Capítulo 4
Ao girar os calcanhares, vislumbraram a imagem mais perfeita que alguém poderia ver, a rainha Elanor. A criatura que transmite delicadeza e elegância. Sua pele era alva como a neve, seu rosto tinha traços finos e orelhas pontiagudas, olhos azuis pálidos que exalavam calma, cabelos lisos e brancos caídos graciosamente em seus ombros, ela usava uma tiara com aros dourados com formatos gentis com enfeites de pérolas beges. Seu vestido branco e largo lhe caía bem enquanto o vento fresco fazia o vestido leve pairar pelo ar.
Rainha Elanor deslumbrou toda a floresta com um sorriso no rosto, ela estava feliz, em ver depois de muito tempo, aquele lugar livre de qualquer treva. Hamish e Brigitte se sentiam aliviados, através da Elanor, eles podiam ver que agora, estava tudo bem.
Um clarão de fontes luminosas invadiu o campo de visão de Hamish, cerrou os olhos por alguns segundos, porém, logo sentiu uma quentura confortável de um ambiente aconchegante. Ao abrir suas pálpebras, observou um cômodo glorioso, paredes brancas cintilantes, seus pés pisavam em porcelanato polido e lustroso, os tentáculos dos feixes do sol entravam pelas janelas grandes, iluminando o local, o tornando mais encantador e mágico.
– Rainha Elanor, – disse Brigitte com urgência, a fada se ajoelhou perante a rainha – Me desculpe por ter colocado um Portador da Fé em perigo, a culpa foi toda minha. – a rainha balançou a cabeça com um sorriso pequeno no rosto.
– Levante-se, Brigitte. – pediu, em frente aos dois, Brigitte levanta o olhar hesitante. Hamish procurou a mão da fada e a ajudou a se levantar – Foi perigoso trazer Hamish para esse mundo, mas, foi necessário. Ele nos salvou. – ela olhou com carinho para Hamish, o rapaz engoliu em seco ao ouvir aquilo.
– Fui eu quem causou aquela luz? – Hamish perguntou por fim. Elanor assentiu.
– Para nós, até então, era desconhecido o poder dos Portadores da Fé, mas hoje descobrimos, vocês tem a luz que derrota as trevas. Os Deys não existem mais, porque sua fé, Hamish, os derrotou. – explicou a rainha. Hamish desviou o olhar para Brigitte e encontrou um sorriso grande e sincero nela.
O rapaz arrumou sua postura e limpou a garganta, encarou a rainha e disse:
– Fico feliz em ter ajudado. – a rainha apertou os lábios concordando.
– Você não poderá ficar mais tempo aqui, por mais que você tenha magia, ele só funciona nesse mundo. Mas onde você realmente pertence, não é aqui. – evidenciou Elanor – Hamish, – ela se aproximou, seus olhos azuis pálidos transmitiam franqueza – volte para o mundo humano e encontre outros Portadores da Fé e faça-os continuar acreditando. Você viu, somos reais. Precisamos dos Portadores para continuar tendo forças para qualquer ameaça. – Hamish sentiu seu coração aquecer, por receber esse pedido tão especial.
As mãozinhas de Brigitte agarrou seu pulso delicadamente pedindo sua atenção, hamish olhou para ela com um sorriso pequeno e logo Brigitte disse:
– O mundo mágico continuará existindo até que o coração do último portador da fé pare de bater. Siga sendo nosso salvador, insistindo em fazer outros Portadores continue acreditando em nós. – pediu, com seus olhos verdes brilhando.
Pela primeira vez, Hamish soube seu propósito, estava prestes a completar a maioridade e agora, mais do que nunca, sabia o que faria. Acreditaria firmemente em seus ideais e apoiaria quem sentia e pensava o mesmo que ele.
– Farei o possível para continuar tendo os Portadores da Fé. – enfatizou para Brigitte e rainha Elanor. As duas sorriram para ele.
– Hamish, – chamou Brigitte. ela segurou o dorso da mão de Hamish e colocou em sua palma uma pedra azul cintilante, ela brilhava tendo contrastes de feixes amarelados – esse é meu bem mais precioso, toda fada tem um desse para canalizar o âmago da natureza, e quero que fique com você. Que ao olhar para ele, se lembre de mim. – ela disse com suas bochechas ficando com rubor.
Hamish sorriu admirando a gentileza e lealdade da fada. Ele acariciou seus cabelos e disse:
– Jamais te esquecerei, Brigitte. Mesmo eu não te vendo, sei que estará cuidando de mim. Obrigado por tudo. – a fadinha apertou os lábios em um sorriso amistoso e sincero.
A luz branca fulgente envolveu o campo de visão do Hamish novamente, ao cerrar os olhos, pôde vislumbrar a sensação de estar flutuando, a plenitude transparecia em cada partícula de seu corpo.
Começou a ouvir o canto dos pássaros e o vento frio batendo em seu corpo. Ao abrir os olhos, franziu o cenho ao se deparar novamente no parque, aquela sensação mágica e deslumbrante se foi. Percebeu que estava sentado no balanço envelhecido onde a Brigitte o encontrou pela primeira vez.
Ao encarar a floresta à sua frente, à procura de algo que provasse que tudo que vivenciou anteriormente foi real, ele sorriu e sentiu seu coração se aquecer ao ver a pequena Brigitte acenando para ele. Hamish acenou de volta com a sensação de gratidão fixada em seu ser.
Ele assistiu Brigitte bater asas e antes de desaparecer entre as árvores, ela apontou para uma das mãos de Hamish.
Em sua palma estava a pedra azul cintilante da Brigitte, Hamish manifestou um sorriso ao compreender que tudo que viveu, era mais real que qualquer outra coisa.
Hamish apertou o presente de Brigitte entre as mãos, encarou a floresta e enfatizou que seguiria em frente com sua fé. Por tanto, nesse dia, foi a última vez que Hamish deixou de não acreditar em magia.
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