Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capitulo 3

Olhei novamente para a porta marrom em minha frente e respirei profundamente, estava nervosa e um tanto ansiosa. Minha vó estava ao meu lado enquanto esperávamos a minha vez de entrar no consultório da psicóloga. Ela havia marcado para hoje, terça-feira, pediu ao senhor Eduardo para se ausentar do trabalho por uma hora, e ele não se opôs. 

Quando a porta se abriu uma mulher saiu de dentro, era uma paciente. Agora era minha vez, respirei fundo novamente e fiquei de pé caminhando até a porta, minha vó continuou no mesmo lugar sentada. Bati na porta e entrei, a mulher que estava lá sorriu amigável, mas eu ainda fiquei em pé olhando para ela sem saber como me portar, podia sentir minhas pernas bambas. 

— Olá, pode sentar-se. — Assenti com a cabeça indo sentar na poltrona de frente para a loira. — Você é a Rebecca? — Assenti — Meu nome é Heloísa. Tudo bem? 

— Humhum. — Ela anota algo em um caderninho. Por fim respirou fundo, abaixando o caderno e cruzando as mãos pondo sobre as coxas. 

— Hum, estou sentido que você está um pouco desconfortável, Rebecca. Quero que saiba que não precisa agir na defensiva comigo, ok? O que fez hoje antes de vir aqui? — Juntei às sobrancelhas estranhando a pergunta. 

— E-Eu... acordei, tomei café e...me arrumei para vir. 

— Entendi, e como você se sentiu?

— Ansiosa, nervosa e assustada. — Ela assentiu com a cabeça e continuou fazendo várias perguntas aleatórias, me esforcei para responder todas. 

Foi rápido, ela disse que por ser meu primeiro dia não iria estender muito a consulta, apenas o suficiente para que eu me sentisse mais à vontade. 

Até que gostei, a primeira consulta foi razoável e a psicóloga era muito prestativa e gentil. Estava esperançosa de que ela pudesse me ajudar a superar e ser feliz. 

Minha avó sorriu para mim quando sai da sala, devolvi o sorriso e ela ficou de pé para irmos embora. 

Quando chegamos em casa me troquei com roupas melhores para trabalhar na fazenda. Soltei um suspiro aliviado ao conseguir finalmente colocar as botas que a Júlia me emprestou. Eu não tinha uma, e como era algo necessário ela me trouxe um pá, mas como seu pé era menor que o meu a bota ficou incomodando um pouco mas era suportável. 

Fiquei de pé e bati minhas mãos na calça que era um pouco folgada. Depois daquele dia comecei a usar roupas mais folgadas e compridas, sei que era um gesto sem importância já que não fazia diferença, contudo eu me sentia mais confortável ao cobrir o meu copo, queria evitar olhares maldosos. 

Sai do quarto e dei de cara com meu tio, ele sorriu e eu prendi a respiração abaixando a cabeça. 

— Sua vó já saiu. — Ele disse. Engoli em seco sentindo meu coração disparar. — Ela me pediu que eu viesse lhe buscar para não andar sozinha. — Assenti colocando os braços na frente do meu corpo e cruzando as mãos. —  Vamos? 

— Sim. — Murmurei baixinho. 

Ele saiu e eu o segui respirando um pouco melhor. Sua aproximação me deixava assustada, eu nunca sabia o que esperar de um homem, mesmo ele sendo meu tio, não podia me impedir de me sentir desconfortável. 

Quando chegamos à fazenda ele foi até o estábulo enquanto eu fui em direção oposta onde a Júlia já estava. Ela estava distraída olhando os porcos. 

— Oi. — Ela deu um sobressalto e me olhou. 

— Rebecca! Que bom que chegou. — Ela falou toda sorridente. — Olha esse é o Alfredo, ele costuma cuidar dos porcos —  Meus olhos seguiu na direção para onde ela apontava, só então fui ver um senhor um pouco mais de idade, dentro do chiqueiro dos porcos, no meio da lama. 

— Seja bem vinda à fazenda. — Segurei meu braço esquerdo e sorrio, verdadeiramente, para ele.

— Obrigada.

Após termos tirado leite, minha avó pediu que fossemos até o galinheiro pegar ovos. Júlia disse que era uma tarefa fácil, mas até agora eu não estava sentindo essa facilidade. 

— Ela vai morder. 

— Desde quando galinha morde, Rebecca? — Olhei ainda amedrontada para a menina que revirou os olhos. — Segura aqui, que eu mesma pego. — Segurei a cesta e me inclinei na ponta do pé olhando fixamente para Júlia que estava se aproximando lentamente da galinha. Sorrio animada quando ela enfiou a mão embaixo da galinha e retirou um ovo de lá. Júlia virou-s de frente para mim. 

— Viu só, Becca? Facinho, facinho.

— Você está acostumada. — Ela deu de ombros. E desceu o pequeno barranco e vindo até mim. 

