Páscoa no Universo Faaliye
Informações Importantes:
Essa história se passa após o início da história "Hanshas", mas antes do seu fim.
Os personagens aqui presentes são todos personagens dessa obra, mas para que fique mais claro, vou deixar algumas informações importantes:
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Nome: Professor Yakumo
Raça: Youkee
Livro(s): Kitsunes e Malphas / Hanshas / Experimento 42 (de maneira indireta) / Filhos de Danu
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Nome: Ohime / Beatrice / Rainha Carmesim / Bella / Miya / Mulher de muitos nomes
Raça: Hansha
Livro(s): O Novo Lebensborn (de maneira indireta) / Kitsunes e Malphas / Dois Mundos (de maneira indireta) / Hanshas / Experimento 42 (de maneira indireta) / Filhos de Danu (de maneira indireta)
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Nome: Qiang Huang / Rei Milenar
Raça: Hansha
Livro(s): Hanshas / Experimento 42 (de maneira indireta) / Fendas (de maneira indireta)
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Nome: Zyon
Raça: Malpha
Livro(s): Kitsunes e Malphas / Dois Mundos / Hanshas / Filhos de Danu (de maneira indireta) / Fendas (de maneira indireta)
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Nome: Syaoran
Raça: Espírito da Neve
Livro(s): Hanshas / Fendas (de maneira indireta)
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Nome: Húlí
Raça: Kitsune
Livro(s): Hanshas
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Raças:
Todos os seres vivos têm uma energia no corpo na qual chamamos de ruah. Algumas dessas energias são tão fortes que se convertem em dons, poucos seres possuem esses dons e isso se torna ainda mais raro para um humano. Ruahs também podem ser moldados para proteger o corpo de ataques físicos, como se fosse uma armadura, mas é uma técnica extremamente avançada e quase nenhum ser é capaz de tal feito.
KITSUNES (mitologia japonesa): São seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. Existem diversos tipos de Kitsunes.
MALPHAS (mitologia judaico-cristã com alterações próprias): Conhecidos também como demônios corvos, são seres noturnos com o poder de construir e destruir quase tudo, mas constrói principalmente coisas de mármores e madeira. Consegue invadir a mente das pessoas e ver suas memórias (linhas temporais), além de ver muitas linhas de futuros possíveis, podendo moldar e romper cada uma de acordo com as suas escolhas. Pode ficar na aparência de um corvo e de um homem. Possuem o poder do magnetismo, que é frequentemente usado quando querem dissuadir outros seres e influenciá-los para fazer pactos e cumprir com as suas vontades.
HANSHAS (criação própria): Humano amaldiçoado que espelha tudo o que vê, desde poderes até dores e sentimentos. A maldição os torna imortais (apenas por causas naturais), mas os impede de poder olhar as coisas sem espelhar o que os outros sentem. Assim como muitos seres sobrenaturais, eles receberam dons individuais com o despertar de seus ruahs. Eles também são capazes de enxergarem a luz dos ruahs de todos os seres vivos.
YOUKEES (criação própria): Youkees são espíritos viajantes e possuem um papel bem simples: levar o conhecimento mínimo de um universo a outro, permitindo que de alguma maneira cada sociedade avance. Eles fazem isso de maneira que pareça natural e não levam o crédito de nada. Youkees são seres extremamente poderosos e temidos por terem o poder de dar ordens de maneira forçada a uma grande quantidade de seres, tirando assim o controle do corpo de quem recebe tais ordens.
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(Dedicado a Jhennye, que não está merecendo, mas sempre vai ter um cantinho especial no meu coração e ao Henrique, que sempre escuta minhas reclamações e melhora o meu humor muito mais do que qualquer remédio psiquiátrico)
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Qiang tirou sua faixa e deixou a luz do sol nascente penetrar seus olhos. Eram raras as vezes em que ele deixava sua vista captar algum cenário bonito, mas naquele dia, havia alguém no jardim que valia a pena ser contemplado.
Ele era conhecido pelo povo por ser um imperador justo e benevolente, mesmo assim, ele carregava em seu coração um profundo vazio, um vazio deixado pela mesma moça na qual ele olhava agora de longe.
Ohime... sua beleza era sem dúvidas radiante e seu espírito era livre. Uma mulher conhecida pela sua inteligência. Era fato, sua presença iluminava qualquer ambiente em que ela estava e seus seguidores e admiradores aumentavam a cada dia que passava.
