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02. Isso Não é o País das Maravilhas

1948.

Jade Walsh gritava em sua cama enquanto a parteira realizava um parto de emergência após uma queda ter feito a bolsa estourar. Seu marido estava ao seu lado, segurando a mão dela dando todo apoio que ela precisava. Alguns gritos depois, a parteira tinha anunciado que a criança começara a sair. Jade então forçou mais para ajudar a parteira. Não demorou muito mais que alguns minutos para que um lindo bebê saísse para fora todo ensanguentado. A parteira pegou a tesoura e cortou a placenta e limpou bebê.

― Deixe eu ver ele. ― disse Jade ofegante e com o rosto cheio de suor.

A parteira então trouxe o bebê até a mesma, mas assim que ela o viu, percebeu algo de errado. A menina que segurava, estava pálida e gélida, mas respirava normalmente, o que deixou ela um pouco assustada. O bebê então abriu os olhos, e os mesmos eram totalmente pretos.

Aquilo já era anormal o bastante para Jade, então ela largou a criança e a deixou com o marido, que não entendia o motivo de desespero da esposa, afinal, ele jurou para ela que a menina estava saudável o suficiente e que os olhos da mesma eram azuis, sem qualquer sinal de uma cor mais escura.

1962.

A mão que me segurava era quente, e não gélida como a do monstro. Abri meus olhos e vi Steve tentando me levantar.

― O que está fazendo aqui?! ― perguntei ainda sem acreditar que era ela, até porque poderia muito bem ser uma alucinação como as que eu tive olhando para o teto ondulado e a janela que se abria sozinha.

― Eu vim te tirar daqui. ― respondeu ele. ― A diretora desse sanatório é louca, ela não quer deixar você sair, disse que sua recuperação tem que estar completa antes dela considerar libertar alguém.

― Foi você que me colocou aqui!

― Eu sei. ― disse ele sussurrando e pedindo para que eu não gritasse. ― Mas sua mãe acordou e confirmou sua história. Parece que você não é tão louca quanto eu pensava.

― Ela disse que o monstro era real?

― Não, ela disse que tinha algo dentro do guarda-roupa que a puxou.

― Era o monstro. ― respondi tremendo. ― Ele está ali. ― apontei para o guarda-roupa.

Steve se levantou e foi em direção ao mesmo, mas eu segurei sua perna.

― Não vai lá.

― Relaxa, eu vou ficar bem. ― respondeu ele voltando a se mover em direção ao perigoso guarda-roupa.

Cobri meu rosto com as mãos para não ver, mas separei os dedos, o que não adiantou de nada. Steve abriu o guarda-roupa e mexeu nas roupas com uma lanterna que ele tinha trazido com ele. Alguns segundos depois, nada aconteceu e eu já estava receosa de que talvez eu estivesse louca novamente. De repente, Steve foi puxado para dentro do guarda-roupa, que teve suas portas fechadas no momento em que o corpo dele estava completamente lá dentro. Desesperada, corri até a porta e tentei abrir, mas nada do que eu fazia ajudava, então eu tentei achar algo que me ajudasse.

Sem qualquer chance de sucesso, voltei até a porta, mas a mesma se abriu e o corpo de Steve foi jogado para fora, batendo na parede e caindo no chão. Fui até ele, e vi seu rosto todo deformado, e seu corpo tinha marcas de garras em todos os lugares. Steve estava morto, e tinha sido tudo minha culpa.

Naquele momento, eu ouvi som de palmas vindos da porta. Olhei imediatamente para trás e vi Ethan, parado e olhando para mim batendo palmas repetidamente.

― Olha, eu tenho que admitir. ― disse ele chegando mais perto de mim. ― Eu não acreditaria nessa história nem morto.

― Eu não matei ele.

― Eu sei, eu vi aquela "coisa no armário" que você disse. Eu posso te ajudar a esconder o corpo se quiser.

― Não eu estou bem. Posso fazer isso sozinha.

Ethan se aproximou mais e se ajoelhou na minha frente.

― Eu não sei porque você acha que tem alguma opção. ― disse ele mudando a cor de seus olhos para um vermelho bem escuro. ― Eu preciso de um chapéu que está na sala da Constance. E você vai pegar ele para mim, se não...

― Contaria para alguém sobre isso?

― Talvez. Só se eu achar extremamente necessário.

