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Relief

Ele andava pelo beco sujo e deserto, sentindo a brisa erguer levemente o seu longo sobretudo. O seu olhar estava focado no horizonte, apesar de estar perdido em seus próprios pensamentos. O seu corpo doía por causa das malditas queimaduras que iam desde seu tronco até sua face. A sua vontade era andar livremente pelas ruas, mas não podia. Dabi era procurado pelos homicídios cometidos, então poderia ser capturado à qualquer momento, principalmente por estar longe do covil da liga dos vilões. Mesmo sendo perigoso, ele se viu na obrigação de sair um pouco daquele lugar frio para andar pelas ruas da cidade e respirar o ar "puro" da sociedade que tanto o incomodava. Uma brisa gélida atingiu sua pele mas não demonstrou nenhuma reação.

Tudo o que sentia era dor.

Por outro lado, ela se encolhia dentro do casaco bege que usava. Aquele ar frio da noite tocou sua face e, por isso, puxou o cachecol até a ponta do nariz. A rua da cidade se encontrava pouco movimentada. Com toda certeza, não era o horário para uma jovem andar sozinha mas a sua mente estava ocupada com os problemas familiares. Por ser muito reservada e ter uma individualidade pouco notável, as pessoas a excluíram e duvidaram da sua capacidade de se tornar uma heroína. De fato, o seu caminho para trabalhar em uma das maiores agências de super-heróis foi difícil. Ela enfrentou o preconceito com seu poder "inofensivo" e de suporte, conseguindo exceder as expectativas criadas entorno de si. Porém, não conseguia se sentir totalmente completa com a situação em que se encontrava.

Sentia um vazio dentro de si. Um vazio inexplicável.

Dabi ouviu passos se aproximando, erguendo o olhar para um trio de jovens que espancava outro. O seu olhar era de pura indiferença, seguindo o seu caminho até que um dos marginais apoiava a mão no ombro dele.

— Não pense que sairá depois de ter visto.

Um único olhar foi capaz de deixar os três com calafrios e um sorriso sádico surgiu nos lábios do vilão. Ele gostava de ver suas vítimas sofrendo e, principalmente, quando as considerava apenas um lixo na sociedade.

— Sejam o meu entretimento nessa noite e queimem como os lixos que são.

Em uma rua não muito distante dali, a heroína espirrava sendo afetada pelo clima frio da cidade. O ambiente mórbido a assustava ao pouco ao mesmo tempo que trazia uma sensação estranha de paz. O vento resolvera brincar com seus longos cabelos negros e ela precisou segurar o cachecol com força para não o perder em meio ao pequeno redemoinho de papéis e folhas que se formava diante de seus olhos. Por um momento, decidiu interromper a caminhada e encarar o céu, admirando a Lua junto com as brilhantes estrelas ao seu redor. A jovem tinha certeza que poderia ver mais desse brilho se toda a luz da cidade não ofuscasse aquela visão.

As pessoas também eram assim. Elas eram ofuscadas por outras que queriam desesperadamente exibir o seu falso brilho.

Às vezes, ela sentia falta do contato físico mas nem sempre podia controlar a própria individualidade, o que contribuiu para aumentar a sua insegurança. Por mais que quisesse continuar pensando no assunto, optou por retornar a caminhada para não chegar tão tarde em casa.

Ele saía daquele beco com os músculos mais relaxados após tornar as quatro pessoas que cruzaram o seu caminho em meras cinzas. Dabi mantinha-se perdido em seus próprios pensamentos, elevando a mão direita até o pescoço onde roçava a ponta de seus dedos sobre a pele queimada. Coçava demais. Não, doía. Essa era a melhor palavra para definir aquela incessante sensação que o perseguia desde pequeno. Provavelmente, era um carma por ter nascido com defeito e não ser capaz de orgulhar o próprio pai.

A sua linha de raciocínio foi cortada quando uma reportagem de Endeavor surgiu no painel do prédio mais alto da rua. O herói número um dava uma entrevista para uma famosa emissora, contando sobre as dificuldades em ser o Símbolo de Paz na sociedade.

Hipócrita

Era tudo o que Dabi conseguia pensar ao ver o homem diante de seus olhos. As pessoas o amavam, esqueciam seu temperamento explosivo... Simplesmente o viam como um exemplo a ser seguido. Porém, o seu filho mais velho sabia o tipo de pessoa que Enji Todoroki era. Frio. Insensível. Ambicioso. Egoísta. Abusivo.

— Mas sou quem me escondo nas sombras enquanto eles estão na porta da emissora para te ver. — murmura para si mesmo em uma dura conclusão para que, de uma vez por todas, sua mente e seu coração entendessem a verdade. A maldita verdade. — Você não merece ser chamado de herói. Não merece ser amado.

Nem eu. A sua consciência o acusava, causando um desconfortável aperto no peito e continuou a andar, apressando os passos.

Não podia ser amado. Pessoas imperfeitas eram descartáveis.

