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Capítulo Único

O céu estava cinzento e não parava de chover, o cheiro da fumaça de casas pegando fogo era acachapante, a chuva não dava conta de sequer um pequeno incêndio. Um mensageiro entrou na tenda, o general olhava austero o mapa com mais perdas do que ganhos.

- Senhor! Invadiram a floresta! Precisamos de reforços!O general não disse uma palavra, pegou seu montante e saiu. 

- Soldados comigo! arqueiros nas laterais, lanceiros ao meio!E todos obedeceram. O general Bruck fora um dos mais rápidos a subir de patente, sendo um exímio guerreiro e estrategista. Suas ordens não eram questionadas, pois fazia o que era preciso para defender seu lar.Os inimigos investiram contra a pequena parede de escudos, em poucos segundos, a falange se estilhaçaria, não fosse pelos reforços que chegaram logo em seguida.

- Empurrem! Gritava o general. Os escudos atordoaram até os mais fortes guerreiros inimigos, braços e pernas eram perfurados e cortados pelas lanças e espadas dos aliados, e a chuva de flechas dava fim aos poucos que batiam em retirada.

- Capturem os feridos! Iremos interrogá-los, e depois pendure suas carcaças na floresta! Ordenou o general. Os poucos soldados semi-vivos não andavam e eram recolhidos para interrogatório, o general Bruck queria descobrir que tipo de tática o inimigo usava e quais eram suas fraquezas.

- Eu prefiro morrer do que viver mais um dia entre vocês! Muitos gritavam e se mutilavam, perfurando e cortando as próprias gargantas, alguns poucos não tinham escolha a não ser entregar suas estratégias de guerrilha e emboscadas durante as explorações na floresta.Três dias se passaram, os ataques precisavam cessar, Bruck estava esgotado, e suas táticas pareciam não mais surtir efeito em qualquer defesa.- Senhor, não suportaremos mais um ataque, a comida e água está acabando, nossas famílias irão morrer se chegarem ao vale, eles... Bruck interrompeu o soldado.- Já basta soldado! Enquanto eu estiver aqui, a vila não será atacada!O soldado ficou em silêncio.

 - Alguma resposta dos capturados?- Um deles disse que uma pequena comitiva de clérigos os acompanha senhor, para tratar dos feridos e renová-los para batalhas futuras, quanto a nós...

- Herbalistas eremitas e sem nenhuma noção para operar milagres...Precisamos de algo maior, mais poderoso...

- O senhor é um dos mais brilhantes estrategistas que conheço general, com todo o respeito.- Se eu pudesse, esmagaria os ossos inimigos até virarem poeira! O general rilhou os dentes e bateu contra a mesa.- Entendo suas atitudes Bruck, mas nem sempre é dessa forma que temos que nos defender.Um homem de idade encapuzado adentrou a tenda, suas vestes o identificavam como um devoto a algum deus, dentre os possíveis curandeiros da vila, era o mais experiente, mas seus milagres não surtiam efeito em um exército.

- Agora não Eusebius...

- Muitas coisas você foi Bruck, mas nunca foi cruel.- Eu não sou cruel, mas tenho que ser...

- Pior que o inimigo? Exibindo seus corpos? Não é assim que se lidera Bruck.

- Você tem que entender Eusebius, lá fora há homens que lutam contra homens, espadas contra espadas, lanças contra lanças! Os homens não temem espadas, eles temem monstros!

- E está disposto a se tornar um monstro?

- Eu só quero proteger meu povo. Então se for pra ser pior que o inimigo, que seja assim...Eusebius olhou a volta, e viu o guarda ouvindo atentamente o general.- Guarda por favor se retire, quero falar a sós com o general.

- Senhor?- Tudo bem, pode se retirar. O soldado fez continência e se retirou da tenda. Eusebius tirou o capuz, exibindo a cabeça de um alguém que viveu o bastante para ver crianças crescerem e casarem.

 - Porque acha que o inimigo não aceitaria um acordo?- Acordos são perigosos, principalmente em tempos de guerra.

