C A P Í T U L O 7
Depois de uma guerra,o normal é se sentir bem,certo? Nós ganhamos a guerra,a paz reinava em Atenas mas minha consciência pesava tanto quanto o saco que estou socando furiosamente,já faz um mês desde a guerra contra Orochi e tudo o que eu sinto é um profundo vazio insano em meu peito. Talvez tenha me arrependido de mata-lo. Não, não é isso. Sei que não. Então o que está me deixando tão inquieta nos últimos dias? O que vem me deixando acordada a noite,faz uns três dias que não consigo dormir,não sei o que está acontecendo comigo mas não consigo evitar. Sono é a última coisa que eu tenho ultimamente.
- Ah,você está ai. Sabia que te encontraria aqui,vamos está na hora. - diz Apolo me estendendo um copo de água que aceito de bom grado.
- Não tenho certeza sobre isso. - digo indecisa. Apolo deu a ideia de irmos à minha antiga cidade para vermos se descobrimos algo mais sobre minha família, segundo Apolo e seus irmãos,a revelação de que eu sou da família de Orochi abalou muitas pessoas. Bem,não sei porque tanto alarde mas sei que a única coisa que sinto sobre aquela cidade é ódio e rancor. Não queria voltar lá mas queria saber sobre minha família. Eu tento negar mas a possibilidade de eu ter um irmão,família,sangue do meu sangue,me deixa tão feliz e ao mesmo tempo indecisa sobre o que sentir e achar.
- Vamos lá, saber sempre é a melhor opção.
- Você acha? - Pergunto bebendo o líquido gelado.
- Eu tenho certeza,baseio isso em minha triunfante expectativa em querer saber mais de você. Viu? Tudo que descobri foi que você é a mulher mais incrível que eu já conheci.
- Pare Apolo,não me bajule tanto,você pode acabar começando a acreditar realmente nisso. - dou uma risada e ele me puxa pela cintura,colando nossos corpos. Me dá um beijo lento.
- Freya...só você que não vê. - diz ele sorrindo. - Ouço o barulho das portas sendo abertas e nós dois olhamos para ela. Era Eros.
- Acho que vocês não vão precisar sair. - diz ele aponto para a porta. Apolo e eu olhamos um para o outro. Apolo fica quieto e pela maneira que inclina a cabeça,posso perceber que está escutando alguma coisa. Logo ele inspira profundamente e faz uma cara de surpresa.
- Freya,acho que sua família veio até nós. - diz Apolo e eu arregalo os olhos em surpresa. Do que diabos ele estava falando?
- Seu irmão veio te ver e disse que não fala com ninguém a não ser você. - Explica Eros.
- Meu irmão?! Está aqui? - digo sem acreditar. Eu queria ve-lo? Queria conhece-lo e quem sabe fazer dele uma parte da minha vida? Não. Sim. Não sei.
- Tudo bem,vamos lá. Onde ele está? - Enquanto caminho com Ares e Apolo até a sala onde meu irmão se encontra,minhas mãos tremem e meu coração bate mais rápido. Porque estou tão nervosa? Porque preciso de um irmão? Porque minha mãe nunca falou sobre ele? O que ele está fazendo aqui? Vou saber agora. Assim que entramos na sala não pude visualizar como ele era,estava com um capuz sobre o rosto,olhando para baixo enquanto desenhava com os dedos alguma coisa na mesa de madeira. Assim que a porta se abriu ele parou automaticamente e olhou diretamente para mim,não esboçou nenhuma reação. Mas eu sim,surpresa. A cor de seus olhos eram azuis e vermelhos,um agraciado. Apenas ficou me encarando,diria até que de uma maneira fria. Não saberia dizer. Chego perto do estranho que dizia ser meu irmão e me sento na mesa com ele,Apolo e Eros fazem o mesmo. Depois de um momento de silêncio,Apolo se pronuncia.
- O que quer com Freya?
