Capítulo 1
O ano era 2019.
amanhecia na cidade do Rio de Janeiro.
Henrique estava preso sob acusação de matar a esposa.
Susana estava no escritório esperando seu chefe.
_ esta pronta para viajar com o acusado? Perguntou o chefe dela sorrindo-lhe
_ sim. Susanna devolve o sorriso
_ o avião já esta esperando sua chegada. Ele será levado ao distrito federal. Seu trabalho é acompanhá-lo e levá-lo em segurança.
Susana apenas começava a trabalhar como advogada.
_ pode confiar em mim.
Susana cumprimenta a mulher que lhe apertou a Mao em um gesto amigável. Susana era advogada de Henrique, um homem acusado pelo assassinato da esposa, não havia provas sobre o crime, Susanna o estudou por dias e sabia perfeitamente o perfil do acusado, Henrique estava preso aguardando o julgamento havia cinco anos, não tinha antecedentes criminais e tinha bom comportamento, Susanna estaria então, em seu primeiro caso ao defendê-lo no tribunal, com a coerência de que iria livrá-lo da sentença, uma vez que a policia não obteve provas concretas sobre o envolvimento dele no assassinato, este fato a motivou, porem sentia uma estranha sensação de que talvez, aquele caso fosse um dos mais difíceis de sua carreira, Susanna, não soube definir o motivo daquela estranha sensação.
No avião estavam apenas Henrique os pilotos e Susanna, ao entrar Susana sentou-se próximo a Henrique que estava algemado e com a cara de poucos amigos, o que Susanna constatou que seria absolutamente normal, uma vez que ele era um condenado _ ola. Ela o cumprimenta Henrique a fitou
_ costuma cumprimentar estranhos? Ele perguntou desviando o olhar para a janela do avião
_ sou sua advogada. - ele riu
_ sim, por direito o estado me concede uma advogada que não fará nada por mim. - Ele disse irônico
_ engano seu senhor Henrique, se pudemos comprovar sua inocência, estará livre da acusação. - Sua voz soou estranha ao dizer e a fita-lo entendeu o motivo
_ e a senhorita pode provar minha inocência? - Ele perguntou em tom de ironia novamente.
_ bem... Eu tenho bastantes informações relevantes senhor. - Então se recompôs, e o olhar daquele homem era frio e impassível.
_ claro. - Foi à resposta dele sem dar importância ao que Susanna dizia.
_ pode-se saber para onde estariam me levando? - Ele perguntou
_ para uma cadeia em Goiás. - Ela o observou por uns segundos
_ entendo, e acho que tanto faz. - Ele fechou os olhos recostando a cabeça no banco de passageiro, para ele não faria diferencia onde poderia estar, sentia aquela mulher analisando-o, o que o deixava nervoso e talvez excitado.
E Henrique ficou em silencio, durante o vôo o avião entra em pane. O piloto pede para amarrarem os cintos. O avião faz um pouso forçado sendo detonado. Caindo em uma mata.
Henrique desperta e estava algemado o avião pegava fogo e poderia explodir ele iria sair quando olhou para Susana desacordada ele tentava pega-la mais as algemas dificultavam, viu que a cabine estava em chamas.
_ senhorita! - Ele chamava por Susana
_ senhorita acorde! - Ele dizia sem ter como desperta-la ele a alcançou sem saber como a levando para fora do avião que explodia em chamas, segundos depois. Ele observou o avião em chamas e em seguida alcançou Susanna que seguia desacordada.
Henrique a esperava acordar e viu que ela respirava e tinha um corte na cabeça. Ela se moveu soltando um gemido, ao abrir os olhos ela deu um grito.
_ acalme-se. - disse Henrique sentado a grama daquele lugar desconhecido.
_ o que aconteceu?- Ela perguntou em desespero
_ acho que somos os únicos vivos agora senhorita. - Ele observou o lugar ao olhar para os destroços do avião, Melissa tapou a boca sufocando um grito de horror.
_ pode me tirar às algemas? - Henrique perguntou, ela o encarou
_ não posso fazer isso. - Susanna gemeu tocando na cabeça onde havia um corte.
_ certo. Talvez não deva, afinal sou um assassino que a livrou da morte, não parece irônico?- Ele foi bastante irônico naquele instante.
_ você é um condenado. - Ela disse arrependendo-se por suas palavras, pois a observar aquele homem sentia um misto de emoções desconhecidas, mas que pelos fatos, não a assustava naquele instante.
_ parece que agora somos iguais, como vê senhorita. - ele a fitou com desdém.
_ eu vou ligar para a policia. Meu celular? - Ela perguntou
_ acho que ele pegou fogo. - Ele apontou para as chamas.
_ oh meu Deus! - Susanna estava zonza onde estamos?
_ eu não faço ideia senhorita, mas acredito que passaremos a noite aqui. E assim foi.
Passaram a noite naquela mata fechada, Susana não fazia ideia de onde estavam.
_ acha que alguém vira nos salvar? Ela perguntou sentindo medo invadi-la.
_ podemos acreditar que sim, não por mim, mas pela advogada, é claro. - Ele disse irônico, ela gemeu ao olhar uma ferida em sua perna.
_ acho que precisa de cuidados senhorita.
Henrique observou o ferimento dela.
_ acaso o senhor é medico? Ela perguntou irritada
_ bombeiro.- Ele disse, ela encarou surpresa aquele homem de sorriso tentador.
_ acredito que não te disseram não é mesmo? Ele sorriu ao dizer.
_ não, não me disseram mesmo. - ela o fitou desconfiada
_ tire minhas algemas. - Ele pediu mostrando-lhe as mãos algemadas, ela o fitou e silencio observando os traços daquele homem. Ele tinha os cabelos negros e olhos negros como a noite, era um homem bonito e de traços fortes.
