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CAPÍTULO 6

Estava tão nublado aquele dia, as nuvens estavam cinzentas e o dia mais parecia noite.

Alice chegou na sala de aula toda desengonçada, segurando seu guarda-chuva florido e com sua touca amarela cobrindo as orelhas. Olhou para todos os lados na tentativa de encontrar Babi, mas ela deixou Alice como um pinto molhado na chuva.

Eu vou te contar uma cena e você tem que imaginar como se uma música linda de romance tocasse ao fundo, porque foi exatamente o que Alice escutou quando Rafael entrou na sala, usando uma jaqueta preta de couro. É, até eu solto suspiros ao lembrar da cena digna de um filme romântico de sexta à noite.

O mais difícil dessa história era que o Rafael sabia que ele era lindo e Alice tinha certeza que era isso que o deixava ainda mais lindo. Mas com aquela jaqueta, ele tinha passado todos os limites da beleza, parecia um badboy que saltou do livro favorito de Alice e se materializou bem ali em sua frente.

Alice!! É melhor limpar a baba ou pelo menos tentar disfarçar.

— Alice no país das fantasias!? — Alex, seu colega que sentava logo atrás, gritou em seu ouvido, inclinando o corpo para ficar mais perto da amiga — É melhor limpar a baba ou pelo menos tentar disfarçar.

Foi o que eu disse!

Alice se entregava tanto, disfarçar nunca foi uma opção, parecia que ela realmente queria que todos soubessem que ela era muito a fim do Rafael. Mas, na verdade, nem precisava de muito esforço, todo mundo sabia do fato e até zoavam a pobre garota. Foi por isso que Alice não acreditou quando Cadu disse que Rafael estava a fim dela, parecia que era só mais uma zoeira entre os amigos.

Quem se interessaria por alguém tão desengonçada, esquisita e mente criativa como Alice?

— Podem se juntar em duplas para fazer o trabalho — Dora, a professora de literatura, ordenou aos alunos.

Alice estava ferrada! Nada de Babi, nada de Cadu. Alex correu logo para fazer o trabalho com seu crush sem nem dar tempo dela virar para trás e fazer a pergunta.

— Podemos fazer juntos? — Rafael perguntou ficando de frente para a mesa da garota, enquanto ela ainda olhava para todos os lados. — Tenho certeza que todos dessa sala, você é a melhor em escrever e estou precisando de pontos com a Dora.

Cada parte do corpo de Alice tremeu, suas bochechas ficaram tão quentes que ela chegou a acreditar que entraria em combustão.

— Cla... Claro.

Era assim que funcionava. Laura faltava e Rafael se transformava. Alice já tinha percebido isso antes, afinal de contas, eles eram amigos antes do namoro, mas parecia que Laura o proibia de trocar qualquer palavra com qualquer outra garota além das suas duas melhores amigas. Então, quando ela faltava, Rafael parecia tirar uma bigorna de cima das costas e conseguia trocar palavras com todo mundo, inclusive, com Alice, a qual ele sempre gostou de ouvir as histórias.

— Eu fiquei sabendo sobre seu término com o Felipe — Rafael confessou enquanto eles folheavam o livro, tentando encontrar uma frase incrível para fazer uma redação.

Não entendi porque Rafael foi tocar no assunto Felipe, Alice já tinha superado, estava muito bem.

— Eu estou bem, sinto como se tivesse tirado um grande peso das costas — Alice voltou a atenção para o livro, não querendo tocar no assunto.

Rafael assentiu e também voltou para o livro, mas queria dizer tanta coisa, queria continuar a conversar, não queria parar de ouvir Alice falar.

— "Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela" — Alice leu a frase para Rafael, que estava com a testa franzida encarando as páginas do livro — O que você acha dessa? É do Carlos Drummond de Andrade, o poeta preferido da Dora, tenho certeza que vamos ganhar pontos a mais por isso.

— Acho que é pior sentir saudade de uma pessoa que ainda tá na nossa vida — ele comentou, fechando o livro e colocando sobre a mesa.

