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E se...?

E se a lenda da deusa Amaterasu e o Rei Demônio não existisse?

E se a aquela fatídica noite nunca tivesse acontecido?

E se...?

Eu soltava um longo suspiro de alívio após o final da aula de história. Por mais tenha tentado, não consigo gostar dessa matéria porque acredito ser um grande desperdício de tempo estudar sobre o passado, quando o presente é mais importante.

Depois de guardar o meu material, dou o primeiro passo para fora da sala mas sou surpreendida por lábios macios em minha bochecha. Então, desvio a minha atenção para um garoto loiro de belos olhos azuis como a imensidão do mar. O meu namorado, Yatori Misu, tinha o sorriso mais belo que eu já conheci. Ao vê-lo me olhar com tanto afeto, acabo sorrindo de forma involuntária e seguro a sua mão. Ele sempre me esperava na saída da sala, apesar de estudarmos juntos, para seguirmos para a minha casa.

Quando estamos andando pelos corredores, uma certa pessoa passa entre nós dois o que nos obriga a soltar as nossas mãos. Eu fuzilo a baixinha de curtos cabelos castanhos e olhos verdes por trás de óculos vermelhos.

— Miku!

Ela ria travessa.

— Desculpa, eu não resisti.

Por longos segundos tentei manter a postura séria, mas logo estava abraçando a minha melhor amiga.

— Como vai, Miku?

Miku sorria sem jeito diante da minha preocupação. Recentemente, os pais dela se divorciaram e a sua mãe decidiu morar na Europa. É claro que quis levar sua filha, mas ela se viu incapaz de deixar o pai sozinho e, principalmente, toda a vida que construiu no Japão.

— Eu vou bem. Pelo visto, você e o Yatori estão cada vez mais próximos. — comenta com um sorriso de canto. — Eu quero ser a madrinha do casamento de vocês!

Eu e o Yatori começamos a namorar oito meses atrás, graças a um pequeno empurrão da minha amiga. Mesmo receosa, eu decidi dizer os meus sentimentos e acabei me surpreendendo quando eles foram retribuídos pelo o garoto mais popular do colégio.

— Claro que será!

O sorriso em seus lábios aumenta e nós três seguimos para fora do colégio enquanto conversávamos. Miku tinha um jeito extrovertido e único, sempre guiando os diálogos. Yatori gostava de conversar também, mas preferia ouvir e apenas concordar. Eu me mantinha um pouco absorta com a conversa até sentir um agradável cheiro de camélia que chamou a minha atenção. Mesmo não sendo uma grande apreciadora de flores, conhecia muito bem algumas porque, às vezes, Yatori me levava para uma das melhores floriculturas da cidade quando queria me presentear com um buquê.

Quando olhei para trás, não encontrei nada além de um grupo de alunos pelo corredor. Eu já havia sentido esse cheiro no colégio algumas vezes, mas nunca consegui identificar de quem pertencia.

Ao chegar no portão, despeço-me da Miku com um forte abraço e sigo junto com Yatori em direção à minha casa.

— O que acha de irmos para o cinema esse final de semana?

— Eu acho uma boa ideia, amor. — digo com um largo sorriso. — Mas e o seu trabalho?

— Eu dou um jeito!

Eu sabia que os pais do Yatori eram donos de um pequeno comércio e que o filho deles os ajudava no horário livre. O loiro sorria alegre ao ver que não insisti para que trabalhasse no final de semana, então se despediu de mim com um beijo calmo em meus lábios. O meu rosto estava levemente corado enquanto o observava se afastar da minha casa, seguindo seu caminho sem olhar para trás.

No dia do encontro, usei uma camisa branca de manga comprida e um vestido curto com estampa xadrez de tonalidade cinza e branca. Para combinar, optei por um par de botas de cano longo e deixei o meu cabelo solto. Nós combinamos de nos encontrar na praça da cidade mas o Yatori estava atrasado, o que era normal. Durante os últimos meses de namoro, ele tem se atrasado ou desmarcado os nossos encontros por conta do trabalho. Eu entendo a sua ocupação mas não nego como, às vezes, me sinto triste por essa falta de atenção.

Para de pensar besteiras, Sakura! O Yatori é o namorado perfeito!

Enquanto esperava por ele, podia sentir alguns olhares masculinos em minha direção, o que me deixou desconfortável. Eu puxava o vestido para baixo como se a culpa fosse minha quando, internamente, sabia que era apenas a falta de caráter deles. Ainda assim, tentava ficar invisível diante de todos esses olhares. Em determinado momento, um grupo de adolescentes passa por mim lançando diversos comentários desagradáveis. Por puro reflexo, fechei com força os olhos torcendo que tudo acabasse logo, apesar de sentir a aproximação deles.

Contudo, uma voz cortou todos aqueles insultos.

