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Capítulo 48

Na manhã seguinte, acordo com um sorriso gigante no rosto. Não apenas pelo fato de ter sido pedida em casamento pelo grande e único amor da minha vida, mas também porque fui despertada com vários beijos estalados em meu rosto.

— Bom dia, mamãezinha! — Bon saúda quando abro os olhos.

— Bom dia, meu amorzinho! — agarro sua cintura, trazendo-a para se deitar novamente ao meu lado. Ela faz de bom grado. — Dormiu bem?

— Muito! Estou bem acordada agora e pronta para brincar com o Tob. A gente pode brincar com ele agora, mamãe? — ela senta, fazendo cara de pidona.

— É claro que não, Bon! — espreguiço-me e faço o mesmo.

— Mas por quê?

— Porque antes você irá tomar um banho, comer alguma coisa, cumprimentar os seus avós, e só depois poderá brincar com o Tob. — jogo sua franjinha para o lado. Ela cruza os braços e faz um bico, mas não rebate. — Quanto mais rápido fizer essas coisas, mais rápido irá poder brincar com ele. — na mesma hora minha filha pula da cama e corre para o banheiro.

Após nosso banho, saímos do quarto. Como imaginava, mamãe já tinha saído para o trabalho, mas deixou a mesa de café preparada para nós.

— A vovó é a melhor! — Bon se senta junto à mesa e já começa a se servir.

Coloco um pouco de água no fogo para preparar o meu chá preto. Enquanto misturava as ervas com a água, a campainha toca. Abaixo o fogo e vou até a porta, depositando um beijo no topo da cabeça de Bonnie antes. Ao abri-la, meu sorrio alarga imediatamente, assim como o do homem a minha frente.

— Bom dia, meu amor! — Oliver me cumprimenta, estendendo uma pequena margarida. — Uma bela flor para a minha bela flor.

Sinto as bochechas arderem. Pego a delicada flor e dou um beijo em sua bochecha.

— Obrigada, Olie! — dou passagem para que ele entre. — Aliás, bom dia para você também!

— Papai! — nossa filha larga o café da manhã e vem correndo para os braços do pai.

— Como vai a minha princesinha? — segura a filha com um dos braços, enquanto limpa o farelo de algum alimento da boca dela.

— Bem!

— Já comeu? — volto para o fogão, retirando a água do fogo e pegando mais uma caneca.

— Não. Decidi me unir a vocês. — escondo um sorriso satisfatório, mas quando me viro novamente, pergunto em tom de zombaria.

— Você sabe que hoje é o aniversário da sua irmãzinha, não sabe? — ergo uma sobrancelha.

— Ela não irá morrer por isso. — diz, colocando Bonnie na cadeira.

— Já não basta termos deixado nossos amigos sem nos despedirmos ontem? — entrego-lhe uma das canecas, sentando ao seu lado com a minha em mãos.

Oliver dá um sorriso lateral.

— Com toda a certeza desse mundo, foi por uma ótima causa! — damos um sorriso cúmplice.

— O que estão escondendo? — por um minuto, acabei esquecendo da presença da minha filha.

— Er... — olho para Oliver, pedindo ajuda.

— Filha, sua mãe e eu temos algo para te contar. — diz, segurando uma de suas mãos sobre a mesa.

— Se vocês forem me dizer que resolveram, finalmente, ficar juntos, não precisam perder tempo. — ela abre um sorriso esperto. — Apenas homens apaixonados dão flores para as mulheres. — arregalo os olhos. — E apenas mulheres apaixonadas ficam constrangidas quando recebem as flores.

Oliver olha para mim, espantado, assim como eu.

— Bonnie Green, você não deveria ficar prestando atenção nesse tipo de coisa. — tento soar firme, mas ainda estou muito embaraçada para passar algum tipo de credibilidade.

— Mas eu estou feliz! Muito feliz na verdade. — ela se inclina sobre a mesa, segurando nossas mãos. — Deus ouviu a minha oração. Nós seremos uma família. — seus olhos brilham de animação. Os meus marejam.

Oliver pega a filha no colo e beija sua têmpora.

— Que bom que está feliz, filha! Pois muito em breve seremos apenas nós três.

— E nós iremos marar naquele casarão novo, papai?

— Esse sempre foi o plano. — ele pisca para mim.

Saber que Oliver pensava em mim, em nós, mesmo antes de realmente nos declararmos um ao outro, enche o meu coração de alegria. Tudo o que faço é agradecer, internamente, ao Senhor por toda bondade e misericórdia. Por mais que eu tivesse me arrependido e voltado atrás, as consequências das minhas escolhas erradas poderiam ter me levado a lugares muito piores.

Minha mão sobe até a lateral de seu rosto, onde faço leves carícias com as costas do dedo.

— Eu te amo! — sibilo.

— Também amo você! — ele sibila de volta, antes de dar sua atenção total à filha.

***

— Aí estão vocês! — Harper é primeira pessoa que vemos ao entrarmos na mansão dos Walker.

Apesar do sorriso no rosto, os olhos permaneciam abatidos.

— Oi, Per! — dou um beijo em sua bochecha e Olie a cumprimenta com um "bom dia".

— Titia Per, onde está a titia Ju? — Bon questiona, agitando-se no colo do pai.

