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Irrevocably gone - Parte II


Toda princesa carrega uma rosa em sua mão?

O estrondo fez as estruturas do castelo balançarem e uma pequena pedra cair na cabeça da garota que dormia. Ela abriu lentamente seus olhos azuis, analisando o ambiente ao seu redor confusa e aproximando-se da única janela disponível para observar o que acontecia.

Havia quatro dragões dos distintos clãs rodeando o castelo e atacando o enorme dragão negro que protegia o local. O ser prata balançava as asas criando um pequeno redemoinho ao redor do inimigo enquanto outro permanecia no chão por ser muito pesado, mas conforme ele batia a pata contra o solo um terremoto se iniciava. Outro dragão azul, completamente machucado, estava enroscado no pescoço da enorme criatura negra que tentava se soltar, debatendo-se para os lados. Por fim, o ser alado de tonalidade vermelha cuspia fogo enquanto voava em círculos ao redor do alvo.

— Eles conseguiram avançar tanto assim...? — A princesa murmura incrédula, sentindo uma pontada de esperança surgir em seu peito. — Se eles chegaram tão longe, significa que podem derrotá-lo.

O dragão negro se chocava contra uma enorme rocha ao lado, esmagando Zayn – em sua transformação – e ouvia os gemidos de dor. Ele abocanhava o azulado, balançando a cabeça violentamente para os lados até que o jogava para longe. Richard avançava mas devido ao seu peso era muito lento, então recebeu um golpe no pescoço com a pesada pata do inimigo e cambaleou tonto. Erick tentava um mergulho no ar, falhando ao receber uma cabeçada do dragão negro à poucos metros de concluir seu ataque.

Nathaniel pousava no chão, inflando os pulmões e cuspindo uma rajada de chamas. O inimigo imitava seu movimento, cuspindo chamas em uma tonalidade roxa escura. Os dois ataques se colidem e uma pequena massa de ar se projeta por causa da intensidade.

A princesa negava com a cabeça, recusando-se a assistir tudo de "braços cruzados". Então, corria em direção à porta e tentava abrir, mas não conseguia e machucava suas mãos ao segurar com força a maçaneta.

— Não, eu me recuso a passar mais um dia aqui! — Ela exclama ao chutar a porta, vendo-a cair por causa da força. — Isso!

A jovem segurava as bordas do longo vestido rústico que usava, descendo as escadas com cuidado já que não havia corrimão para se segurar e a queda era fatal. Parou no degrau onde havia alguns corpos queimados de bravos guerreiros que tentaram concluir sua missão. Ela se abaixou pegando uma espada e seguindo o seu caminho com um olhar determinado. Enquanto fugia dali, os dragões tentavam derrotar o último inimigo.

Zayn já havia perdido tanto sangue que mal podia ficar de pé e Richard continuava tonto. Erick ousava investir novamente mas uma rajada de chamas roxas o atingiu em cheio, queimando completamente suas asas. Nathaniel era o único que, mesmo machucado, tentava ataques ignorando as baixas probabilidades de acerto.

Quando a princesa chegava no último degrau, seu pé acaba puxando um fio no chão e a armadilha é ativada. Uma estranha fumaça roxa circula o local, "possuindo" os esqueletos que ficam de pé pegando suas armas e avançando contra a jovem. Ela segura firme a espada, olhando-os com seriedade e correndo em sua direção.

Hana passou todos os anos – em que esteve trancada na torre – treinando para ser capaz de escapar por contra própria. Ela sabia que seu décimo oitavo aniversário se aproximava, por isso decidiu que esse seria o momento perfeito para escapar, já o dragão sempre saía em seus aniversários e apenas voltava quando tivesse uma rosa branca na boca. A jovem acreditava que esse era um presente do seu pai, mandando através de seu "guardião".

Ela movia agilmente a espada entre os dedos, girando o corpo como uma bailarina enquanto era rodeada pelos esqueletos. A espada cortava cada um deles com extrema facilidade, mas eles se regeneravam antes da recuperar o fôlego.