- Sim, acredito em você, mas já se perguntou o por que dessa matança?- Eles são maus, e querem escravizar nossas mulheres, crianças e idosos, não irei permitir que isso aconteça. Eusebius baixou os olhos.- São homens Bruck, feitos de carne e sangue, tem defeitos que nem eu, você e nosso povo...

- Nosso povo não pode ser comparado a esses tipos, são a pior espécie de ser humano que eu já vi!Eusebius levantou a voz.

- E acha que a carcaça dos soldados mortos vai os aquietar?!- Não! Mas vai mostrar a eles quem realmente estão enfrentando! 

- É assim que quer o povo te veja?! Por que enlouquecer e se tornar um monstro, quando pode se manter são no corpo de um homem? Bruck bateu com toda a força na mesa, abrindo uma pequena fissura.

- Eu não tenho escolha! Se eu não for assim o povo morrerá, e não precisam saber disso, só apenas que estão seguros!Eusebius colocou o capuz e deu as costas para o general.- Você é um bom homem Bruck, nunca duvidei disso, mas me preocupo com você.

- Você tem feridos para curar, por favor cuide deles prior...Eusebius saiu da tenda. Bruck ficou parado por uns instantes, uma tempestade de sentimentos caía sobre ele, queria proteger seu povo, sua família, seu lar, mas o mundo era injusto, e não o deixava ter paz para viver até onde os deuses o deixassem, lá fora, ouvia os sons de espadas sendo afiadas, escudos sendo postos, cavalos sendo montados, por um momento pensava em sua casa e sua família, mas a cacofonia da guerra o envolvia, impedindo-o de pensar, qualquer que fosse seu pensamento, era barrado pelas espadas, escudos, lanças, cavalos, gritos...e sangue. 

Os dias se passaram, as batalhas iam se perdendo, ordens de retirada eram feitas, e aos poucos, o inimigo avançava. Finalmente, encontraram o acampamento de Bruck e seus homens, porém, o inimigo realizou uma manobra.

- Senhor! O líder deles está vindo, quer falar com o senhor!Bruck aguardava em sua guarita, vários cavalos brancos de armadura adentravam o acampamento, cada soldado agarrava firme as maçãs das espadas na cintura. Eis que um dos homens no cavalo deu alguns passos a mais que os outros.

- Você deve ser o príncipe eu suponho? Perguntou Bruck.

- Não, e estou longe de ser alguém próximo a meu senhor, mas trago as palavras de paz dele.

- É mesmo? Disse Bruck num tom de escárnio. 

- Meu senhor diz que não precisa ser assim general Ele promete uma vida boa e próspera para você e sua vila, basta se entregar, e assim faremos um tratado de paz.

- Seu príncipe faz acordos em troca de poder, eu não gosto de acordos, eles são fatais, são perigosos, são mentirosos...O homem desceu do cavalo e foi em direção ao general.

- É uma questão de princípios general, você pode concordar e será recompensado, dará uma vida muito melhor a sua família, poderá até fazer parte do exército do império. Ou você pode não concordar e continuar lutando até a última gota de suor e sangue de seus homens. Bruck puxou sua espada. Os inimigos também. Os poucos soldados da vila que sobraram puxaram suas espadas esperando a carnificina se iniciar, foi quando Bruck falou.

- Guardem suas espadas e arcos, eu já fiz a minha escolha. Sem questionar, todos obedeceram, Bruck apoiou-se em sua espada.

- Há alguma forma de um dos seus avisar o seu senhor? Perguntou Bruck. O soldado inimigo sorriu e apontou um dos seus para servir de mensageiro.

- Eu pensei que estaria relutante a aceitar a oferta, mas diga qual sua mensagem general?Bruck se ajoelhou.- Diga a seu senhor que se quiser a vila...terá de derrotar o monstro...O soldado não conseguiu gritar de agonia, Bruck pegou seu montante e cortou o peito e o rosto do soldado, assim que este caiu, Bruck tomou da lança de um de seus soldados e arremessou contra um outro inimigo ainda montado, seus homens terminaram com outros cinco que ali estavam, finalmente o mensageiro que fora incapacitado pelos soldados de Bruck, foi trazido até o general, era um rapaz jovem, a flor da idade.

