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💚 RICARDO 💚

Débora estava exausta, porque passou o dia inteiro limpando a loja, organizando as prateleiras, colocando conversa fora... Tivemos um dia em tanto.

— Estou com dor de cabeça, irritada, faminta, com olheiras... Olheiras! Nunca tive olheiras! — exagerou Débora, sentada no sofá e ofegante.

— Meu dia também foi complicado — falei.

— Você só ficou no caixa atendendo os clientes.

— Eu fico na loja todos os dias, ao contrário de você, que fica cuidando do nosso lar.

— Pois é...

Não temos muita noção de como discutir. Minha mulher geralmente é meio grosseira com as palavras, e seu tom de voz não é muito agradável.

— Luiz Pedro Fernando Henrique e Kauany gostaram da ideia de fazer uma social aqui em casa — soltei.

Permaneci sentado no sofá, tentando descansar e com a mente mais tranquila (por incrível que pareça).

— Ótimo! Será que eles vão convidar aquela garota, a Martinha?

— Sim. Eu pedi que eles convidassem... Bom, na verdade, falei com a Kauany.

— Nossa! Você foi objetivo, hein!

Preciso confessar que me saí muito bem dando liberdade aos meus filhos de organizarem uma social. Fiquei feliz com meu desempenho e superação (acredito que eu tenha me superado).

Não tive aquela conversa tão esperada ainda com Luiz Pedro Fernando Henrique, mas até o final de semana penso em algo.

💚💚💚💚

O final de semana chegou sem que eu percebesse. Trabalhei demais, procurei ocupar a mente e manter tudo nos conformes.

Finalmente, criei coragem para ter algum diálogo com meu filho. Pudemos sair para dar uma volta no shopping. Passamos parte da manhã andando, andando... e andando...

Horário do almoço...

Levei Luiz Pedro Fernando Henrique para comer em um restaurante. Fizemos nossos pedidos, e enquanto aguardávamos pela comida, tentei puxar assunto.

Não foi fácil pensar no que falar, mas tive que ser rápido e ágil.

— Como você está se saindo na escola? — perguntei.

— Muitas provas e trabalhos... Acho que estou indo bem em todas as disciplinas — respondeu ele.

Legal! Consegui fazer com que minha pergunta tivesse algum sentido...

Ufa!

— E as namoradinhas? — questionei, meio que me arrependendo de ter feito essa pergunta.

Meu filho ficou sério, franziu o cenho, pensou por um instante, tentou desviar o olhar, e nada saía de sua boca.

De repente...

— Não curto ficar com mais de uma garota — soltou Luiz Pedro Fernando Henrique.

Até que faz sentido sua resposta.

Namoradinhas? Credo! De onde surgiu esse assunto?

Mas enfim...

— Tem alguma menina que... você esteja gostando? — questionei, sendo persistente.

— Ah... Tem uma gatinha aí, mas acho que não vai dar em nada — revelou meu filho.

Finalmente!

Por dentro, eu estava pulando de alegria, e gritando em voz alta o quanto me senti feliz e realizado por estar envolvido em uma conversa com meu próprio filho.

Talvez, se não estivesse em local público, poderia chorar...

Tentei segurar as lágrimas... mas não deu muito certo.

— Com licença, filhão — falei. — Preciso ir ao banheiro.

Fui ao banheiro mais próximo.

E chorei... Chorei como se não existisse um amanhã. Fiquei tão emocionado por ouvir que meu filho está gostando de alguém.

Não fui maduro o suficiente para dar continuidade ao diálogo. Nossa conversa depende de muito esforço e reflexão da minha parte. Somos de épocas diferentes, e sinto que a minha experiência ajude no momento, mas eu tenho que saber usar as palavras, encontrar a melhor maneira de explicar como ele deve agir.

Joguei uma água no rosto, voltei para o restaurante, sentei com meu filho, respirei fundo e apenas sorri.

— Está tudo bem, pai? — questionou Luiz Pedro Fernando Henrique, preocupado.

— Está tudo ótimo, sim... — respondi. — Bom... Você pode falar um pouco sobre a tal menina?

— Não tenho muito o que falar. É que eu e ela ficamos uma vez.

— Quando?

— No acampamento... E desde lá, não nos falamos mais.

— Ela não é amiga da sua irmã? — perguntei, surpreso. — Por que vocês não se falaram mais?

— É que... Espera! Como você sabe que ela é amiga da Kauany? — questionou meu filho, desconfiado.

— Sim, a Martinha é amiga da... — Ops! Falei demais. — Você me contou.

Não consegui me sair muito bem.

— Sinto muito, só que eu não disse o nome da garota, muito menos que ela é amiga da Kauany — discordou Luiz Pedro Fernando Henrique.

E agora?

O que fazer?

— Eu deduzi — soltei.

Foi o que me veio à cabeça no momento.

— Tudo bem... Vamos falar de outra coisa? — pediu meu filho.

Assenti com a cabeça, fechei os olhos, e por dentro, murchei. Me senti um fracassado.

Esperamos pela comida, ficamos em silêncio, apenas observando o movimento, e ambos, provavelmente, estávamos pensando no que aconteceu.

💚💚💚💚

Mais tarde, antes de começar a social, deixamos tudo preparado. Kauany decidiu decorar a parte da cozinha e da sala, com balões, fotos e adesivos.

Débora e eu ficamos cuidando da comida. Combinamos com nossos filhos de servir seus amigos para que todos pudessem aproveitar ao máximo.

Alguém bateu à porta...

— Quem será? — questionou Kauany, curiosa e desconfiada.

