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I

Reino de Kauster, 5 de Junho de 565.

__Vou adentrar e trazer uma fada...

__ Ouvi dizer que há uma caverna cheia de ouro...

__Também dizem que há guerreiros poderosos ... Quero derrotar todos... Eu sou o melhor...

" Tolos..."

A historia era sempre a mesma, reparou faustos, enquanto mais um cliente bêbado saia as presas do bar.

Parado do outro lado do balcão, o jovem com uma enorme cicatriz no rosto sorriu, ninguém, além dele havia conseguido adentrar e sair vivo da infame e sombria floresta dos monstros, assim conhecida a mais de cem anos, densa e escura mesmo durante o dia, ficava próxima ao pacifico reino de Zeltraks, cujo era governado por um nobre e bondoso rei, ao qual todos respeitavam e admiravam.

Mais sua fama de homem corajoso não era assim tão verdadeira, ele realmente havia adentrado a floresta, havia ficado no local por sete dias, mais nada do que relatara ter visto era verdade.

Ele havia inventado os monstros e o pequeno Gael havia espalhado sobre os monstros por toda a cidade de Xardyk. Se existiam ou não,  não era mais problema seu, e depois das histórias do pequeno Gael, toda a população do reino passará a acreditar que realmente existiam monstros no local.

Ele nunca havia realmente se deparado com nada que não fossem insetos e arvores. Tinha inventado uma história de ter jantado e dançado com fadas e até mesmo com uma bruxa, tudo não havia passado de um breve delírio.

Um breve delírio criado depois que ele comera uma maçã. Pelo menos era o que lembrava.

Tinha comido algo semelhante a uma maçã e delirado por dois dias enquanto descansava dentro de uma caverna. Realmente havia visto vultos, ouvido vozes, e até dado risadas, mais tudo era apenas sua imaginação. Pelo menos assim preferia ele pensar.

Bruxas, Fadas, Dragões, e até mesmo ogros não existiam, as historias sobre os monstros e seres mágicos, eram apenas para amedrontar aqueles que ousavam se perder na floresta.

Isso por que além dele, ninguém mais havia retornado, aqueles que se perdiam vagavam até morrer de fome, não haviam frutas comestíveis na floresta, e ele havia provado isso por conta própria.

Dez anos antes de assumir aquela taverna, ele havia visto seu pai adentrar a floresta e jamais retornar, aquela não fora a primeira vez que havia entrado com a esperança de encontrar seu pai, assim como não era a primeira vez que um dos soldados do rei deixava seu bar embriagado. Não era a primeira vez que tinha tantos clientes em apenas um dia.

Não era a primeira vez que persentia que algo estava prestes a acontecer no reino.

__ O que acha que aconteceria se eu entrasse na floresta hoje a noite, jovem Faustin?__ Ouviu alguém perguntar do fundo da taverna e sorriu.

Era um homem na casa dos 40 anos, porem era forte e um ótimo caçador, tinha vindo de um reino distante, e estava acompanhado por alguns soldados, vestia-se como os demais guerreiros forasteiros, com calça de couro apertada, botas de caçador, e um casaco de pele de urso.

Diversos guerreiros e até mesmo caçadores vinham tentar a sorte na floresta, mais o próprio rei havia proibido isso a um ano e meio desde o surgimento de uma enorme pegada próximo ao muro que cercava a cidade. Embora todos acreditassem que a pegada pertencesse a um monstro ele duvidava.

Mesmo sendo proibida a entrada, havia aqueles que desejavam se aventurar em busca de ouro e até mesmo de uma fada na floresta. Desde o surgimento da pegada, diversos boatos sobre as criaturas da floresta começaram a surgir.

Os boatos haviam se espalhado por outros reinos, e agora todo ano, guerreiros vinham de toda parte do mundo na tentativa de capturar um ser magico.

Mais ele sabia que tudo não passava de uma historia boba que ele mesmo havia inventado, tudo não passava de uma mentira, a pegada não passava de uma farsa, alguém havia desenhado algo semelhante, nada daquilo existia, eram apenas contos de fada.

