I
O homem sentado em um canto da espelunca que um dia fora uma igreja bela e bonita tomou um gole de seu uísque e sorriu antes de olhar para o vazio a sua frente, deixou a mente vagar a uma época distante, tão triste e sombria quando a maldição que ele carregava...
Uma época da qual jamais iria esquecer...
🔮
Norte da Inglaterra, 1718.
_ Peguem ela...
_ Peguem a bruxa...
_ Ela tem que queimar e pagar por seus pecados.
_ Tem que se arrepender por matar nossas crianças...
_ Filha do demônio...
_ Sedutora de maridos...
Eve ouvia enquanto corria pela floresta, a respiração acelerada, os pés doloridos e cansados de tanto correr desesperada enquanto era caçada pelos moradores da pequena vila, os cabelos negros e longos estavam sujos e molhados com a água da fina chuva que caia de um céu escuro e sem estrelas.
Estava sendo perseguida pelas pessoas que conhecia, pelas pessoas que sempre a elogiavam, tinha crescido naquele lugar, conhecia cada aldeão daquela pacata vila. Desde os mais novos aos mais velhos. Nunca faltará com respeito a ninguém. Mais agora estava sendo caçada como uma corça, sendo apredejada. Depois de dias presa em uma masmorra alguém abrira as portas do calabouço e ela fugira.
Antes disso tinha sido julgada, apedrejada em público. Todos haviam visto sua tortura. Agora enquanto fugia só conseguia pensar em ir pra bem longe dali, onde ninguém a culpasse por um crime ao qual não havia cometido. Desde nova, sempre amará crianças, sempre tratava a todos com amor e carinho.
Estava com medo e assustada, o coração acelerado, os olhos inchados de tanto chorar, estava exausta. Tinha sido acusada de algo banal, arrancada de sua cabana próxima a montanha, tinha sido apedrejada, e arrastada nas ruas da pequena vila, na frente de todos, enquanto lhe lançavam pedras, frutas podres, até conseguir se soltar e entrar na densa e escura floresta, estava agora encostada em uma árvore respirando ofegante, o frio da noite castigando sua pele.
Alguém havia armado algo contra ela, alguém que a odiava profundamente, todos na vila antes daquela noite eram gentis e amáveis com ela, e agora a caçavam como um animal, estava com medo, observou os cortes, as feridas causadas pelas pedras, e tremeu quando um raio caiu e partiu o galho de uma árvore, sentia que algo iria acontecer naquela noite. Algo ruim, vinha tendo o pressentimento a dias, tinha sonhado com uma garota correndo pela floresta, e visto uma bruxa branca presa a uma cruz queimando e perdendo sua bondade, só não imaginara que seria ela a está correndo, sendo perseguida como um animal pequeno e indefesso.
Que era ela a jovem queimando na fogueira. Lágrimas de medo e dor turvaram sua visão e ela começou a chorar, só queria que sua vida voltasse ao normal, só queria que tudo aquilo não fosse real. Antes daquela noite ela era apenas uma bela e jovem camponesa que morava em uma vila pequena ao norte da Inglaterra, a mãe havia morrido, tinha se tornado uma bruxa negra e sido morta por um caçador na França, fugira para a Inglaterra com a tia Margaret que havia falecido alguns anos depois que chegaram a vila.
Se criara sozinha desde os 16 anos, todos naquele local lhe ajudavam no inverno, no dia de ações de graças, costumava ajudar os enfermos e ensinava novas receitas as mães de família inexperientes. Sempre fora bonita, uma das jovens mais bonitas da vila, alta, magra, cabelos negros e longos, incríveis olhos azuis. Era inteligente, e conseguia falar outros idiomas por que havia estudado antes de deixar a França.
Depois de um tempo havia começado a receber flertes dos jovens da vila, aquilo havia até mesmo despertado a ira de algumas jovens invejosas. Mais ela por saber o que era e por medo de seu segredo ser descoberto resolvera ficar longe dos olhos das pessoas da vila. Preferia se isolar, próximo ao lago em sua cabana. Mais seus olhos e sua beleza sempre chamariam atenção das pessoas.