- Amarrem-no!

- Por favor não me machuque!

- Você é o mensageiro não é?O rapaz nada respondeu.

- Não é?! Questionou aos gritos.

- Si-si-sim!O rapaz tremia de medo.

- Então você mandará o recado.

- Como estamos? Perguntou o príncipe. 

- Avançamos a floresta no último dia senhor, parece que o inimigo estáenfraquecido. 

- E os termos de paz? 

- Encaminhamos hoje cedo alguns homens para tratá-lo senhor. 

- Excelente, já está na hora desta carnificina acabar, tem ideia de quanto é ruimsacrificar tantas vidas? 

- Sei bem senhor, apesar do inimigo ser relutante, acredito que desta vez ele nãoterá muitas escolhas, perdeu muitos homens nas últimas batalhas. 

- Quem está no comando? 

- Um general local, Bruck é o nome, dizem que um guerreiro e estrategista muitobom, e alguns dizem que...O soldado exitou. 

- Que? Continuou o príncipe. 

- Alguns dizem que é um sujeito intimidador. 

- Como assim? 

- Dizem que ele empala homens ou faz coisa pior.O príncipe sorriu com desdém. 

- Como o ditado diz meu amigo, a melhor mentira é aquela que todos queremacreditar, duvido muito que este "general" seja tudo isso, há de existir alguém aindaque tenha um bom motivo para me intimidar.Um soldado entrou na tenda real. 

- Milorde! Carroça vindo em nossa direção senhor. 

- Cavalos?

- Quatro cavalos brancos senhor. 

- Quantos homens? 

- Apenas um. 

- Talvez seja o general mandando mais um de seus recados, vamos ver o que eletem a dizer.A carroça se aproximava e adentrava o assentamento real, alguns homens jáestavam horrorizados com a cena, o príncipe se aproximou e contemplou a carroça.O jovem mensageiro fedia a carniça, moscas saiam de seu capuz puído, amarradoe com um pano no rosto, só conseguia conduzir o veículo, ao se aproximar, opríncipe perdeu o chão no que estava vendo, a estranha capa puída do jovemmensageiro era na verdade pequenos pedaços de pele humana com pano, aoretirar o pano da boca do mensageiro, o mesmo vomitou logo em seguida e caiu aochão tossindo. 

- Ajudem ele. Disse o príncipe. O mesmo caminhou em direção a carroça, o cheirode carniça e morte não paravam, obrigando o príncipe a tapar o nariz e a boca comum lenço, na guarnição da carroça, os homens da comitiva da manhã ali estavam,todos mortos, nus e com pedaços de pele faltando. O príncipe olhou em direção afloresta, pensando nos boatos sobre o tal general da vila.

- Comandante? 

- Sim senhor? 

- Prepare meu cavalo, acho que está na hora de fazermos uma visita ao inimigo. 

Algumas horas depois, a fumaça do assentamento de Bruck já era perceptível, opríncipe e toda a sua guarda real se aproximava do acampamento inimigo, oshomens de Bruck mantinham a guarda na frente do portão, impedindo a passagemdo príncipe. 

- Eu quero falar com o líder de vocês. Disse o príncipe. Bruck subiu ao alto do murodo portão, e de lá mesmo respondeu.- Estou ouvindo. 

- Suas perdas foram significativas general Bruck, peço que se renda e poupe a vidados poucos homens que ainda tem. Bruck permaneceu em silêncio. 

- Os nobres homens que vieram de manhã, vieram negociar a paz, por minhaordem, poderia tê-los poupado, para que eu não precisasse realizar essaintervenção. 

- Fez bem ter vindo, assim eu descubro quem é o filho da puta que está por trásdisso.Os soldados reais se agitaram, o príncipe os acalmou. 

- Possui alguma contraproposta à meus termos general? Podemos entrar em umacordo.- Acordos, acordos, vocês são cheios de acordos. 

- É assim que funciona a ordem das coisas general, se não existissem os acordos, omundo estaria em completo caos, falo por meus homens, criados para batalhar,quanto a mim, fui criado para fazer acordos e ser diplomático, e gostaria quesimpatizasse com isso. Bruck se manteve em silêncio. 