Do outro lado, Nathaniel estava em um intenso combate no quesito "força". A cabeça dele empurrava o dragão negro para trás, fazendo-o recuar aos poucos. Erick lançava outra rajada contra o alvo, Richard reunia forças para voar metros acima da cabeça do oponente e cair sobre seu corpo. Para finalizar, Zayn enroscava-se no pescoço do dragão e o sufocava lentamente.

A princesa girava a perna, chutando a cabeça de um esqueleto e a arrancando. Logo após, ela se abaixava dando uma rasteira nos demais e começando a golpeá-los com a espada quando todos estavam no chão. Mesmo ofegante, ela continuava a atacá-los enquanto seus longos cabelos negros flutuavam graciosamente ao ar.

Em um momento de descuido, ela recua tropeçando no próprio vestido longo e caindo sentada. Um esqueleto rasteja, segurando seu pé e a puxando com força para perto. Hana gritava desesperada, chutando a cabeça da criatura mas ela continuava grudada na jovem.

O dragão negro continuava a se debater, tentando tirar Zayn de seu pescoço. Richard mordia a cauda dele e Erick mordia sua longa asa escura enquanto Nathaniel permanecia lançando suas chamas. Aos poucos, o oponente perdia a força devido à sincronia em que os quatro guerreiros atacavam.

Porém, de forma súbita, o dragão rugia e afastava todos ao abrir suas longas asas. Então, ele começava a voar em direção à torre até que Nathaniel mordia sua cauda, puxando-o de volta para onde estava.

— Sai daí, seu esqueleto malvado! — Dizia Hana dando chutes na cabeça da criatura até que ela a soltasse. Logo após, ficava de pé e o cortava com a espada. — Humpf!

Hana conseguiu sair da torre após se perder por longos minutos nos mini labirintos que haviam no interior. Suas botas de tonalidade marrom pisam na grama macia e ela inspira profundamente o ar do ambiente. Apesar de desejar apreciar a sensação de liberdade por mais tempo, não poderia ficar parada enquanto ocorria uma luta naquele local. Então, erguendo as pontas do vestido, a jovem voltou a correr e gritou:

— Vamos, vamos! Eu estou aqui!

Antes mesmo dos quarto guerreiros perceberem a presença da princesa, o inimigo havia notado a sua aproximação. Nathaniel percebe a distração dele e lançava suas chamas na força total. O fogo alastrava-se pelo ambiente, queimando tudo ao seu redor. Infelizmente, o ataque também foi direcionado para a garota que parava de correr, sentindo um frio percorrer a espinha quando a morte parecia certeira.

O dragão negro pousou na frente de seu campo de visão, recebendo todos os danos das chamas e começando a avançar contra Nathaniel. Logo, ele revidava o ataque com o fogo roxo que saía de sua boca. Os dois travavam uma intensa batalha de puro poder.

Hana observava tudo assustada e aliviada por escapar de um fim trágico como churrasquinho de dragão. Percebendo a distração do dragão vermelho – e os danos do demais –, só restou agir. Ela correu em direção ao "guardião da torre", cravando a espada em sua cauda longa. Ele soltou um rugido em resposta, girando a cabeça em direção à dona do ataque. Os dois olhares se cruzam e ele parava de rugir, deixando escapar uma longa lufada de fumaça de suas narinas.

Ignorando totalmente a presença de Nathaniel, o dragão negro caminhava em passos lentos até a princesa. Esta recuava aos poucos mas suas costas tocavam a parede da torre. Hana engoliu seco, fechando os olhos com força e esperando pelo pior. A ponta quente do nariz do dragão tocou seu rosto e ela sentiu calafrios que fizeram os espinhos de seu braço se ouriçarem. Esse era o momento certo para transformá-la em meras cinzas.

Mas não houve nenhum ataque.

Quando abriu os olhos, Hana viu o dragão a encarando intensamente com usas orbes douradas. Ele continuava com a carranca típica em seu rosto mas não parecia disposto à queimá-la. Porém, a criatura teve um leve espasmo e abriu a boca criando uma esfera roxa no céu da garganta. Isso era um sinal de que soltaria suas chamas.