Ethan se levantou e mudou novamente a cor dos seus olhos. Foi até a porta e olhou para eu novamente.

― Se quiser esconder o corpo, é melhor que faça isso logo. ― disse ele sorrindo para mim. ― De acordo com meus cálculos, alguém chegará aqui em dez minutos.

Após Ethan sumir entre as luzes do corredor, comecei a pensar em como eu tiraria o corpo dali e onde o esconderia. Pensei primeiro em jogar ele pela janela, mas lembrei que a mesma não se abria. Pensei também em colocá-lo debaixo da cama, mas seria fácil de encontrar, nem é um esconderijo. Foi aí que olhei para o único lugar que parecia seguro guardar o corpo até que eu soubesse como tirar ele de lá: o guarda-roupa. Peguei ele pelos braços e puxei, evitando que minha roupa entrasse em contato com o sangue. Abri o guarda-roupa e comecei a colocar ele de diversas formas ali. Depois de algumas tentativas fracassadas, eu finalmente tinha conseguido deixar ele em pé. Fechei a porta e segurei por alguns segundos para estabilizar o corpo. Rapidamente fui até a porta, fechei-a e caí na cama no exato momento em que um dos enfermeiros entrou para verificar se tinha algo errado. Tentei disfarçar o máximo possível até que sua lanterna fosse desligada. Foi aí que eu lembrei que tinha uma lanterna acesa dentro do guarda-roupa, então mudei de posição na cama e vi que o enfermeiro verificava a janela. Após alguns segundos já com os olhos fechados, ouvi o barulho da porta fechando e respirei aliviada.

Ao abrir os olhos, vi Ethan na minha frente, sentado de pernas cruzadas na ponta da minha cama.

― Você não pode comemorar vitória tão cedo, ele não saiu totalmente confiante de que nada aconteceu aqui.

― Como tem certeza? ― perguntei começando a ficar preocupada.

― O sangue que ele deixou na parede e no chão. Deu sorte que é de noite e ele não passou a lanterna em todos os lugares desse quarto. Tem que ser mais esperta Alice.

― Não posso lidar com coisas assim. Esse guarda-roupa foi o que causou tudo isso. Sabe quem o trouxe?

― Eu não vi ninguém entrar no quarto, mas pode ter sido a Constance, ou talvez o monstro tenha arranjado um jeito de vir até aqui.

― O meu medo é de que isso seja verdade. ― respondi sem perceber que estava caindo de sono, e que desmaiara no meio da conversa.

Acordei na manhã seguinte com um pouco de receio, mas me levantei normalmente e fui até meu guarda-roupa, onde peguei um dos vestidos azuis que minha mãe deixara para mim e o vesti. De repente, alguém bateu na porta do meu quarto e abriu logo em seguida. Era Noah que acabara trazendo meu remédio.

― Espero que tenha dormido bem. ― disse ele entregando o copinho com um outro copo de água.

― Na verdade eu... ― olhei para a parede e vi que as manchas de sangue não estavam mais lá, e só então eu percebi que o corpo de Steve já não estava mais dentro do guarda-roupa. ― Eu passei boa parte da noite acordada. ― menti enquanto tomava os remédios.

― Teremos o café da manhã em alguns minutos, fique atenta. ― disse ele. ― E, aliás, use alguma blusa cinza por cima, Constance odeia cores.

Noah então saiu e eu fui até o guarda-roupa novamente. Abri-o e tirei todas as roupas de lá para procurar o corpo de Steve, mas não encontrei o mesmo.

De repente, Ethan entrou no meu quarto, e ele estava saltitante e alegre.

― Bom dia Alice. ― disse ele sentando-se de pernas cruzadas na minha cama. ― Não dormiu bem?

― O que fez com o sangue e o corpo?

― Você faz perguntas demais. ― respondeu grosseiramente. ― Comece com um "Bom dia".

― Bom dia nada, eu estou desesperada, preciso saber onde o colocou?

― Vamos tomar café. ― disse ele ignorando totalmente.

Segui Ethan até a cozinha, onde tinha algumas pessoas já sentadas comendo algum tipo de pão com uma leve cor esverdeada, e um leite quente cheio de bolinhas brancas mergulhando.

― Eu não vou comer isso. ― disse a Ethan saindo da fila e indo me sentar na primeira mesa que vi.