- Sei que quer a paz tanto quanto eu, por isso peço general, se curve diante doimpério, e prometo que será recompensado, lhe darei um lugar ao lado de meusmais leais guerreiros, suas estratégias serão de grande utilidade e juntos, iremosprosperar NOSSO império, o que me diz? 

- E que tal assim, você some da minha vila, e deixa meu povo em paz? O príncipefranziu o cenho. Mas se acalmou. E de um modo cortês tentou novamente umacordo. 

- Não quer servir ao seu futuro rei?

- Eu quero que se foda o rei, que se foda o futuro rei e o maldito império, é isso quequero, meus termos estão de acordo? 

- Não vou questionar mais sua resposta general, mas deixo-lhe avisado, que se emtrês dias não se entregar, iremos destruir seu assentamento, e sua vila não seránada além de cinzas...O príncipe deu meia volta, e galopou em direção a floresta.Os homens de Bruck se mantiveram em silêncio, o general desceu dos muros ecaminhou em direção a sua tenda, pelas próximas horas, ninguém incomodou ogeneral, os soldados estavam perdidos, como se seu líder tivesse deixado de existir,e não recebiam sequer uma ordem, alguns voltaram para a vila, ao menos para ficarperto de suas mulheres e crianças, outros haviam enlouquecido, pois sabiam quenum próximo ataque iriam morrer, alguns beberam até passar mal, outros trouxeramda vila prostitutas para lhe darem alguns últimos dias de luxúria, enquanto isso,Bruck estava em sua tenda, deitado, e em nada pensava, os sons do tilintar dasespadas e gritos de fúria dos homens não saía de sua cabeça, tentava seconcentrar em alguma lembrança alegre, mas o calor da batalha era ininterrupto,seu suor e seu sangue ferviam, queimavam seu corpo e de repente um sussurro emsua cabeça o chamava. 

Ele.... é..... a batalha.....Ele....é....digno.... Ele é sangue.....e sombra.... 

Os sussurros eram como mil agulhas atingindo a mente de Bruck, e antes queacordasse com o trovão, Bruck ouvia uma voz gutural e ritualística pronunciandoapenas um nome. 

Morn.....

Bruck acordou suando frio, e sua respiração era ofegante, sentiu muita sede, viuque ao lado de sua cama haviam pequenas ânforas, e esvaziou-as uma após aoutra 

- Senhor? Está tudo bem? Disse o soldado que logo entrou. Bruck secava a últimaânfora.

- Sim...Só...um sonho ruim...- Estávamos preocupados, o senhor não disse uma palavra após...ontem... 

- Já é de manhã?

- A hora do almoço já está quase chegando general, o senhor dormiuprofundamente por muito tempo, pensamos que estivesse passando mal, por issodeixamos as ânforas ao lado de seu leito. 

- Algum movimento antes de eu acordar?

- Das tropas inimigas não, mas devo dizer que alguns soldados voltaram para a vila,para passar o tempo com suas famílias. Bruck pesou os olhos, mesmo que nãoquisesse aquilo, era o certo o que os poucos que sobraram fizeram. 

- Quais são as ordens general? Pela primeira vez Bruck não sabia o que dizer,passara anos comandando e traçando estratégias, e sempre tinha um plano emmente para dar a volta por cima, mas desta vez estava vazio, nada lhe vinha amente.

- Eu...vou pensar em alguma coisa, descansar soldado. 

- Sim senhor, caso precisa de alguma coisa, estaremos aqui. Bruck acenou com amão e sentou em sua mesa, a sua frente, o mapa preenchido com bandeirasamarelas, representando o território inimigo, e a única bandeira vermelha de seuterritório, jazia isolada e inocente na pequena vila onde morava. Bruck olhavafixamente para a bandeira, podia ouvir os sons de gritos de terror das famílias, e osurros de vitória de seus inimigos, novamente o sentimento do dia anterior retornou,as palavras ecoavam em sua mente, seu sonho ecoava em sua mente, e ele selembrou do nome, Morn. Bruck buscou em todos os livros, em todas ospergaminhos, mas nada encontrava nem aos conhecimentos de seus melhoresestudiosos, ninguém parecia conhecer sobre o tal nome, no fim do primeiro dia,Eusebius havia voltado para o assentamento, alguns soldados pediam o perdãopelos pecados e a benção na batalha sangrenta que estava por vir. 