Acompanhei minha filha, e ao abrir a porta...

— Oi — disse uma menina, que estava com um vestido colorido, cabelo amarrado, no estilo rabo de cavalo, e segurando uma bolsinha rosa.

Seu sorriso não saía do rosto.

— Oi, Laís — disse Kauany. — O que você está fazendo aqui?

— Feliz aniversário! — soltou a menina, que se chama Laís.

— Não é o meu aniversário — discordou minha filha.

— Ah, que bom. Porque eu esqueci de comprar um presente para você — respondeu Laís, dando uma risada ao fim do comunicado.

— Na verdade, a social é apenas para a gente se divertir — esclareceu Kauany. — E ninguém está de aniversário.

— Quem é? — questionou Luiz Pedro Fernando Henrique.

— É a Laís — disse minha filha.

— A festinha só começa daqui a uma hora, por que você chegou cedo? — perguntou meu filho.

— É que eu gosto de chegar cedo — justificou a menina, entrando e sorrindo (o tempo inteiro).

— Fique à vontade — falei.

Kauany fechou a porta, foi até a cozinha, e disse:

— Estamos ensaiando para a peça, e ela está no elenco, por isso, eu convidei a garota.

— Tudo bem, querida — disse Débora.

A menina é muito linda, mas é meio estranha. O bom de tudo é que ela parece ser animada.

Da cozinha, olhei para a sala, e avistei Laís dançando.

Meus filhos estavam terminando de arrumar a decoração na parte da cozinha, Débora e eu preparamos alguns lanches para servir a única convidada presente.

Após preparar o primeiro prato de sanduíches, levei até a sala para servir.

A menina estava sentada no sofá, com o celular em mãos e totalmente entretida.

— Aceita um sanduíche? — Laís não me ouviu. — Oi... Estou falando com você, menina.

— Oi — disse ela, com um sorriso no rosto.

— Aceita um sanduíche?

— Não... Eu quero dois.

Parece que ela está com muita fome.

Olhei para o outro sofá, e também vi meus filhos mexendo no celular.

— Vocês não conseguem viver sem este negócio nas mãos? — questionei.

— Não — respondeu Kauany.

— Na minha época, não tinha essas coisas, não — falei.

Coloquei o prato de sanduíches na mesinha de centro e cruzei os braços, analisando todos que estavam na sala.

— Mas quando você era jovem, tinha outras coisas que também eram legais — disse Luiz Pedro Fernando Henrique.

— É — concordou Laís. — Tipo os dinossauros e as pedras.

Nossa!

— Não cheguei a pegar a época dos dinossauros — discordei.

— Sinto muito — disse Laís.

Depois desse momento, sem dúvidas, minha autoestima sumiu, desapareceu e ficou escondida.

Voltei para a cozinha, contei sobre o que houve para Débora, e minha mulher riu. Ela achou engraçado o fato de a menina achar que sou da época dos dinossauros.

Tentei esquecer o ocorrido, porque o meu foco era outro.

A social nem começara ainda, e eu já estava ficando meio irritado.

💚💚💚💚

Música alta, adolescentes dançando para todos os lados, muita animação, e lá estavam os dois: Luiz Pedro Fernando Henrique e Martinha.

Não entendi como eles estavam tão distantes. Tentei aproximá-los o máximo possível, mas nada adiantou.

Fiquei parado em um canto, me segurando para não dançar. O amigo de meu filho, Tomate, se aproximou e disse:

— Essa social tá o máximo, tio Ricardo.

— Obrigado — agradeci.

De repente, outra música começou a tocar, e Kauany gritou:

— EU AMO ESSA MÚSICA!

Quase fiquei surdo!

Como ela consegue falar mais alto que a canção?

E a sala estava cheia de adolescentes, dançando, pulando, conversando, comendo, bebendo, se divertindo...

Pois é, parece que nós soubemos organizar muito bem a social.

— Querido! — chamou Débora.

— O que foi? — perguntei.

Ela me levou até a cozinha, em um canto menos barulhento, e perguntou:

— Percebeu alguma coisa de diferente?

— Não.

— Seja mais eficiente, por favor.

Eu detesto ser pressionado.

— Tio! — chamou Tomate. — Nós queremos mais comida.

— Mas eu levei dez bandejas com comidas diferentes e coloquei na mesinha de centro — falei.

— É que o Lupe comeu tudo, e não deixou nada para a gente.

— Esse seu filho come demais, hein, Ricardo! — reclamou Débora.

— Não esqueça que ele é seu filho também — retruquei.

Fiquei feliz por não ter que ouvir minha mulher discutindo pela forma como Tomate chamou Luiz Pedro Fernando Henrique.

Preparei outras bandejas e levei até a sala.

Kauany estava se preparando para cantar. Todos pediram que ela soltasse a voz no microfone.

Alguém trouxe os aparelhos necessários para que minha filha pudesse utilizar e mostrar seu talento.

Fico muito feliz por saber o quanto Kauany é admirada pelos amigos. Inclusive, percebi que um tal de Lucas não tirava os olhos dela enquanto cantava.

Todos admiramos sua apresentação.

Sempre achei que fosse reagir de forma negativa quanto às trocas de olhares que me minha filha teria com algum menino. Mas até que fui compreensível no momento, e confesso que fiquei feliz.

Foquei em Luiz Pedro Fernando Henrique e Martinha. Ambos estavam se olhando enquanto Kauany cantava.

Deveria ter conversado com ele mais cedo, só que me saí muito mal. Ainda precisamos conversar, e sinto que estou quase lá.

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