1º LUGAR
O primeiro lugar do pódio está preenchido por xxyangwen, com o conto de Sanza. Um conto fantasioso com aventuras emocionantes.
Comentem aqui o que acham da história. E se gostarem, não hesitem em ver outras obras do autor.
O sol despontava no horizonte, sua luz filtrando-se timidamente através da janela, enquantouma pequena criança de cabelos e olhos azuis lutava para abrir os olhos. Sanza, com suacama de madeira e palha, despertou em um mundo que parecia brilhar ao seu redor. Assimque se levantou, correu até a janela, e seus olhos se iluminaram com a visão mágica docéu. Um sorriso radiante se espalhou por seu rosto; a alegria transbordava de cada poro.
"Chegou, hehehe... O Natal chegou!" A voz de Sanza ecoou pela casa, cheia deentusiasmo. Sua energia contagiante atraiu a atenção de sua mãe, Jasmim, que entrou noquarto com uma xícara de café fumegante e um prato de biscoitos frescos.
"Bom dia, meu amor! Dormiu bem?" Jasmim perguntou, sua presença alta e formosarefletindo a beleza do dia. Ela se juntou à filha na janela, ambas admirando os flocos deneve que caíam suavemente do céu claro.
"Olha, meu bem, você é como a neve: leve, fresca e macia..." Jasmim disse, fazendo Sanzasorrir ainda mais, sua boca cheia de biscoitos enquanto abraçava a mãe. Jasmim,percebendo a animação da filha, levantou-se e dirigiu-se à porta.
"Vamos, Sanza! Hoje será um dia maravilhoso. Arrume-se, seu pai está nos esperando noPalácio Azul!" A mãe saiu do quarto, e a menina, radiante, trocou rapidamente suas vestes,ainda mastigando os biscoitos.
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O vilarejo pulsava de alegria, as pessoas transitando com cestas de frutas e alimentosfrescos, enquanto Sanza desfilava sobre a neve com os pés descalços. O sol da manhãrefletia sua luz sobre o manto branco, criando um espetáculo deslumbrante.
Sanza caminhava animadamente em direção ao "Palácio Azul", onde sua família eraconhecida por apresentar o mais encantador show de acrobacias da cidade. O nome dopalácio era uma ode aos seus cabelos e olhos azuis, que se destacavam entre oshabitantes do vilarejo.
Enquanto corria alegremente em direção ao seu destino, uma criança da mesma idade aacompanhou, também em uma corrida cheia de risos.
"Oi, Sanza! Viu como a neve nos acordou nesta manhã?" A outra menina, de cabelosbrancos e sorriso radiante, juntou-se a Sanza, sua felicidade era quase palpável.
"Sim! O Natal chegou!" Sanza respondeu, a empolgação nas palavras ecoando na brisagelada.
As duas amigas, com sorrisos contagiantes, finalmente chegaram ao "Palácio Azul".Entraram pela parte de trás, onde encontraram os pais de Sanza se preparando para oevento.
"Oi, Sra. Jasmim!" exclamou Penny, a criança de cabelos grisalhos, sua voz cheia deentusiasmo.
"Olá, Peny! E você, Sanza, se arrume! A rainha chegou!" Jasmim respondeu, sua expressãoradiante refletindo a alegria do dia.
Enquanto Sanza se vestia para o evento, a emoção e a felicidade transbordavam. Elaespiou pela brecha da porta, maravilhada ao ver o público em frente ao palco, todosaguardando ansiosamente, enquanto a rainha, cercada por guardas, se acomodava em seutrono, e ao lado dela, havia uma pequena criança, seu irmão; um menino de olhos e cabelosclaros, esperando ansioso. prontos para assistir ao espetáculo que estava prestes acomeçar.
Com um abraço apertado, Rufos, o pai de Sanza, a acolheu calorosamente. A menina,ainda recuperando-se do susto, não conseguiu conter seu sorriso radiante. Ele seguravauma caixa nas mãos, um mistério que prometia uma surpresa.
"Advinha quem vai ganhar um presente de Natal?" ele perguntou, com um brilho travessonos olhos.
Os olhos de Sanza se encheram de lágrimas de alegria, e a emoção também contagiouPeny, sua amiga. Ambas pularam de entusiasmo ao ver um filhote de lobo branco, compelos tão claros e cristalinos quanto a neve, saltar para o colo de Sanza. Ela caiu no chão,rindo enquanto o pequeno animal a lambeu, suas gargalhadas ecoando como sinos defelicidade.
"Obrigada, papai! O nome dele vai ser... Fera!" Sanza exclamou, seu sorriso iluminando oambiente enquanto acariciava o pequeno lobo branco.
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"Agora, com vocês, os Acrobatas do Palácio Azul!"
A voz do narrador ecoou pelo ar, anunciando a entrada triunfal de Sanza, sua mãe Jasmime seu pai Rufos. Os três realizaram acrobacias impressionantes, enchendo os olhos dopúblico com um espetáculo fenomenal. Os aplausos ressoaram como uma onda deemoção, e até mesmo a rainha parecia impressionada com as habilidades da família.
Sanza, a mais flexível e habilidosa do trio, executou um movimento único, girando em ummortal três vezes consecutivas. Ao aterrissar em pé, girou rapidamente, posicionando-seem uma pose de ataque, equilibrando-se com uma das mãos. O público aplaudiuentusiasticamente, e os aplausos confirmaram o sucesso de sua apresentação. A rainha eos espectadores estavam extasiados, celebrando aquele verdadeiro espetáculo.