- Então é isto. Escolheu lutar desnecessariamente? 

- Querendo ou não, o fim seria o mesmo... 

- E o que vai fazer? 

- Como eu disse, os homens não temem espadas, eles temem monstros...

 - E este "monstro" virá de onde?Bruck ficou pensativo, de repente, a estranha voz da noite anterior veio-lhe a mente. 

Ele é....digno.....A batalha o fortalece......fúria......sangue.....conquista.... 

E novamente o estranho nome ecoou em sua cabeça: 

Morn.... 

-Morn. Repetiu Bruck. 

- O que disse? 

- Morn. O que sabe sobre um tal de Morn? 

- Como sabe sobre ele? 

- tive um sonho esquisito que envolvia esse nome, do que se trata? Eusebiushesitou em dizer, pois sabia muito bem do que se tratava. 

- Algo que você não deve mexer, já possui problemas demais. 

- Ao menos explique do que se trata, e por que veio parar em meu sonho. 

- Morn é uma entidade antiga, se manifestava através de sonhos ou ilusões dosmortais, os enganava com barganhas, lhes prometendo poder. 

- E por que me procuraria? 

- Não sei, mas espero que não de ouvidos a isso.

- Que tipo de poder? Poderia me dar o poder para destruir o inimigo?

- Ele destruiria o inimigo e você se quisesse, esqueça-o.Bruck via em Morn a oportunidade para salvar seu povo. 

- Pense bem Eusebius, se Morn ajudar, meu povo estaria salvo. 

- Seu povo estaria mais condenado, isso sim. 

- Onde posso encontrar mais sobre ele? Bruck não ouvia sequer um conselho deEusebius.

- Esqueça Bruck, se tiver um pouco de sanidade que ainda lhe resta, ao menos nãocometa esse erro, não vá atrás Morn! A voz de Bruck soou mais alto que um trovão. 

- É MINHA ÚNICA CHANCE DE DESTRUIR MEUS INIMIGOS! 

- Você enlouqueceu! Você não é humano, é um monstro! Bruck deu um tapa norosto de Eusebius, fazendo o prior voar e cair em uma das pilastras da tenda, o priorse levantou, limpando uma gota de sangue do lábio. 

- Sempre foi adepto a não aceitar acordos, por que aceitar agora com algo quecondenaria a todos. Bruck se acalmou. 

- Faço isso para salvar o meu povo... 

- Então deveria ter pensado melhor em seu povo quando recusou a oferta de paz.Bruck pensou em revidar, mas não queria gastar o tempo discutindo com o amigo,ao menos ele acreditava que ainda eram.