— Seus merdas, não conseguem segurar a porra da língua?!

Instintivamente, abri os olhos desviando a atenção para o dono daquela voz. O homem alto – posso jurar que tem mais de 1,90cm – de longos cabelos negros e lisos tocando sua cintura se aproximava do grupo de adolescentes. Os seus olhos negros eram intensos e frios, intimidando qualquer um. A sua pele morena e os seus músculos avantajados se destacavam naquela calça jeans escura e a camisa xadrez de tonalidade vermelha. Ele usava uma jaqueta preta de couro e tênis da mesma cor.

— Tio, nós apenas estávamos falando com essa gostos-...

— Eu não lembro de ter comido a sua tia. — o estranho dizia parando ao meu lado, lançando um olhar intimador para o grupo de adolescentes. — Perdão, faz muito tempo que não frequento aquela boate de quinta categoria.

— E-Ei!

— Não têm o direito de falar assim com a gente. — outro garoto tentava se defender.

— Calados, seus filhos da puta! — ele gritava fazendo todos, inclusive eu, recuarem. — Eu contarei até três e não quero ver a cara patética de vocês.

— Mas...

— Um.

Ele erguia o dedo indicador e posso perceber o anel prata em destaque.

— V-Você não pode...!

— Dois.

Apesar do tom calmo, eu podia sentir facilmente a áurea intimidadora daquele homem e que, se ele quisesse, poderia destruir qualquer um em um piscar de olhos. O pequeno grupo até tentou dialogar mas quando o maior abre a boca, posso vê-los se afastando o mais rápido possível.

— Tr-... — ele parava de falar quando observa os adolescentes correndo desesperadamente. — Bando de desgraçados. Eles não sabem que é falta de educação sair no meio de uma conversa?

O seu tom sarcástico consegue arrancar uma risada minha, diminuindo o medo que senti minutos atrás. O homem suaviza as suas expressões ao desviar o olhar para mim e quase posso vê-lo sorrir.

— A senhorita está bem?

— Estou sim. Muito obrigada por me defender, senhor... Err...

— Dinesh, Dinesh Yamir.

O seu sobrenome é familiar pois já o vi em uma das empresas da cidade, mas guardo essa informação por ser desnecessária.

— Prazer! Sou Sakura Mitsuri. — digo fazendo uma breve reverência e ele apenas curva minimamente o corpo. — Se não fosse pelo senhor, eu...

— Há desgraçados assim por todo lugar, tome mais cuidado da próxima. Não acha que está um pouco tarde para ficar sozinha aqui?

— Eu estou esperando o meu namorado mas ele ainda não veio.

— E nem mandou uma mensagem?

— Não.

— Nossa. Já pensou em trocar de namorado, garota?

Eu estreito os olhos em sua direção e ele ergue os braços em sinal de rendição.

— O Yatori é um bom namorado, senhor Yamir!

— Chame-me apenas de Dinesh, odeio o termo "senhor". Eu me sinto um velho. — resmunga e gesticula para o banco mais próximo. — Eu vou ficar aqui até o seu bom namorado aparecer.

Mesmo um pouco incomodada com seu tom sarcástico, acabo aceitando sua boa ação pois realmente não queria ficar sozinha naquela praça. Dinesh se acomodava no banco e fico ao seu lado, mantendo uma distância segura. Ele exalava um cheiro agradável e, apesar da forma intimidadora de minutos atrás, posso sentir uma imensa bondade em seu interior.

Talvez as aparências enganem.

Em meio a um silêncio desconfortável, Dinesh decide falar:

— Você não devia criar tantas expectativas nesse namoro.

— Por que?

— Porque o que o seu namorado fez pode parecer um pequeno erro, mas podia ter impulsionado uma consequência grave se eu não tivesse aparecido. — comenta encarando o horizonte. — Uma pessoa assim é capaz de te abandonar no pior momento.

Uma parte de mim queria concordar com aquele desconhecido, mas ele não sabia nada sobre o meu namorado. O Yatori é perfeito e dá atenção para mim, apesar de estar ocupado recentemente.

— Você não sabe de nada...

— E eu nem preciso. Posso deduzir pelos poucos elementos que está me fornecendo. Eu não sou o tipo de pessoa que aconselha, mas odeio ficar quieto diante de algo errado. O amor é uma dedicação completa, onde temos que dar o nosso melhor para proteger quem amamos.

De certa forma, as suas palavras tinham sentido. À contragosto, balanço a cabeça em concordância e vejo o seu sorriso convencido, mas ele não comenta nada. Nós dois ficamos apreciando o céu alaranjado ganhar uma tonalidade azulada com a chegada da noite. Às vezes, conferia no celular se havia alguma mensagem do Yatori e meu coração doía sempre que não encontrava nada.