Olhos esses que agora estavam inchados e vermelhos. Olhos que refletiam uma dor profunda e um sentimento de ódio e medo. O carrnacismo por alvo que não havia feito, aos poucos o desespero tomava conta de seu doce coração.
Então aquele era seu destino? Ser amarrada a uma cruz e queimar? Não, se negava a acreditar naquilo. Tinha que sair dali, daquele lugar, fugir pra longe, tinha visto isso acontecer com sua mãe no passado, e ouvido falar em caçadores de bruxas que matavam por prazer, não iria sucumbir como outras bruxas.
Alguém havia encontrado seis crianças mortas em sua cabana, um sacrifício a algum demônio, era uma oferenda, jamais faria aquilo, bruxas brancas não matavam pessoas, e não usavam sua magia para sacrifícios em oferendas demoníacas, sua magia era pura e simplesmente as usavam para a cura. Mais quem havia feito aquele crime tão banal, não sabia, não haviam outras bruxas na vila além dela, e se tivesse teria reconhecido, conhecia aquela floresta, conhecia os moradores. E conhecia aquelas crianças. Crianças que ela vira crescer naquela vila, pobres inocentes, não tinha a capacidade de fazer mal a ninguém, não fora ela a fazer aquilo.
Ainda mais crianças, pobres inocentes, os pais tinham razão em sentirem tanta raiva e ódio, mais estavam acusando e perseguindo a pessoa errada. Ela era inocente.
John era o único que sabia seu segredo, ela o salvara uma vez, e ele vira, ela o amava tanto, sempre o amara escondida, suportara vê-lo se casar com Anita sua melhor amiga e mãe de uma das crianças mortas, ela não suportara a morte do filho, tinha tirado a própria vida com uma navalha, John havia jurado vingar a morte do filho e o sofrimento da esposa. Deveria ter sentido pena dele. Mais ele também estava entre aqueles que a queriam morta, fora ele quem a acusara de bruxaria, contará a todos o seu segredo, fora ele quem a machucara. Ele não tinha apenas tentado matá-la, ele quebrara seu coração.
Sentia um ódio profundo se aposando de seu coração, daquelas pessoas que julgará serem boas. Talvez sua tia tivesse razão, humanos não eram confiáveis. Fechando os olhos ela se ergueu e quando voltou a andar tremeu quando um calafrio a atingiu, parou de repente quando o barulho de um tiro ecoou na floresta, sentiu a dor a atingir e caiu no chão coberto com folhas secas e molhadas.
A bala havia perfurado sua barriga, a dor era insuportável, mas o que mais doera fora ver John se aproximar e a encarar com seus olhos frios e cheios de vingança.
Parecia diferente, podia sentir a raiva e o desespero que ele sentia, seus olhos verdes se tornado tão escuros e sombrios como a escuridão, não era mais o seu John, ele parecia um monstro, sua alma fora corrompida pelas trevas. Quem quer que houvesse feito o sacrifício demoníaco, também havia feito algo em John sentia algo ruim emanando dele. Mais foi só ele sorrir que percebeu que ele era mais que um humano, havia algo mais nele, uma coisa sombria. Não era um anjo, assemelhavasse a algo diferente. Algo que lhe causava calafrios.
" O que é você? "Perguntou, a voz seca arranhando a garganta. Seu olhar perdido, distante, o coração e a alma mergulhados na escuridão e no ódio.
" Sou um homem que perdeu tudo e sucumbiu as trevas... " Disse ele e sorriu enquanto a olhava friamente. " Sou o pai cujo filho você matou... Sou um homem morto. "
" Não John, você não é isso. Você não é assim. " Disse ela, a dor queimado em sua barriga. " Você é... humano. É alguém bom..."
Sorrindo com frieza John a encarou friamente antes de baixar a cabeça e olhar para o lado.
