Tt - 2598 palavras.

Todos temos sonhos. Uns para estudos, outros para o financeiro, vários para encontrar o amor e outros impossíveis.
E os meus não seriam diferentes. 

Sempre soubemos que há sonhos fáceis de serem realizados e sonhos impossíveis de serem. O meu sempre esteve na segunda categoria.

Por quê? Muito simples... meu sonho, sempre foi conhecer Tom Hiddleston!

É esse mesmo, o Loki. 

Eu sei, eu sei que vocês devem estar pensando: — Essa deve ser uma adolescente deslumbrada com um sonho idiota!

Mas não, e vocês vão ver.

Primeiramente deixe-me me apresentar. Me chamo Gael e não, não sou homem ok! Sou Gael de Andrade Gomes.

Moro em uma cidadezinha chamada "Milady do Valley", e é bem distante da civilização Brasiliense, mas com charme e romantismo.

E sim, existe internet, TV a cabo, entre outras coisas! Não sejam bobos.

Hoje tenho 20 anos. Trabalho como caixa do único supermercado da cidade e ainda estudo e não, não repeti de ano, só entrei tarde no colégio, por morar sempre em fazenda e a localização me impedia de frequentar.

🔹❇️🔹

Estava no último ano e sinceramente não via a hora de acabar para poder entrar em uma faculdade que tivesse a matéria de pintura.

Sempre amei a arte e minha paixão são os desenhos. Especificamente, caricaturas de humanos. 

Moro em uma casa modesta. Com três cômodos e um puxadinho criado para ser meu quarto/Ateliê. 

Admito que é meu pequeno paraíso, onde criava minhas obras e passo a maior parte da minha vida sonhando acordada.

🔹❇️🔹

Queridos leitores. Vocês sabem que tudo tem um início nas nossas vidas, não é? E o meu ao qual me apaixonei por T.H como carinhosamente o batizei, aconteceu no ano de 2013 quando tinha 13 anos. 

Havia ido assistir um filme com o título. Amor profundo.

(Uma estória de Heste Collyer, casada com um homem mais velho, em uma união que lhe dá boa posição social e estabilidade, mas que carece de paixão. Ela encontra a emoção nos braços de um jovem ex-piloto, com quem começa um romance...)

Quando o vi, tive a certeza de que estava apaixonada e que ele seria meu primeiro e único crush.

Vocês não têm noção do quanto sou louca por ele.

Para terem ideia, meu primeiro ano de salário do mercado, usei para fazer aulas de inglês afim de entender as entrevistas ou filmes ao qual ele participava. 

Hoje, graças a esse amor, me tornei fluente e sempre o agradeci por isso. "Vida longa ao TH"

🔹❇️🔹

Meu cotidiano sempre foi bem simples. Acordava às 6 da manhã, ia até meu poster preferido dele para lhe dar um selinho naqueles lábios perfeitos, e daí, somente daí, fazia minhas outras coisas.

O poster

Saia sempre de casa às sete e meia da manhã, indo para o trabalho, às cinco regressava passando na banca do senhor Jorge a comprar um exemplar de alguma revista que continha algum assunto sobre o homem de meus sonhos.

Seguindo para casa afim de descansar e como de costume, assistir algo inédito sobre ele ou dele. Hoje, aos vinte anos de idade, meu amor por Tom H, não diminuiu nem sequer um tiquinho.

🔹❇️🔹

Mas antes, o que meus carinhosos leitores irão ler é realmente surreal e inacreditável.

Uma mera mortal de uma cidade com menos de 2.500 habitantes, realizaria um sonho que realmente era para ser impossível!

Poderia até soar como boa história da carochinha, mas por favor, peço que não me tenham como mentirosa ou coisa assim, não teria motivos e nem mesmo sabedoria para mentir tão bem.

Então os fatos a seguir, só posso dizer que é a mais pura, verdade. Aproveitem, pois iremos voltar para o ano de 2014 quando completei exatos quatorze e fui presenteada pelo meu tio, o único rico da família, com uma viagem para, acreditem se quiser, Londres.