__ Certamente não iria sobreviver. E não me chamo faustin e sim faustos.__ Disse ele e voltou a sorrir, dessa vez em uma expressão medonha e maliciosa.__ Nunca ouviu as histórias?

__ Sim, mesmo nos outros reinos sempre ouvimos falar sobre a tal floresta.__ Disse o homem e coçou a barba grande e com certeza suja.__ Acho muito corajoso de sua parte ter adentrado e voltado vivo.

__ Sabe irmão, eu sempre me perguntei se essa historia é verdadeira.__ Disse um dos rapazes próximos ao caçador, e a julgar pela semelhança deveriam ser irmãos.__ Você não me parece assim tão corajoso taverneiro.

__ E mesmo que você tenha voltado como conseguiu sobreviver?__ Continuou o bárbaro mais velho.

Era um viajante, certamente do reino de monglo, o mais próximo de Zeltraks, e a julgar por sua aparência era sem dúvida um caçador de recompensas aposentado.

Homens como ele vinham sempre a cidade, Xardyk era a capital do reino, a maior e mais bela cidade que havia, era o porto principal do reino, e muitos vinham em busca de descobrirem algo sobre a misteriosa floresta.

Era a cidade onde se situava o castelo do rei e de sua família. A guarda do palácio e de todo o reino estava sempre a patrulha, em todas as cidades haviam uma guarda especial pronta para defender quem quer que fosse de um ataque inimigo.

__ Comendo frutas, caso não saiba há um rio mágico na floresta, sua nascente fica próxima a uma rocha com formato de serpente. __ Mentiu ele, espalmou as mãos sobre o balcão de madeira e abaixou a cabeça.__ A água do rio é doce como mel e você pode até mesmo ouvir o canto de belas mulheres. Sereias...

__ Belas mulheres.... Eu preciso de uma bela mulher.__ Disse um dos homens.__ Você viu alguma meu jovem?

__ Ah sim, eu vi, era linda, longos cabelos negros, curvas perfeitas.__ Continuou ele e os homens sorriram excitados.

__ Vou trazer uma pelos cabelos como um homem de verdade.

__ Isso se voltar vivo...__ Pensou ele friamente e sorriu.

__ Eu trarei mais de uma.

Disse um dos homens e todos voltaram a rir excitados e eufóricos com a promessa de uma boa jornada.

__ Você deveria ser o rei desta cidade meu jovem.__ Disse um velho bêbado no canto do bar.

Não o notara antes por que estava largado atrás dos bárbaros suados e bêbados. Certamente os acompanhava em suas aventuras.

__ Não, isso é muito cansativo.__ Disse ele.__ Varnos, deve ficar com todo o trabalho por ser um canastrão rico.

Alguns reinos distantes entravam em conflito com outros mais próximos, mais o rei Varnos evitava conflitos e mantinha a ordem de tudo. Ele era assessorado e aconselhado por um conselho político. O invejável concelho do qual seu pai um dia fizera parte antes de desaparecer na floresta. Antes de sua família se desfazer e sua mãe falecer, antes dele se tornar um simples taverneiro.

__ Bem você entrou e saiu vivo, e se está vivo é por que não há nenhum monstro lá.__ Disse o homem e a garota em seu colo sorriu. __ O que me faz deduzir que...

__ Basta.__ Disse Faustos, não admitiria que alguém se dirigisse a ele daquela forma. Mesmo sendo apenas um taverneiro, ele também era um soldado do reino. Ou havia sido no passado.__ Se quer tanto descobrir sobre os perigos da floresta, entre e veja por si mesmo o quão vazio e deprimente é o lugar.

Um coro de risadas de homens bêbados e algumas garotas que estavam ali por dinheiro ecoaram em seus ouvidos como um coro de deboche e incredulidade, estava cansado daquelas perguntas, de ficar inventando uma mentira atrás da outra, resolveu então que deixaria que entrassem na floresta.

Talvez se tivessem sorte comeriam a mesma fruta que ele e veriam ilusões de monstros e bruxas por uma semana ou até o dia que não suportassem mais e tirassem a própria vida.