— Ele não virá. — comenta Dinesh de forma curta e fria, ficando de pé. — Eu chamarei um táxi para você.

— Eu posso ir andando para casa.

— Por acaso, você é burra?

Diante de sua ousadia, arregalo os olhos surpresa e ele apenas ria com indiferença. O homem começava uma caminhada e gesticulava para que eu o acompanhasse. Então, acabo decidindo segui-lo pois, por algum motivo desconhecido, sabia que ele não seria capaz de me machucar. As ruas da cidade ganhavam um aspecto "mágico" com as flores alaranjadas do outono caindo graciosamente, criando uma passarela laranja sobre nossos pés.

— Logo a neve virá.

— O bhai ficará animado.

— Bhai? O que é isso?

— Significa "irmão". É assim que chamamos na minha terra natal, a Índia.

Isso explica os seus traços diferenciados e o seu sotaque!

Dinesh tinha uma beleza em destaque e sensualidade em cada ação, até mesmo em sua voz grossa e arrastada. A forma como andava com as mãos nos bolsos e o olhar erguido evidenciava o seu complexo de superioridade. Apesar de não ser uma característica boa, sinto como se ele pudesse tornar esse ponto em algo positivo com seu jeito único de ser.

— Entendo. Então, você veio de muito longe... — concluo. — O seu irmão gosta da neve?

— Ele nunca viu mas sempre deixou claro a sua ansiedade para ver. O bhai fica animado com coisas simples como neve, doces, música e até mesmo aviões. Acredita que ele ama ficar admirando os aviões sempre que viaja?

Eu consigo facilmente visualizar o seu irmão como uma doce criança de seis anos e, involuntariamente, acabo sorrindo com essa imagem.

— Que fofo!

— Sim, muito. Infelizmente, não poderei estar ao seu lado quando o inverno chegar pois farei um tour pela Europa pelo bem da empresa.

— Woah! O senhor é dono da empresa Yamir, então...

— Tecnicamente, não. Eu trabalho no setor de contabilidade, estou ajudando temporariamente até a situação financeira da empresa se estabilizar. Eu tenho um restaurante e não posso dedicar minha vida inteira aos negócios. — ele comenta parando na frente de um carro, abrindo a porta para mim. Eu o encaro receosa e recebo um sorriso sincero em resposta. — Pode chutar minhas bolas se eu tentar algo.

E mais uma vez, encontro-me rindo com o comentário do Dinesh.

Durante a viagem em direção à minha casa após dizer o endereço para o indiano, decido encarar o horizonte pois sei que, de alguma forma, me sentiria intimidada pela presença desse homem. O perfume importado dele tornava-se mais intenso dentro do carro e não resisto, lançando um olhar de canto em sua direção. O seu longo cabelo brilhava naturalmente enquanto os olhos penetrantes estavam focados na pista. A jaqueta se encontrava apertada por causa dos seus músculos e, estranhamente, sinto uma inquietude em meu interior.

Quando ele parava na frente da minha casa, vira o rosto em minha direção.

— Pense bem no que eu disse.

— Sobre te chutar?

Ele ria com aquela voz rouca e acabo ficando arrepiada.

— Não, sobre o seu namoro fracassado.

— O meu namoro não é...

— Nós dois sabemos que sim, é tudo uma questão de tempo.

— Que insensível.

— O amor não é um conto de fadas, é algo que dói mas que se reconstrói com frequência. Então, não deixe que... — ele para de falar ao sentir o celular vibrar, tirando-o do bolso e vendo o nome no visor. — Bem, você entendeu. Eu preciso ir, o baldi precisa da minha ajuda. Nos vemos por aí, Sakura.

Eu não sabia se pedia pelo restante do conselho, perguntava sobre a tradução de "baldi" ou se ficava novamente arrepiada pela forma como seu nome saía de sua boca. No final das contas, apenas balancei a cabeça em concordância e saí do carro, acenando enquanto o observava se afastar do meu campo de visão.

Que sensação estranha no meu peito.

(...)

O Yatori passou a semana inteira se desculpando por não ter ido ao encontro. Ele disse que a mercearia do seu pai ficou lotada e o seu celular havia descarregado. O loiro deduziu que eu não iria esperar por muito tempo, então não demonstrou tanta preocupação. No fundo, eu sabia que o Yatori não era o tipo de pessoa que se dedicava tanto em um relacionamento quando tudo ia bem, apenas se esforçava no momento em que algo ameaçava sua estabilidade.

Nos primeiros dias, eu o evitei tendo as palavras do Dinesh em mente mas não demorou muito para perdoá-lo, correndo em seus braços e o apertando carinhosamente. Eu gostava do abraço caloroso do Yatori e não podia imaginar outro lugar para estar.

— Desculpa por ter falhado contigo. — dizia dando um beijo no topo da minha cabeça. — Eu prometo melhorar...