Erick havia se recuperado e mordido a cauda do animal, por isso ele agiu na ofensiva como puro instinto. Infelizmente, o alvo seria a princesa por ser a primeira em seu campo de ataque. Por sorte, Richard deu uma investida de lado na criatura e ela cambaleou por causa da força. Um jato d'água foi lançado para dentro da garganta do animal – já que ele ainda estava com a boca aberta – e seu fogo foi neutralizado.

Quando a jovem ergueu o olhar para ver de onde vinha o ataque, deu de cara com um enorme dragão azul enroscado na torre. Os olhos de mesma tonalidade a encaravam com calma, apesar de seu corpo estar completamente machucado.

— Vocês chegaram tão longe... — Hana murmura emocionada. — O esforço de vocês não será em vão.

Então, a garota trocou breves olhares com Nathaniel e mostrou a espada. Ele entendeu imediatamente o recado, abaixando o seu corpo para que a garota subisse nele. Feito isso, o dragão vermelho levantou voo até se aproximar do oponente. Hana subiu na cabeça do ruivo e saltou em direção ao dragão negro, executando um corte vertical em seu olho.

Logo após, ela saltou de volta para Nathaniel enquanto observava o oponente se debater de dor. Nesse momento, Erick "cuspiu" uma rajada de vento que o fez perder o equilíbrio e Zayn lançou uma quantidade considerável de água na boca dele. Assim, não haveria chances das chamas roxas serem usadas. E, para finalizar, Erick empurrou o oponente com sua força bruta até um penhasco metros dali.

Antes de ser lançado à queda livre de vários metros, o dragão negro fitou a princesa – com seu único olho que não sangrava – e soltou outra lufada de ar. Então, seu corpo desapareceu em meio à escuridão do final do abismo.

Erick, Richard e Zayn ficaram na forma humana. O azulado caiu de joelhos com o corpo repleto de machucados.

— Precisamos fazer algo senão ele vai morrer! — Erick dizia preocupado.

— Não se preocupe. — Hana comenta ao se aproximar, prendendo a espada na sua cintura com a ajuda do cinto apertado que usava. — Eu posso curá-lo mas vamos fazer isso longe daqui.

Estar perto da torre a deixava com calafrios.

Richard colocava Zayn – quase desacordado – nos ombros e subia nas costas de Nathaniel em sua forma dragão. Erick segurava a mão da princesa para ajudá-la a subir e, pela breve troca de olhares que tiveram, o albino acaba corando. Logo após, os cinco partem para longe daquele castelo abandonado após derrotarem o último oponente.

(...)

O grupo parou em um vasto campo perto de uma floresta. Nathaniel já estava em sua forma humana enquanto observava a princesa curar o azulado. As mãos dela possuíam um brilho dourado ao entrar em contato com os machucados do rapaz e, lentamente, eles sumiam. Mesmo consumindo muita energia, ela curou cada ferimento dos guerreiros como uma forma de gratidão pelo o que fizeram. Após se apresentarem, eles se sentaram em um círculo na grama macia.

— Quanto tempo de viagem teremos?

— Acredito que um dia de viagem, princesa. — Responde Erick enquanto limpava os óculos na camisa. — Levando-se em conta de que precisaremos enfrentar tudo novamente, é bom estarmos preparados.

Nathaniel resmungava em resposta e Richard concorda quase dormindo.

— Descansem. — Hana disse arrancando expressões surpresas de todos. — Eu ficarei de vigia essa noite e partiremos amanhã de manhã. Sei que só posso curar machucados, mas não restabelecer o poder. Então, vão precisar recuperar suas energias caso haja complicações amanhã.

— Você que deveria descansar, princesa. É nosso dever te proteger.

— Erick, eu passei quase dez anos trancada em uma maldita torre. Eu já descansei demais, agora é hora de agir.

Os guerreiros ficavam surpresos com a determinação da jovem e não ousaram questionar depois disso. Então, decidiram passar a noite ali, estabelecendo uma vigia dividida em turnos.

O primeiro a ficar acordado foi Erick.

Ele andava para os lados, analisando o ambiente atentamente enquanto seus companheiros dormiam. Hana havia despertado alguns minutos, coçando os olhos e bocejando. Sua vigia era a próxima. Ela se aproximou do albino e tocou seu ombro, fazendo-o dar um pulo surpreso.