Foi tudo muito planejado e arquitetado por ele e meus pais. Não podia acreditar no que estava acontecendo comigo e felicidade era com certeza muito visível para mim.

Porque eu jamais imaginaria que iria para a cidade mãe das artes em pintura. Era o ápice de tudo, de grandes inspiradores que haviam vivido lá e deixado ótimas heranças. 

Vinte e cinco, do dez, de dois mil e quatorze, lá estava eu, esperando o ônibus de viagem que me levaria para Guarulhos e de lá, a Londres. 

Comigo estava meu tio João e minha melhor amiga Allegra. Lembro que entramos no ônibus e apesar de que ainda tinha um longo trajeto até a cidade das artes.

Eu estava totalmente apavorada e entusiasmada ao mesmo tempo. Doze horas depois e muito calmante para me desligar que estava a mais de 20 mil pés do chão.

Estava essa Gael, uma jovem praticamente caipira pisando em solo europeu. Tudo era completamente alucinante, o fato de estar em outro país, vendo tantas coisas lindas como monumentos, arquitetura e principalmente pintura!

Chegamos em Londres no dia vinte e seis, e ficaríamos até o dia vinte e nove de uma quarta-feira.

Me lembro como se fosse hoje. Era dia vinte e oito, e meu tio tinha comprado três ingressos para assistirmos uma peça teatral que ele havia dito que tinha recebido ótimas críticas.

E seu João sempre foi amante de teatro, então esse passeio não poderia faltar em nosso itinerário.

Saímos mais ou menos às seis e meia da tarde de um entardecer lindo. Meu tio havia alugado um carro para que pudéssemos nos locomover melhor e para mim era tudo perfeito.

Até se andássemos de bicicleta ou a pé seria maravilhoso. O passeio contava com um jantar em um restaurante desses de grã-finos e depois teatro.

A comida estava ótima, o ambiente era lindo e muito requintado. Meu tio se divertia com as palhaçadas de Allegra e eu, custava acreditar que estava lá, em Londres.

De repente João me chama perguntando se eu estava gostando e era óbvio que simplesmente demonstrei com meu olhar que tudo estava magnífico, o deixando feliz.

— Close check please "a conta por favor" — Fala todo orgulhoso do seu inglês britânico. 

Saímos do ambiente, passava das  sete e meia da noite, a peça começaria às oito horas em ponto, porém nossa sorte era que não era longe, então levamos cerca de dez minutos para chegar no local que estava lotado de carros, fotógrafos e muita gente gritando.

Me recordo que perguntei para João o motivo de tudo aquilo e ele havia me dito que a peça tinha se tornado de muito sucesso.

Descemos do carro e adentramos sendo involuntariamente fotografados pelos profissionais que ali estavam. Até na hora pensei que seria muito legal aparecer em uma revista, e a mesma circular na minha cidade para todos verem onde chequei. 

(eu sei, muito egocêntrica e metida), mas é que ninguém me dava nada naquele lugar, então gostaria de mostrar que com esforço consegui o que quis.

O lugar era inacreditavelmente magnífico, com detalhes que para mim era o ápice de tudo e seria impossível descrever.

Do nada aparece um rapaz de fraque preto e cabelo bem iluminado em gel, nos cumprimentando e em seguida pedindo nossos nomes para nos levar a nossos acentos que para minha surpresa, eram na primeira fileira no meio.

Muito empolgada, me sentei e o mesmo homem nos entrega três folhetos que contavam uma sinopse bem curta e objetiva da peça teatral.

Algo com soldados e morte! Tinha muitas pessoas em seus lugares antes mesmo da peça começar, e cada uma bem mais vestida que a outra, me deixando meio sem jeito, pois era a única com calça jeans e uma camiseta por baixo de um Blazer pequeno 

De repente às luzes do teatro se apagaram e a do palco se acendeu anunciando que iria começar. Meu coração disparava pela grande emoção em estar ali e pela primeira vez poder ver um teatro é uma peça.