— Tudo bem, amor. Eu sei como o trabalho está consumindo o seu tempo.

Eu quero ser compreensiva, entender suas ocupações e não ser o tipo de namorada chata que cobra além do necessário.

Mas também queria me sentir como a sua prioridade.

Naquela mesma semana, estava caminhando pelos corredores em direção ao refeitório onde iria me encontrar com o meu namorado. Ele foi primeiro pois iria comprar o nosso almoço enquanto eu estava ajudando algumas meninas com as lições de matemática – a minha matéria favorita. No meio do caminho, ouço uma melodia suave vindo da sala de música e a curiosidade acaba falando mais alto, fazendo-me apoiar o ouvido na porta.

A música era bela e lenta, tocada com perfeição no piano. Por um momento, fechei os meus olhos me imaginando dentro daquela melodia e podia jurar estar em um belo campo de flores. Eu via as rosas brancas entorno de mim enquanto usava um vestido de mesma tonalidade, um pouco acima dos meus joelhos. Uma brisa suave tocava minha face rubra, arrancando um sorriso bobo dos meus lábios. Então, sentia uma mão quente tocar o meu ombro ao mesmo tempo que era agraciada por uma voz suave.

Essa voz não pertencia ao Yatori e muito menos ao Dinesh.

Ela era única e fazia o meu coração bater mais forte.

Ao abrir os olhos, sou tomada por uma imensa curiosidade de saber quem está tocando o piano. Eu ouvi alguns comentários sobre um belo rapaz na sala de música que atraía olhares por onde passava, mas sempre fui muito distraída para se importar com boatos.

Até agora.

A minha mão tocou a maçaneta mas alguém me puxou para longe da porta. Eu solto uma exclamação surpresa escapar dos meus lábios, vendo Miku me encarando confusa.

— Está tudo bem, amiga?

— S-Sim, sim. Eu só... — tento me explicar, desviando o olhar para a porta. A melodia parou. — Nada. Eu estou indo ver o Yatori.

— Vamos juntas, então!

— Claro!

Nós seguimos em direção ao refeitório onde nos sentamos em uma mesa no centro. O Yatori foi muito gentil em comprar uma sobremesa para a gente e sorri boba com a sua atitude.

Ele é perfeito. Eu não preciso de um namorado que me leve a um restaurante na China, só preciso de alguém que me traga paz e, com certeza, esse alguém é o Yatori.

(...)

O início do inverno, como de costume, veio com uma fria ventania. Os jornais locais anunciavam a queda dos primeiros flocos de neve e, mesmo tendo visto todos os anos, me encontrava tão ansiosa quanto os demais alunos. A cidade mudava de aparência, onde o branco se misturava com o cenário e o deixava com um ar misterioso.

Os primeiros flocos caíam perfeitamente diante dos meus olhos enquanto estava com ambas as mãos apoiadas na janela. Miku fazia algumas anotações no caderno, dando pouca importância para o fenômeno climático pois nunca gostou do inverno. O Yatori sorria focando sua atenção em mim ao invés da neve, o que me deixava um pouco sem jeito.

Isso é amor... Certo?

Logo, afasto tal tipo de questionamento para me concentrar nos belos flocos de neve. Eu sabia que o Japão se tornava bem atrativo nessa estação – como nas demais também – mas tinha a curiosidade de conhecer outros países. Eu queria viajar o mundo e conhecer vários lugares como, por exemplo, a França onde desejaria ir na minha lua de mel com o Yatori. Outro país que queria visitar era a Coreia do Sul pois admiro muito a cultura deles. Porém, eu sei que atualmente é complicado porque não passo de uma jovem que trabalha numa cafeteria com sonhos ambiciosos.

Um passo de cada vez, Sakura.

Ao final da aula, nós três saímos conversando animadamente até que Miku parava na nossa frente, fazendo-me se chocar contra suas costas.

— Está tudo bem, Miku?

— Eu vou mudar de religião.

— Por que? — questiona Yatori, confuso.

— Porque estou começando a acreditar na cultura grega, já que o deus Apollo está diante dos meus olhos.

No começo, encontro-me sem entender o seu comentário até erguer a cabeça focando na direção do seu olhar. Então, fico surpresa ao ver o Dinesh no portão do colégio apoiado no seu carro com as mãos dentro da jaqueta marrom com o interior branco feito de lã. A sua atenção está dispersa nos alunos até focar em mim, acenando brevemente. De forma instantânea, todos os olhares se viram em minha direção e eu engulo seco.

Inicialmente, tento ignorar a sua presença mas posso sentir seu olhar penetrante em mim. Quando passamos na sua frente, ele envolve a mão em minha cintura puxando-me contra seu corpo. O meu rosto se choca contra seu peitoral musculoso e arregalo os olhos, surpresa, erguendo a cabeça em sua direção.

