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XXII. O ESPERADO E O INESPERADO

Lawrence estava na recepção da delegacia quando Peter chegou. Os pés inquietos denunciaram a ansiedade do detetive, que àquela altura já havia enchido a paciência de Cassandra, a secretária, com perguntas que ela era incapaz de responder.

— Bom dia — cumprimentou Peter, trazendo em mãos dois copos, ele ofereceu um para Lawrence.

— Bom dia. Obrigado pelo café — replicou Richard com desconfiança.

— Isabelle disse alguma coisa do depoimento? Algum novidade? — Lawrence balançou cabeça em negativa.

— Apenas disse que precisava dar um depoimento. Que lembrou alguma coisa.

Bane não disse nada, mas pensou muita coisa. O desejo de fazer um novo depoimento deve ter ocorrido ainda àquela manhã ou ela teria comentado alguma coisa na ligação da noite anterior. Era de suspeitar a atitude repentina.

— Foi uma péssima ideia não ter mandado um dos nossos para cuidar dela no Kansas — comentou Richard em voz alta. — Se tivesse alguém poderíamos ter uma ideia do que se trata.

Mais uma vez o detetive Bane manteve-se calado, levando o café até os lábios. Já estava ficando frio e desagradável, porém ele não iria jogar o dinheiro fora.

— Está quieto hoje — disse Lawrence.

— Não há muito o que se dizer — replicou Peter. — Estou apenas intrigado.

— Ah, sim, preciso mostrar a você algo que descobri ontem...

— Então vamos entrar. Não aguento mais ficar em pé.

Daniel Stifler foi o primeiro da delegacia a perceber a aliança que se formou entre Lawrence e Bane. Os dois estiveram boa parte da manhã envolvidos nas informações novas e a ansiedade para saber o que diabos Isabelle traria de novo a investigação. A súbita amizade entre os dois despertou um pequeno ciúmes no perito, que sempre tivera Peter como o único amigo de verdade na delegacia. Além de Samantha, é claro.

Quando Stifler estava levantando-se para chamar Peter para almoçar, a delegacia agitou-se; a tão esperada testemunha tinha chegado.

Peter Bane tinha certeza que já havia visto mulheres mais bonitas; mulheres que ao cruzar o corredor ele não podia evitar acompanhá-las com o olhar; eram deusas que permitiam que meros mortais como ele admirassem de longe a beleza delas. Isabelle Stuart nem mesmo tentava ser uma delas — vestia-se discretamente e nem mesmo importou-se em maquiar-se para vê-lo. Ainda assim, Isabelle entrou no grupo seleto de mulheres que apenas a menção por terceiros fazia seu estômago gelar. E era daquela forma gostosa e meio masoquista: o sentimento de ansiedade e anseio por vê-la.

Que ela não esteja envolvida com o crime, meu Deus. Por favor.

A prece de Peter era infantil e um tanto constrangedora; por isso só poderia ser direcionada a um ser divino.

— Oi, Peter — cumprimentou ela com um sorriso contido. — Onde posso pegar um pouco de água? Preciso tomar um remédio...

Ela olhava de baixo para cima; o olhar não durava mais do que cinco segundos. A aparente timidez quebrava-se quando os lábios apertavam tentando esconder o sorriso.

Peter repetiu a oração.

Sentados na sala de depoimento, os dois detetives do caso Stuart já tinham fixado quem seria o bom e o mau policial. Passado de quinze minutos desde que Isabelle havia chegado, estavam os três em seus devidos lados da mesa.

A vítima e suspeita carregava uma expressão confortável ao chegar na delegacia, mas que foi murchando como uma flor que passou muito tempo sem receber os raios do sol. Na sala escura parecia uma mulher muito pequena, embora fosse mais alta que a média.

— Por que o interesse súbito de depor mais uma vez, Isabelle? — indagou Lawrence.

Ela voltou o olhar para a mesa, incapaz de encarar o detetive.

— Ontem, antes de dormir, eu lembrei de algo. — Isabelle tocou a própria testa e franziu as sobrancelhas. — Agora... Agora... Está difícil lembrar.

— Está dizendo que a memória desapareceu? — perguntou Bane com cuidado. — Lembra-se do que se tratava?

— Sim — replicou ela, a voz trêmula de repente. — Meu Deus, como pode isso ter fugido de minha cabeça? Era algo sobre... Algo... Quando estava naquela casa.

A mão tremeu-se em demasia; escondeu-a no colo.

— Não está confundindo com o dia que foi resgatada? — pressionou Richard, inclinando-se para frente.

Ela segurou a cabeça com as mãos e fechou os olhos com força. Uma forte enxaqueca dominou a cabeça; daquelas que fazia ficar insuportável pensar.

— Isabelle? Você está bem? Quer que eu pegue água para você? — disse Peter, solícito.

A mulher cerrou os dentes e um choro de dor molhou seu rosto. Com apenas um olhar, Bane avisou ao companheiro: depoimento só depois.