__ Bem se querem ir, vão de uma vez, mais não digam que eu não avisei.__ Disse ele e sorriu malicioso quando o guerreiro mais velho se levantou quase derrubando a garota em seu colo.__ Quero fazer uma aposta, se todos voltarem vivos terão bebida grátis por todo o tempo que ficarem na cidade, mais se não voltarem, irão deixar tudo que lhes pertence para mim, o que acham?

Continuou, pegou um velho e desgastado livro com algumas anotações e colocou ao lado de um pote com tinta preta e uma pena de ave, aquilo havia acontecido tantas vezes, e na maioria das vezes funcionava.

O ultimo grupo havia lhe deixado alguns cavalos, ouro e joias, depois de alguns dias, por não retornarem, tudo tinha se tornado sua propriedade. Sorriu para si enquanto os homens discutiam, aquele tipo de gente nunca fugia de um combate, muito menos de uma aposta. Eram honestos demais pra trapacear.

__ Decidimos aceitar sua aposta meu jovem, só espero que saiba que não ficará com nada.__ Disse o velho e assinou na linha marcada com um x, depois sorriu assim como os demais.__ Até mais jovem faustin.

__ Eu aposto minha linda Mirr, não tem nada, lá todos verão...__ Disse um dos guerreiros mais jovens e todos se assustaram.

Até mesmo o líder do bando ficara surpreso, então ele notou que o que quer que fosse o premio da aposta, lhe era precioso, mirr, se perguntou se seria um objeto ou um cavalo, então sorriu e encarou o visitante.

__ Eu aceito então.__ Disse ele malicioso.

Irritado o líder dos guerreiros fechou os punhos e repreendeu o mais jovem.

__ Não há volta.__ Disse para o total enfurecimento do homem.

__ Ele não vai perder a Mirr...

Disse o guerreiro e socou o balcão antes de sair seguido por seus companheiros, sozinho ele sorriu e se serviu de um copo de bebida.

__ Até nunca meu caro...

Com um riso meticuloso e sombrio observou o local esvaziar aos poucos e depois fechou as portas e janelas da taverna, apagou as lamparinas e lampiões e subiu uma escada de madeira, as tábuas rangendo ao serem tocadas, um gato pulou de cima da cama quando o viu e rapidamente miou quando ele colocou um pouco de leite em uma vasilha no chão e acariciou a cabeça do animal.

__ Sabe Alcart, eu queria que houvessem mesmo monstros na floresta, queria não perder minhas bebidas.__ Disse e suspirou enquanto encarava o teto de madeira. __ Queria mesmo que tudo fosse real.

Fechou os olhos olhos e rolou para o outro lado da cama, o gato branco com listras pretas pulou sobre a cama e deitou-se sobre uma almofada.

Faustos acordou horas depois com o som de batidas, sentiu seu coração acelerar ao perceber que os sons vinham do quarto ao lado, o quarto em que sua mãe o proibira de entrar. '' Nunca entre neste quarto filho... '' Lembrou-se de suas palavras e tremeu quando o barulho de algo pesado sendo arrastado continuou, assustado e preocupado, ele pegou uma velha espingarda de caçador ancorada na parede e abriu a porta com calma.

'' Fique onde está... '' Era como se as vozes de sua mãe e seu pai ecoassem por toda a casa, então ele tapou os ouvidos e gemeu, sentiu como se algo corresse em seu corpo, dos pés a cabeça e prendeu a respiração quando o chão começou a tremer, algo o impulsionava a ir até o quarto.

__ Eu sinto muito...__ Disse ele antes de decidir o que faria a seguir.

Sempre se perguntou o que havia no quarto, o que seus pais escondiam, e por que ele não podia entrar ali, seu pai havia lhe dito a mesma coisa na noite em que entrara na floresta e não retornara.

Sempre soube que sua família era considerada estranha pelas pessoas, e com exceção do rei e de seu conselho particular ninguém mais os dirigia a palavra que não fossem os forasteiros.

