. A cada metro que findavam da distância que os separavam, seus corações pareciam se fundir e bater em harmonia como uma só sinfonia. Quando seus corpos finalmente não mais sofriam pelos metros que os separavam, seus lábios se anexaram firmemente contra os daquele que por um milênio fora seu oposto, mas que dali para frente seria seu complemento.

Do beijo quente, um calor emanou expulsando a tempestade e o frio de Roma, uma luz forte explodiu intensamente, coibindo cada resquício da obscuridade que assolava a cidade. Trouxe magicamente o dia resplandecente, no qual o sol reinava no céu e a alegria era festejada entre os civis, os quais sentiam os bons sentimentos florirem em cada canto.

A luz cessou, levando consigo a presença do Ódio e do Amor para um lugar no qual seriam eternamente felizes e se completariam para o resto de suas infinitas vidas. No entanto, Paixão sentiu o frio mórbido retornar para aquela praça, o dia não estava mais tão brilhante como à pouco. Sentiu uma presença sombria à suas costas e virou-se.

— Então você é o novo Amor? — inquiriu o belo jovem, com cordialidade. — Muito prazer... Ódio.

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