— D-Dinesh?

— Olá, Sakura. Quanto tempo, eu não sabia que estudava aqui. — dizia de forma simpática mas posso sentir uma certa alfinetada direcionada à alguém. Então, ele focava o olhar no Yatori com um sorriso debochado. — E nem que estava acompanhada.

— Err... Eu estava indo para casa. — comenta me desvencilhando dos seus braços. — O que faz aqui?

— Eu vim buscar o bhai.

Que estranho, o fundamental é liberado bem mais cedo.

— Entendo.

— Acredita em destino, Sakura?

A pergunta do Dinesh pega-me de surpresa.

— Eu não sei.

— E carma?

— Nunca parei para pensar sobre isso. É sobre carregar energias ruins, certo?

— Não exatamente. Nós acreditamos que o carma é a relação de causa e consequência de tudo o que fazemos nas vidas passadas. Então, quem conhecemos e com quem nos relacionamos está diretamente ligado à forma como vivemos em outra vida. — ele explicava com o olhar inteiramente focado em mim. — Não se trata somente nessa vida, pode ser também sobre outra paralela.

O diálogo com o Dinesh era estranho e profundo, deixando-me cada vez mais curiosa sobre ele.

— Por que esse assunto de repente?

— Eu estive pensando sobre a forma como nos encontramos e senti como se tivesse que acontecer.

— Como assim? Você sentiu que deveria estar lá para me salvar daqueles adolescente?

O meu namorado e minha melhor amiga se entreolham confusos, mas ficam em silêncio.

— Digamos que sim. Eu era uma criança violenta e sinto que decepcionei muito a minha família. Por sorte, encontrei boas pessoas que me trouxeram para o bom caminho. Mas, certo dia, sonhei sobre estar trancado no escritório da empresa onde um imenso vazio alastrava-se pelo meu peito. Então, comecei a pensar que talvez esse tivesse sido o meu fim se não mudasse à tempo. Isso me fez pensar sobre o efeito da causa e da consequência, em outras palavras...

—... o carma. Parando para pensar, tem sentido. Eu acho que tudo o que fazemos nessa vida tem relação com algo do passado.

No final, acabo ficando imersa na conversa e, principalmente, naqueles olhos intensos. Eu não sabia explicar a sensação mas tinha uma forte conexão com o Dinesh.

— Eu fico feliz por ter conseguido te ajudar naquele dia. Sinto como se uma dívida tivesse sido paga.

— Dívida? Mas que tipo de dívida você teria comigo?

Ele apenas dava nos ombros.

— Não sei. Eu tenho uma baran. — ele dizia e percebia o meu olhar confuso. — Significa "Irmã". Então, ela se chama Maya e é muito sensitiva. No mesmo dia em que te ajudei, fui visita-la e ela segurou meu rosto, dizendo "Você está dando o seu melhor, parabéns". No começo, não entendi o porquê de suas palavras mas logo cheguei à conclusão de que havia compensado algum erro na minha vida passada ou em outra.

Eu ouço o Yatori pigarrear e, imediatamente, me posiciono ao seu lado. Dinesh apenas arqueia a sobrancelha contendo um sorriso divertido. Miku parece hipnotizada pela sua beleza e o loiro estreitava os olhos, levemente incomodado. Infelizmente, a conversa precisaria chegar ao seu fim mas sinto como se ele tivesse dito tudo o que precisava dizer naquele momento.

— Melhor a gente ir, Sakura. — comenta Yatori me puxando para longe. — Com licença, senhor.

Miku piscava os olhos retornando à realidade e nos seguindo. Eu olho para o indiano por cima dos ombros e aceno um pouco sem jeito. Ele retribui com um sorriso de canto e volta a sua atenção para o colégio. Enquanto isso, um grupo de garotas passa pela gente comentando em voz alta:

— O Kiran está tão lindo com o uniforme de inverno!

— Eu queria namorar com ele, mas a concorrência é grande demais.

— Não desista, amiga! Ele não tem nenhuma namorada, pelo menos é o que dizem.

Aquele nome era familiar, pois era alvo de vários boatos ao longo do ano. O colégio tinha um sistema de intercâmbio e parece que esse tal Kiran veio de outro país. Eu escutava os comentários das garotas sobre a sua beleza e gentileza, mas nunca dei tanta importância. Talvez nós tenhamos nos cruzados pelos corredores durante esses meses e, ainda assim, não consegui o reconhecer.

O braço do Yatori entorno dos meus ombros tira-me dos meus pensamentos e encosto minha cabeça em seu ombro. A sensação de conforto espalhava-se pelo meu corpo e acabo suspirando boba.

— Aquele cara tem umas conversas estranhas.

— Sim, Yatori, mas ele é uma boa pessoa.

— Eu não sei...