Na madrugada do primeiro pro segundo dia, Bruck voltou para sua vila, e vasculhouem todos os escribas, anotações e provações a Morn, descobriu que havia umaespécie de seita religiosa, algo que o não interessou, pois era necessário muitosrecursos que não tinha disponível naquele momento, com o tempo, o som deespadas e gritos de fúria deram lugar ao folhear das páginas dos livros, e o cheirode fumaça deu lugar a poeira de livros antigos, tão antigos quanto quem osguardava. Por fim, Bruck encontrou um texto peculiar, dentro de um livro de folclorese cultura regional, o texto dizia que em alguma montanha ao Sul, uma espécie dealtar escondido numa caverna era utilizado para realizar um culto a entidade Morn,apesar de precário, parecia surtir efeito, mas nunca fora comprovado o que viriadepois que o ritual estivesse completo, mas nada mais importava ao general, comohavia prometido, iria fazer o impossível se fosse para salvar seu povo.A manhã chegou rápido na vila, os aldeões mal conseguiram dormir dado ao recadodo dia anterior, alguns iam embora com suas famílias e deixavam tudo o que tinhamconquistado ao longo dos anos para trás, casas, animais, ofícios, etc, tentariam asorte em convencer na estrada que agora eram aliados do império, e que nuncahaviam conhecido os que moravam ali. A esposa de Bruck, Serena, levantou dacama com olhar triste, desde que o marido voltou do assentamento, não dirigiu umapalavra a ele, o mesmo voltou preocupado, mas sempre pedia a mulher para não sepreocupar com os assuntos da guerra, ela desceu as escadas e não encontrouBruck, saiu lá fora, e via as carroças partirem, mães e mulheres chorarem pelamorte de seus filhos, crianças tristes pelas mortes de seus pais, Serena atravessoua estrada de terra e perguntou ao carpinteiro onde estava Bruck, este não sabiadizer, perguntou ao ferreiro, seu fiel amigo, também não sabia dizer, um soldado daronda noturna disse que Bruck saiu a galope noite adentro em direção ao Sul, nãodeu aviso, não deixou recado, sequer para a esposa, Serena estava preocupada,Bruck realmente estava estranho nos últimos dias, e mesmo a dúvida do queaconteceria nos próximos dias, temia pela do marido.Bruck cavalgou e subiu as montanhas do Sul, o ar frio entrava em seus pulmões, eo cansaço começou a bater, não levava quase nada, um pouco de comida e água esua espada, estava tão focado em chegar no tal altar que nem percebia que aviagem fora longa. Quando começou a descer as montanhas, um cenárioabandonado lhe era apresentado, ali parecia ser o lar de muitas raças, por muitasvezes e por muitos anos, rastros de humanos, anões, orcs e goblinóides estavamali, parecia que uma guerra havia acontecido ali a muito tempo e as vezes erapossível ouvir ecos dessa guerra, de repente, uma caverna escura estava no alto deuma pequena montanha rochosa, o vento soprava nas paredes da caverna como ourro de um dragão, de repente, Bruck ouvia a voz gutural em sua mente. 

Ele é....digno.....A batalha o fortalece....Ele.... é..... a batalha.... 

A voz parecia perturbar mais Bruck, o deixando atordoado a ponto de despencar decima do cavalo, ele se levantou com as mãos na cabeça, e soltou um grito queecoou sobre o vale frio, os poucos pássaros, ecos, vozes, tudo, pareciam ter secalado, e o vento soprava em direção a caverna, convidando o general a entrar, aospoucos, subia pedra por pedra, e alcançava a entrada para seu incerto destino.Acaverna era escura, e o cheiro de mofo que crescia nas paredes era acachapante,Bruck acendeu uma de suas tochas, mas parecia que pouco iluminava naquelelugar, a pouca luz da tocha revelava paredes úmidas, pedaços de esqueleto emarcas de corte, pouco a pouco, as paredes úmidas e cavernosas davam lugar aum aspecto de fortaleza, os tijolos de pedra eram talhados e escrituras com umaespécie de giz brilhante tomavam conta das paredes do teto até o chão, os ossoscomeçavam a deixar de serem perceptíveis e se fundiam ao chão, as paredesescuras com escrituras começavam a ter a mesma forma, paredes cobertas deossos e escrituras eram vistas por todos os lados, Bruck por um momento pensavaestar em outro lugar, nas suas costas uma saída distante que parecia estar fechadacom aquela escuridão, a sua frente paredes de ossos e escrituras antigas que ointrigavam e influenciavam a continuar no caminho, até que finalmente viu ocorredor se abrir, o calor era forte, o ar frio dava lugar a um calor sufocante e a faltade visão deixava o ambiente ainda mais perturbador, Bruck suava como seestivesse num deserto, a sua frente, um pequeno pedestal com uma vasilha e umlíquido escuro e cheiro característico de óleo era visto, Bruck encostou sua tocha ena mesma hora, focos de incêndio saindo da vasilha pingaram sobre o chão deossos, iluminando com uma fraca luz o chão e as paredes finalmente Bruck podeobservar as escrituras com mais clareza, no teto da câmara era talhado desenho doque parecia ser uma boca monstruosa, e cada pilar representava um dente, o chãoe as paredes eram repletos de crânios com bocas abertas, cada um sendoiluminado pelos olhos, Bruck puxou o livro folclórico e começou a ler, novamente avoz, desta vez mais monstruosa lhe veio aos ouvidos. 