Tinha ouvido boatos sobre sua mãe ser uma bruxa, e seu pai um feiticeiro, mais nunca realmente vira nada de anormal nos dois.

A unica coisa que não compreendia era o mistério por trás daquele quarto. Se aproximou cauteloso até o local e se assustou quando Alcart correu por entre suas pernas e parou próximo a porta do quarto, o animal rosnava e ameaçava ataca-lo, como se protegesse o local.

Ignorou o animal e desviou quando ele o atacou, então abriu a porta com um único chute e se fastou quando uma luz forte e quente saiu pela porta e veio em sua direção, então ele se afastou e sentiu suas costas se chocarem contra a parede, não conseguia enxergar.

__ Abra os olhos...

Ordenou uma voz e ele exitou, o coração acelerado, ouviu um grito alto e furioso e então algo foi lançado contra a parede fazendo com que o chão tremesse.

Abriu os olhos e observou o gato que minutos antes o atacara se contorcer e se transformar em um homem alto e forte, os cabelos pretos e os olhos vermelhos como fogo, olhou para onde havia um enorme buraco na parede e tremeu quando uma enorme serpente branca tomou a forma de uma mulher completamente nua, os cabelos negros arrastando no chão, seus olhos eram verdes, e sua pele clara como a neve do inverno.

Se perguntou o que e quem eram aquelas pessoas, nunca havia visto aquilo antes, e se não fosse pela ardência em seu ombro, causado pelo toque da mulher estranha juraria ainda está dormindo e tudo aquilo não passar de um sonho.

Mais tudo aquilo era real, até mesmo os estragos causados pela aparição dos dois. Estava prestes a perguntar algo quando uma espécie de monstro saiu de dentro do quarto.

Andava nas quatro patas, tinha duas cabeça uma triste e outra sorridente, um olho no meio de cada testa, de sua boca saltavam dentes grandes e afiadas, segurava um machado afiado.

Rosnou ao encarar a mulher cobra e Alcart. Confuso e com medo faustos sentiu seu coração acelerar e gritou quando a coisa o atacou, rolou para o lado e gritou quando a enorme besta que ele empunhava tocou o piso despedaçando-o.

__ Não, príncipe Kasimir...

Disse uma voz e ele deduziu que fosse o homem que horas antes era um gato. Sentiu sua cabeça se chocar contra a parede quando o monstro investiu sobre ele e quase o atingiu com a arma pesada.

__ Jortt acabe com essa coisa.__ Continuou alcart e o ajudou a levantar do chão.

Segurava uma espada afiada com cabo adornado. Sua posição era a um de guerreiro defendendo a sua majestade. A mulher cobra atacava o monstro com sua cauda branca e escamosa, enrolando-se no monstro ela o apertou e pode-se ouvir um estalo alto e estridente no prédio.

Então a criatura que o atacara se tornará um monticulo de terra negra misturada a larvas. Ferida a serpente desabou no chão.

__ O que está acontecendo... Estou louco.__ Disse a si mesmo ao colocar as mãos sobre a cabeça.

Se perguntou se era por isso que seus pais haviam mantido o quarto fechado.

O medo tomou conta de seus sentidos, sentiu o chão tremer, as duas criaturas retornaram a sua forma humana, ele sentiu o mundo a sua volta girar e então tudo escureceu, enquanto algo quente o envolvia.

.............


Despertou horas depois em sua cama com o barulho de vozes dentro do quarto, era a voz de uma garota irritada e gritando, abriu os olhos e gemeu quando a luz do lampião machucou sua retina, olhou para o lado e saltou para longe da cama, os dois estranhos de antes o encaravam sorridentes e surpresos, encarando-os ele pegou uma velha espada na parede e engoliu em seco.

__ Quem, e o que são vocês dois?__ Perguntou ele, as mãos tremulas e suando.

Sorrindo a jovem que antes havia se transformado em uma cobra deu um passo a frente e ergueu suas mãos para o alto, assim como o homem que antes era seu gato, Alcart.

__ Somos seus guardiões príncipe Kasimir, de Alveradt, o reino distante.__Disse o homem e fez uma saudação como um soldado, se curvou assim como a mulher cobra e baixou a cabeça.