— Calma, sou eu.

— Princesa, perdão.

Ele fazia uma reverência nervoso.

— Não precisa ser assim, Erick. Agora somos amigos.

Hana tinha um sorriso gentil que era capaz de iluminar até o pior dia de todos. Erick nunca teve amigos, pois seu jeito egocêntrico e superior o afastava dessa possibilidade. No fundo, ele queria ser aceito por todos ao redor mas não sabia como agir em público. Essa foi a primeira vez que alguém o chamou de "amigo" e o rapaz sentiu seu peito se agitar em uma sensação calorosa.

— Você é gentil, princesa. Eu sei que o Reino estará em boas mãos.

E essa foi a hora de Hana corar.

— V-Você acha? Eu tenho medo de não ser uma boa governante.

— Eu tenho certeza. — Ele dizia com um sorriso gentil.

— Você e seus amigos lutaram bravamente. Obrigada.

— Amigos?

— Eles não são?

— Eu nunca tive amigos.

— Por que?

— Por causa do meu jeito de agir, as pessoas se afastam de mim. A única pessoa que esteve ao meu lado por tanto tempo foi minha antiga namorada, mas logo eu descobri que ela estava interessada em ser a governante do clã Hariken e, como sou filho do chefe, já deu para imaginar como tudo termina.

— Deve ser sido doloroso terminar com ela. — Hana comenta analisando-o ternamente. — Mas ela não te merecia.

— Hum?

— Erick, você é incrível. Qual o problema em seu jeito de ser? Nenhum! Você é sincero e tem amor próprio, não esconde o que pensa além de ser muito inteligente. Se uma garota não foi capaz de valorizar isso, então ela é o ser mais burro de todos.

— Princesa...

O jovem estava emocionado com tais palavras e, também, corado. Erick ajeitava os óculos com um sorriso envergonhado, segurando ambas as mãos de Hana logo em seguida. O céu estrelado os observava, iluminando as suas íris de forma majestosa. Os olhos azuis da garota ficaram mais lindos refletindo o show de luzes que acontecia fora da órbita.

Para Erick, o tempo parou e somente aquele momento importava. Nenhuma garota havia demonstrado tamanha gentileza e empatia com seus problemas. Essa é única, ele pensava.

— Eu, e todo o clã Hariken, iremos protegê-la e ajudá-la no que for preciso pelo Reino.

Erick não era um homem de promessas – já que a racionalidade predominada – mas essa foi a primeira vez que descumpriu um de seus princípio e, sinceramente, ele não podia se sentir mais feliz.

— Obrigada, Erick.

O momento poderia durar mais, se não fosse pelo horário de vigia do rapaz que chegava ao fim. Hana o empurrava para deitar-se na grama macia – coberta por uma fina camada de pano – e adormecer. Dando um singelo "Boa noite", o garoto dormia rapidamente.

Hana permanecia em pé com a espada presa em sua cintura. Ela olhava o céu admirando todo o esplendor da paisagem. Logo após, desviava a atenção para as montanhas ao norte e a floresta ao sul. Tudo ao seu redor a encantava, até mesmo os vagalumes que voavam na região. Cada mínimo detalhe era percebido por seus olhos azuis. Passar tanto tempo trancada numa torre a fez valorizar o mundo em que vive.

Ela perdeu a noção de tempo diante de tal cenário.

Cruzando os braços e fechando os olhos, a garota lembrou de seu último aniversário – o décimo sétimo – que comemorou sozinha na torre.

Flash Back On

Hana abraçava fortemente as pernas, encolhida no canto de seu quarto até que ouvia batidas de asas se aproximando. O dragão negro pousada, enfiando uma parte de seu focinho para dentro do local, através da janela. Ela resmungava baixa o observando com desdém.

Porém, surpreendia-se quando uma rosa branca era deixada ali. Em passos lentos, a garota caminhada em direção à flor, pegando-a com a ponta dos dedos. Tamanho foi seu descuido que os espinhos a espetaram.

— Aí!