" Humanos se tornam demônios quando perdem o amor. " Disse ele frio, inabalável apontou a arma em sua direção. " E eu perdi tudo que eu amava. Tudo que me fazia um homem bom. Você me tirou tudo. E agora ira pagar. "
" Não John... Eu não fiz... Nada... "
" Você fez e vai pagar. " Continuou ele e a encarou novamente. " Entenda Evelyn, ou não é esse seu verdadeiro nome ? Quem sabe quantas pessoas você matou antes ? Talvez fugiu da França devido seus crimes. Você é uma assassina de crianças... Um monstro. "
"Não... John... "
Mais não houve resposta John apenas continuou apontando a arma em sua direção, cabisbaixo e em silêncio. Tentou se mover mais não tinha forças, havia magia na bala que a atingirá, uma magia negra e poderosa. Realmente havia alguém por trás de tudo aquilo.
" Peguem ela... peguem a bruxa... "
Os passos haviam aumentado e ela pode enxergar a silhueta de alguns moradores se aproximando, o fogo das tochas acessas ofuscaram sua visão e ela fechará os olhos, quando uma pedra atingirá seu rosto, chutes atingiram sua barriga e ela gemeu.
" John eu não fiz isso... "
" Sua maldita... " Dissera uma mulher e a atingirá com uma pedra acima da sobrancelha.
" John eu sou inocente, eu não matei ninguém... "
" não escute ela... "
Disse um homem ao se aproximar, segurava uma tocha acessa em uma mão.
" Eu não queria acreditar... " Ouviu John dizer com a voz seca e triste. " Mais eu vi... Você matou meu filho..."
Ele estava cada vez mais distante.
" Não... Não fui eu... "
Disse e o olhou, queria tanto que ele acreditasse no que dizia, que não havia feito nada, que era inocente. Mas ele estava distante agora. Era inalcansavel.
Uma escuridão sombria e fria havia se formado ao seu redor e em seu coração.
" Eu sinto muito... "
Foi tudo o que ouviu antes de ser atingida no rosto por algo duro e apagar.
Acordou tempo depois, sendo observada por uma multidão de pessoas segurando tochas, facas, e espadas, outras a apredejavam novamente e cuspiam em seu rosto, o vestido rasgado mostrava uma parte de sua perna esquerda. Estava amarrada a um cavalo que se assustada e á arrastava enquanto gritava de dor, sua pele que um dia fora bela e macia agora estava cheia de arranhões e cortes que sangrava manchando o que restará do vestido.
Fora arrastada até uma pilha de lenha ao redor de uma cruz, onde a amarraram ate que sentisse seus pulsos e tornozelos doerem e sangrarem. Não adiantava pedir clemência. E John, por que fazia aquilo se sabia que ela era inocente. Sentia que estava sucumbindo a escuridão, o ódio, o medo que sentia estava consumindo-a.
" Evelyn Simons. " Disse o padre da vila, segurando um pergaminho velho com as mãos trêmulas. " você está sendo acusada de bruxaria e de ter assassinado seis crianças em uma oferenda ao demônio, e devido a esses crimes foi julgada pelos cidadãos da vila, e condenada a morte. "
" Eu sou inocente... " Disse e gritou quando alguém a espetara com uma lança. " Eu não fiz nada... Não matei ninguém..."
" Não matou? Então por que nossos filhos estavam na sua cabana? "
Ouviu uma das mulheres dizer e cair em prantos. Entendia a dor daquelas pessoas porém não fora ela a causar tamanha desgraça.
" Maldita... Bruxa... Filha do demônio... "
Mais uma vez uma lança a perfurara dessa vez na perna direita.
" Você vai queimar... "
" Quais são suas últimas palavras. " Ouviu o padre dizer. Enquanto as pessoas gritavam e urravam por sua morte.
" Eu não fiz nada... "
" Podem queimar... "
Ao ouvir aquilo seu coração apertara e ela engoliu em seco ao ver John se aproximar da pilha de lenha com uma tocha na mão, e quando ele a olhou, frio, cruel e sem um único sentimento qualquer que não fosse o desejo de vingança ela, o amaldiçoou, em voz alta.