— Sendo boa pessoa ou não, ele é lindo demais! — exclama Miku arrancando risadas de nós dois. — Será que vende um desses na feira?

O Yatori aperta-me mais no abraço e sinto seu desconforto com o assunto, por isso mudo o rumo da conversa para o Natal que se aproxima.

Durante o trabalho, não conseguia tirar a conversa com Dinesh da minha cabeça enquanto limpava uma mesa. O meu foco estava em meu reflexo na mesa limpa ao mesmo tempo que os pensamentos vagavam para muito longe, imaginando se o destino realmente existisse.

E se existe, está tudo correndo de acordo com a sua vontade, certo?

O cheiro de camélia invade novamente as minhas narinas e sinto um estranho calafrio por todo o corpo. Eu percebo duas funcionárias passando por mim com sorrisos de puro ânimo. Antes de poder olhar a fonte daquele aroma agradável, a gerente, Yana, aparece na minha frente.

— Poderia dar uma ajuda na cozinha, Sakura?

— Claro!

Então, sigo em passos apressados para a cozinha mas, antes, olho para trás vendo uma alta silhueta sentada de costas para mim. Eu só consigo visualizar o seu longo cabelo tocando um pouco abaixo de seus ombros e seu braço proporcionalmente musculoso sobre a mesa.

Uma certa inquietude surge em meu peito, mas ignoro seguindo o meu caminho para a cozinha.

(...)

A véspera de Natal foi incrível pois passei ao lado do meu pai pela manhã e, à noite, com o Yatori. Ele me levou para um restaurante no centro da cidade e, depois, dividimos um bolo de chocolate com chantilly. Eu pude observar de perto os seus olhos brilharem junto com as luzes das árvores e o meu sorriso acompanhava o seu.

Ele segurava a minha mão com ternura enquanto me guiava até a enorme árvore de Natal na praça.

— Nós precisamos registrar esse momento! — ele exclama tirando o celular do bolso e apontando a câmera para nós dois.

Eu envolvo meus braços entorno da sua cintura, erguendo a cabeça e sorrindo em direção à câmera. Quando ele tira a foto, vira o rosto para mim com um sorriso terno e logo sinto seus lábios contra os meus. Os lábios macios de Yatori são capazes de me aquecer nessa noite fria e, por isso, envolvo os braços ao redor do seu pescoço para que aquele momento durasse mais.

Yatori representa a calma, a paz e a estabilidade que eu sempre busquei em um relacionamento.

Ao afastar os lábios, ficamos encarando um ao outro por longos segundos e aproveito para admirar os detalhes sutis de seu rosto. As bochechas dele estavam coradas e os seus lábios rosados tremiam levemente por causa do frio.

— Eu gosto muito de você, Sakura.

— Eu também gosto muito de você, Yatori.

Quando ele se aproxima, fecho os olhos imaginando um beijo na testa mas o loiro apenas me abraça com força. Ao se afastar, seguimos nosso caminho de volta para a minha casa e sinto os flocos de neve caindo em minha cabeça.

— Vamos nos apressar, Sakura. Eu não quero ficar gripado.

Yatori dá o primeiro passo mas eu seguro firmemente sua mão, trazendo-o para perto.

— Por que não apreciamos a neve? Não acha que seria divertido sair correndo por aí?

Eu sei que foi um pedido estranho mas, por algum motivo, queria extravasar toda aquela alegria em meu peito. Yatori ria segurando meu rosto com ambas as mãos e dando um demorado selinho em meus lábios.

— Você é tão engraçada, Sakura!

Então, nós voltamos a caminhar um pouco mais rápido e contenho a minha frustração. Ao chegarmos na frente de casa, o meu namorado beija minha bochecha e depois a minha boca com ternura, aquecendo brevemente o meu coração.

No outro dia, decidi apreciar a beleza da praça local sozinha. Eu gostava de observar as crianças brincando, pois me trazia lembranças da minha mãe. Infelizmente, precisaria lidar com essas lembranças e o arrependimento de não ter me despedido de forma adequada. Sem ao menos perceber, estou suspirando pesadamente com um semblante cabisbaixo e, pelo visto, isso atraiu a atenção da mulher sentada no banco ao meu lado.

— Você está bem?

A sua voz suave chama a minha atenção, fazendo-me virar o rosto para o lado. A mulher possuía longos cabelos negros com pequenas ondulações nas pontas, olhos dourados e uma pele morena. Ela vestia uma túnica bege tocando os seus calcanhares e, por cima, um casaco de lã de tonalidade marrom. Mesmo estando com boa parte do corpo coberto, noto as diversas joias de ouro em seus braços e no pescoço. Eu percebo a maquiagem acentuada em seus olhos e um sutil batom vermelho em seus lábios.

— S-Sim, eu só... Estava lembrando da minha mãe e como gostaria de tê-la ao meu lado.