Coincidentemente, Quinn tinha sentado na mesma mesa. Ela estava com um olhar mais assustado do que no dia anterior.

― Oi. ― disse vendo que ela estava tremendo para pegar o pão. ― Você está bem?

Quinn não respondeu, o que me deixou mais preocupada.

― Eu estou aqui para ajudar. Pode me contar qualquer coisa.

Ela então olhou para mim e seus olhos assustados e cheios de olheiras eram algo que eu achei impossível de acontecer em uma noite.

― Eu o vi. ― respondeu enquanto olhava para os lados para ver se não estava sendo observada. ― Eu o vi ontem encarando a minha janela.

― Quem estava encarando sua janela? ― perguntei com medo de que o monstro tivesse saído do guarda-roupa.

― Ele era preto, combinava com a escuridão. ― respondeu ela confirmando meu medo.

Quando eu decidi me levantar para falar com Ethan, ela pegou meu braço e olhou fundo nos meus olhos.

― Ele vai pegar você. ― disse ela começando a me assustar. ― Ele virá te pegar!!!!!

Larguei o braço dela e saí correndo pelo corredor, até esbarrar em uma mulher com um vestido preto e com uma pequena pasta em suas mãos. Ela tinha cabelos ruivos, mais ou menos 1,64m e seus olhos eram azuis. Ela pareceu irritada, pois fez questão de limpar seu vestido e se abaixar para falar comigo.

― Olhe por onde anda garota.

Após dizer isso, ela continuou seu caminho até uma sala com uma porta de madeira, provavelmente a sala de Constance. Ethan chegou até mim e se abaixou desesperado para falar comigo.

― O que foi aquilo?

― Aquilo o quê?

― Aquilo com a Quinn. Ela teve que ser dopada pelos enfermeiros.

― Ela disse que viu algo preto encarando ela pela janela. Eu estou com medo de que o monstro possa ter fugido.

― Eu posso te assegurar de uma coisa. Essa coisa não vai muito longe, ela está muito apegada ao guarda-roupa.

***

Assim que fui para o salão, sentei-me no mesmo sofá em que eu estava no dia anterior, e Henry sentou-se ao meu lado com aquele sorriso meigo.

― Oi Alice. Como você dormiu? ― perguntou ele.

― Eu dormi bem. E você Henry?

O rosto dele então mudou de expressão.

― Por que não perguntou para eu também? ― perguntou Rick com raiva.

― Eu ia perguntar para você também Rick. ― respondi com medo de que ele pudesse ficar mais furioso do que já estava.

Felizmente, seu olhar se acalmou e logo reconheci Henry.

― Apesar de quase ninguém perguntar, eu e meu irmão temos uma história bem triste com nossos pais. A única coisa que nos contaram era que eles nos deixaram aqui para ficarmos melhor, e que em alguns anos viriam nos buscar. ― a expressão mudou novamente. ― Mas se pararmos para pensar, já faz mais do que alguns anos que eles não voltam.

― Não se preocupem. ― disse. ― Eles vão voltar, eu prometo.

De repente, um homem se aproximou de mim. Ele era assustador, tinha o cabelo um pouco grisalho, e tinha uma aparência meio velha.

― Meu nome é Theodore McCann. ― disse ele me cumprimentando. ― Eu sou o marido de Constance Holden e cirurgião chefe aqui do Hospital.

― Acho que hospital foi o nome menos amedrontador que já usaram para se referir a esse local. Eu sou Alice.

― É um prazer Alice. Espero que entenda que o que fazemos aqui é para o seu próprio bem.

― Eu entendo. Só não tenho certeza de que eu tenha feito o que disseram que eu fiz.

― Na verdade, você fez sim. ― disse ele pegando uma ficha. ― Sua mãe se recuperou recentemente e nos contou que você estava agindo impulsivamente só porque ela tentou abrir o guarda-roupa.

― Mas eu não fiz isso! ― gritei já perdendo a paciência e, ao mesmo tempo, chamando a atenção de todos os pacientes.

― Alice não se exalte, estamos tentando esclarecer a situação. Se continuar tendo essa atitude, teremos que começar um tratamento mais intensivo.

― Terapia de choque? ― perguntei temendo que aquela poderia ser o meu destino.

― Eu não gostaria de ter que fazer isso. ― disse ele voltando a ler a ficha. ― Você é esquizofrênica Alice, tende a ter comportamentos compulsivos, é muito hostil em seu meio de convivência, e um dos mais comuns, alucinações.

― Não acha que eu estou vendo coisas, acha? ― perguntei me estressando por ninguém acreditar em mim. ― Vocês são idiotas!

Me levantei do sofá e saí correndo novamente pelo corredor, mas dessa vez, ao invés de bater na garota loira, esbarrei na pessoa que eu mais queria evitar: Constance.

― Leve-a para a terapia de choque! ― disse ela se afastando do meu alcance e dando espaço para os enfermeiros me carregarem para meu pior pesadelo.

***

Começaram a me arrastar pelo corredor e eu estava desesperada, pois não esperava ser a primeira a ir para a terapia de choque. Naquele momento já não conseguia pensar em outra coisa a não ser em minha mãe, e em como ela estaria preocupada comigo depois de tudo que aconteceu. Cheguei na sala de cirurgia implorando para não fazerem nada comigo. Por que será que eu imaginei que implorar daria certo? Quando vi, já tinham me colocado na mesa e alguns dos enfermeiros já seguravam meus braços.

Constance então chegou na sala de cirurgia e foi ao meu encontro.

― Eu sempre tive problemas com garotas. ― disse ela me encarando enquanto tentava ajeitar meu cabelo. ― Me disseram que era porque elas tinham uma beleza muito mais atraente do que a minha, e que era por esse motivo que eu ficava com raiva. Talvez essas pessoas tenham razão. Você é só um rostinho bonito aqui, e saiba que eu não gosto de rostos bonitos.

Constance foi até a máquina e ligou-a na tomada, tendo que esperar um tempo para carregar.

― Sabe, eu já fui igual a você. Toda simpática, querendo se fazer de vítima, mas na verdade, você é uma cobra imperdoável Alice, e eu espero que um dia você perceba isso.

De repente, Theodore entrou na sala com a minha ficha na mão, e eu fiquei um pouco aliviado.

― O que está fazendo com ela?! ― indagou ele chocado.

― Eu estou lhe dando uma lição por tentar fugir, ela esbarrou em mim.

― Olha querida. ― disse ele se aproximando mais de Constance. ― Sei que odeia os pacientes, mas essa garota não fez nada, ela só ficou com medo por saber qual era sua doença, isso aconteceu com todos aqui.

Constance se aproximou de Theodore e lhe deu um tapa no rosto.

― Não intereeesssaa!!! ― gritou com vigor e raiva. ― Ela merece toda a dor pela falta de respeito para comigo.

― Tudo bem, querida. ― disse ele me deixando incrédulo pela falta de coragem para enfrentar sua esposa.

― Saia. ― mandou Constance fazendo questão de fechar a porta assim que ele saiu.

Comecei a tentar sair dali, mas aquilo era forte demais, Constance tinha contratado enfermeiros fortes para me segurar. Quando finalmente desisti e parei de lutar, Noah entrou na sala com uma garota. Inclinei minha cabeça para ver um pouco melhor quem era, e vi a mesma mulher que tinha esbarrado hoje de manhã.

― O que quer Noah? ― perguntou Constance que estava ficando irritada de novo.

― Por que a contratou? ― perguntou ele me confundindo.

Ele por acaso tinha algum problema pessoal com aquela mulher em específico? Ela parecia comum para mim, e ao mesmo tempo, familiar.

― Eu a contratei porque temos uma cota para enfermeiros, e tem faltado alguns desde nosso último ano. Ela se ofereceu. ― respondeu ela, cumprimentando a mulher. ― É um prazer tê-la conosco Nancy Granson.

Era isso. Ela era parente de Noah.

― É um prazer Constance. Sempre quis trabalhar aqui com você, acho que sanatórios são um lugar emocionante.

― Tem toda razão.

― Eu não quero você trabalhando aqui Nancy. ― disse Noah interrompendo as duas.

― Sinto muito por isso Constance, meu pai às vezes exagera muito. Vai ser um prazer trabalhar aqui.

Pai?

Nancy pegou sua bolsa e saiu da sala, deixando Noah com Constance.

― Vai demitir ela. ― disse ele ameaçando-a.

― Ela vai trabalhar aqui por algumas semanas e veremos como ela se sai. Se ela não se der bem com os pacientes, aí sim eu posso considerar mandar ela embora, combinado? ― perguntou Constance.