Susana sentiu um calafrio quando o viu olhar para sua boca ela virou-se
_ que ironia minha advogada não confia em mim. Ele disse tentando deitar-se
_ não se trata disso senhor.
Susanna não poderia tira-lhe as algemas, não como sua advogada
_ e de que se trata então? Medo? Ele perguntou
_ se sentisse medo de acusados não seria uma advogada. Ela disse e gemeu
_ posso saber se esta quebrada ou não. Murmurou Henrique calmamente
_ e se estiver nada poderá fazer não tem gesso aqui, estamos perdidos ao que parece e Susanna olhou em volta, havia apenas mata, algumas arvores e uma imensidão de verde
_ um pedaço de pano e um galho ajudariam muito a melhorar sua dor. Henrique observou o ferimento dela
_ não esta doendo tanto assim. Obrigada. Frisou Susanna, tentando desviar a atenção que aquele homem tinha
_ não há de que boa noite. Ele disse
Susana tentava dormir e não conseguia
_ não deve estar nada confortável ela o ouviu comentar e ficou surpresa, pois acreditava que ele já estava dormindo
_ achei que estava dormindo. Ela disse
_ nesta posição desconfortável e sobre esta grama não parece fácil dormir. Ele comentou, ela o fitou olhou a algemas dele
_ você me tirou do avião. Sua voz foi quase um sussurro
_ sim. Estava desacordada
_ você me salvou foi um ato heroico. Ela o observa, ele estava deitado e tinha os olhos fechados
_ é o que parece.
após uma breve pausa Henrique murmurou.
ela caminhou ate ele e agachou ao lado dele que a observou apenas, a viu pegar umas chaves
_ que bom que não deixei na minha bolsa. Ela disse retirando as algemas
_ então agora confia em mim.
Comenta, enquanto ergue as mãos para ela livrá-lo das algemas
_ salvou a minha vida é o mínimo que possa fazer neste momento. Afastando-se ela sentou sobre a grama.
_ agradeço a confiança, afinal sou um assassino. Fechando os olhos, Henrique tentava dormir ela o fitou e sentiu calafrios. Era a advogada dele deveria acreditar na sua inocência
_ se predomina um assassino? Henrique a ouviu perguntar tão calmamente que se fez crer, que ela realmente acreditava em sua inocência
_ é do que me acusam.
Foi o que ele conseguiu dizer, falar sobre sua condenação sempre o deixava irritado e perdido
_ e você é um assassino? Susanna tornou a perguntar com mais ênfase, o que deixou Henrique irritado, porem sensato e exausto ele apenas diz
_ talvez você possa dizer melhor do que eu.
Amanhecia, e quando ela desperta não vê Henrique se desespera e começa a procurá-lo mata a dentro quando sentiu uma mão em seu ombro ela deu um grito
_ acalme-se
_ onde estava?Ela perguntou nervosa com mãos trêmulas.
_ fui procurar ajuda.
ele sentou-se a grama ela o fitou
_ você e um detento, esta preso entendeu?
_ sim senhorita, eu entendi perfeitamente.
Frisou ele em tom sarcástico
_ pensei que havia fugido.
comentou Susanna, ignorando o tom daquela conversa e a forma que ele a fitava
_ para onde eu deveria ir senhorita? Estamos longe da civilização mais próxima.
_ você não encontrou nada ou ninguém? Ela perguntou curiosa.
_ não, e poderá ver você mesma.
Ele olhou para o ferimento que ela tinha na perna
_ isso parece infeccionado. - Henrique analisou.
_ eu não faço ideia. - Susanna observou o ferimento, ela nem mesmo o viu aproximar-se ate que ele a tocou na testa e novamente Susanna sentiu o corpo arrepiar-se.
_ não esta com febre. - Ele notou que Susanna se recolheu quando a tocou, mas não disse nada sobre, aquela mulher o intrigava o observava com olhos famintos a mesmo tempo que o analisava receosa.
_ teria notado, eu acho. - Susanna notou que o deixou desconcertado
_ se me permitir posso buscar alguma erva na mata para amenizar esta infecção.
Ela o fitou desconfiada.
_ estou bem. Foi somente um corte. Susanna suspirou sentindo um leve tremor no corpo
_ bem profundo por sinal. - ele avaliou
_ estou ótima já disse, obrigada.
_ temos que nos abrigar, estamos em uma selva, e há animais selvagens aqui. - Sem pensar Susana o abraçou apavorada. Ele riu divertindo-se.
_ eu... Desculpe-me tenho certo...
_ pavor? - Ele perguntou sorrindo
_ exato. Pavor de animais selvagens. Susanna ficou sem jeito.
_temos que nos abrigar. A noite os animais selvagens caçam e podemos tornar-nos a próxima refeição.
Ele sorriu ao ver aqueles olhos com um tom mais azul que ele já vira.
_e aonde iremos nos abrigar?
- Ele suspirou
_ teremos que construir algo para abrigar-nos.
_ sabe fazer isso? - Ela perguntou enfática
_ não,mas sei sobreviver senhorita. Ela riu
_ nao tem comida aqui.
_ sim, tem caça. Temos muitas possibilidades aqui.
_ eu nao como animais mortos.
Ela fechou os olhos expressando angustia.
_ não me diga que e vegetariana? Ele perguntou em tom irônico
_ sim eu sou. E fico satisfeita com frutos da terra.
comentou orgulhosa
_ pois se não quiser morrer de fome terá que comer o que eu caçar senhorita.
Henrique diz categórico.
_ neste caso, caso talvez eu abra uma exceção.
murmurou Susanna para o espanto de Henrique.
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