A jovem caminhava com o olhar direcionado à reportagem no telão, reconhecendo o ruivo de olhar afiado a ser entrevistado. Ela teve a chance de participar de algumas missões de resgate ao seu lado, mas nunca teve o devido reconhecimento. Afinal, o Número Um parecia preocupado demais em ser o centro das atenções para dar importância a uma simples heroína que tinha uma individualidade tão fútil: bloquear a dor através do toque. Não era um poder útil e muito menos visível para a mídia. Às vezes, perguntava-se o motivo de ter sido contratada por aquela famosa agência de herói, já que não era capaz de salvar vidas com esse poder.

Eles só precisavam de um suporte, pensava.

Encontrava-se tão distraída que seu corpo acabou se chocando contra algo. Ela recuou alguns passos até subir o olhar em direção à causa de sua colisão, surpreendendo-se ao se deparar com um criminoso procurado. Por reflexo, ele havia segurado os dois braços da jovem quando se chocaram. Dabi abaixou suas íris azuis em direção aos olhos escuros dela e parecia surpreso. Na verdade, estava assustado e a sua reação não passou despercebida pela heroína.

— O que você fez...?

Instantaneamente, abaixou o olhar para as mãos dele a tocando daquela forma e percebeu que estava usando a sua individualidade de forma involuntária. Dabi continuou em silêncio e isso a incomodou um pouco, resolvendo falar:

— Desculpa, eu...

Quando tentou se afastar, ele a segurou com maior firmeza. Ela o encarou confusa, vendo a surpresa da própria ação na expressão do homem. Ao analisar a sua face pelo capuz que usava, pôde reconhece-lo como um dos vilões procurados por todo o país. Um calafrio percorreu o seu corpo pois não estava com seu equipamento de luta. Antes que pudesse pensar em um plano de fuga, voltou a fitar aqueles olhos azuis que expressavam uma profundidade melancólica.

Ele está sofrendo...?

Por um momento, focou nas cicatrizes e notou que elas podiam doer constantemente. Por isso, ao usar a sua individualidade...

— Elas não doem mais. — ele dizia quebrando o silêncio. — Pela primeira vez em muitos anos, elas não doem.

Naquele instante, não conseguiu enxergar um vilão impetuoso na sua frente. Dabi não passava de uma pessoa quebrada, tentando lidar com os seus demônios internos e sendo consumindo, pouco à pouco, por eles. A jovem deu um passo para trás quebrando o toque e, consequentemente, fazendo-o sentir novamente o peso de suas cicatrizes. O homem permaneceu com os braços imóveis por longos segundos antes de voltar à si.

— Você... — ele murmura reconhecendo seu rosto. — Trabalha naquela agência...

— Sim.

Instantaneamente, as mãos do vilão emitem um brilho azul começando a esquentar mas ela se mantém inerte, focando inteiramente em seus olhos.

— Eu não vou lutar contra você, Dabi.

— Não irá? Acha mesmo que vou acreditar nisso? — questiona retirando o capuz, mostrando por completo sua face inexpressiva. — Heróis, sempre com a mesma conversa.

— Não acho que você precisa de uma luta.

Ele arqueia a sobrancelha.

— Do que preciso, então?

Apesar do receio, ela dava um impulso o abraço apertado. Os seus braços envolveram a cintura dele enquanto, automaticamente, usava a sua individualidade ao máximo para anular qualquer dor que o vilão sentia. No início, ele piscou os olhos confuso e cogitou a hipótese de matá-lo devido à proximidade. Porém, não podia negar como estava gostando dessa estranha sensação de paz. As dores físicas sumiram mas as cicatrizes internas permanecerem presentes. No fundo, sabia que nenhuma individualidade no mundo poderia apagar as marcas do seu passado. Então, apenas aproveitou aquele momento parcial de paz. As suas mãos, receosas e levemente trêmulas, apoiaram-se nas costas da heroína enquanto a trazia contra o seu corpo. Há quanto tempo não dava um abraço? Não conseguia recordar da última vez que recebeu um gesto de afeto.

Dabi fechou os olhos, sentindo o mundo girar cada mais lento. O tempo parou. Sem dores. Sem traumas. Sem o sentimento de insuficiência.

Por outro lado, o abraço fazia a jovem se sentir completa. Naquele momento, havia entendido a importância de sua individualidade e quem diria que seria por causa de um vilão? Ela o apertou mais ainda, ouvindo as batidas sincronizadas do que coração que, de certa forma, a trazia paz. Então, ousou afastar um pouco o corpo e o encarar, perguntando:

— Sente-se melhor?

Ele estalava a língua no céu da boca, puxando-a novamente para aquele abraço e abaixando um pouco a cabeça, fazendo as mechas do cabelo esconderem a vulnerabilidade que seus olhos expressavam.

— Sim... Um pouco...

A heroína sorria fraco repousando a cabeça em seu peito, fechando os olhos e se permitindo aproveitar aquele momento único.

— Que bom. Abraçar é muito bom também.

— Hum...

Não havia palavras para serem ditas. Dabi se deixou levar pela intensa sensação de alívio, pois havia aguentado seus próprios demônios por tantos anos que esqueceu como era bom se sentir acolhido. E aquela heroína insegura se sentiu necessária usando com o "dom" que possuía. Um fio vermelho escorria pelo rosto do vilão, como uma dolorosa lágrima de sangue.

Pela primeira vez em sua vida, ela viu a sua individualidade salvar uma pessoa.


Esse conto foi inspirado no headcannon da conta @rafabaebee do TikTok. 

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