Epílogo
Kiba
Rodando de loja em loja em busca de algo decente, as vitrines começavam a parecer todas iguais. Tinha decidido que compraria o presente dela hoje e estava quase desistindo daquele shopping quando avistei o pingente pelo canto do olho. Sabia que Harumi tinha jeito com presentes e sendo o primeiro que eu daria a ela, queria que fosse no mínimo, bom.
Gastei uma quantia considerável da minha mesada e ia ter que economizar nas semanas seguintes, outubro havia iniciado há 4 dias. Cancela, ainda tenho que arcar com os custos do aniversário do Naruto daqui a 6 dias.
Era o momento ideal para me inscrever no estágio da clínica que Iruka indicou, é...resolveria isso amanhã. Matsuno me esperava no banco do campus, os escuros cabelos estavam trançados de lado e vestia um moletom azul-claro da universidade com uma calça jeans surrada.
Simples e ainda assim, conseguia roubar a atenção de alguns estudantes. Me apressei a tomar o assento disponível e vi que ela também carregava um pequeno embrulho consigo ao me cumprimentar com um selinho breve. As árvores providenciaram uma proteção eficaz contra o sol que raiava intensamente durante a tarde e a escassa brisa brincava com alguns fios soltos de sua trança.
- Tá preparado pro seu presente?- Harumi indagou entusiasmada ao me passar a sacola, que deixei em meu colo.
- Quero que você abra o meu antes.- pedi e ela assentiu, desmanchando o laço da pequena caixa com a maior gentileza possível- O que achou? Queria que tivesse algo meu com você.
- Eu amei, gatinho!- ela maleou o fino colar entre os dedos, sorrindo ao rodopiar o pingente que exibia a pata de um cachorro.
- Você vai manter esse apelido mesmo depois desse presente?- ela tombou a cabeça para trás ao rir e eu passei um dos braços por cima de seu ombro, almejando pelo contato físico.
A verdade é que eu meio que peguei gosto pelo apelido, eu só não admitiria para ela.
- Pode colocar para mim?- abriu o fecho e segurou o cabelo para que eu pudesse fazer- Obrigada, amor.
- Agora vou abrir o seu.- dei um beijo em sua nuca antes de me afastar e ela reclamou de cócegas ao subir um braço em resposta.
Não consegui ser tão delicado como ela, mas não acreditei no que segurava ao abrir o envelope. Eram duas passagens e não contive a alegria que preencheu meu rosto ao ver a foto que estava atrás dos bilhetes. Era uma captura de tela do boomerang que fiz dela com Akamaru dentro do meu carro, com meu cachorro distribuindo beijos em seu rosto, na vez em que viajamos juntos. Eu a guardaria em minha carteira, com certeza.
- Passagens para a minha cidade?- quis confirmar, ainda em choque.
- Sim, pode marcar para visitar sua família quando quiser!- ela me fitou, corada e eu a abracei sussurrando um agradecimento.
- É o melhor presente que eu poderia pedir.
- Tem certeza? Talvez Akamaru te troque permanentemente dessa vez...mandei revelar essa foto para mostrar que é uma possibilidade.- me provocou e eu revirei os olhos ao aproximar nossas faces.
- Você é minha. Eu amo o Akamaru, mas dividir você está fora de cogitação.- intensifiquei o contato visual, sorrindo ao acariciar sua pele e iniciar um beijo ritmado.
- Essa é nova, vai ter ciúmes até do Akamaru?- indagou ao deitar a cabeça em meu ombro e eu ri, assentindo- Aí aí, Inuzuka...você é uma peça mesmo.
- E ainda assim, você me ama?
- Amo, mesmo você tendo ciúmes de cachorros.
<—- 2 meses depois —->
Dezembro marcava o encerramento do meu segundo ano de veterinária e para Harumi, do primeiro em jornalismo. Ambos acabamos atolados de compromissos acadêmicos e no tempo livre, assistíamos alguma série juntos para descansar. Com exceção do aniversário de Naruto, em que ele escolheu passar no Ichiraku e comemos ramen até não aguentar mais.
Fora isso, raramente tínhamos energia para explorar as ruas, como usualmente faríamos, já que estudar para as provas finais conjuntamente com o estágio drenava a nossa disposição. Contudo, sair para festas não fazia falta se tivéssemos a companhia um do outro.
Todos os nossos amigos também estavam focados nessa fase final, o que facilitou por não ter que recusar convite algum. Às vezes até nos reuníamos para ficar fazendo absolutamente nada e comer o que decidíssemos pedir na hora.
Estávamos a caminho da minha cidade de trem bala, finalmente de férias e assim, livres das pesadas responsabilidades. A família da Harumi também estava vindo de Kyoto para passar os feriados conosco e ela oscilava entre a ansiedade positiva e negativa quanto ao evento. Em resposta, eu apenas garantia que eu me daria bem com o pai dela. Bom, era o que eu esperava.