— Vamos levá-los para sua vó. — Afirmo.

Conforme nos aproximávamos da cozinha um cheiro começou a invadir meu nariz, o mesmo fez meu estômago revirar. Coloquei a mão na boca e parei.

— O que houve? — Fechei meus olhos e respirei fundo. Quando o mal estar passou, abri meus olhos encontrando os preocupados de Júlia. 

— Não foi nada, vamos. — Voltei a andar e ela veio atrás de mim. Entramos na enorme cozinha, minha vó estava tirando algo do forno. 

— Voltamos com os ovos Maria. — Júlia falou colocando a cesta em cima do balcão de madeira, minha avó olhou para trás e sorriu genuíno. — Isso é pudim? — perguntou Júlia ficando na ponta do pé. 

— É sim!

— Ah, Rebecca sua vó é a melhor na cozinha. — Soltei um riso contido concordando. 

— Não seja exagerada criança! 

— E você, não seja modesta, Maria. — Replicou Júlia provocativa. Elas continuaram conversando porém não dei atenção, apenas puxei uma cadeira e sentei pois sentia que poderia cair caso continuasse em pé.

— Você está bem florzinha? — Minha vó perguntou preocupada. 

— Estou vovó...

— Ela está pálida Maria. Você quer ir para casa? — Neguei. Minha avó se aproximou com um copo de água e me entregou.

O líquido desceu pela minha garganta tirando o amargor da boca. Suspirei quando o mal estar foi, novamente, diminuindo. 

— Você quer deitar um pouco na minha cama? 

— Não é necessário Ju, obrigada! — Sorrio pequeno. — Vou sair para respirar um pouco de ar puro. 

— Eu vou junto! 

— Não precisa, irei sozinha, tá bom? — Ela fez bico chateada, mas assentiu.

— Tome cuidado. — Minha vó pediu. 

O clima estava tão bom, aqui, no interior, era bastante diferente da cidade, mas era um diferente bom. O sol que batia em minha pele era mais suave e até o vento parecia massagear minha pele. Sem contar a calmaria que era esse lugar. Confesso que estava gostando disso tudo. 

Coloquei minha mão sobre a testa fazendo uma sombrinha para olhar meu tio que estava no curral, meio relutante me aproximei dele, pela curiosidade. Os cavalos eram enormes e muito lindos. Pareciam aqueles de televisão. 

Sorrio surpresa vendo outro cavalo mais afastado, ele estava preso e parecia inquieto. Tentei me aproximar, mas ele começou a relinchar assustado. 

— Sobrinha! Você por aqui? — Me assustei com a voz do meu tio atrás de mim e encolhi meus ombros. — Gostou dos cavalos?

— S-são lindos. 

— Verdade. — Disse olhando orgulhosoa para os animais. — Eles são meus melhores amigos aqui sabia? — Neguei e ele riu. — Pois são. Aquele preto ali chegou ontem e ainda está bastante selvagem. — Ele disse se referindo ao cavalo ao qual estava preso distante dos demais. 

— Vão domá-lo?

— Eu vou.

—  Legal...

— Achei você! — Julia apareceu ofertante — Tava te procurando Rebecca. Ah! Oi Rogério! 

— Olá, Julinha. 

— Sabe que não gosto que me chame no diminutivo, é muito brega. — Reclamou a, quase, ruiva e meu tio riu. Respirei fundo, eu não devia ficar tanto em alerta com meu tio. Tenho que parar de temer tanto. 

— Por que estava me procurando? — Perguntei.

— Nada, só queria estar com você. Vai montar? — Perguntou apontando para os cavalos.

— Quê? Não, não, não. 

— Nunca montou né? — Afirmei — É sua chance agora, os cavalos são bem mansinhos. 

— Não acho uma boa ideia. — Meu tio falou, olhando para mim. 

— Ah, qual é Rogério? — Choramingou Júlia fazendo meu tio revirar os olhos. 

— Você quer Rebecca? — Balancei a cabeça incerta. 

Eu nunca sequer havia pensado em montar um cavalo um dia. Talvez fosse divertido.

— Eu quero tentar. — Falei sorrindo. 

— Irei selar um cavalo para você então.

— Dois. Eu também quero. — Disse Júlia. 

Meu tio saiu e novamente voltei a olhar para o cavalo preto. Dessa vez não estava mais inquieto, porém quando tentei me aproximar ele levantou a cabeça e bateu a pata no chão. 

— Hum, esse aí é bem arisco. — comentou Júlia. 

— Ele é lindo. — Falei sem tirar os olhos do animal.

— O que tem de bonito, tem de bravo. — Júlia riu. 

Alguns minutos depois, o tio Rogério se aproximou de nós puxando dois cavalos. Um de cada lado. O da sua esquerda era marrom, e o da direita era marrom também, porém em um tom mais escuro beirando ao preto. Ambos eram enormes.