Qiang, porém, achava-se indigno de seu amor. Após tudo o que aconteceu com eles, após tudo o que ela sofreu, como ele poderia simplesmente acreditar que poderia estar com ela? Mesmo sabendo que ela também o queria, as circunstâncias estavam sempre contra eles e por isso, seus sentimentos seguiam ocultos e sempre que olhava para ela, ele sofria em silêncio.
Húlí, um menino da aldeia das kitsunes estava no palácio naquele dia. Ele era um menino doce e amava muito o Imperador. De longe, ele observava com tristeza a melancolia de Qiang. Ele sabia do amor dele por Ohime (e quem é que não sabia daquilo?) e, com a ingenuidade e o otimismo próprios da sua idade, decidiu fazer algo a respeito.
Ele lembrava de ter ouvido alguém falar sobre uma festa que ocorria em outro universo. Uma tal de Páscoa.
Correu até a biblioteca, na esperança de encontrar o Professor Yakumo enfiado nos livros como sempre.
— Professor! — ele chegou afobado tirando a concentração do jovem que parecia imerso em alguma leitura — o que é a Páscoa?
O Professor Yakumo, surpreso com a aparição repentina de Húlí, ergueu as sobrancelhas e o encarou com um sorriso divertido.
— A Páscoa, meu caro Húlí, é uma festa muito especial celebrada em diversos universos. É um momento de alegria, união e celebração da vida.
Húlí, com os olhos brilhando de entusiasmo, sentou-se no chão em frente à mesa do Professor e o questionou ansiosamente:
— E como se celebra essa tal Páscoa? Há algo que eu possa fazer para animar o Imperador?
— Ah, isso tudo é por ele, então? — o sorriso do professor se alargou — Acho que sei o que podemos fazer. Vem, vamos conversar com o Príncipe Corvo.
(...)
— Eu acho uma excelente ideia — Zyon, o Príncipe Corvo, escutou todo o plano com atenção — Mas como irá tirar Sua Majestade dos seus afazeres? E o mais importante, como irá tirar o Syaoran de perto?
— Eu faço isso — Húlí pulou feliz — e vocês levem a senhorita Ohime.
Na manhã de Páscoa, Húlí irrompeu nos aposentos do imperador com um sorriso radiante.
— Majestade! — ele exclamou alto, fazendo Qiang parar imediatamente o que estava falando com um dos seus servos — tenho uma ideia para celebrar a Páscoa! Que tal organizarmos uma grande caça aos ovos no jardim? Será divertido para todos!
— Páscoa? Caça aos ovos? Do que você está falando, Húlí?
Húlí se sentou sobre os calcanhares, no chão mesmo, enquanto explicava sobre o que era a Páscoa e sobre como funcionava a caça aos ovos. Qiang suspirou.
— Sei que está animado — o imperador tentou usar uma voz um pouco mais compreensiva — mas não posso remarcar todos os meus compromissos agora. Sinto muito, Húlí.
— Ah, o Syaoran não te falou? — Húlí fez cara de inocente enquanto colocava a mão no queixo — ele não está bem, ficou no quarto e já remarcou tudo.
O coração de Qiang deu um salto.
— Syaoran não está bem? — ele perguntou, a preocupação evidente em sua voz — O que aconteceu?
— Ele não disse, mas parecia muito cansado — Húlí respondeu, desviando o olhar. Qiang não estava convencido e podia ver na luz agitada do garoto que ele estava mentindo —Talvez seja só uma indisposição passageira.
— Então irei falar com ele.
— Não! — Húlí se sobressaltou — Quero dizer... De qualquer forma, eu acho que uma caça aos ovos seria uma boa maneira de animá-lo — Húlí insistiu — E quem sabe, talvez a senhorita Ohime também queira participar.
— Ohime? — Qiang ergueu uma sobrancelha — Por que você acha que ela se interessaria por uma caça aos ovos?
— Ora, Majestade — Húlí disse com um sorriso travesso — Foi ela que me falou sobre a Páscoa. Eu acho que você deveria fazer isso para deixá-la feliz. Ela anda tão triste, tadinha.
Qiang corou levemente e olhou para o outro lado.
Ele não estava convencido. Queria poder fazer aquilo, mas ao mesmo tempo, não podia simplesmente deixar seus afazeres e tendo isso em vista, saiu dos seus aposentos e foi atrás do seu conselheiro, Syaoran.
— Syaoran, Húlí me falou que você cancelou todos os meus compromissos, isso é certo?
