Capitulo 12- o peso das palavras não ditas
Naruto
Por mais que eu não entendesse as atitudes da Hinata completamente, sabia que ela não estava bem hoje. Então, fui checar antes de sair com a Harumi, aproveitando que as duas estão alojadas próximas.
Estava prestes a bater na porta quando a Hyuuga abriu e senti meu coração acelerar ao vê-la, eu estava nervoso?!
"Não, a Hinata é minha amiga, nos conhecemos há anos...isso é loucura."
"Ela até me ajudou com os estudos no último trimestre, já estivemos sozinhos outras vezes, o que mudou?"
- Hinata! Eu vim saber se você estava bem.- sorri e admirei-a em peças mais leves, o que era raro para Hinata- Você está muito bonita, vai sair?
"O azul combinava muito com ela, eu precisei elogiar, e é o que se espera de amigos, tô certo."
- O-obrigada- colocou uma mecha de seus brilhosos cabelos atrás da orelha- É só um vestido básico, queria aproveitar o sol de hoje.- falava meio tímida- Eu queria conversar com você.
- Sério?- empolguei-me, era uma das raras vezes em que ela não me afastava.
- Naruto eu...- o resto da frase se tornou inaudível por conta da movimentação no corredor e pelo baixo tom que ela decidiu usar.
- Hinata.- eu franzi as sobrancelhas.- Não entendi.- apoiei minha mão na porta e aproximei meu rosto para escutar, ela corou.
- Eu não consigo fazer isso, Naruto.- suspirou frustrada e ruborizou ainda mais.
-O que?- nossas respirações se cruzavam e ela negou.
- Hina, você está bem?- pus a mão na sua testa, que fervia ao meu toque- Caramba, você está queimando! Já tomou algum remédio?
- Eu estou bem.- se afastou bruscamente e quase bateu na porta, amortecendo o impacto com minha mão.
- Obrigada.- desvencilhou-se e evitou meus olhos.
- Hinata, eu não queria bisbilhotar, desculpa.- reconheci a voz feminina de Harumi e percebi sua confusão pela posição em que nos encontrávamos.
- Nós estávamos apenas conversando.- a morena se justificou prontamente.
- De qualquer forma, eu não devia ter parado aqui, podemos deixar isso para outro dia se quiser.- sugeriu e eu me virei- É que eu pensei ter reconhecido o cabelo loiro de longe, vim verificar.
- Eu vou depois que me certificar que a Hinata está bem.- encarei a Hyuuga preocupado.- A temperatura dela parecia altíssima ainda agora.
- Vocês iam sair juntos?- Hinata se pronunciou.
- Íamos, mas você pode vir conosco se não for febre.- Harumi convidou-a e eu concordei.- Ele disse que vai me mostrar a cidade.- complementou animada.
- Vocês iam sozinhos, eu não ia querer estragar...Naruto é um guia nato, eu provavelmente só atrapalharia.- abaixou a cabeça.
- Óbvio que não, você é uma ótima companhia!- eu exclamei indignado com sua resposta.
- Eu combinei de visitar a Hanabi na verdade, está tudo bem.- pegou no meu ombro, tentando me tranquilizar.
- De certeza?- Matsuno perguntou.
- Sim.- ela replicou firmemente.
- Ok Hina, qualquer coisa você me avisa, né?- eu chequei e ela assentiu.
Hinata
Do que custa esperar mais algumas horas? Ou dias...já foram anos nessa. Ele a convidou para sair, eu não deveria interferir nisso. Não sei como Kiba se sente sobre, talvez seja só um passeio de amigos, devo estar me preocupando à toa como sempre.
Fora que, eu o amo numa proporção que aceitaria assisti-lo com outra, se significasse sua felicidade. Mesmo que isso me quebrasse por dentro. Afinal, é o resultado da minha covardia. É frustrante como as palavras se recusam a sair quando tento avançar com ele.
Naruto
Assim, nos separamos da Hyuuga e fomos até a entrada. Meu plano era visitarmos diversos pontos turísticos, peguei o celular para inserir o primeiro endereço. A única modificação que tive que fazer foi retirar a torre de tokyo dos destinos, Kiba me fez prometer que eu não iria visitar esse com ela.
Atravessamos o corredor em silêncio, o alvoroço dos estudantes não permitia que conversássemos. Além de que, senti minha disposição diminuir após esse encontro com a Hinata, o que ela tinha a me dizer?
Bom, se ela desistiu tão rápido, não deveria ser importante assim...não vou pressionar também, ela provavelmente virá me contar quando puder. Dona Kushina que irá escutar relatos longos essa noite quando me ligar.