A ideia de rever Akamaru, a Hana e minha mãe me dava forças o suficiente para encarar meu sogro pela primeira vez. Eu também tinha uma outra coisa para ocupar minha mente, torcia para que ela não se assustasse.
Harumi
Eles acabaram se acertando, Kiba aparentemente passou no teste do meu pai...seja lá qual fosse. Os dois riam em frente a lareira e eu acariciava Akamaru no tapete, totalmente em paz ao saber que não tinha com o que me preocupar mais. Eles até combinaram de visitarmos a sorveteria em que se conheceram, que coincidentemente se tornou o local do nosso primeiro encontro também, quando passassem por Tokyo.
- Haru? Queria te perguntar uma coisa lá fora.- Kiba subitamente me chamou e eu juntei as sobrancelhas ao apoiar meu braço para me pôr de pé.
- Tudo bem.- catei o casaco, meu gorro, as luvas e a minha echarpe do sofá, estava nevando e eu não iria desprotegida.
Parados diante da cerca que nos separava da estrada, Kiba pegou minha mão e me encarou num semblante sério antes que ficasse apoiado em um só joelho. O meu pânico foi instantâneo.
"Não, isso não está acontecendo!"
- Kiba, eu tenho 19 anos e você 20, tá doido?- fumaça soprou de meus lábios maltratados pelo frio enquanto eu tentava repreender sua atitude sem desmontar pelo gesto e ele riu.
- Harumi Matsuno.- desviei o olhar, corando violentamente- Você aceitaria criar um cachorro comigo?
- Que?- exclamei, totalmente confusa.
"Ok, isso sim é a cara dele..."
- Akamaru encontrou uma fêmea e daqui a alguns dias, vamos ter filhotes.- explicou, beijando minha mão coberta pela luva felpuda.
- Aceito sim.- ele se ergueu para me puxar para perto, agarrando a minha cintura e iniciando um beijo que foi capaz de aquecer um pouco do frio que me paralisava.
Flocos de neve caíam sobre as nossas figuras e eu enterrei meus dedos na textura macia de seu cabelo ao continuar o beijo. Aquela era a forma mais pura de declaração que ele poderia ter feito a alguém e eu estava genuinamente tocada por ter sido sua escolha. Eu sabia que para ele, era o equivalente a um pedido de casamento, mas não envolvendo uma cerimônia...eu estava disposta a aceitar.
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Agradecimentos
Então, por onde começar? Tenho muito pelo o que agradecer aos que me acompanharam e assim, impactaram diretamente no andamento dessa fic. Cada comentário e voto aqui me motivou a chegar até o fim dela, o que muitas vezes achei que não fosse conseguir. Vocês são todos parte disso. Foram 108k de palavras em 1 ano e 3 meses escrevendo.
Escrever demanda bastante e com a correria do dia a dia, inseguranças e auto-cobrança para melhorar, eu confesso que considerei largar tudo diversas vezes. Bom, ainda bem que somos todos discípulos do menino Naruto e desistir nunca foi realmente uma opção.
Por ser a minha primeira fanfic, entrei aqui com expectativas irreais e fui cumprimentada com a realidade de que ganhar reconhecimento no wattpad não aconteceria do dia para a noite. Mas depois de encontrar minha primeira leitora: a Ana (@poesylune) e me tornar amiga da mesma, eu percebi que até para uma única pessoa, seria uma honra escrever. Nunca vou me cansar de admirar a capa que você fez para a fic! De coração, obrigada.
Vou sempre ter um carinho por esse romance, que apesar de não ter sido impecável como eu gostaria, me deu a oportunidade de dar o destaque que meu neném Kiba merecia dentro de Naruto. Por ter me deixado dar uma vida normal aquele elenco de crianças traumatizadas, que me arrastaram para o mundo de animes e desde então, nunca mais fui capaz de sair. Acima de tudo, por ter tido a oportunidade de explorar minha criatividade num lugar seguro, sem cobrança tóxica ou criticas desnecessárias.
E claro, não podia esquecer dos meus quatro amigos que apoiaram minha ideia sem hesitar, sem o carinho e incentivo de vocês eu nem teria me arriscado a sair do capítulo 1. Santana, por ter lido uma fanfic sem nem mesmo gostar de animes, obrigada! Ao David, que adquiriu o hábito de leitura só para ler "consequências".
Ao Magal, por ser o maior fã que eu poderia pedir, por me cobrar avidamente por atualizações e amar a história tanto quanto eu. E por fim, ao Enzo, pelas centenas de horas que passamos lendo e revisando por ligação. Vocês foram essenciais e não sei o que seria de mim sem vocês para me escutar no processo!
Sumarizando, meus mais sinceros agradecimentos por gostarem da minha história! Desde os que vieram do tiktok pelos meus headcannons aos que simplesmente leram a sinopse por aqui e decidiram me dar uma chance.
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