O dragão soltou um rugido de preocupação, analisando-a com suas orbes douradas. Ela sorria fraco para demonstrar que estava tudo bem. Hana voltou a encarar a flor e a aproximou de seu nariz, inspirando o sutil aroma.

— São para mim?

Ele deixava escapar uma lufada de ar como resposta.

— Obrigada.

Nesse momento, ela deixou sua raiva pelo dragão e se permitiu sorrir por ter ganhado um presente.

Flash Back Off

O corpo caía para o lado por causa do sono, mas a queda foi interceptada por braços musculosos a segurando. Quando ela ergueu o olhar, encontrando um par de olhos dourados: era Richard.

— Obrigada.

Richard nada disse, soltando-a sutilmente e ainda temendo que a jovem caísse. Ele aponta para os demais, indicando que ela deveria ir dormir já que seu turno chegava ao final.

— Ah, sim. Já estou indo. — Ela disse sem jeito, iniciando a caminhada mas parava com alguns passos. — Você não é muito de falar, eu percebi isso.

O moreno concordava com a cabeça.

— Mas eu realmente sou grata pela forma que lutou contra o dragão. Eu já estudei sobre o seu clã, vocês não podem voar por causa do peso de seus corpos.

Ele abaixava a cabeça levemente desconfortável, lembrando de como se sentia inútil perante os demais. Um dragão que não voa? É patético, segundo suas concepções. Queria que sua falecida mãe sentisse orgulho dele, mas devido ao seu comportamento calado, só trazia problemas e reclamações para casa. Ele queria ser mais comunicativo, ter se expressado melhor antes dela falecer.

Richard erguia a cabeça surpreso quando sentia o toque macio de Hana em seu rosto. Ela passava a ponta dos dedos por sua pele morena, analisando-o com um sorriso gentil nos lábios.

— O clã Jishin é realmente incrível.

Desta vez, Richard não pôde conter a vontade de falar.

— Somos inúteis.

— Não ouse dizer isso novamente. — Hana o repreendia. — Sem vocês, todo o Reino entraria em colapso porque o seu clã que mantém a economia e a subsistência de todos. Então, mantenha sempre a cabeça erguida com orgulho de quem você é e de onde você veio.

Ele arregala os olhos surpreso, não contendo a sua vontade de abraça-la diante de tais palavras. Seus braços fortes a envolveram carinhosamente e ele repousou a cabeça na curva de seu ombro. Ela retribuiu inspirando profundamente o seu aroma de colônia masculina. Pela primeira vez em sua vida, sentia-se aceito em um lugar: nos braços da princesa.

— Obrigado, princesa. — Sua voz saía rouca e arrastada, causando calafrios na maior. — De verdade, obrigado.

Não havia palavras para descrever o momento, então Hana apenas assentiu com a cabeça e continuou no abraço até que a vergonha afastou ambos. Richard desviava o olhar corado, pegando a princesa nos braços e ela soltava um gritinho surpresa.

— R-Richard! O que v-você...

— Dormir.

Ele a deitava carinhosamente na cama improvisada que fizeram, dando as costas e se afastando com um sutil sorriso nos lábios. Hana o observava surpresa, repousando a cabeça e sentiu as pupilares pesarem.

— Boa noite, Richard. — Sussurra antes de adormecer.

(...)

Quando Hana acordou, os quatro guerreiros já estavam acordados. Nathaniel caminhava em direção à floresta resmungando por ter sido o escolhido a pegar lenha e comida. Enquanto isso, Erick analisava no mapa alguma rota alternativa. Richard encarava o horizonte com uma expressão sonolenta e Zayn se aproximava da jovem.

— B-Bom dia, princesa.

— Bom dia, Zayn. O Nathaniel parece de mau humor.

— Ele é sempre assim.

Zayn sentava ao seu lado, abraçando os joelhos e a analisando de canto. As mechas de cabelo azul caíam perfeitamente sobre os olhos, combinando com suas íris da mesma cor. Ele admirava a beleza da princesa, corando um pouco quando ela vira o rosto em sua direção.

— E-Eu queria te agradecer por ter me curado.

— Era o mínimo que eu podia fazer depois de lutar bravamente contra aquele dragão. — Ela disse sorrindo.