- Naruto, para onde nós vamos?- espiou meu celular, intrigada.
- Não, eu já falei que é surpresa.- bloqueei a tela.- O uber vai chegar em 5 minutos.
- Me conta, quero saber se acertei na roupa.- torceu um bico e eu dei risada- O que? Eu quero tirar fotos.
- Você está bonita, Harumi.- afirmei enquanto começamos a caminhar novamente.
- Obrigada, você até que está bonitinho também!- piscou e sorriu em seguida.
- Ah Harumi, bonitinho?- reclamei balançando a cabeça em desaprovação.
- Você está belíssimo, Uzumaki.- corrigiu-se.
- Grato, Matsuno.- levantei uma sobrancelha e dei uma rodada, rimos juntos.
Sarah
Essa mentira estava me consumindo. A cada vez que ela me questionava eu sentia menos convicção que havia uma justificativa para o que fiz. Quando Itachi me deixou na faculdade ao fim da tarde ontem, Ino procurou por mim. Sakura ia dormir na casa do Sasuke e não havia sinal de Harumi também.
Pedi que ela esperasse até que eu tomasse um banho e ela concordou, aguardando no meu quarto. Assumindo que ela me encheria de perguntas, aproveitei a ducha para me recordar o que eu "sabia" sobre...eu não posso revelar essa história a essa altura.
——- flashback ——-
No ano passado, omiti as cenas que assisti e confirmei que Sai havia ido embora para que ela dormisse. Vendo assim, eu pareço babaca mas se for para poupar a saúde mental dela, eu aceito qualquer rótulo que vier. Kiba não era um bom namorado, eu acompanhei a trajetória deles de perto.
Vez ou outra, eu sugeria que terminassem, o que entrava por um ouvido e saia pelo outro. Ino insistia nele e alimentava sua insegurança por puro medo de perdê-lo.
Naquela noite, quando convidei Sai para entrar em casa, eu não esperava que eles ficassem. De fato, tinha esperanças de que ela visse que Kiba não era o único homem do mundo, porém, nunca imaginei que aquilo aconteceria.
Eu estava na sala com os dois quando a porta tocou e me ofereci para atender. Antes, Sai apenas observava Ino dar dicas sobre piano, nada demais. Logicamente, não vi problema em trazer o Kiba para dentro.
O resto acredito que é fácil deduzir...com exceção da violência. Surpreendente, levando em conta o quão estourado ele pode ser. Se bem que não o julgo, não desejaria aquele trauma nem ao meu pior inimigo.
Após a confusão toda, Sai desistiu de correr atrás do carro e se desculpou, me ajudando a colocar Ino na cama. Quando saímos do cômodo, encurralei-o no corredor, não aguentaria esperar até minha irmã acordar amanhã.
- O que aconteceu, Sai?- questionei fria.
- Sarah foi tudo minha culpa, não devia ter acontecido.- respondeu tenso.
- Não quero saber disso, agora já está feito...eu quero saber como aconteceu, você começou o beijo?- eu prossegui direta.
- Não, mas eu devia ter desviado, não sei o que deu em mim.- confessou escorando-se na parede.
"Droga, ela vai se culpar para sempre se descobrir...e tenho certeza que o Inuzuka não deixará barato também, preciso tomar uma atitude."
- Você gosta dela?
- Eu não sei.- ele corou e desviou o olhar diante da possibilidade.
- Se você se importa, não vai mais procurar pela minha irmã, Sai.- semicerrei os olhos.
- Como assim? Eu preciso me desculpar.
- Não acha que vai ser pior? Ela vai acordar péssima, ainda tendo que se resolver com o Kiba.- argumentei e ele pareceu desistir.
- Tem razão.- expressou deprimido e deu as costas- Eu vou para casa, Sarah.
- Ok, te levo até a porta.- acompanhei-o até a saída.
Retornei para me certificar que ela estava bem e nisso, acabei ficando por lá. Quando o sol raiou, eu dormia na ponta da cama e quase caí, com a loira em prantos, grudada no telefone.
- O que foi?- perguntei alongando minhas costas, doídas pela posição em que adormeci.
- Essa mensagem.- virou a tela para mim- "Não me procure mais?!"- citou a frase indignada.
- Ino, do que é que você se lembra de ontem à noite?- larguei o celular no travesseiro, o sono não parecia me afetar mais.
- Que brigamos por causa da Hinata e aí encontrei Sai no semáforo, fomos beber...- franziu as sobrancelhas- E que ele me deixou em casa depois.
- E?- meu coração acelerou.