Com a mão esquerda, ajeito a franja crescida da minha filha para o lado.

— Precisamos cortar essa franjinha, meu amor.

— Oh! Meu! Deus! — nossos olhos são atraídos para Harper, que nos encara boquiaberta. — Então esse foi o motivo para não voltarem ontem à noite! — acompanho seu olhar para a aliança em minha mão esquerda.

Sinto a mão de Oliver contornar minha cintura.

— Exatamente, Harper! — alargo o sorriso, encostando minha cabeça em seu ombro.

Ela estava a ponto de explodir.

— Oliver... — ela segura minha mão, admirando o diamante na ponta da aliança. — Devo admitir que você tem um excelente bom gosto!

— E a prova disso está bem aqui. — faço uma pequena reverencia, fazendo-os rir.

— Titia, agora seremos uma família de verdade!

Per solta minha mão e olha com emoção para a sobrinha.

— Sim, minha lindinha, vocês serão! E serão a minha família favorita! — aperta suas bochechas, fazendo Bonnie resmungar.

— Nós só pedimos para que não comente nada com ninguém ainda. — Oliver toma a palavra. — Viemos conversar com a minha sogra primeiro.

— Sem problema! Minha boca é um túmulo. — finge estar passando um zíper na boca e jogando a chave fora.

— A minha também! — Bon faz o mesmo.

— Obrigada! — agradeço.

— A tia Abigail acabou de voltar para a cozinha. O que acha de cumprimentarmos sua titia Ju? Ela está doida para receber o seu parabéns, Bon!

— Eu tenho um presente para ela, mas está no quarto do papai. — sussurra a última parte.

Olie coloca a filha no chão, e as duas caminham rumo à sala de jantar, onde o restante dos nossos amigos estavam.

— E aí, preparado para enfrentar Abigail Green? — viro-me para Oliver, com um olhar desafiador.

— Bom, algo me diz que já tenho a benção dela. Sendo assim, sim! — alarga o sorriso.

— Convencido! — empurro seu ombro, e ele ri. Então seguimos para a cozinha.

O ambiente estava estranhamente vazio e silencioso. Alguns alimentos estavam espalhados pela bancada central, sinal de que mamãe estava ali ainda há pouco.

— Onde será que ela está? — Oliver questiona, também estranhando o silêncio do cômodo.

— Não s... — sou interrompida pela voz de dona Gianna, vinda da dispensa.

— Eu já disse que não me importo com isso!

— Por favor, fale baixo. — escuto a voz da minha mãe, em um nível um pouco mais baixo que o da patroa. Em seguida as vozes sessam.

Troco um olhar com Oliver, antes de me aproximar devagar do local onde as duas estão. Só então volto a ouvir suas vozes.

— Ela pode ser o que for, Abigail, mas eu não admito ver essa bastarda com o meu filho!

Oliver ameaça entrar na dispensa. Eu seguro seu braço com força. Ele me olha sem entender, mas permanece. Precisava saber o que realmente tinha feito minha mãe abrir mão do emprego. E eu tenho uma leve sensação de que essa conversa me informará tudo isso.

— Não a chame de bastarda, dona Gianna!

— Mas é exatamente o que essa garota é: Uma bastarda! — silêncio. — Estou cansada de viver esse carma! Já não bastava a Alice ter nascido? Agora essa pirralhinha! — sua voz sai áspera e enojada.

Engulo minha raiva, segurando com mais força o braço de Oliver.

— Ela não tem culpa do que que aconteceu, você sabe disso! Não desconte na minha filha. — a risada da matriarca faz os pelos do meu corpo se arrepiarem.

— E você continua com essa ilusão. — ouço o barulho de saltos contra o piso. — Sabe, eu sinto pena de você, Abigail. A pobre coitada que teve que arcar com as consequências de uma paixonite de verão. A sua sorte foi ter um homem como o Robert ao seu lado, que aceitou brincar de casinha com vocês. Já imaginou como seria se ele não assumisse a Alice? — enrijeço a coluna. Do que essa louca está falando? — O que aconteceria com você e sua querida filha? Se não fosse pelo Robert, nem emprego teria. Você e aquela bastarda estariam debaixo de qualquer ponte de Cambridge.

— Já chega! — nunca ouvira minha mãe se exaltar como agora. — Você pode pensar ou falar o que quiser de mim, mas estou cansada de ouvir e ver a forma como tem tratado a minha filha. É nítido o amor que o Oliver e a Alice sentem um pelo outro, e eu jamais faria qualquer coisa para os separar, caso decidam ficar juntos. Pelo contrário, daria a minha benção sem pensar duas vezes. Por isso já tomei minha decisão: no próximo mês não irei mais trabalhar aqui. Eu mesma irei me demitir. — sinto a respiração falhar. — Posso estar errando ao esconder a verdade da Alice. E, tenha certeza, isso me destrói a cada dia. Mas ela não sabe de nada, e se depender de mim, as coisas continuarão como estão. No entanto, você aceitando ou não, ela continua sendo a filha mais velha do senhor Walker. Isso é irreversível.

— O QUÊ? — minha voz sai como um grito em meio aos cochichos, cessando de uma vez por todas toda a conversa do cômodo ao lado.

>>>><<<<

Mais um capítulo, apenas para começar o dia com mais emoção 😬🤭

Att.
NAP 😘

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