'' Príncipe '' Pensou ele e soltou a espada, encarou as próprias mãos e mordeu a parte interna da boca, não estava mesmo sonhando, os dois eram mesmo reais, assim como tudo que haviam feito.

__ Desculpe o alvoroço mais cedo majestade.__ Começou a jovem e o encarou, os olhos castanhaos e marejados. __ Eu me chamo Jortt, a guerreira serpente branca, sua espada.

__ Eu sou Netheus, seu escudo meu senhor.__ Disse o homem que aparentava ser um pouco mais velho que ele.

Confuso ele ordenou que se erguessem e caminhou até a cama, era como se tudo não passasse de um sonho, um maldito sonho do qual não conseguia acordar, sempre disse a si mesmo que nada daquilo era real, nada do que havia visto na floresta, e agora haviam duas pessoas estranhas, que se transformavam em seres mais estranhos ainda, dizendo que eram seus guardiões e ele era seu príncipe.

__ Devo estar ficando louco...

__ Isso não é verdade, minha esposa e eu somos reais, e fomos ordenados por seu pai, o falecido rei de Alverat, para protege-lo.__ Disse o rapaz indignado e ele os encarou.__ Parece loucura mas tudo que lhe contaremos depois de hoje é real. Tão real quanto a criatura que o atacou.

Sentindo a infame vontade de rir, ele não segurou as próprias ações e começou a rir, lagrimas molhavam seu rosto enquanto ria sem parar, imoveis e sérios os dois estranhos o encaravam incrédulos.

Então ele os encarou novamente ao perceber que os dois pareciam dizer a verdade, e que só restava a ele acreditar. Sentiu seu coração acelerar e tremeu, se eles eram seus guardioes, por que seus pais os mantiveram em segredo.

Por que não tinha um reino? Se perguntou o que realmente estava acontecendo.

__Se é verdade, por que meus pais não me contaram?__ Perguntou ele e se ergueu.

__ Por que seus verdadeiros pais foram mortos, por Ixardyr, um feiticeiro poderoso.__ Disse a garota e ele engoliu em seco.__ Você é o único herdeiro ainda vivo, e junto comigo e nereus, somos os únicos do povo de Alverart.

__ Não, eu vi meu pai entrar em uma floresta e desaparecer, e minha mãe...

__ Os dois eram soldados cumprindo ordens para mante-lo em segurança.__ Continuou a jovem.__ Despertamos ao ouvir que vossa majestade entrou em uma floresta mágica.

__ Você corre perigo meu príncipe, ao entrar naquela floresta algo quebrou o feitiço que o impedia de ser rastreado por Ixardyr e qualquer outro ser mágico.__ Disse o jovem, assumiu a forma de gato novamente.__ Por isso devemos ir embora desta cidade o mais breve possível.

__ Como assim ir embora, e por que tenho que acreditar em vocês?__ Disse ele irritado e se ergueu, caminhou até a janela e observou o movimento da rua lá fora.

Depois olhou para o céu, estava nublado para chover, na rua as pessoas fechavam suas portas e janelas devido ao toque de recolher ordenado pelo rei. Ouviu um suspiro cansado e fechou os olhos. Tudo o que tinha estava naquela cidade.

O bar que herdara de seus pais, os prêmios que havia ganhado em suas apostas. Fora aquilo não tinha mais nada. Se quer sabia a verdadeira origem de sua família. Seus pais sempre omitiram o proprio passado e linhagem.

Cansado ele se virou para a garota que ainda mantinha sua forma humana e a encarou. Não conseguia acreditar em nada do que os dois diziam.

Como acreditar que era um príncipe, se nunca tivera nada ? Seu pai, até onde sabia, não passava de um simples soldado e sua mãe uma camponesa. Nascerá e se criará naquela rua, brincando com os outros garotos até mais tarde se tornar um soldado.

Se afastou devido a um s pedido de seu pai antes do mesmo desaparecer para sempre na floresta negra. Como acreditar que corria perigo se não tinha nenhum inimigo.

