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💚 RICARDO 💚

Antes de dormir, fui ao quarto de Luiz Pedro Fernando Henrique e fiquei observando ele por alguns segundos.

Jamais passou pela minha cabeça sobre a importância de um diálogo. Sempre achei que quando chegasse a adolescência de meus filhos, fosse mais fácil lidar. Ao chegar a juventude, não há um aviso esclarecedor sobre essa transição. Com o passar do tempo, percebemos o quanto evoluímos.

Acredito que não existe um período mais tranquilo entre a infância ou adolescência. Ser criança é fantástico, e posso garantir que aproveitei toda essa fase dos meus filhos ao máximo.

Poderia me sentir cansado, acabado, fracassado, derrotado... Mas não consigo ter essa sensação, porque Luiz Pedro Fernando Henrique e Kauany me dão motivos para ser feliz.

Débora também transmite muita positividade através de seu amor, mas seu temperamento forte, às vezes, atrapalha um pouco em nosso relacionamento.

Confesso que já me acostumei com tudo isso.

Ainda no quarto de meu filho... Sentei na cama, ao seu lado, tentei ficar mais à vontade, e percebi que ele estava acordado.

— Sem sono? — perguntei.

— Um pouco pensativo — respondeu Luiz Pedro Fernando Henrique.

— Pensando em quê?

— No que conversamos. — O menino tocou no assunto, e fiquei contente por ter a oportunidade de retomar o diálogo. — Não sei se vai valer a pena correr atrás da Martinha.

— Por quê?

— E se ela não quiser ficar comigo? Como vou viver?

Nossa! Que exagero!

Adolescentes...

— O que você prefere: ficar com essa dúvida, ou tentar? — sugeri duas escolhas.

— Eu posso ficar com essa dúvida, e o tempo vai curar a minha curiosidade.

— Sugiro que converse com ela para ver no que vai dar. Depois, caso a Martinha não queira nada com você, tenho certeza que o tempo vai curar a sua decepção também. O importante é tentar.

Senti que meu filho estava em um abismo, passando por uma situação que não fazia sentido.

Algo estava me dizendo que ele ia tomar alguma atitude a respeito do que sente pela menina, mas sua preocupação aparentava ser apenas um disfarce.

— Vou fazer o que você disse, e chamar a Martinha para sair — concluiu meu filho. — Obrigado, pai.

— Não precisa agradecer.

Missão cumprida como pai? Ainda não.

No momento, nos abraçamos, e o silêncio deixou claro o quanto estávamos unidos.

💚💚💚💚

Na manhã seguinte, acordamos mais cedo do que o normal. Uma música estava vindo do quarto de Kauany.

Fui verificar o que poderia ser. Talvez, seu celular estivesse tocando, não sei.

Abri a porta e avistei minha filha sentada, em frente ao espelho, se arrumando.

— Ah, bom dia, pai! — disse ela.

— O que está acontecendo aqui? — questionei, meio sonolento (ainda).

— Desculpa, a música estava muito alta? Te acordei?

Kauany pegou o celular, desligou a música e ficou toda sem jeito.

Coitada!

— Você acordou animada, ou é impressão minha? — perguntei.

— Hoje, teremos uma reunião depois da aula com o grupo do teatro, e eu preciso estar preparada para soltar a voz — esclareceu minha filha.

— Mas você é uma boa cantora.

— Opinião de pai não vale. — Começamos a rir. — Só respondendo a sua pergunta: sim, acordei animada.

Mais risos.

Nosso café da manhã foi alegre, contagiante e pudemos perceber o quanto o final de semana foi agradável. Como resultado da social, ficamos mais próximos e tudo ocorreu bem.

Mais um começo de semana. Nos despedimos, cada um foi para o seu destino, e aparentemente, nada poderia estragar nosso dia.

Deixar meus filhos na escola é fantástico. Estar ao lado deles todos os dias, antes de iniciar as aulas, é um momento que aprecio bastante.

Procuro admirar os mínimos detalhes da vida, porque muitas coisas passam despercebidas.