Mas, quando os dois estavam sozinhos, Lawrence mostrou-se impaciente.

— Ela mentiu no primeiro depoimento e aposto que vai mentir nesse também.

— É normal fabricar memórias inexistentes quando se está mentalmente instável... — replicou Bane. — Você viu como ela estava, Lawrence.

— Não acredito que você, um homem inteligente, tá caindo nessa conversa dela.

— E você, um homem experiente, está partindo para suposições que não passam de achismos.

Richard pôs as mãos na cintura para não bater no parceiro. Peter era teimoso como uma mula — ele também não era o dos mais maleáveis. Nessas horas sentia falta do antigo parceiro que não ajudava em nada, mas também não atrapalhava.

— Você viu o relatório da psicóloga? Deveria ter chegado ontem. — indagou de repente o detetive Bane.

— Nada.

Os dois olharam para a cadeira onde Isabelle estava sentada. A oficial Samantha conversava com ela, acalmando-a.

Richard apontou para a Stuart:

— Ela só mentiu e está mentindo de novo. Está brincando conosco. Se ela não fazer o depoimento que vale a pena até meia-noite, pode ter certeza que será presa preventivamente. — Balançou a cabeça apontando para o computador. — Ela e aquele noivo estarão presos antes do final de semana.

Peter fitou a mulher mais uma vez. Desde a sala tinha uma teoria, mas não poderia contar com Richard. Teria que ir sozinho.

— Dê-me mais um dia.

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Foi o primeiro jantar da família Bane que Peter sentiu-se aliviado por não ser o centro das atenções dos pais. As perguntas eram direcionadas a noiva de Andrew, a quem até aquela noite ninguém conhecia. Danielle Léon era mexicana. Embora a sua ascendência não era evidenciada pelos traços externos, o sotaque de quem tinha inglês como segunda língua denunciava suas origens. Era doutoranda em Literaturas indígenas e tinha um currículo tão impressionante quanto o de Andrew – eram, com toda certeza, um casal bonito.

— Estou impressionada de não ter conhecido-a antes, Daniela – comentou a Sra. Bane. – Digo, Andrew a escondeu de nós por muito tempo.

O filho mais velho dos Bane deu um sorriso apologético.

— Decidimos manter nosso relacionamento em segredo por um tempo porque éramos da mesma universidade – justificou Andrew.

No canto da mesa de jantar, Klaus Bane mal encarava o casal de noivos. Estava irritadiço, embora fosse difícil definir a origem de seu mau humor.

– Há quanto tempo é cidadã americana, Daniela? – indagou o líder da família.

A mulher piscou aturdida. Peter, que mastigava sem pressa o salmão de seu prato, engoliu o pedaço em silêncio.

— Por que a pergunta, senhor? – indagou ela com os olhos erguidos para cima.

— Ora, que pergunta sem nexo, querido – interviu Olívia Bane com um sorriso apologético. — Que pergunta impertinente.

— Concordo — disse Daniela, incapaz de deixar a indagação fugir entre os dedos.

Klaus Bane coçou a garganta. Ficou constrangido de repente. Peter afundou-se na cadeira, a vergonha pelo pai atingindo-o como fosse na pele dele.

— Estou dizendo porque claramente você veio já mais velha, não é? Por conta do sotaque — justificou gesticulando em demasia.

Danielle deu um olhar de aviso antes de dizer:

— Vim para os Estados Unidos quando tinha quatorze anos quando meus pais vieram trabalhar aqui. Sou cidadã americana há quase quinze anos, senhor.

O silêncio instaurado foi o dos mais desconcertantes. A comida tornou-se mais saborosa, contando que toda a família passou a buscar as panelas e tigelas espalhadas pela mesa de jantar.

Os relacionamentos amorosos de Andrew era o calcanhar de Aquiles dele. O filho preferido era bem sucedido, inteligente e de boa aparência — era, também, possuidor de uma saúde quase imbatível. Porém, as escolhas amorosas eram sempre questionadas pelos pais. Não era de surpreender que desde que assumiu ser bissexual, Andrew Bane não havia levado ninguém para apresentar aos pais. Até agora.

— Como vão as preparações do casamento? Precisa de alguma ajuda? — indagou Peter de repente. — Nunca fui padrinho de casamento, nem sei o que devo fazer nesses momentos.

Andrew sorriu para o irmão mais novo em um quieto agradecimento.

— Pode começar a planejar a despedida de solteiro. É a única coisa que a Dani não poderá palpitar.

— Você faz soar como se eu fosse uma controladora — reclamou a noiva.

— E não é?

— Só um pouquinho...

O noivo riu e deu um rápido beijo na bochecha de Danielle.

Emocionada, Olívia Bane pôs a mão no peito com um suspiro.

— Estou tão feliz que teremos netos. Por um tempo tive medo que você não fosse nos dar essa oportunidade.