— Bravamente? De forma alguma! Se pudesse, eu que teria ficado escondido dentro da torre enquanto vocês lutavam.

Ele sentia calafrios pelo corpo apenas por lembrar da figura imponente do dragão negro. Hana o observava começando a rir e Zayn a olha confuso, corando mais ainda.

— D-Disse alguma besteira, princesa?

— Não, você só é engraçado. Então, quer dizer que meu nobre guerreiro estava com medo?

— Tenho medo sempre, princesa. — Ele dizia fazendo um bico. — Fui forçado a entrar nessa aventura.

Quando ele percebe o que havia dito, tapava a boca com ambas as mãos e arregala os olhos surpreso. Antes mesmo de se explicar, Hana voltava a rir e encostava seu ombro no dele.

— Eu te entendo muito bem. Arriscar a vida para salvar alguém que não conhece é assustador. Deve ser uma perda de tempo...

— No começo eu pensava assim mas sei que, agora que te conheci, valeu a pena tudo que passamos. Por você, princesa, eu enfrentaria meus medos novamente se fosse necessário.

Hana erguia o olhar, fitando-o surpresa e sentindo as bochechas esquentarem. Zayn não estava diferente, pois era tímido demais para dizer tais coisas. Esse foi a sua primeira vez. Ele pigarreou alto, afundando o rosto entre as pernas enquanto resmungava ser um covarde.

— Que todos os guerreiros tenham sua coragem e determinação. — Ela sussurra acariciando os cabelos macios do azulado.

— O-Obrigado, princesa.

Eles conversaram por longos minutos e Hana percebeu como tinham muito em comum. Porém, Erick apareceu alertando-os sobre a demora de um certo ruivo na floresta. Então, dando um salto e ficando de pé, Hana se candidata à busca-lo. Os três rapazes se entreolham preocupados já que qualquer deslize poderia tornar a missão deles inútil, mas também não podiam negar como confiavam na princesa. Afinal, ela mostrou ser uma mulher de garra.

Então, concordaram em deixá-la buscar o dragão do clã do fogo.

No interior da floresta, Nathaniel dava vários socos na árvore sentindo o punho sangrar mas fazendo pouco caso da dor. Ele foi treinado de forma dura durante toda a sua vida, desconhecendo qualquer forma de afeto. Quando o ruivo ia efetuar outro golpe contra o tronco, alguém aparece em sua frente e envolve os braços entorno da cintura dele.

Hana o apertava com força, afundando o rosto em seu peito e ouvindo os batimentos acelerados de seu coração. Nathaniel abaixa o olhar confuso, sem saber como reagir pois nunca recebeu um abraço em toda a sua vida. Com o tempo, ele retribui tal ato de carinho e a aperta com algumas lágrimas nos olhos.

— Por que você faz isso...? Por que se machuca tanto...?

— Porque, um dia, meus pais falaram que eu devia ter morrido. — O ruivo desabafa. — Eu tinha um irmão gêmeo mas ele morreu durante o parto. Parece que eu... Lutei tanto para viver naquele dia que as chances deles eram quase zero. Desde então, minha mãe coloca a culpa em mim e sempre que eu falhava ela dizia: "Era você que devia ter morrido." — As lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Eu encontrei conforto na dor.

— Não precisa mais da dor, Nathaniel.

Hana erguia a cabeça, encarando-o com os olhos marejados. Ela segurou o rosto do ruivo com ambas as mãos, acariciando-o com seus polegares. Em meio à lágrimas, ela sorria gentilmente.

— Você não está sozinho, não mais. Eu estou aqui; o Zayn, o Richard e o Erick também. Eles são seus amigos, agora. Então, não carregue essa dor sozinho. Se está triste, nós também ficaremos por ti. Vamos dividir as dores juntos e, assim, seremos mais fortes.

As lágrimas intensificaram-se nos olhos do ruivo que a apertava forte no abraço. Ele soluçava baixinho como uma criança indefesa.

— Você é uma boba, princesa... — Murmura com a voz trêmula.

— Sou uma boba que se preocupa com você.

Os dois ficaram longos minutos no abraço até o jovem parar de chorar. Ele sorria de canto, afastando-se lentamente dela.