__ Por que eu deveria acreditar em vocês dois ? Como podem provar que tudo que dizem é verdade?__ Perguntou confuso, sentou-se no chão.

__ A carta deixada por sua mãe e seu pai meu nobre príncipe é a única coisa que comprova a verdade.__ Disse Alcart, pulou sobre a cama.__ Deveria lê-la meu príncipe.

__ Irei ler algum dia.__ Pensou ele e olhou para as próprias mãos. __ Eu... quem quer o meu mau?

Indagou e se ergueu, estava impaciente.

__ Ixardyr, um feiticeiro menor, um mago poderoso que busca a muito tempo despertar seu antigo mestre e o culpado pela destruição do seu reino meu senhor.__ Disse Jortt.__ Ele não deve se apossar do livro de Vergahon e da coroa de Iphalit.

__ É sua missão príncipe Kasimir, impedir o despertar de Iphalit.__ Continuou o gato. __ Assim como é nossa missão protege-lo.

__ Por favor senhor acredite em nos.__ Disse Jortt e se ergueu, ajoelhou-se e abaixou a cabeça.__ Não temos muito tempo. Sinto um grande perigo se aproximando meu príncipe.

__ Ixardyr já tem a primeira joia da coroa, se a conseguir e tiver o livro todos os reinos estarão em perigo.__ Disse o gato.__ A segunda joia está no reino mais próximo. Devemos pega-la antes de Ixardyr.

__ Eu preciso de um tempo para pensar.__ Disse ele e caminhou até a cama.

__ É seu direito meu príncipe.

Disse Jortt, se ergueu, pegou Alcart e caminhou até a porta.

__ Boa noite senhor e não se preocupe, iremos concertar os estragos que causamos.

Disse ela e saiu fechando a porta atrás de si. Sozinho, Faustos suspirou e fechou os olhos, a mente confusa, pensou em seus pais, na floresta, e dormiu.

Horas depois acordou de um terrível pesadelo onde ele era apenas uma criança e tinha visto um reino inteiro pegar fogo, assim como seus habitantes, enquanto ele fugia ao lado de seus pais.

........


Montado em um cavalo próximo a uma vila, um homem sorriu friamente quando um grupo de arruaceiros saíram de um bar totalmente bêbados. Desceu do cavalo e começou a andar.

Uma enorme cicatriz cortava seu rosto acima da sobrancelha, o olho esquerdo era protegido por um tapa olhos preto. Tinha a aparência de um homem velho e sujo, se apoiava em um cajado, tinha um aspecto amedrontador devido as suas roupas e expressão cruel.

Passando por algumas casas fechadas ele se aproximou de uma velha taverna onde uma música era tocada e algumas pessoas dançavam, sentiu a forte energia viva e jovem do lugar. Lambeu os lábios.

Aspirou o ar e sorriu ao adentrar a velha taverna, algumas pessoas pararam para observa-lo a medida que adentrava até o balcão.

__ Seja bem vindo o que vai querer meu senhor.__ Ouviu uma mulher jovem e bonita dizer.

__ Toda a vida e juventude desta vila minha cara.

Disse ele e sorriu a voz rouca ecoando até os clientes que sorriram, seus olhos azuis profundos demonstravam um instinto assassino e cruel imensurável.

__ Desculpe o que disse senhor?__ Indagou a jovem e se afastou imediatamente.

Quando ele tocou no balcão e este apodreceu diante de seu toque. observando o acontecido, algumas pessoas tentaram correr mais a porta fora fechada, fogo negro começara a se espalhar por toda a vila, ao longe era possível ouvir gritos de homens, mulheres e crianças enquanto o fogo os consumia a medida que ele murmurava palavras em uma língua desconhecida.

Segurou no pescoço de um jovem que tentou ataca-lo com uma espada, abriu a boca do rapaz e começou a sugar sua vida, deixou que o corpo caísse mole e imóvel no chão, todos começaram a gritar desesperados enquanto ele sorria.

A medida que sugava a força e juventude a seu redor foi aos poucos ganhando uma nova aparência, como um homem entre vinte e trinta anos de idade, os olhos azuis e cruéis, emanava uma forte magia negra, fez surgir quatro criaturas grandes e assustadoras e ordenou que destruíssem o que restará da vila e seus habitantes que fugiam em direção a um bosque, montou em seu cavalo e olhou em direção ao leste.

Ao longe era possível ver as torres do Castelo de kauster, sua próxima parada e onde estava seu verdadeiro objetivo.

.........


Ainda era possível ouvir os gritos, a imagem de seus companheiros entrando afobados na floresta negra, por esta bêbado demais e por ser velho o capitão do comboio de caçadores e viajantes que acompanhava a mais de quatro anos o deixara para traz.

No início protestara a ordem, queria descobrir os encantos que todos diziam haver na floresta, e teria entrado, teria tido o mesmo fim que seus amigos.

__ Cuide de Mirr por favor.

Disse o jovem Patric preocupado com sua irmã mais nova, a bela e jovem Mirr, a qual ele alegava ser uma princesa fugitiva de um reino distante.

Mais todos acreditavam que os dois eram apenas mercenários excomungados do próprio exército, a julga por seus instintos, por sua coragem, os dois irmãos eram tão bárbaros quanto ele e o restante do grupo.

Ele havia prometido cuidar da garota ao ouvir os gritos do jovem rapaz pedindo por ajuda, mais era velho e não tinha mais tanto tempo de vida, por isso iria honrar a aposta que seu capitão havia feito com o taverneiro na noite anterior.

Deveriam ter acreditado no rapaz, deveriam ter ouvido as histórias, aquela floresta era realmente habitada por seres terríveis, embora não tivesse visto nada, julgara pelo medo dos gritos do capitão e seus homens.

Se aproximou da carruagem puxada onde dormia a jovem mirr, o coração acelerado, com medo e nervoso. Bateu na janela do veículo e tremeu quando a jovem colocou o rosto marcado por lágrimas para fora, carregava uma expressão cansada e triste como se houvesse chorado a noite toda.

__ Senhorita Mirr... Eu tenho...

__ Meu irmão e todos estão mortos Baldo.__ Disse a jovem, a voz triste e fraca.__ Eu os vi em minha visão, tentei impedir mais meu irmão disse que era seu destino.

Não iria contestar o que a jovem dizia, ela assim como seu irmão tinham um passado desconhecido, e sempre sentiu que os dois não eram normais como os demais, vira aquela mulher curar com ervas e chá uma criança com o braço e perna feridos.

Não duvidava de que tivesse nascido com algum dom especial. Observou-a enxugar as lágrimas que caiam e olhou em direção a taverna que ainda estava fechada.

__ Deve sair da cidade Baldo, sinto que algo irá acontecer neste lugar.__ Disse ela e saiu para fora.__ Irei cumprir meu destino. Irei honrar a aposta que meu irmão fez.

__ Tem certeza senhorita?__ Perguntou ele quando ela começou a caminhar em direção a taverna.__ Não acha perigoso ?

__ É o meu destino.

Disse ela e o encarou, abraçou-o fortemente, e sorriu, já havia visto seu destino, assim como previra a morte de seus amigos e seu irmão. Além disso não queria ficar na cidade, tinha tido uma visão onde um mau poderoso acompanhado por criaturas destruíriam aquela cidade assim como seus habitantes.

__ E se eu quiser ir com você jovem Mirr, sou velho mais ainda sei lutar.__ Ouviu o velho dizer e se virou bruscamente.

Ele a encarava sério e tenso, aquele homem velho e que contava histórias para os homens do comboio tinha pouco mais que um ano de vida em suas visões. O velho solitário sempre se empenhara em aconselhar e cuidar dos mais novos, tinha o respeito de todos e por isso fora deixado para trás na noite anterior.

Tentara impedir a todos, deveria está triste por seu irmão, mais ele mesmo havia visto seu próprio fim e o aceitado. Além disso ele sempre estaria com ela aonde quer que fosse.

__ Está bem, prepare os cavalos e a carruagem, prepare os suprimentos.__ Ordenou ela e o velho sorriu animado.__ Iremos partir ainda hoje com o taverneiro.

__ Mais para onde minha senhora.__ Perguntou o homem.

__ Para cumprirmos nossos destinos Baldo.

Disse ela e se virou, observou-a caminhar até a taverna. Se perguntou que destino os aguardava e sorriu.

....

_

__ Partiremos hoje a tarde meu senhor.

Faustos ouviu Alcart dizer e se virou ao ouvir batidas na porta da taverna. Se perguntou quem seria á aquela hora da manhã, o bar funcionava a noite e nunca durante o dia.

Observou Alcart voltar a sua forma de gato e se aninhar nos braços de Jortt e sorriu. Tinha decidido acreditar nos dois guerreiros, depois de ler a carta de seus pais acabara descobrindo a verdade sobre seu próprio passado.

Por isso resolvera partir da cidade, deixaria a taverna por conta de Lídia e seu irmão Gael, tinha mandado uma carta ao rei informando sua partida. E depois do pesadelo que tivera decidirá procurar a verdade sobre se mesmo.

__ Quem em sã consciência beberia a está hora da manhã?__ Se perguntou e caminhou até a porta e a abriu.__ Bom dia...

Interrompeu ao se deparar com uma bela jovem de olhos verdes, os cabelos negros e lisos, diferentemente das outras mulheres ela usava calça de couro e botas de montaria, uma guerreira, reparou.

__ Em que posso ajudar senhorita?__ Perguntou ele gentilmente.

Sorrindo a garota o encarou, tirou algo do bolso do casaco que usava e o entregou. Era uma carta deixada por Patric, um dos apostadores da noite anterior.

Sentiu um arrepio ao ler o conteúdo. Pelo visto tinha ganho a aposta. E mais companhia em sua viajem. Engoliu em seco.

__ Eu sou Mirr...

Disse ela e ele deixou-a entrar. Mirr. Pensara antes ser um cavalo, mais na verdade era uma mulher. Uma bela jovem.

__ Eu sou Faustos...

Pensou ele. Lembrou-se da euforia e afobação dos homens na noite anterior. Todos estavam mortos, e ele mais uma vez se cuparia por mentir sobre a floresta.

Observou a garota sentada em um canto e inspirou profundamente. Sentiu um arrepio e tremeu quando alcart voltou a sua forma humana.

__ Precisamos partir meu príncipe.

Disse ele, erguendo-se do chão a jovem ainda desconhecida olhou em direção a cabeça de lobo na parede e abraçou os braços.

__ Este reino está com os dias contados.

Disse ela e caminhou até a porta.

__ Eu irei com você já que meu irmão perdeu a aposta.__ Disse ela.__ Os esperarei do lado de fora.

__ Ela está certa príncipe Kasimir.__ Concordou Jortt.__ O inimigo está próximo do reino, não temos muito tempo.

__ Está bem...

Disse ele e sentiu um aperto no peito, um calafrio ergueu os pelos em seu corpo, lembrou-se de seus pais e amigos, da floresta e do sonho.  Algo ruim iria acontecer, tinha certeza.

Depois dos últimos preparativos, ele se despediu da taverna, tinha deixado uma boa quantia em joias e ouro junto a uma carta para Gael. Sentiria falta do pequenino. Na carta pedia que os dois saíssem da cidade e fossem para as montanhas.

Pegou somente o necessário para a viajem, nada além de algumas garrafas de bebida, comida, o ouro e as jóias de suas apostas, e os cavalos que ganhará, a velha espingarda de caça e a espada na parede do quarto e cavalgou até os portões do reino ao lado de Jortt e Alcart.

A sua espera estavam Mirr, e um velho que comandava as rédeas dos cavalos que puxavam uma carruagem.

__ Vamos para o leste...

Disse ele e lembrou-se do pesadelo da noite anterior. Era lá que estavam as ruínas de seu reino. Era lá que estavam as ruínas de seu passado.

Partiu ao lado de seus seguidores e a jovem desconhecida. Uma nova jornada e um novo destino o aguardava.

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