Peter segurou o garfo no ar.

— Mas você já tem uma neta, mãe — replicou Peter.

— Eu quase nunca vejo ela — reclamou Olívia. — Se você a trouxesse aqui mais vezes...

O detetive agarrou o talher com mais força, segurando-se para não dar uma resposta atravessada para mãe dele.

— Como a senhora tem tanta certeza que queremos ter filhos?

Olívia encarou-os espantada.

— E vocês não querem?

Danielle tocou no braço de Andrew.

— Nós achamos que essa é um planejamento para o futuro — justificou Danielle com um sorriso conciliador. — Pode acontecer e também não pode acontecer.

A atitude da noiva não abalou a posição defensiva de Andrew. Estava engolindo mais sapos do que gostaria desde o início daquele jantar e a paciência dele havia esgotado-se.

— Fale, mamãe. Por que acha que eu não queria filhos antes?

A matriarca dos Bane começou a gaguejar, o rosto ficando vermelho de vergonha dos próprios pensamentos.

— Deixe sua mãe em paz — defendeu Klaus. — Você sabe muito bem o porquê dela ter dito isso.

— Não sei — replicou Andrew com o rosto falsamente confuso. — O senhor poderia me dar uma luz?

Klaus deu um soco na mesa, impaciente.

— Deixa de perturbação, moleque. Sua mãe está satisfeita, não é importante? Quer ouvir o quê?

— A verdade.

— A verdade?! — Klau lançou os talheres no prato. — Porra nenhuma.

— Klaus, isso são modos? — ralhou Olívia.

— Vai me dizer que não é um alívio que ele tenha escolhido uma mulher pra se casar? Sua mãe está aliviada que você não vai casar com um homem. Aliviada.

Andrew levantou-se bruscamente. Sem dizer nada, saiu da mesa de jantar em rápidos passos, sendo logo depois acompanhado pela noiva preocupada.

Peter terminou de mastigar o peixe que estava na boca. Tomou o resto da Doctor Pepper enquanto ouvia Olívia chorar e dar socos no braço do marido. "Seu imbecil! Por que disse isso a ele?" e Klaus ralhava de volta dizendo que só queria ter uma refeição em paz.

— Bom saber que os Bane ainda têm a habilidade de estragar um jantar como ninguém — Peter disse para ninguém em particular, antes de limpar a boca e ir atrás do irmão.

A visão de Andrew tentando conter o choro deixou o coração de Peter pequeno no peito. Danielle falava e ele assentia, mas não parecia realmente estar escutando as palavras de conforto da noiva. Poucas vezes o detetive viu o irmão mais velho tão despedaçado — a única vez foi quando ele abriu-se para ser quem ele era. Quando aconteceu, Peter não sabia o que dizer; agora ele também não tinha qualquer palavra que ajudasse de verdade. A dor da rejeição só poderia ser quebrada por quem a causou.

Danielle e Andrew encararam Peter na porta. Os três ficaram em silêncio esperando que o outro falasse, as palavras perdidas entre os acontecimentos.

Peter aproximou do irmão e abraçou-o. O Bane mais velho aceitou com desespero e voltou a fungar.

— Talvez eu nunca tenha dito isso, Andrew, mas eu te amo — disse Peter. — Amo você do jeito que você é.

— Também te amo, irmão.

Danielle encarou a cena encantada. Não havia criado qualquer julgamento do cunhado até aquele momento: ele era, com certeza, um grande homem.

— Tenho que voltar à delegacia, mas se quiser dormir lá em casa hoje as portas estão abertas — sugeriu tirando a chave da casa do bolso. — Acho que Sly vai receber vocês bem.

— Obrigado.

O detetive arrumou o casaco e deu um sorriso para o casal antes de despedir-se.

— Quero fazer uma pergunta, Peter — pediu Andrew quando o irmão já estava de costas. — Posso?

O caçula olhou para trás e deu os ombros.

— Você aceitaria ser meu padrinho se Danielle fosse um homem?

— A sua pergunta me ofende, Andrew — replicou Peter. — Parece até que não me conhece.

E Andrew deixou que o irmão fosse enquanto a onda de amor que sentia por ele cresceu, tomou lugar no coração e o confortou.

O detetive demorou um tempo para ligar o carro. No silêncio do automóvel, permitiu-se suspirar e xingar todas as complicações da vida. Permitiu-se ser egoísta e desejou que Danielle e Andrew tivessem vários filhos e que eles nunca conhecessem os avós.

Enquanto apertava o cinto, o celular de Bane tocou. Era Lawrence.

— Você já está vindo? — disse sem delongas. — Elliott chegou com o advogado de Isabelle. Temos um problema.

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N/A:

O cerco se fechou e estamos entrando para os capítulos reveladores da história. Muitos de vocês tem entrado em teorias que se aproximam muito dos suspeitos e acho que vão ficar felizes em ter acertado. Ou não.

Vejo vcs semana que vem.


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