Ao chegar na loja, comecei a organizar as prateleiras, enquanto não chegava alguém. É difícil manter tudo no lugar com cliente.

Alguém chegou...

Fui verificar quem poderia ser.

Um homem entrou, se aproximou do caixa, e perguntou:

— Você tem cartolinas?

— Claro — respondi. — Quantas o senhor quer?

— Dez, por favor — disse ele. — Na cor branca.

Peguei o que foi pedido, entreguei ao cliente e assenti com a cabeça. Em seguida, informei o valor e aguardei pelo pagamento.

Caiu um papel de sua carteira sobre o caixa. Peguei para entregar ao cliente, e pude ver que tinha a divulgação de um musical sendo informado.

— Minha filha está participando de um musical — falei.

— Estou organizando essa peça para a escola principal — revelou ele.

— Sério? A escola principal da cidade? — questionei, curioso.

— Sim.

— Meus filhos estudam lá, e minha filha está no elenco de um musical, e acho que você deve ser o organizador, certo?

— Sou o responsável. Qual é o nome da sua filha, mesmo?

— Kauany.

— Ah, você é o pai da Kauany! — exclamou ele, fascinado. — Me chamo Fábio.

Estendi a mão para cumprimentá-lo.

— Sou Ricardo — falei, me apresentando com um sorriso no rosto e todo orgulhoso.

— Sua garota é... encantadora — revelou Fábio, o responsável pela peça.

— Obrigado!

Que demais poder ouvir isso. Kauany é realmente encantadora, e se a opinião veio de outra pessoa, sem dúvidas, é válida.

Fábio fez o pagamento pelas cartolinas brancas, e se retirou.

Talvez, se não estivesse tão ocupado, ele poderia ficar mais um pouco e elogiar minha filha o quanto quisesse.

Confesso que minha semana começou muito bem, com o pé direito. Só em ver Kauany animada pela manhã por causa do musical e saber que o responsável acha ela encantadora, literalmente, ganhei meu dia.

💚💚💚💚

O dia de trabalho foi cansativo. Acabei adiantando muitas tarefas, e inventando novas.

Às vezes, esqueço a idade, mas até que tenho disposição.

Antes de fechar a loja, para finalmente ir embora, alguém chegou, e tive que ir até o caixa para atender seja lá quem fosse.

— Oi, pai — disse Luiz Pedro Fernando Henrique, vindo em minha direção.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, curioso. — Por que não saiu com a Martinha?

— Então, é sobre isso que eu queria falar... — O que aconteceu? Confesso que fiquei com um pouco de receio. — Convidei ela para ir ao cinema.

— E aí?

— Ela achou melhor a gente sair para conversar em algum lugar mais tranquilo.

— Sério?

— Sim — respondeu meu filho, colocando a mochila sobre o caixa e aproximando-se de mim. — Levei a Martinha numa lanchonete perto da escola... Conversamos... E...

Ele fez uma pausa.

Nossa, por que o menino não falou logo de uma vez o que aconteceu?!

Fiquei nervoso, mas tentei controlar toda ansiedade.

— O que houve? — questionei, transmitindo apreensão.

— Nós conseguimos falar sobre aquele dia no acampamento... E decidimos tentar começar alguma coisa.

— Mas os dois já estão namorando?

Luiz Pedro Fernando Henrique começou a rir.

— Não, pai... — Mais risos. — Ela pediu para ir lá em casa ainda hoje. Tudo bem?

— O que ela vai fazer lá em casa?

— Não sei. A Martinha só perguntou se teria como ir na minha casa, aí eu disse que tudo bem, sem problemas... A não se que...

— Não se preocupe.

Assenti com a cabeça e sorri.

💚💚💚💚

Já em casa...

— O que eles estão conversando, hein? — perguntou Débora, indo de um lado para o outro.

Martinha e Luiz Pedro Fernando Henrique estavam conversando no quarto. Minha mulher e eu ficamos na sala aguardando. Kauany nem fez questão de mostrar interesse pelo que poderia acontecer com o irmão. No momento, a menina estava focada no musical.