Olhei para os dois e vi que a conversa estava quase acabando, então comecei a pensar em algum plano para escapar dali. Foi então que eu pensei na coisa mais estúpida que alguém poderia fazer: eu gritei. Gritei muito alto como se alguém estivesse me atacando ali naquele instante. Noah olhou para mim e foi em minha direção.

― O que está fazendo com ela? ― perguntou ele, que só tinha mudado de assunto, para não se irritar com Constance.

― Ela está sendo punida por tentar fugir.

― Tem certeza que ela tentou fugir? Você exagera nesses assuntos.

― Ela correu pelo corredor e esbarrou em mim.

― Por que simplesmente não deu uma segunda dose do remédio para ela? Pode poupar recursos para usar em quem realmente precisa. O que acha?

― Odeio quando estraga a minha diversão. ― disse ela mandando os enfermeiros saírem da sala.

Enquanto eu sentava naquela mesa, Noah veio até eu e segurou minha mão.

― Você só precisa se acalmar.

Noah saiu da sala e voltou segundos depois para me trazer o comprimido e água. Tomei o mesmo, e fui acompanhada dele até o corredor, onde ele me parou para sentar um pouco em um dos bancos.

― Você se arriscou demais. ― disse ele me repreendendo. ― Não pode sair correndo toda vez que algo te assustar ou você não gostar de algo.

― Eu não fiz isso. ― respondi tentando arrumar meu vestido.

― Você não lembra?

― Lembrar do quê?

― De você correndo pelos corredores hoje cedo e de ter esbarrado na Constance.

― Não, não me lembro. ― respondi ainda mais confusa por não fazer ideia do que ele estava falando.

De repente, na pequena janela na porta de um dos quartos, Ethan apareceu e olhou para mim com uma expressão que me fez lembrar de ir atrás do chapéu dele.

― Pode me levar até a sala da Constance? ― perguntei a Noah ignorando qualquer coisa que ele tivesse dito antes disso.

― Poder eu não posso. O que quer fazer lá Alice?

― Preciso pegar o chapéu do Ethan. ― respondi desesperada. ― Ele precisa do chapéu.

― Vou levar você até lá, mas tem que pegar o chapéu e sair imediatamente. ― disse ele se levantando.

― Prometo.

Então, eu e Noah fomos para a sala de Constance. Seguimos pelo corredor, e começamos a subir uma escada, que levava a mais quartos, porém, a sala de Constance ficava de frente com os degraus, o que facilitou minha entrada na mesma. Abri a porta e fui até a mesa dela. Dentro de algumas das gavetas, eu só encontrei arquivos, o que me deixou um pouco frustrada. Mexi um pouco mais, e decidi ir até o armário. Ao abrir o mesmo, encontrei um vestido vermelho. Fechei e fui até o outro. Noah me chamou antes de o abrir e disse que precisava de mais alguns segundos. Foi então que, ao abrir, encontrei alguns pertences dos pacientes dali e, logo abaixo, o chapéu de Ethan estava empoeirado e com alguns sinais de velhice. Peguei o mesmo e fechei o armário e saí da sala antes que me vissem.

― Obrigado Noah. ― disse enquanto ele trancava a porta da sala.

― De nada Alice, mas olha, nunca mais faça isso. É perigoso demais para você.

― Não farei.

Já estava anoitecendo e Noah me levou até o meu dormitório. Quando cheguei, dei um abraço nele e entrei no meu quarto, indo direto para a cama. Comecei a tirar um pouco da poeira do chapéu, e de repente, Ethan apareceu na minha frente de pernas cruzadas, como sempre costumava aparecer.

― Você conseguiu! ― disse ele surpreso. ― Não esperava que conseguisse.

― Apesar de tudo fazer parte de uma chantagem, eu precisava cumprir minha parte. Você conseguiu, se livrou de tudo.

― Do que está falando? ― perguntou ele como se não soubesse do que eu estava falando.

― Do corpo. Do Steve. E do sangue na parede.

― Mas eu não tirei nenhum corpo daqui, muito menos sangue.

Assustada com o que ele disse, olhei para o chão e vi a mancha enorme de sangue que tinha sido feita no dia anterior. Fui então até o guarda-roupa e, com cuidado, abri a porta do mesmo. O corpo de Steve então caiu e eu gritei desesperada, enquanto desmaiava e via uma mão preta saindo do guarda-roupa.

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