— Você é muito ingênua, princesa.

— Por que?

— Porque está tão perto de mim e esqueceu algo importante.

— O que?

— Eu sou o garoto mau.

Nathaniel avançava deixando Hana presa entre o tronco da árvore e o seu corpo musculoso. Ele segurava as mãos da princesa, deixando-as acima da cabeça enquanto aproximava seu rosto. A perna direita do ruivo ficava entre as pernas dela, roçando sua coxa entre as região e a fazendo arfar baixinho. A garota olhava para baixo com o rosto vermelho, erguendo o olhar para fitá-lo envergonhada.

A respiração de ambos tornavam-se uma só e faltava poucos centímetros para seus lábios se tocarem, até que um rugido estrondoso podia ser ouvido de longe. Os dois afastam-se e olham ao redor em busca da fonte do som. De uma forma inexplicável, Hana sentia um calafrio percorrer o seu corpo.

— Precisamos sair daqui.

— Por que?

— Porque eu estou com um mau pressentimento.

E dito isso, os dois jovens voltam correndo para o campo onde os demais se encontravam. Hana explicava o seu medo de algo ruim acontecer e que esse rugido não significava boa coisa. Concordando com suas palavras, os quatro guerreiros ficam em sua forma dragão e a princesa sobe nas costas de Nathaniel.

— Richard, você vai ficar bem? — Ela pergunta preocupada.

O dragão marrom bufa em resposta. Logo em seguida, ele cava um buraco no solo e some do campo de vista dos demais. Os outros três dragões iniciam o voo pelo atalho criado por Erick, assim chegariam mais rápido no Reino Kami no doragon.

Durante toda a viagem, Hana olhava para trás preocupada como se sentisse falta de uma parte dela. Ao fechar os olhos, teve uma lembrança de seu passado naquela torre.

Flash Back On

Hana tentava abrir a porta mas era em vão. Ela já perdeu a conta de quantas vezes tentou fugir e, em todas, era capturada pelo seu "guardião". Certo dia, a solidão falou mais alto e apertou o seu coração e, consequentemente, lágrimas surgiram em seus olhos.

A princesa ficou encolhida no canto do quarto, abraçando os joelhos enquanto soluçava baixinho. Em passos lentos, o dragão negro se aproximou e colocou seu focinho para dentro do local. A lufada de ar que soltou foi capaz de desarrumar todos os objetos ali presentes.

— Saí daqui! Não finja que você se importa comigo, porque eu sei que não!

Porém, ele continuou onde estava e moveu o focinho como se a chamasse.

— Você é idiota, insensível, sem coração e... — Hana começava a falar enquanto se aproximava. Logo, subia em cima do focinho do animal. — Não se importa com os sentimentos alheios, só quer me prender aqui e...

Sua fala era interrompida ao descobrir que estava do lado de fora. O dragão negro a deixou na grama macia e a fuzilou com o olhar, dizendo que ela não deveria fugir novamente. Esse era um momento de "recreio", onde podia desfrutar alguns minutos da sua liberdade.

Hana o encarou surpresa, secando as lágrimas com as costas das mãos e murmurando com um biquinho fofo nos lábios:

— N-Não pense que somos amigos só por causa disso...

A criatura deitou no chão, analisando-a com seus olhos dourados e intensos. Hana fez o mesmo mas precisou desviar o olhar pois se sentia envergonhada a cada contato visual que ambos tinham.

— Um dia, você vai me deixar sair daqui?

Ele balança negativamente a cabeça.

— Entendo...

A garota sentava na grama macia, soltando um longo suspiro de cansaço. Ela estava cansada de passar sua vida presa em uma torre, então teve uma ideia:

— Pode me trazer livros sobre lutas e uso de espadas na próxima vez que for sair? — Ela pergunta com um semblante inocente, vendo o dragão recuar. — Por favor, eu quero algo interessante para ler.

Depois de muita insistência, o dragão assente com a cabeça e se aproxima, roçando seu focinho na mão dela como se pedisse por algo. A princesa, que antes estava brava, abria um sorriso gentil e acariciava a criatura.