- Você parece tanto com ela. - diz ele me assustando. Ele estava falando da minha mãe, tinha certeza. Não consegui dizer nada,apenas fiquei ali,em silêncio. - O que ela pensaria agora sabendo que você matou nosso tio? Não morria de amores por ele mas era da família. Saiu de casa dizendo que iria te trazer pra casa e recebo a notícia que você o matou a sangue frio. Que feio,irmã. - diz ele friamente. Não esboçou nenhuma reação enquanto falava e eu não conseguia pronunciar nada. Apenas ficava encarando seus olhos e imaginando tudo o que deve ter passado por causa deles. Todo a dor e sofrimento por causa daqueles olhos. Eu queria saber mais sobre ele,isso era certo mas não sabia se ele era uma pessoa a qual eu podia confiar.
- Pensei que tivesse deixado claro que queria falar com minha irmã, a sós. - diz ele abrindo pela primeira vez um sorriso arrogante em sua face que fez lembrar do sorriso do meu pai. Me fez lembrar tanto que me assustou.
- Não vou deixar ela sozinha com você, é um desconhecido. - diz Apolo firmemente.
- Nós dois sabemos que minha irmã pode muito bem me dar uns socos quando sentir vontade,então nós dê licença,por favor. Tenho assusntos de importância para falar com ela.
- Você é surdo ou... - Eros começa mas eu o interrompo.
- Tudo bem,nos dêem um momento. - Apolo me encara e entendo sua pergunta silênciosa. "Você tem certeza disso?" assinto e ele se levanta. - Muito bem. Se tentar alguma coisa,corto seus braços sem pensar duas vezes. - Apolo dá um sorrisinho cínico e meu...é tão estranho chama-lo assim. Meu irmão apenas o olha sem esboçar nada,seus olhos o seguem até que os dois saem e a porta é fechada,nos deixando a sós. Sua atenção volta pra mim.
- Não precisa ter medo de mim,não sou tão perigoso quanto você, na verdade acho até uma ironia o meu dom. - ele solta uma risada baixa e eu não digo nada. - Preste atenção,você matou o tio Orochi o que é uma merda,todos estão revoltados com você de onde eu vim mas eu entendo que você deve ter enfrentado muitos problemas. Meu pai nunca pensou muito na segurança dos filhos em primeiro lugar,era sempre o trabalho em primeiro lugar. Quando eles resolveram se infiltrar em Strix,minha mãe estava grávida de você e ela não queria ir mas nosso pai era um homem teimoso e muito orgulhoso,ele não se importou com a vida de uma criança,nunca achou que iria ter uma filha agraciada,na época meus olhos ainda estavam completamente azuis,mudei para o vermelho a pouco tempo. Eles morreram sem saber quem ou o que eu realmente era - ele faz uma pausa. - demorei muito tempo pra te conhecer e não quero te perder de novo,sei que ainda não confia em mim mas você pode,eu garanto. - assim que ele termina,penso sobre tudo o que me foi dito e chego a conclusão de que eu poderia aprender muito mais sobre mim com ele. Sobre nossos pais e nossas vidas. Também decidi que era cedo demais para confiar nele.
-Se posso confiar em você, diga-me. Qual é sua graça? - Ele pensa sobre isso e assente.
- Justo. Eu posso revelar a você, mas não aqui. Muitos sabem o que eu sou mas poucos sabem o que posso fazer. Posso confiar em você? Não poderá contar a ninguém sobre o meu dom.
- Tudo bem,vou manter o seu segredo, não se preocupe. - Ele estreita os olhos.
- Muito bem,vamos para uma caminhada e eu lhe digo. - Me levanto e ele faz o mesmo,assim que saio da sala,Apolo me barra.
- Nem pense nisso,*αγάπηq. - Apolo me repreende.
- Eu não vou demorar e já disse que é falta de educação escutar a conversa dos outros.
- Você não o conhece,ele pode...
- Não vai e sabe que não precisa se preocupar comigo. Volto rápido. - Ele assente e me dá um beijo na testa. Seu olhar dizia "É melhor voltar mesmo" saio dali com um completo estranho mas que era tão familiar para mim. Irmão. Não sei se um dia irei me acostumar com essa palavra.
*amor
NA: então gente,eu sei que eu disse que seria um conto mas percebi que a história não podia simplesmente terminar assim,então aqui estou eu pondo ela no gênero fantasia ao qual eu acho mais apropriado e continuando a história! Espero que estejam curtindo ^^
Só posso dizer...vem bombas por aí!!!
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