" Eu o amaldiçoou Jonathan Walttmam copper, o condeno a imortalidade, a morrer e renascer, a ver aqueles que ama morrerem... " Gritou em desespero enquanto o fogo da fogueira queimava seus pés. " Eu te amava John, sempre amei. E é por esse amor que o amaldiçoou... "
" Você é um monstro e deve queimar... "
" Você me tornou um monstro. " Disse ela e fechou os olhos azuis e quando os abriu encarou o homem que tanto amava e o odiou. " Eu o condeno a vida eterna John, a uma vida amarga e solitária. Eu o condeno a nunca ser amado. "
Aquilo havia pego o caçador de repente, ele estava lá, imóvel e de joelhos, como se estivesse desacordado, não a ouvia gritar enquanto o fogo a queimava. Tanto ele quanto os outros pagariam por sua morte, por seu sangue derramado. John jamais se livraria daquela maldição, jamais seria feliz e perdoado. O condenará a vagar pelo mundo solitário.
" Matem a bruxa... perfurem o coração... " Gritou o padre e antes que completasse a frase cairá de joelhos morto.
E quando todos a olharam seu rosto não era mais o rosto de uma jovem bonita, estava desfigurado, fora substituído por uma carranca horrível, seus dentes eram negros assim como os lábios, haviam pequenas rachaduras em um lado da face tornando-a assustadora. Algumas pessoas corriam para a floresta desesperadas, outras simplesmente começaram a rezar quando gritos ecoaram na floresta escura, gritos de desespero em meio ao barulho de uivos. Um corvo pousou sobre a cabeça de uma jovem arrancando seus olhos.
" Ousam todos vocês. " Gritou ela e todos á olharam apavorados." Eu amaldiçoou essa terra e a todos que nela vivem, eu os amaldiçoo a pobreza, as pragas e a morte... Eu Evelyn Simons, amaldiçoo a todos.... Que está terra apodreça, que os frutos caiam e as larvas os devorem, que o dilúvio caia pela eternidade. E eu te amaldiçoo John Cooper, a solidão eterna, que seus amores caiam, que a minha voz te persiga assim como a minha alma, sua alma estará condenada, você não será livre até que possa encontrar meu perdão. "
Aquelas foram suas últimas palavras antes do fogo se alastrar por seu corpo e queima-la por inteiro enquanto moradores gritavam eufóricos e vingados, erguendo suas armas e lanças.
Um vento frio e forte arrastou as folhas da floresta, assim como o telhado das casas, um raio cairá sobre uma árvore fazendo com que incendiasse, não queria perder sua bondade, sua luz aquilo que a diferenciava das outras criaturas de sua espécie, mais sucumbira ao ódio, ao desespero e o medo, seus olhos agora estavam negros como o céu, seu rosto desfigurado em um lado havia se tornado assustador.
Um grito horripilante ecoara até os moradores que se afastavam para trás assustados. Seu espírito vagara por entre os moradores que começaram a falecer instantaneamente um a um.
" Se não foi você, então quem fez aquilo com meu filho ? " Indagou John e o espírito de Eve parou próximo a ele.
" Você terá que encontrar o culpado por tudo isso, você irá inocentar a minha alma, caso contrário, nunca terá paz. "
Passará por John que estava imóvel e amaldiçoado, caminhará em direção a floresta, fogo se alastrou pelo chão, incendiando os corpos no chão, a água do lago havia escurecido, animais morriam em toda a vida que estava em chamas, pessoas corriam tentando
E atrás dela a vila e seus moradores com a excessão de John queimavam desesperados, gritos e choros eram ouvidos mesmo a distância enquanto o fantasma da Bruxa desaparecia.
" A morte o seguirar aonde quer que vá caçador... John Cooper. "
Um Sussuro se alastrou por todo bosque, em meio aos gritos e fogo, em meio ao caos, um único sussurro maléfico se erguia.
A Maldição fora lançada, e John pagaria o preço.
📿
" A morte o cerca aonde quer que vá caçador... John Cooper... "
Despertando de seu devaneio o homem sorriu e se ergueu, pegou a mochila largada no chão ao lado do corpo de uma jovem e tremeu quando um calafrio o atingiu, presentia que algo grande e ruim iria acontecer, algo pelo qual esperava a muito tempo. Observou uma sombra se mover até ele e apertou a arma.
" O que quer? "
Perguntou, a voz ecoando pelo ambiente ao seu redor, sentiu um arrepio na pele quando algo gelado tocou seu ombro, uma névoa densa havia se fornado no chão, cobrindo os vitrais na parede da igreja, sentia uma energia carregada e atormentada, cheia de rancor e ódio.
Desde que fora amaldiçoado e perderá sua alma ele descobriu que podia ver, ouvir e conversar com os mortos. Também podia ver outras criaturas além de bruxas e vampiros. Estava vivo a mais de um século, já havia caçado e matado criaturas cruéis e sem alma, tinha matado bruxas negras, vampiros, lobisomens, demônios.
Tinha feito algumas amizades também, tinha salvado vidas. E tinha tirado vidas. Nada além daquilo que tinha que fazer para sobreviver naquele mundo.
" Quem é você caçador?" Sorriu diante da pergunta. Sempre a mesma pergunta.
Era um fantasma, o espírito da garota morta, tinha matado a criatura mas não fora o suficiente, a garota já havia morrido muito antes do vampiro surgir. Não havia marcas de presas em seu pescoço, alguém havia preparado um ritual e matado a garota como oferenda, tinha visto aquilo uma vez, e perderá muito mais que a vida, perderá sua família.
" Eu sou aquele que a morte rejeitou. " Disse ele friamente e o fantasma se encolheu cabisbaixo. " Um traidor. Um amante infiel. Um homem morto. Uma alma perdida e amaldiçoada. Eu sou John Cooper, o rei daqueles que não temem as sombras da noite.
Desde que matará uma bruxa poderosa dois anos antes ficará conhecido naquelas regiões, não estava mais na Europa, já havia percorrido várias partes do mundo, sozinho e sem medo de morrer. A maldição o tornará fadado a viver eternamente, vagando sem ninguém que o amasse ou que pudesse amar.
" Sou um caçador... "
Erguendo-se novamente a garota se afastou e o encarou friamente.
" Ela está chegando caçador... "
Espreitando os olhos john a encarou e apertou a arma. O espírito parecia inquieto agora, como se sentisse medo. Se perguntou o que estava acontecendo? Mais já tinha a respostas. Sempre soube que em algum momento a hora que tanto esperará chegaria.
" Quem está chegando? " Perguntou perguntou, os olhos fitando a escuridão.
" Aquela a quem você procura... "
Disse o fantasma e desapareceu deixando o homem intrigado e sorridente, finalmente teria sua vingança e encontraria uma forma de vingar sua família. Guardou sua arma e saiu.
Sentia que algo iria acontecer, algo ruim, tivera o mesmo pressentimento na noite em que perderá sua família, na noite em que fora amaldiçoado. Na noite em que se tornará um morto vivo condenado a vagar solitário pelas sombras.
.......
Observando o homem que horas antes havia matado um vampiro nas ruínas do que um dia fora uma igreja, Kaelun sorriu e continuou seu caminho até uma antiga lojinha localizada entre um prédio e outro e entrou, seguiu até o balcão onde uma velha senhora estava sentada observando algumas pequenas fadas dentro de uma garrafa e sorriu quando a velha ergueu a cabeça.
" O que quer alicia? "
Perguntou a velha, a voz fria e rude. Era uma antiga e poderosa bruxa negra, mais já estava velha de mais para ser agressiva e perigosa. Nada comparado a ela que era era jovem, e tinha uma importante missão a cumprir.
" Quero as fadas que tem no pote. " Disse a garota, os sapatos de salto alto a deixavam alta e elegante. " Elas são raras. "
" Fadas do Sul de far fary são raras, essas me custaram caro. " Disse a velha, mais a jovem bruxa apenas sorriu. " O que tem a oferecer em troca?"
" Juventude minha cara."
Disse a jovem em um tom cordial, se sentou elegantemente em um banquinho e bateu o dedo sobre o pote de vidro fazendo com que as pequenas fadas que mais lembravam pequenas borboletas coloridas voazem e se encolhessem assustadas. Não estava ali apenas pelas fadas, a velha lhe devia um favor e iria cobra-lo, precisava de um ingrediente para seu feitiço de invocação. E sabia que Jesabel o tinha. Somente ela o tinha.
Não seria tão difícil assim pegar o ingrediente, não quando sabia que Jesabel estava desesperada e se escondendo com medo de alguns caçadores e do departamento sobrenatural. Faria e daria qualquer coisa para ter seus poderes e juventude outra vez.
" Eu sei que não está aqui pelas fadas. " Disse disse a velha e se movimentou impaciente.
" É você tem razão. " Disse ela e sorriu, um riso malicioso que fez com que as fadas se abracassem. Podiam sentir sua aura sombria e perigosa.
Era uma bruxa negra cautelosa, tinha sido treinada e preparada por uma antiga bruxa para o despertar de um poderoso demônio, como sua ancestral havia feito no passado. Um passado tão antigo e distante quanto o caçador que vira lá fora.
O ritual que estava prestes a iniciar era perigoso e as coisas poderiam dar errado se não estivesse preparada e com todos os ingredientes. Aquele era o penúltimo de seus ingredientes. Faltava apenas um, ao qual teria dificuldade em encontrar.
Precisava ter cautela, se algo saísse errado, pagaria com a própria vida.
" Você sabe que magia para inovação demoníaca é perigosa e proibida. " Disse a velha e espreitou os olhos.
" Não tenho medo Jesabel. " Disse ela e olhou ao seu redor.
Estava impaciente, precisava pegar o que queria e sair daquela cidade. A velha bruxa não era a única com inimigos a sua procura.
" Não o. E por que tanta impaciência. O demônio que quer invocar não a salvará da morte. " Disse a velha e seus olhos brilharam. " Você se perdeu criança, se vendeu para a escuridão. "
" Não me venha com essa de você deve ser boazinha. " disse a jovem, a face se tornado sombria. " Eu quero o que você me deve, me dê a gema dourada e terá juventude outra vez, fique contra mim e morrerá. "
Raramente perdia o controle, ou mostrava sua verdadeira face, mais agora estava impaciente e nervosa. Precisava sair dali. Assustada a velha tirou de seu pescoço uma gargantilha dourada com um pingente vermelho e pós sobre o balcão, as mãos enrugadas e trêmulas.
" Se é isso que procura, aqui está. " Disse a velha e engoliu em seco.
" Ótimo. Coma o coração de uma virgem e será jovem outra vez. "
Disse alicia e sorriu enquanto analisava a joia, encarou as fadas dentro do pote e soprou em direção ao vidro que congelou e quebrou assim como as asas das pequenas fadas. Odiava as fadas, principalmente aquelas que brilhavam durante a noite, era fácil para os humanos as verem nos jardins e as confundirem com vagalumes.
" Obrigado... "
Disse e deu uma curta risada antes de sair, cantarolando, tinha muito trabalho pela frente, e o principal era encontrar o último ingrediente que lhe faltava, uma bruxa branca, uma que pertencia a uma linhagem antiga e poderosa, sua ancestral fora tola por esquecer um dos ingredientes, mais ela não, ela tinha sido mais esperta, e não iria fracassar. A última bruxa branca tinha sido morta antes do amanhecer pelos moradores de uma vila, ela tinha se tornado uma bruxa negra antes do ritual se completar, mais dessa vez tudo iria dar certo. E ela iria ser respeitada e vingaria suas irmãs assassinadas no passado.
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