— Eu retiro o que disse, nós somos amigos.

O dragão fechou os olhos como se estivesse em paz consigo mesmo ao ouvir tal frase.

Flash Back Off

Hana pousou na capital e foi recebida com uma chuva de palmas. Inicialmente, ela recuou assustada mas não demorou muito para se adaptar àquele ambiente cheio de pessoas. De forma repentina, todos abriram espaço para que o Rei Ruschel se aproximasse. Nesse momento, os quatro guerreiros já estavam em sua forma humana.

— Filha!

— Pai!

Os dois se juntam em um forte abraço, o rei a apertava carinhosamente e dizia palavras de afeto sobre como sentia sua falta. Ele, logo após, direcionou-se aos guerreiros e os agradeceu de joelhos. Todos ficaram surpresos com imensa humildade e aplaudiram a atitude do rei.

Naquela mesma noite, Ruschel convidou todos do Reino Kami no doragon para um banquete que duraria quase toda a madrugada. Mesmo à contragosto, os "salvadores" de sua filha estiveram presentes para prestigiar um momento de tamanha alegria do povo.

Hana dançou ao redor da fogueira, saltitando alegre e dando giros como se estivesse livre. Depois, ela dançou com cada um dos guerreiros de uma forma diferente: Uma dança mais formal com Erick, simples passos para o lado com Richard, pulando alegremente com Zayn e uma valsa lenta com Nathaniel.

Ao final da comemoração, todos foram para casa comentando entre si como o reino iria prosperar com a volta da princesa.

— Foi uma missão proveitosa. — Comenta Erick.

— Nunca mais quero fazer isso. — Murmura Zayn.

— Eu só queria ter dado uma surra maior naquele maldito dragão!

— C-Calma, Nathaniel.

Richard balançava a cabeça negativamente, segurando uma risada.

— Estou feliz por termos nos livrado dessa missão. — Zayn dizia com um sorriso bobo. — Mas valeu a pena conhecer a princesa.

— Sim...

— Deve ter sido tão difícil passar a vida presa numa torre, amaldiçoada por uma bruxa cruel. — Dizia Nathaniel colocando as mãos no bolso e olhando o horizonte. — E dá para acreditar que a lenda ainda ousa chamar aquele dragão horrível de "guardião"?

Nesse momento, Erick parava de andar com uma expressão de pânico ao relembrar de certos fatos.

— O que foi, Erick? — Zayn questiona preocupado. — Você está pálido.

— E se nós não salvamos a princesa e, sim, a levamos ao perigo?

— Como assim?

Nathaniel demonstrava preocupação.

— Quando a princesa atacou o dragão negro, ele avançou contra ela mas não a machucou.

— É verdade. — Concorda Zayn. — Como se o seu dever não fosse aprisiona-la mas, sim, protegê-la.

— Então, quem seria o real perigo? — Nathaniel pergunta aflito.

— O Rei... — Murmura Richard e todos voltam sua atenção para ele, confusos. — Só há dois dragões do elemento luz: O rei e a princesa. Se Ruschel quer propagar a sua raça, só há uma maneira...

— Oh, céus...

Todos sentem reviravoltas no estômago e se entreolham desesperados.

— Isso significa que... — Erick engole seco nervoso.

— A princesa será... — Zayn nem conseguia dizer, sentia nojo apenas por pensar.

— Vamos voltar para lá e salvá-la imediat-...

Nathaniel tem sua fala interrompida por um rugido agudo e uma criatura negra cruzar os céus do Reino. Nesse momento, os quatros percebiam o caos que se aproximava.

xxx

— A princesa ficará bem, mamãe?

— Quem sabe. Está na hora de dormir, filha.

Ela ficava de pé, ajeitando as cobertas mas a garotinha permanecia inquieta. Seus olhos fitavam com a mulher com intensidade e era bem evidente o que a pequena queria.

— Não, você precisa dormir.

O papai iria contar a história até o fim...

— Chantagista...

A mulher soltava um longo suspiro, sentando na cama e sorrindo logo em seguida.

— Tudo bem, eu continuo. Então, a verdadeira batalha estava apenas começando...


Ilustração: 

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