— Sim, senhor — Syaoran falou com sua voz moderada de sempre.
— Por que fez isso?
Syaoran olhou para o canto, onde o professor lia algum livro calmamente.
— Não posso te contar no momento, Majestade. Apenas não me sinto bem.
Qiang apertou os olhos sob a faixa e olhou para o Professor, ele sem dúvidas tinha alguma coisa a ver com aquilo, além do mais Syaoran também estava mentindo. Mas no fim, um dia de folga não seria realmente ruim. No fim, a ideia de Húlí lhe pareceu interessante, pois seria uma oportunidade de se aproximar de Ohime durante aquele dia. Além disso, a alegria contagiante do pequeno garoto era capaz de animar qualquer um.
— Tudo bem, Húlí, você venceu — o imperador olhou para trás, onde o garoto kitsune corria para alcançá-lo — Vamos organizar a caça aos ovos para esta noite.
Húlí ficou radiante com o sucesso de seu plano e correu para chamar todas as crianças que conhecia para ajudar a preparar a festa.
Ao longo do dia, Húlí se dedicou a preparar o jardim para a caça. O Professor se prontificou a buscar diversos ovos de Páscoa para a ocasião em vários universos diferentes e com a ajuda dos servos, Húlí escondeu ovos coloridos em diversos lugares, elaborando pistas criativas e divertidas para guiá-los. Ele também preparou uma cesta especial para Ohime e Qiang, com ovos de chocolate de diferentes sabores e cores, mas esse presente, ele não entregaria naquele dia, não se pudesse seguir passo a passo o seu plano
Enquanto Húlí se dedicava aos preparativos, Qiang se preparava para a noite, ainda sem ter descoberto a real intenção da pequena kitsune.
A noite chegou e o jardim do palácio se iluminou com lanternas coloridas. O aroma de chocolate e flores pairava no ar. Todas as crianças do complexo de palácios estavam presentes e todas estavam animadas com a novidade, além de estarem ansiosas para encontrar as pistas e os deliciosos prêmios.
— Majestade, vem aqui — Húlí o puxou — Eu quero te mostrar uma coisa.
Qiang não teve tempo de contestar antes de ser puxado por uma criança entusiasmada até o lago no lado oposto ao evento.
Subiram no coreto que dava a vista para um lago e Húlí pediu para que ele esperasse ali. Aproveitou a saída do garoto e liberou novamente sua visão. A lua cheia brilhava no céu de maneira intensa, as estrelas pareciam até mais brilhantes que outras vezes.
O vazio novamente preencheu seu peito, mas ele não saiu de onde estava.
Ohime, com seu qipao (vestido tradicional chinês) azul celeste adornado com flores, chegou ao jardim acompanhada de Zyon, parecendo confusa.
— Zyon, o que exatamente estamos fazendo aqui?
— Não seja estraga prazeres, Ohime. É só uma festa de Páscoa.
— E desde quando existe Páscoa aqui? — ela perguntou desconfiada.
— Ficou sabendo que o Qiang anda muito melancólico ultimamente?
Ela parou de respirar, ele estava triste? Por quê?
— Eu não tenho nada a ver com isso — ela retrucou sentindo o rosto esquentar.
— Vai fingir que não se importa? Ele planejou essa festa para todos, mas ele mesmo não está participando, notou a ausência dele?
— Ele só deve estar ocupado e isso não responde a minha pergunta — ela tentou refazer os passos para ir embora, mas antes que pudesse, a voz fina de uma criança chegou até o seu ouvido.
— Senhorita Ohime — Húlí chegou cabisbaixo perto dela.
— Ei, tudo bem, Húlí? — ela se abaixou para falar com o pequeno — Por que está triste?
— Eu convenci o mestre a fazer essa festa, porque ele está muito triste. Achei que ele fosse se animar, mas agora ele está lá no coreto, sozinho de novo.
Húlí começou a chorar, parecendo inconsolável. Ohime sabia do carinho que Húlí tinha pelo imperador e vê-lo daquela maneira foi terrivelmente triste para ela.
— Por favor, senhorita. Tente falar com ele — Húlí fungou algumas vezes.
— Mas Húlí, o que te faz acreditar que eu vou conseguir animá-lo?
Ohime se ajoelhou ao lado de Húlí, limpando suas lágrimas com um lenço delicado. A tristeza do menino era contagiante, e ela sentiu um aperto no coração ao notar a angústia estampada em seu rosto.