Um dos atores entra e a peça começa. De repente...

— Ahhh MEU DEUS! — grito feito uma maluca e logo cubro meu rosto de vergonha.

A sorte era que não haviam percebido meu escândalo ou muito educados fingiram que não, inclusive os atores que estavam no palco.

O motivo da minha histeria psicótica, era que na minha frente estava nada mais nada menos que "Thomas William Hiddleston" ele mesmo, o TH!

Minhas mãos estavam trêmulas junto com minhas pernas. Meus olhos ardiam por mal conseguir piscar. Não estava acreditando que na minha frente era ele, o objeto humano do meu amor, da minha admiração.

Ele estava lindo, vestia trajes de um general, seu cabelo mais curto que o normal, já que interpretava na época o Loki, e estava absurdamente sexy.

Tenho que admitir a vocês que quase não prestei atenção na história verídica, por meus olhos serem somente para ele.

— Gostou do presente? — Meu realizador tio fala baixinho somente para que eu podesse ouvir.

Automaticamente olhei para ele e lágrimas molharam meu rosto agradecido pelo grandioso presente!

Duas horas e pouco depois a peça acaba com os atores e ele no centro saudando a plateia que se levaram para os aplaudir, menos eu que estava medo de cair e passar a maior macaca na frente do meu ator crush.

É quando algo surreal, até mesmo em ter visto ele, por incrível que pareça, acontece comigo. O ser dos meus sonhos, tinha olhado em minha direção e piscado para mim dando o mais lindo sorriso. 

Involuntariamente meus olhos se abriram até não suportar mais, junto com minha boca. Dentro de minha cabeça era um turbilhão de emoções brigando para ser o destaque da minha vergonha.

O ato foi bem rápido até porque não era a rainha da Inglaterra para ter exclusividade.

🔹❇️🔹

Meu tio havia me dito que todo o final daquela peça, os atores davam autógrafos aos fãs, então ele queria me levar até aonde ele estava para ter o perfeito autógrafo, mas para sua aflição e cara de incógnita, não quiz ir lá e sim ir embora! 

Na hora ele e minha amiga não entenderan, pois sabiam que sempre quis que isso acontecesse, mas quando explico, eles acabam entendendo e assim podíamos retornar ao hotel.

Vocês podem pensar. — Mas como você foi tola! Agora voltará triste, pois não o conheceu pessoalmente!

Mas gente, por incrível que pareça estava muito feliz... cara, tinha visto Tom Hiddleston a menos de 5 metros de mim, minha gente linda e isso já bastava!

Voltamos para o hotel, e eu para o quarto junto com Allegra e meu tio para o dele. Entramos e vou direto para o banheiro, fechando a porta e me olhando no espelho, vendo a felicidade estampada naquela cara magra e branca sem sol. 

Cenas da peça apareciam diante de mim como se estivesse novamente naquele teatro, junto com frases estéticas.

—Você, viu, Tom Hiddleston! 
Você viu, Tom Hiddleston! 
Vocêêê... viiiu... Tom Hiddleston! 
Vooocê viu Tom Hiddlestonnnn...

Repetia por várias  e varias vezes como uma louca enquanto pulava e ao mesmo tempo me chacoalhava alucinadamente.

Depois de um longo tempo saio do banheiro mais calma chamando Allegra, porém curiosamente não a encontrei achando estranha.

— Gael? — Me virei olhando em direção à porta do quarto.

— Oi? — Era meu tio já trajado de roupas do hotel.

— Vem cá, vem no meu quarto. Tua amiga apareceu lá totalmente brava! — pego meu roupão e o visto saindo junto com ele para quarto preocupada.

— Mas por quê? — Ele dá de ombros e rebate.

— Vai lá saber, só você entende Gael, só você! — E ele estava certo, pois quando minha amiga se enfurecia era só eu que a acalmava.

Sigo ele até o quarto, quando entro vejo duas pessoas estranhas parada no corredor. Não dou importância e vou andando devagar, encontrando Allegra de braços cruzados aparentemente furiosa.