Quem ousa perturbar o meu sono?.....Você.....cheira.....a raiva........Vocêexala........fúria..... 

- O meu nome é Bruck, e eu preciso de sua ajuda.Prossiga...... 

- Quero ter força para esmagar meus inimigos e expulsá-los daqui. 

Qual seu propósito aqui?..... 

- Ouvi dizer da entidade antiga capaz de amedrontar o mais bravo dos homens, esei que os homens não temem espadas, eles temem monstros...

 Estaria disposto a fazer um acordo?... 

Bruck não fazia acordos, para ele acordos eram perigosos, mortais, mentirosos,mas desta vez não tinha escolha, sua única esperança seria realizar umcomprometimento com aquela entidade misteriosa, e mesmo realizando tal feito, eracauteloso. 

- Qual seu preço? 

Sacie a sede do Murmurante...Alimente sua raiva e derrotará seusinimigos...Coloque sua vida em minhas mãos.... 

Dentes se formavam a volta da vasilha, Bruck lia atentamente cada um dos passospara o ritual, quando viu que precisava colocar sua mão na vasilha, assim quecolocou, os dentes se fecharam e entraram na carne de Bruck, o general gritou deagonia, num lamento de, mas Bruck não se importava, chegou até ali, e faria o quefosse preciso para derrotar seus inimigos, após alguns minutos, a mão de Bruckgotejava sangue, o sangue do general se misturava a uma estranha gosma preta equente, que queimava a carne viva de sua mão, Bruck pode observar que a luzavermelhada em volta da câmara se enfraquecia, a tocha já não iluminava mais, eapós alguns minutos, tudo voltava em total escuridão.Tudo se silenciou, Brucksentia que sua mão iria explodir, o calor e a escuridão da caverna não oincomodavam tanto quanto a mão que fervia em óleo e sangue. 

- Está feito..... 

- E agora? 

- Uma vida pela outra, esse é o pagamento do tributo.... 

Bruck sentiu seu sangue ferver, seu coração batia depressa, parecia que iriaexplodir e sair do seu peito, Bruck já não enxergava na escuridão, mas sentia quesua vista estava turva, ele tossiu algo líquido, tinha cheiro de sangue, seusmúsculos doíam, e em sua cabeça ele ouvia as palavras da voz, ouvia, os sons daguerra, ouvia Eusebius, ouvia o príncipe e seus homens, ouvia gritos de batalhaspassadas e espadas perfurando e cortando corpos, e por fim, desmaiou. Brucksentia cada um de seus batimentos, cada vez mais lentos, acelerando edesacelerando aos poucos, era capaz de ouvir seu sangue circulando por suasveias, o som era tão alto quanto o barulho de uma cachoeira, a vista de Bruck seescureceu, e clarões surgiram, explodindo em um imenso espaço negro, ele viaformas de monstros, de pessoas, via cenas de batalha e de massacre, e em cadauma delas, uma estranha sombra pairava sobre os atos. 

Acorde!.... 

Bruck soltou um urro, e seus pulmões pareciam nunca esvaziar, em meio aescuridão, pedaços de pedras caíam, e fendas se abriram, qualquer vida ou pósvida que existisse naquele vale, fugiu do grito intimidador, o grito diminuiu aospoucos, e ele respirou, jogando vida para os pulmões, calor e um forte cheiro deenxofre exalava de seu corpo, Bruck olhou em volta e percebera que enxergava naescuridão da caverna como se fosse a noite iluminada pela Lua, olhou suas mãos,estavam grandes e fortes, e suas unhas lembravam garras, o general encontrou suaespada, sentiu ela leve ao segura-la, de fato havia ficado mais forte, olhou para trás,algo se mexia em suas costas, e notou uma espécie de cauda, que serpenteava echicoteava no chão e nas paredes, lhe dando estabilidade para manter-se de pé,sentiu o teto da caverna, e algo em sua cabeça raspava e fazia faíscas, ele caiu dejoelhos e colocou as mãos no rosto e na testa, eles também mudaram.