— Ela...?

— Sim, há cinco anos atrás.

— Meus pêsames. — dizia aproximando-se e sentando ao meu lado. — Eu imagino que seja uma dor difícil de lidar.

— Sim, mas estou fazendo o possível para seguir em frente.

— Então, tenho certeza que ela sente orgulho de você.

A gentileza em seu tom de voz acalma o meu coração de uma forma inexplicável. Antes que eu possa agradecer, uma garotinha de oito anos chega correndo. Ela possuía o mesmo olhar e tom de pele que a mulher, então posso deduzir que é sua filha.

— Mamadi, vai comigo no escorregador?

— Sabe que não posso, querida.

Ela fazia um breve bico e desvia a atenção para mim.

— Quem é você?

Como não gosto de crianças, sinto-me desconfortável com sua abordagem direta.

— S-Sakura.

— Vamos brincar, Sakura!

— Hein?

— Vamos, vamos!

— Maya! — a mulher exclama. — Não faça isso, ela se sentirá desconfortável.

Ao analisar aqueles olhinhos dourados com um semblante triste, acabo ficando de pé e sorrindo abertamente.

— Não tem problema. Vamos brincar, Maya!

A pequena voltava a sorrir e me puxava com ânimo para o parque, onde passei quase duas horas tentando lidar com toda aquela energia dela. Maya aproveitava cada brinquedo ao máximo até ir para o próximo e sempre pedia que eu também brincasse. No começo, estava à contragosto mas logo comecei a me divertir com a sua presença. Ela tinha um sotaque diferenciado o que a tornava mais fofa quando enrolava nas palavras.

Quando retornamos para perto da mulher, ela fazia uma breve reverência.

— Muito obrigada, Sakura..

— N-Não tem de quê. Ela tem muita energia e eu precisava aquecer meu corpo nesse inverno.

— O que acha de jantar na nossa casa?

— Não precisa, senhora....

— Mahara. Mahara Yamir.

Aquele sobrenome me deixou em alerta e uma parte de mim quis aceitar a sua oferta.

— Pensando bem...

As duas se entreolham e depois sorriem para mim, guiando-me para a saída do parque onde há uma limusine à espera delas. Eu tento digerir toda aquela riqueza em abundância enquanto mandava uma mensagem para o meu pai, avisando do meu atrasado para o jantar.

O meu queixo quase cai quando paramos na frente de uma enorme mansão com um vasto jardim. Eu as sigo um tanto receosa, sentindo-me deslocada em meio àquele ambiente luxuoso. Quando a porta é aberta, Maya já corre para a cozinha após retirar o casaco e o entregar para uma empregada. Mahara fazia o mesmo e depois me guiava para a cozinha, onde me surpreendo com o Dinesh cozinhando. Ele usava um avental branco por cima de sua roupa casual e o longo cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo.

— Sakura? — dizia surpreso ao me ver.

Em resposta, abro um sorriso tímido e aceno. Ao seu lado, há um homem mais velho de pele morena e curtos cabelos pretos. Os seus olhos são semelhantes aos do Dinesh e ele tinha um pouco de farinha na ponta do nariz. Os dois pareciam se divertir tanto cozinhando juntos.

— É uma amiga?

— Digamos que sim, baldi.

Mahara explicava superficialmente o nosso encontro no parque e o Dinesh contava sobre aquela noite em que me salvou. O homem ouvia tudo atentamente antes de retirar o seu avental aproximando-se e estendendo a mão.

— Prazer, sou Raj Yamir!

— Sakura Mitsuru. — digo apertando sua mão e sorrindo.

Ele me guiava para a mesa ao lado de uma bela mulher de cabelos castanhos e curtos. Ela usava uma túnica semelhante à de Mahara mas de tonalidade vermelha.

— Prazer, sou Shanti Yamir. Eu sou a esposa do Dinesh.

Instantaneamente, o meu olhar vai para o Dinesh que lavava as mãos após o preparo do bolo – eu suponho – e percebo a aliança em seu dedo.

— É um prazer te conhecer, Shanti.

Mahara e Maya tomam seus lugares na mesa, em seguida Raj fazia o mesmo ajeitando-se na cadeira. Dinesh sentava-se no outro assento vazio ao lado de sua esposa e direciona o olhar para as escadas.

— O bhai não virá comer? É o aniversário dele.

— Ele acabou comendo muitos doces ontem e se sente indisposto, mas acredito que virá depois. — Mahara explica.

— Entendo.

O clima daquele jantar foi agradável e, mesmo não os conhecendo bem, me senti parte da família. Dinesh e Raj contavam piadas aleatórias, fazendo Mahara se engasgar com o vinho. Maya sorria abertamente enquanto tentava participar da conversa, mas perdia o foco sempre que experimentava um novo prato preparado pelo seu irmão. Shanti passava a maior parte do tempo calada junto comigo, mas não perdia as oportunidades para me inserir no meio da conversa.