— Esses aqui são os mais mansos da fazenda, mas eu ainda irei acompanhar você, sobrinha.

Ele nos levou até o enorme cercado onde ele usava para domar os cavalos. A área era grande e a gente podia dar voltas por ele, quem não gostou muito foi a Júlia, ela queria sair pelas redondezas da fazenda, mas meu tio disse que se ela quisesse poderia ir, mas sozinha. Júlia ficou revoltada, mas aceitou permanecer apenas naquela área. Fiquei aliviada, pois não me sentiria tranquila andando por aí solta com um cavalo. 

— Quer ajuda? — Perguntou Rogério enquanto eu encarava o cavalo à minha frente. 

— Irei tentar subir sozinha. — Falei e ele assentiu. Respirei fundo antes de firmar meu pé naquele negócio que bota o pé, o qual eu não sabia o nome. 

— Segura na sela e se apoia nesse pé que está no estribo. — Falou Julia já montada em seu cavalo. 

Fiz como ela me explicou e forcei meu pé esquerdo e meus braços até enfim conseguir, passei com uma certa dificuldade, a minha perna direita para o outro lado ficando assim montada no cavalo e segurei firme na sela. Arfei olhando para baixo, me assustando com o quão alto era.

— Para que se sinta segura irei ficar segurando as rédeas, ok?

— Obrigada tio. — Sorrio olhando para Júlia quando o cavalo começou a andar. A sensação era boa e eu gostei de sentir. 

O cavalo parecia realmente calmo, ele andava bem devagarinho e Júlia estava ao meu lado. O vento batia levemente em meu rosto e bagunçava alguns fios do meu cabelo.

O celular do meu tio tocou, e após ver quem era ele falou que precisava atender. 

— Você vai continuar sozinha? — Estava pronta para dizer que não, que preferia parar por aqui mas Júlia me interrompeu.

— Eu seguro para ela, pode ir Rogério. — Relutante meu tio saiu nos deixando sozinhas. — Seu tio parece se preocupar muito com você.

— É? — De certa forma ela tinha razão, mas por que eu não sentia que era realmente preocupação?

Enquanto Júlia falava sobre a primeira vez que havia montado em um cavalo eu olhei para o lado, vendo um rapaz que me encarava do outro lado do cercado. Nossos olhos se encontraram por um instante, e algo acendeu em mim, foi como um clichê de filme, onde os protagonistas se perdem dentro dos olhos um do outro. Por algum motivo não senti a necessidade de desviar, ele pareceu não sentir o mesmo. 

— Rebecca! — Olhei atordoada para Júlia que estava no chão. — Não vai descer?

— Ah, vou sim. — Sorrio sem graça por ter me distraído.

Após várias tentativas, consegui descer com segurança. Júlia segurou as rédeas de ambos cavalos para levar ao estábulo, porém meu tio apareceu e fez o trabalho. 

— Ah não...

Júlia correu em direção a onde estava dois rapazes, eu a segui e ao me aproximar percebi que estavam em algum tipo de discussão. 

— O que está acontecendo aqui? — Júlia perguntou olhando para o de cabelos preto. 

Ele olhou para mim por alguns segundos como fez minutos antes, mas dessa vez por está mais perto pude sentir a intensidade no seu olhar. Tanto seus olhos quanto o cabelo eram negros como a noite, assim como o cavalo que momemtos antes admirava. Por um instante senti que ele não era totalmente estranho. 

— Nada. — Disse voltando a fitar o outro rapaz que soltou um riso soprado. O de cabelos pretos deu as costas e saiu dando uma última olhada de relance para mim.

— Desculpa pelo Allan, Paulo. — Falou Júlia para o rapaz.

— Parece que seu irmão nunca irá gostar de mim. — brincou o Paulo.

Olhei para trás, por onde o outro havia saído e respirei fundo. Então era o irmão da Júlia, não o tinha reconhecido pois a última vez que o vi, foi a distância. Voltei a fitar os dois a minha frente e percebi que eu estava sobrando ali. 

— Bom… — Limpei a garganta. — Vou ver se minha vó está precisando de ajuda. — Deixei o casalzinho apaixonado para trás e voltei para o casarão entrando na cozinha.

— Oh, você voltou! Se sente melhor? — Ela perguntou.

— Sim. Eu montei em um cavalo vovó — ela arregalou os olhos.

— Querida, daqui para frente não faça mais, tá? Pode ser perigoso para o bebê. — Respirei fundo baixando a cabeça. Por um momento até estive esquecida dessa criança em meu ventre. 

Quis dizer que não me importava se fizesse mal para o feto, até por que faria coisa muito pior em algumaz semanas. Mas é melhor que não saiba, afinal, logo esse feto deixará de existir, então, não tem sentido revelar a ela. Depois é só dizer que o bebê não sobreviveu e fim da historia.

Tudo ficará bem.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro