Veneno sobre a grama - 14
Blitz abriu a porta de seu flat e a trancou logo depois de tirar as botas empoeiradas e entrar. Começou a se despir ao mesmo tempo em que caminhava para a cozinha e colocava a chaleira no fogo. Suas peças de roupas jogadas ao chão formaram uma trilha de algodão, cetim e linho por onde ela passou.
Não ligou o toca-discos. Estava cansada demais para dar os três passos necessários até o aparelho. E, além disso, naquele momento achou que o silêncio era bem-vindo.
Tomou um banho de menos de dez minutos e voltou para a cozinha. Estava exausta demais para cozinhar e faminta demais para simplesmente dormir. Três tigelas grandes de cup ramen resolveram seu problema.
Vestiu seu pijama de caveira com laço cor-de-rosa e caminhou até a cama.
Olhou para o Apanhador de Sonhos, que havia jogado sobre seu travesseiro antes de entrar no banho, e suspirou. Pegou o objeto e sentiu a aspereza de seu aro de madeira e a elasticidade da renda de teia de aranha, além da suavidade das penas de pássaro.
Pendurou o objeto em sua cabeceira e deitou-se, puxando as cobertas até o pescoço.
Pegar no sono sempre fora difícil para Blitz. Sua mente divagava para vários lugares quando ela fechava os olhos. Alguns eram conhecidos e pertinentes, outros, obscuros e sem sentido. A maioria era indesejável.
Mas dessa vez, ela não pensou em nada. Sentiu seu corpo fatigado relaxar sobre o colchão macio e sob as cobertas suaves. Suas pálpebras ficaram pesadas e sua mente vazia. A garota não saberia dizer se aquilo era resultado da exaustão gerada pela luta ou da mágica do apanhador dado pelo spriggan, mas não podia se importar menos. Tudo que sabia era que não ouvia o som de gritos ou sentia o calor das chamas. Tudo que via era escuridão.
Naquela noite, Blitz não sonhou.
Fim
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Espero que tenha gostado da história. Este foi apenas um dos contos que compõe uma série bem maior que ainda está por vir. Você pode me seguir para não perder os próximos. E não se esqueça de votar e deixar um comentário com sua opinião. Todo feedback é bem-vindo.
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