Eles eram felizes e não se tratava do dinheiro os rodeando. Sinto como se aquela família fosse abençoada.

Ao final do jantar, Maya me puxou para o seu quarto pois queria alguém para brincar. Eu aceitei porque queria passar mais tempo naquele clima agradável, esquecendo de qualquer problema em minha vida. A pequena mostrava a sua coleção de bonecas e criava cenários mirabolantes com sua imaginação aguçada.

— Brincando de bonecas? — comenta Dinesh observando da porta, causando-me um leve espasmo surpresa. — Não parece a sua cara.

— Ora, por que não? É bem a minha cara decidir se vou fazer a comida do marido ou trocar as fraldas do bebê. — digo ironicamente.

— Eu te vejo lutando alguma arte marcial ao invés de brincar com bonecas.

Diante do seu comentário, franzo o cenho confusa e ele ergue as mãos em sinal de rendição.

— Apenas um palpite.

— Eu não sou durona.

— Toda mulher tem uma monstruosa força interior dentro de si. — ele dizia enquanto se aproximava, ajoelhando-se ao lado da casa de bonecas. — É o que eu acredito.

— Você é estranho.

Ele ria alto jogando o longo cabelo para trás.

— Isso é mais o perfil do bhai do que o meu.

Raj aparecia durante o diálogo para se juntar à nós dois, começando a falar animadamente sobre uma recente notícia do aumento do lucro na empresa. Dinesh sorria satisfeito com a alegria do pai e depois virava o rosto em minha direção.

— Por que você e seu namorado não vão para o meu restaurante qualquer dia desses?

— É uma boa ideia, quero muito provar a comida de um grande chefe. — comento lembrando da conversa no jantar, onde descobri que o Dinesh tem mestrado em Gastronomia.

— Eu aposto que vai amar! — exclama Raj. — É a melhor comida do mundo!

O Dinesh sorria sem jeito com um leve rubor nas bochechas, o que me deixa surpresa. Aos poucos, aquela imagem de imponência perde espaço para um jovem feliz com seus sonhos realizados.

Como eu havia pensado, não dá para julgar pelas aparências.

A conversa estava agradável até que escuto uma doce melodia no andar de baixo. Dinesh, Raj e Maya estão muito imersos no momento de família, então decido deixá-los enquanto sigo em direção à música. As notas eram tocadas de uma madeira suave, como se me convidasse para se aproximar ao mesmo tempo que embalava o meu coração na mais profunda paz. A cada passo dado em direção ao som, sentia como se meu corpo clamasse por mais daquela melodia. Eu não sabia quem a tocava, não fazia ideia de que tipo de pessoa era mas algo em meu interior dizia para confiar nela. Confiar que essa pessoa podia afastar qualquer problema com aquela simples música. O ritmo tornava-se mais intenso conforme as notas avançavam de forma rápida, bem como os meus passos.

A ponta de meus dedos percorre pelo corrimão da escada dourada. O longo tapete vermelho se estendia até o chão e caminhei lentamente, inclinando a cabeça para o lado a fim de descobrir quem tocava aquela música. Eu já tinha a escutado em alguma rádio, mas nunca dei a devida atenção à letra. Pelo o pouco que sei, trata-se de alguém apaixonado desejando voltar para a noite onde conheceu a pessoa amada pois, atualmente, ela não está mais presente.

Ao pisar no último degrau, o meu foco muda para o jovem de longos cabelos negros que tocava em um piano localizado no centro da sala. Eu sou atraída por sua música, dando pequenos passos encurtando cada vez mais a nossa distância. Os seus olhos dourados estão concentrados nas teclas enquanto movia levemente o corpo de acordo com a melodia. Em determinado momento, eu acredito que minha presença foi notada pois ele virou o rosto em minha direção. Aqueles olhos pareciam carregar uma intensidade de emoções, profundas como o fundo do mar. O cheiro de camélia propaga-se novamente pelo ambiente e começo a ligar os pontos, suspeitando quem seja esse garoto diante dos meus olhos.

O tempo para bem como nossas respirações. Todo o ambiente é tomado por um misterioso silêncio ao final da música. Os olhos do jovem eram como gotas de mel em suas íris, emanando um brilho único. Por mais que eu queira me mover, minhas pernas travam e só consigo me manter parada ao lado do piano. O meu peito subia e descia em um ritmo constante, podendo escutar minha própria respiração. Ao analisar de perto o moreno, percebo alguns fios de seu cabelo frente à sua face, mas ele parece não se incomodar. Pelo contrário, estava concentrado demais no momento igual à mim.

E quando ele abre um sorriso, começo a acreditar no destino.

E se...?

Fim.

"Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele." — Jean de La Fontaine

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