— Quê?

Acho que ninguém entendeu o que Rafael queria dizer com aquela frase, mas a verdade é que ele queria dizer tanta coisa para Alice, mas não conseguia, sempre ficou entalado com as palavras, assim como ela. Ele achava Alice inteligente demais e qualquer coisa que saísse de sua boa, ela acharia idiota.

— Não é nada — ele balançou a cabeça, engolindo mais uma vez, tudo que queria falar de verdade — Acho que vamos conseguir fazer um texto com essa frase e uns pontos a mais com a Dora, é tudo que eu preciso.

— Se você prestasse mais atenção, talvez não precisaria.

— Pra você é fácil falar — ele puxou uma folha do caderno entregou para que Alice começasse a escrever — Você é a melhor da sala em literatura. Seus poemas são incríveis, você se dá bem falando sobre o amor.

Conseguem ouvir daí? É o coração de Alice batendo em um ritmo descontrolado, sua sorte era que a sala estava uma algazarra, porque se todos tivessem em silêncio, era provável que se ouvissem as batidas.

Alice se derreteu na cadeira, sorrindo com uma boba, analisando Rafael ajeitar sua jaqueta antes de entregar a caneta para que ela escrevesse. Se ela não se concentrasse, era capaz de não conseguir sair da primeira linha.

— Você sente saudade do Felipe? — ele perguntou enquanto ela escrevia.

Qual é Rafael? Outra bola fora. Não se fica falando de ex como se tivesse falando do café da manhã. Ninguém merece conversar sobre pessoas tóxicas.

— Por que você tá tão preocupado com o que eu estou sentindo pelo Felipe? Ele pediu para você falar alguma coisa pra mim?

— Eu não estou preocupado com o que você tá sentindo pelo Felipe, estou preocupando com você. Eu vi como você ficou e só queria saber se já estava melhor.

Agora, além do coração palpitando, Alice tinha as pernas sem controle, balançando em um ritmo desenfreado.

— Não quero conversas paralelas — Dora avisou no centro da sala — Quero todas as redações hoje, na minha mesa.

Estraga prazer! As coisas pareciam que estavam começando a ficar interessantes entre os dois, mas infelizmente, eles precisavam se concentrar se quisessem ter uma nota boa e consequentemente passar em um vestibular.

Depois do trabalho entregue, Rafael aproveitou para falar com os seus amigos, sem ter uma sombra colada nele. Alice ficou no canto, observando seus passos e ainda pensando em como aquela jaqueta o deixava lindo.

Eles tiraram nota máxima naquele trabalho e Rafael só conseguiu passar na matéria graças à ela. Como Alice imaginava, Laura deu um chilique quando descobriu e junto com os amigos, ela ficou rindo de como a garota conseguia ser tão infantil.

Naquele dia, quando Alice voltou para casa, passou a tarde chuvosa assistindo um filme clichê sem final feliz e pensando em toda aquela conversa estranha com Rafael. Ela sorria como uma boba e acreditava que sentiria aquilo por ele para sempre.

O primeiro amor é algo difícil de se esquecer, é algo que entra dentro da nossa cabeça, provavelmente tem um lugar só dele em alguma parte do cérebro e se recusa de todas as maneiras sair de lá. Eu tenho certeza que Alice acreditava que teria os mesmos sentimentos por Rafael pelo resto de sua vida e que com certeza, escreveria uma música ou um livro sobre aquela jaqueta de couro e agradeceria por ele ter usado. A música pode até vir, assim como o livro, mas o sentimento não vai ser mais o mesmo.

Para quem cresce lendo livros de contos de fadas, o primeiro amor é algo que deve ficar, permanecer para sempre, mas a vida real, ah a vida real! Não tem nada de felizes para sempre, cavalo branco e príncipe encantado. Você pode ter o segundo amor, terceiro amor, quarto, até encontrar uma felicidade tão real que vai desejar que seja seu "felizes para sempre", mesmo que a carruagem bate em algumas pedras, o vestido rasgue no meio do baile e o salto quebre antes da valsa. 

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