Constantinopla, 1225...

Plades: Kratos, Athreus, o imperador convocou a presença dos varegues.
Kratos: Nós estaremos lá em cinco minutos, Plades.
Plades: Vou avisá-lo já.
Athreus prepara o escudo com o emblema do imperador Ioanes III, líder do Império Bizantino.
Athreus: Vou chamar o Aurogos.
O filho de Kratos desce a escada até à taverna, onde Aurogos bebia e ria muito, rodeado de pessoas.
Aurogos: Só digo uma coisa, meus senhores e minhas senhoras, acho que eu devo ser o capitão dos varegues, o Kratos está a envelhecer e o Athreus fala de viagens, portanto, a única pessoa capaz de tomar as rédeas da organização dos varegues sou eu.
Athreus cruza os braços e ri-se, pensando em como Aurogos se daria como capitão dos Guardas Imperiais Varangianos, também conhecidos por varegues, ou guardas varegues.
Athreus: Com que então achas que o imperador te deve apontar como o próximo capitão dos varegues? Acho que até a Eklypsa dava uma melhor varegue do que tu já és.
Aurogos: Isso é insultuoso!
Athreus: Deixa-te de merdas e sobe lá, o dever chama.
O rapaz grande e moreno, levanta-se do banco e pega no escudo e no machado.
Aurogos: Meus amigos, um varegue tem de vareguejar.
Aurogos corre, escada acima, em direção a Athreus, que voltam ao rés do chão do palácio, seguindo para o salão real.
Athreus: Agora temos garganta, priminho?
Aurogos: Estava a brincar, não era a sério. Não digas ao teu pai, por favor! Ele partia-me ao meio que nem um galho!
Athreus: Tem calma, eu não vou contar nada, precisamos de ti nos varegues.
Aurogos: Ainda bem, o meu pai é o mais agressivo do antigo panteão, mas eu sou o mais pacífico.
Athreus: Não diria pacífico, só diria que, para já, és o cagarolas que tomou o lugar do Dionísio, por isso é que tomei o lugar do teu pai como deus da guerra.
Aurogos: Cagarolas... Eu dou-te o cagarolas!
Os primos chegam a Kratos, que está à espera deles à porta do salão real. O rei do Olimpo era uma figura imponente, porém, agora era um peão do Império Bizantino, sendo o capitão da Guarda Varegue.
Kratos: Aurogos.
Aurogos: Tio Kratos.
Kratos: Estás bem?
Aurogos: Vou falar com o imperador, portanto, estou um pouco nervoso.
Kratos: Com o passar dos anos, habituas-te.
Aurogos: Também estava com nervos na primeira audiência com um rei?
Kratos: Miúdo, eu era quem estava sentado no trono, o rei de Esparta.
As portas abrem-se, e os três seres olímpicos entram no salão irreverente, com quadros de Atlas a segurar o planeta Terra e de Hércules derrotando o leão, quadros esses feitos em 600 antes de Cristo, por Semagostes, um artista espartano de renome. As paredes estavam cobertas por tapeçarias incríveis com cenas épicas das batalhas da Guerra do Triunvirato e, emoldurados, estavam os manuscritos originais da Ilíada, da Odisseia e das Argonáuticas.
Athreus: O imperador parece um homem culto.
Kratos: Querias! Ele não sabe ler nem escrever em latim, quanto mais em grego antigo! Tudo isto é ostentação, o imperador não passa de um imbecil.
Aurogos: Então porque é que o tio não deixa tudo isto e vai para outro lugar?
Kratos: Regra número um de se ser um espartano: respeita os teus superiores, mesmo que eles sejam gordos gordurosos que não fazem a mínima de como se pronuncia a letra Q.
Aurogos: Isso não vai contra um dos princípios olímpicos? Nenhum deus do Olimpo seguirá ordens de um cego. Até eu sei que, cego, nesse sentido, é alguém sem noção, e o imperador não tem noção.
Kratos: Quando eu aprisionei Zeus, Hades e Poseidon, eu abri uma nova era nos livros do Olimpo, a era em que seguimos princípios espartanos, em vez de olímpicos.
Os três deuses encontram-se em frente ao trono, onde Ioanes III está sentado, com Plades perto. O conselheiro era baixo e magro, até Deriótelo, de seis anos, era capaz de o quebrar ao meio.
Kratos bate com a mão no peito.
Kratos: Meu imperador.
Os dois rapazes fazem uma vénia.