— Calma, querida, eles estão apenas dialogando — falei.

— Nossa, que vocabulário, Ricardo! — exclamou Débora.

— Espero que isso tenha sido um elogio.

Sorri.

Continuei sentado no sofá, um pouco aflito por dentro, mas tentando transparecer tranquilidade (e parece que estava dando certo).

— Já faz três horas que os dois estão conversando — disse Débora. — Vou chamar eles.

— Não! Espera mais um instante.

De repente, Martinha e Luiz Pedro Fernando Henrique apareceram. Ambos estavam com a cabeça baixa, meio sem jeito, e deixando o ambiente com um ar de mistério.

— Bom, já estou de saída — disse a menina.

— Não quer comer alguma coisa antes de ir? — perguntou Débora.

— Melhor não, obrigada — recusou Martinha.

E ela se retirou.

— Por que ela foi embora, meu filho? — perguntei.

— O que você falou para essa menina? — questionou minha mulher.

— Nada demais... Só pedi ela em namoro — soltou Luiz Pedro Fernando Henrique.

— Ah, filho... Não fica assim — disse Débora, envolvendo os braços no corpo de nosso filho e tentando consolá-lo. — É uma pena ela não ter aceitado.

Confesso que também fiquei triste.

Parece que meu mundo desabou nesse instante.

Tentei ajudar, mas acho que acabei atrapalhando.

Sentei no sofá, e comecei a pensar no que fazer a partir desse momento. Voltei o olhar para meu filho e apenas... tentei não transmitir desespero.

— Mãe, não precisa ficar fazendo isso — falou Luiz Pedro Fernando Henrique.

— Mas você não está triste? — questionou Débora.

— Não! — exclamou ele. — Estou feliz.

— Como assim? — perguntei, confuso.

— Ela topou namorar comigo — soltou meu filho.

— Por que ela saiu daqui com aquela cara? — questionou Débora, mais confusa ainda.

— É o jeito dela — esclareceu Luiz Pedro Fernando Henrique. — Martinha disse que me ama.

— Mas já?! Tão cedo para falar que ama alguém — disse Débora.

— Querida, por favor — falei.

Confesso que fiquei feliz pelo que houve, mas achei estranho a maneira como ambos reagiram.

— Bom, nós decidimos dar início a um relacionamento, e ver o que pode acontecer. Farei o possível para que dê tudo certo entre nós dois — disse meu filho, com o olhar brilhando e cheio de esperanças.

— Estou contente por você, meu filho — revelou minha mulher.

Nos abraçamos e apenas aproveitamos o momento com total apreciação.

Senti uma alegria imensa vindo de meu interior, porque meus conselhos trouxeram algum resultado para Luiz Pedro Fernando Henrique.

— O que está acontecendo aqui? — questionou Kauany, confusa.

Ela apareceu do nada.

— Seu irmão está namorando — revelei.

— Não me diga que é com a Martinha? — Assenti com a cabeça. — Poxa! Que demais!

— Valeu — agradeceu meu filho. — Mas não estamos namorando firme ainda.

— Eu não aguentava mais ouvir ela falando de você, sabia? — soltou Kauany. — E ela está a fim do meu irmãozinho de verdade, hein!

— Sério?! O que a Martinha falava para você? — perguntou Luiz Pedro Fernando Henrique, curioso.

Começamos a rir.

Parece que consegui ter o papel de pai em um momento tão importante na vida de meu filho. Talvez, esse relacionamento não dure, mas por ele estar sentido algo pela menina, acredito que terá algum efeito futuramente.

Kauany está correndo atrás de seu espaço no teatro, e acho que não precisamos conversar sobre nada por enquanto. Caso ela esteja querendo alguma ajuda, estaremos dispostos a ouvi-la. Ah! E sem dúvidas, sempre vamos apoiar sua decisão e seus sonhos.

Felizmente, tenho aquela sensação de realização como pai e de missão cumprida.

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