— O que foi amiga, por que está assim? — Ela me abraça na mesma hora e começa a chorar.

Olho para meu tio ao qual balançava os ombros sem entender.

— Aí amiga, o Carlos terminou comigo, acredita? E por vídeo! — estou entorpecida pelo que tinha acabado de escutar vendo ela voltar a chorar, porque para Carlos era deus no céu e a mãe e Alle na terra.

— Mas como isso, amiga, Carlos é completamente louco por você?

— Acho que é porque ele me viu com ela, moça...

Detrás de grossas camadas de cortina, ouço uma voz estranhamente familiar me obrigando a me virar rapidamente para onde o som vinha.

Detrás delas tinha saído um homem com a cabeça baixa, mas que quando levanta me faz ser a chorona do ambiente.

Ele sorri e todos no quarto caem na gargalhada, menos eu que chorava indo até ele e o abraçando ao qual correspondia carinhosamente.

— Oh meu pai, não chore, seu rosto é muito bonito para chorar. 

Os pensamentos invadem minha cabeça na hora quando Tom Hiddleston fala que eu era bonita?

Então gente, tudo havia sido armado para que eu o conhecesse. O plano principal era o ver lá na peça, mas como tinha decidido não seguir em frente, meu tio havia mexido os pauzinhos e conseguido o trazer no hotel. 

— Sou muito sua fã Tom! — Ele volta a sorrir e coloca minha cabeça carinhosamente em seu... ui, peitoral.

— Obrigado, fico muito lisonjeado com seu afeto Gael, a propósito, que nome lindo você tem! — fico constrangida, mas o respondo.

— Significa A protegida.

— Parabenize sua mãe por mim, bela escolha...

Era extremamente difícil acreditar que ele estava na minha frente e que eu estava em seus braços. 

Carinhosamente ele me presenteia com um pôster autografado com uma frase em inglês.  

"Com muito carinho por sua admiração simples que me cativou muito".

Conforme ele escrevia, lágrimas desciam pelo meu rosto por vê-lo escrever e poder entender tudo graça às aulas.

Depois me pediu meu ingresso do espetáculo e o autografada também. — Peço que guarde com muito carinho. — diz tocando em meu nariz me fazendo fraquejar as pernas. 

— Mu-mui-muito obrigado Tom!
— Digo tentando parar de chorar.

— Foi um prazer conhecer você Gael, você pode ter certeza que nunca esquecerei de você e desse nome lindo! Um prazer te conhecer também Allegra, outro nome que gostei, pelos céus, acho que colocarei esses nomes nos meus filhos futuros!

Fico surpresa com a declaração e nesta hora olho para minha amiga e a vejo pela primeira vez esboçar uma expressão de surpresa ao ouvir que seu nome poderia ser escolhido por ele para seus filhos. 

— Voltem bem para o país de vocês, ok Gael?

— Pó-pode deixar, muito obrigado, e quando for divulgar um filme não esquece de nós brasileiros, ok?

— Pode deixar linda... — Vai até meu tio e o cumprimenta. — Tchau João, foi um prazer conhecê-lo, adorei as meninas. 

— O prazer foi meu Willian, obrigado por atender tão precisamente meu convite!

O Tom sorri e sai com a proteção dos seguranças.  Sento na beirada da cama totalmente atônita e meu tio e Allegra chegam perto para ver se eu estava bem, mas isso era uma coisa longe de estar acontecendo.

— Tio? — O belo homem de quarenta e cinco anos, se aproxima pegando no meu ombro.

— Oi, meu anjo!

— Não tenho como agradecer e pagar o que você fez, muito obrigado com todo meu coração de verdade!

Lembro que o agradeci em meio as lágrimas e ele me abraçou forte dizendo que pelo fato de não ter tido filhos, sua felicidade se resumia em me fazer feliz.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Gostou? Como eu senti uma pontinha de inveja gospel de Gael. Comenta aí estarei esperando e de uma estrelinha se assim achar viável ok? Isso me fará sem dúvida feliz e radiante.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Próxima Capitulo