- Eu fui dormir, certo?
"Puta que pariu, o álcool apagou metade da história?!"
"Talvez seja melhor assim, ela não lembrando, não irá se culpar, pense Sarah."
- Sarah? Eu fui dormir, certo?- se aproximou de mim, arregalando os olhos.
- Hã? Foi sim.- menti, engolindo seco.
——- flashback ——-
Fechei o chuveiro e me enxuguei sem pressa, vesti um short jeans e uma camisa vermelha básica da Nike. Ino me contou sobre ter encontrado o Kiba com a Harumi na rua e que ele aceitou conversar outro dia. Senti um frio tomar conta do meu corpo, se ela se recordasse...ela não me perdoaria.
⁃Sarah, você pode dormir no meu quarto hoje?- deitou no meu colo.
⁃Posso, só preciso pegar minhas roupas e deixar um aviso para a Harumi.
⁃Matsuno Harumi, o que o Kiba viu nela?- indagou perdida em seus pensamentos.
⁃Bom, Harumi é uma pessoa incrível, eu devo muito a ela por ter me ajudado com o Sasori.
⁃Hum, o mínimo né?- revirou os olhos.
⁃Ino, sabe Deus o que teria acontecido se não fosse por ela.- rebati e ela se ergueu, sentando ao meu lado.
Pedimos um yakissoba para jantar e quando fomos pegar, tranquei o quarto e comemos no da minha irmã. Evitei dar opinião quando ela recomeçou o assunto do Inuzuka, insistia que deixar essa história quieta era o melhor a se fazer.
Caímos no sono depois de algumas horas e levantei mais cedo para buscar meu material. Assisti à aula pela manhã e almocei com Harumi e Hinata. Matsuno saiu com Naruto e sozinha, meus pensamentos torturavam minha mente com mais intensidade.
"E se ela só conseguir seguir em frente quando confrontar esse problema?"
Um pressentimento ruim, era tudo o que eu sentia. Levei o lençol até a ponta do meu nariz e me enrolei na malha, estava quase cochilando quando bateram na porta.
A princípio, ignorei, mas a pessoa parecia determinada a me atrapalhar. Estressada, atendi e minha expressão se transformou num instante. Seus olhos irritados indicavam que ela havia chorado há pouco, mas nada ali indicava tristeza.
⁃ O que aconteceu?- a loira esbarrou em meu ombro ao entrar e sem entender, girei a maçaneta para fechar.
No instante em que virei, meu rosto ardeu com o tapa que recebi.
⁃ Ino?- posicionei minha mão na região, tentando aliviar a dor.
⁃ Por que você me escondeu isso?!- gritou pegando o porta-retrato mais próximo.
⁃ Espera, isso é da Harumi.- me aproximei, exasperada.
⁃ Eu tô pouco me fodendo para quem seja.- me afastei para não ser atingida e ela estourou o vidro no chão, agora chorando.
⁃ Você enlouqueceu?!
⁃ Você teve tantas oportunidades para me contar...- derrubou tudo o que havia na escrivaninha.
⁃ Já chega, Ino!- corri e segurei-a pelos seus braços.- Vamos conversar, por favor.
⁃ Eu não quero mais conversar, eu não suporto essa sua cara de cínica.- desviou o olhar, enojada e tentou se soltar.
⁃ Ok, você tem todo o direito de me odiar mas me escuta, eu tive meus motivos...- lacrimejei- Eu fiz para que você não sofresse ou se culpasse.
⁃ Sarah, você acha que eu tenho quantos anos para você decidir algo para mim?- franziu as sobrancelhas, larguei seus braços.
⁃Me perdoa?- supliquei, abaixando e segurando sua perna, já quase soluçava.
⁃Você sabe o que eu passei por causa disso, você assistiu calada enquanto eu sofria sem resposta.
⁃Eu pensava estar fazendo o certo...
⁃Você acha que merece perdão tão fácil assim?
Abaixei minha cabeça, eu sabia que não. A Yamanaka retirou-se, parecia mais calma apesar de destruída. Não tive a capacidade de fazer mais nada, apenas contemplei o caos naquele cômodo, sentada. Um perfeito retrato do que eu construí: uma vida desajustada.
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Nota da Autora:
Estamos entrando numa fase de conflitos, peço paciência pois romance sem drama não sobrevive! o cap está mais curto hoje, perdão, só não queria terminar essa semana sem postar! obrigada por lerem s2
Semana que vem mostrarei como foi essa conversa da Ino com o Kiba e talvez tenhamos um avanço no tempo! ansiosos? bom, espero que todos tenham uma ótima semana viu.
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