- O que aconteceu comigo? Perguntou Bruck.

- O que você fez comigo?! Gritou.Uma barganha forjada em sangue, para destruir seus inimigos...Por um momento odiou sua aparência, mas se aquilo fosse necessário, que assimfosse feito. Bruck saiu da caverna em direção a superfície, ao chegar, contemplou aluz da Lua e respirou um ar fresco, seu cavalo o aguardava mas estava assustado,intimidado por sua presença. 

Toque em seu cavalo....

Bruck se aproximou de seu cavalo, o mesmo empinava e dava patadas para cimade Bruck tentando afasta-lo, ao tocar o cavalo, o mesmo pegou fogoinstantaneamente, e uma fumaça negra o envolveu, os relinchos do cavalo eram deagonia e desespero, e aos poucos, deixava de ser um relincho equino para um somfantasmagórico, o cavalo havia criado asas, seu pelo cinzento passou a ser negro eseus olhos eram vermelho vivo, de seu nariz uma fumaça negra saia e preenchia oambiente com uma névoa obscurecente, e por fim, o cavalo o convidou a montá-lo.Relinchou monstruosamente e galopou noite adentro, em direção a vila. 

O chão tremia, famílias choravam e outras aceleravam cavalos tentando fugir paralonge, a formação de batalha do exército inimigo acontecia, os poucos soldados quesobraram se armaram e ficaram de frente ao portão, se fossem morrer, que fosselutando, os galopes de cavalos estavam cada vez mais fortes, e o chão tremia forte,um terremoto começara, o enorme exército inimigo estava se aproximando, ossoldados da pequena vila rilhavam os dentes esperando o impacto, mas estavamcertos de que nada iria adiantar, aquele era um grupo patético, poucos veteranosaposentados ainda guardavam espadas e placas velhas para se defender, ossoldados estavam quase chegando ao portão, mas um relinchar monstruoso e umaenorme escuridão os cercou.A batalha havia se iniciado. Gritos agonizantes portodos os lados se alastraram, homens, mulheres, velhos, soldados, lutavam,gritavam, morriam, a visão de Bruck escurecia, e sua fúria por seus inimigos oconsumia, ele era incontrolável, e quanto mais lutava, mais tinha vontade de lutar,Bruck provava de uma sensação que nunca havia experimentado, todo aquelepoder lhe fazia o sangue ferver, pedindo mais e mais luta, um prazer que nuncahavia sentido, foi quando se deu conta de que não apenas atacava os inimigos, mastambém os aliados, por mais que fosse errado, Bruck tinha prazer em ver suasmãos manchadas de sangue e o cadáver fresco, como uma presa pega pelopredador, foi quando Bruck percebeu que havia se tornado aquilo que precisava ser,aquilo que no fundo desejava ser, um monstro.Bruck acordou, o som do vento entrava em seus ouvidos, podia ouvir a distânciaecos de cascos de cavalo e rodas de carroça, o cheiro de incêndio permeava o ar. 

- O que aconteceu?...

A voz já não ressoava em sua cabeça como um eco decaverna, parecia estar na frente deleNunca vi tal fúria para destruir um povo... 

- O que você fez?!O que eu fiz?....

Você se mostrou feroz Bruck, alguém digno para talato...Qual?....Digno de um imenso poder, você é a fúria e a batalha encarnada...Nãoera isso que queria? Ser intimidador à seus inimigos?..

Bruck ficou pensativo, memórias de todos passavam pela sua cabeça, Eusebius,seus soldados, o príncipe. 

Pense bem Bruck, agora podes destruir seus inimigos e poderá provar do que écapaz, a vila, seus soldados, eram descartáveis, e nunca permitiram você mostrarseu verdadeiro potencial, agora mostre à eles... 

Bruck se levantou e caminhou, seu cavalo o aguardava, os pedaços de suaarmadura caíam, e aos poucos, deixava seu passado para trás, o general montouem seu cavalo negro.

Não está esquecendo sua espada?.... 

- Não, se tem uma coisa que aprendi, é que homens não temem espadas, elestemem monstros...

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