— Húlí, eu não sei se consigo animá-lo — ela disse com voz suave — Mas prometo que vou tentar. O que você acha de irmos juntos até o coreto?
Húlí assentiu, enxugando as últimas lágrimas com a manga da roupa. Os dois caminharam lado a lado pelo jardim, em direção ao coreto onde Qiang se encontrava, alheio à festa que acontecia ali perto.
Ao chegarem ao coreto, Ohime se aproximou de Qiang hesitantemente. Ele estava sentado em um banco, com o olhar perdido no horizonte.
— Rei mimado? — ela o chamou baixinho.
Qiang ergueu a cabeça fazendo seus olhos encontrar a moça repentinamente, sentindo, assim como era o esperado, tudo o que ela sentia naquele momento. O que era aquilo que ela estava sentindo além da sua habitual ansiedade? Preocupação? Tristeza?
— Esquentadinha — ele sorriu de lado e depois se levantou para se aproximar dela.
Ohime não podia vê-lo, mas queria e apenas naquele dia, cedeu a esse desejo. Quando olhou para Qiang, havia uma sombra de tristeza em seu olhar e cravada no início do seu estômago, mas havia também um brilho de surpresa ao vê-la ali.
Ela ficou muda, já não sabia o que dizer e apenas ficou parada, escutando o tão característico som de sinos que sempre ouvia ao estar perto dele.
— Senhorita Ohime — ele levou uma mecha do cabelo da moça para trás da orelha — O que faz aqui?
— Eu vim te fazer companhia — ela gaguejou a resposta — Húlí me disse que você estava triste, e eu...
— Ele disse isso, não é? — ele riu — Percebeu que ele acabou de sair correndo?
Ohime não tinha notado, mas ao olhar para trás ela se deu conta do óbvio, estava sozinha com o imperador.
Seu coração disparou.
— Pelo visto tramaram para a gente, senhorita.
— Tramaram? — Ohime abriu mais os olhos com o coração ainda imensamente acelerado. "Se controla, Ohime. Ele vai sentir isso."
— Não importa...
Qiang, tomado pela felicidade, abraçou Ohime com força. Ela sentiu como o coração dele batia violentamente no peito também. Ele não se seguraria naquele dia.
O abraço de Qiang era forte e aconchegante, transmitindo uma mistura de conforto e segurança que Ohime só conseguia sentir com ele. Ela se deixou levar pelo momento, fechando os olhos e permitindo-se sentir a proximidade dele. O perfume inebriante de Qiang invadiu seus sentidos, intensificando as sensações que percorriam seu corpo.
De repente, o abraço se desfez, e os olhos de Qiang se fixaram nos de Ohime, um espelhando aquilo que o outro sentia de maneira repetida. Havia uma intensidade extasiante em seus olhares. Seus corações batiam em sincronia, como se estivessem respondendo à mesma melodia.
Sem que pudessem evitar, seus rostos se aproximaram lentamente. O tempo pareceu parar enquanto seus lábios se tocavam em um beijo suave e delicado. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, restando apenas os dois, unidos por aquele momento.
O beijo era como uma explosão de sentimentos: paixão, desejo, ternura. Tudo o que eles guardavam dia após dia pareceu vir à tona naquele momento. Qiang explorava os lábios de Ohime, enquanto ela se entregava àquele momento único, completamente dominada pelas sensações que a percorriam.
As mãos de Qiang deslizaram por seu corpo, acariciando sua cintura e puxando-a para mais perto. Ela correspondeu ao toque, entrelaçando seus dedos nos cabelos dele. O beijo se intensificou, tornando-se mais ardente e apaixonado.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, com os olhos brilhando de desejo. Ohime sentia o rosto corado e o coração batendo acelerado.
Qiang sorriu para ela, um sorriso travesso, mas ao mesmo tempo surpreso.
— O que foi isso? — ele perguntou, com a voz rouca pelo desejo — pelo visto eu não era o único com saudades disso.
Ohime sentiu o corpo arrepiar. As palavras não conseguiam expressar a intensidade do que ela estava sentindo. Tudo o que podia fazer era olhar para ele, seus olhos transmitindo tudo o que ela não conseguia verbalizar.
— Não consegue responder? Então eu responderei por você: Isso — ele puxou-a novamente — Foi uma pequena trégua para a nossa guerra e está apenas começando.
E com essas palavras, ele a beijou novamente, desta vez com ainda mais paixão e desejo.
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