Ao final da apresentação, fogos de artifício coloridos explodiram no céu, encantando aplateia. Contudo, o barulho repentino assustou Fera, o pequeno lobo branco, que correudesesperadamente, atravessando o palco e passando sob as pernas de Sanza. Ela tentoupegá-lo, mas caiu, e o lobo continuou sua fuga, emaranhando-se nas cordas e derrubandodecoração e objetos ao longo do caminho. A cena se tornou um caos, e, por fim, o impactoderrubou até mesmo a rainha de sua cadeira.
Sanza ficou em choque, correndo em direção aos pais, que se levantaram com cuidado. Arainha, agora furiosa, lançou um olhar gélido para a menina. Sanza, tomada pelapreocupação, se aproximou da rainha, pedindo desculpas, mas isso não foi suficiente. Arainha, em um ato de desprezo, chutou o lobo, fazendo Sanza explodir de indignação.
"Pare com isso, rainha malvada! É só um animalzinho!" ela gritou, a raiva pulsando em suaspalavras.
"Cale-se, escória!" A rainha respondeu, e o silêncio que se seguiu era pesado, todospresentes perplexos com a brutalidade da cena. Então, com um movimento brusco, a rainhadesferiu um tapa no rosto de Sanza, que ficou paralisada, lágrimas escorrendo pelo rostoenquanto seus pais a envolviam em um abraço protetor.
Jasmim: - Perdoe, Rainha.. ela é só uma criança, não sabe o que diz.
Sem hesitar, a rainha ordenou aos guardas que fizessem o pior, sua falta de compaixão eraevidente.
Diante de seus olhos, Sanza viu seus pais sendo perfurados por lanças, caindo inertes aoseu lado, e antes que pudesse processar a cena, ouviu as últimas palavras de sua mãe.
"Fuja, minha filha..." Jasmim disse, seu olhar carregado de desespero.
Sanza gritou, o sangue de seus pais salpicando seu rosto. A rainha avançou, uma espadareluzente em mãos, pronta para acabar com a vida da criança. Sanza estava paralisada, omedo a consumindo.
Em um instante, uma pedra atingiu a rainha, seguida por várias outras. Peny havia sido aprimeira a atirar, e logo os cidadãos do vilarejo uniram suas vozes em protesto contra oassassinato dos pais de Sanza. O caos se instalou, e Fera, o lobo, mordeu o rosto darainha, que, em resposta, o atacou, ferindo-o na barriga. Aproveitando a confusão, Sanzatomou a espada da rainha e, com Fera em seus braços, fugiu desesperadamente para forado vilarejo. O último olhar que trocou com Peny foi uma despedida silenciosa, umreconhecimento de que o mundo como conhecia estava desmoronando.
O vilarejo começou a arder em chamas, e o coração de Sanza se partiu ao ver sua vida emruínas. Com apenas seu lobo Fera e a espada em mãos, ela se lançou em direção aodesconhecido, determinada a sobreviver em um mundo que agora parecia sombrio e hostil.
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"Mesmo com tudo que aconteceu, ainda acho o Natal incrível."
Doze anos se passaram, Sanza, agora uma jovem, respirava profundamente o ar doce dedezembro, enquanto terminava seu treino com a espada de ponta dourada. A neve caíasuavemente ao seu redor, cobrindo o chão em um manto branco que refletia a luz do sol. Aoseu lado, Fera, seu lobo, havia crescido e se tornado robusto, sua pelagem espessa ebrilhante. Ele brincava alegremente, com a língua para fora, como se soubesse que aqueleera um momento especial.
"Calma, grandão!" Sanza sorriu ao acariciar a cabeça de Fera, sentindo a conexão profundaque compartilhavam.
Montando no lobo, Sanza guardou a espada e apontou para um imponente castelo aolonge, visível das montanhas. Sua silhueta majestosa cortava o céu azul, e a jovem sentiuum misto de admiração e determinação ao contemplá-lo.
De repente, uma figura surgiu à distância, segurando um cajado dourado. Era um ser depele azul, brilhante e reluzente, com estrelas estampadas pelo rosto e no cajado. Ele seaproximou de Sanza, fazendo um sinal de paz com os dedos.
"Sanza! Olha o que eu encontrei!" O ser azul, chamado Grinhker, exclamou com uma vozmelodiosa e afeminada, enquanto se aproximava, radiante de entusiasmo. Ele segurava umcartaz e o estendeu para Sanza.
"Que papel é esse?" ela perguntou, curiosa.
Examinando o cartaz, Sanza percebeu que se tratava de um aviso de procurado: "Vivo ouMorto, Dominic Oliver - Procurado". A imagem mostrava um homem com pele esquelética eolhos profundos, de um roxo hipnotizante.
"Procurado? O que esse cara fez?" Sanza perguntou, franzindo a testa.
"Não faço ideia," Grinhker respondeu, seu tom leve contrastando com a gravidade doassunto. "Só sei que ele era prisioneiro no castelo da Rainha e conseguiu fugir. Arecompensa por encontrá-lo inclui algumas boas moedas de ouro e, além disso, você ganhaum encontro com a Rainha Thorns."
A menção da rainha fez o coração de Sanza acelerar. Lembranças do dia que a traumatizouinundaram sua mente, reavivando a promessa de vingar seus pais e restaurar seu vilarejo.Fera, percebendo a tensão, se aproximou, ninhando a cabeça contra ela de maneirareconfortante.
"Uma boa chance de completar sua missão de vida, não?" Grinhker sorriu, piscando um dosolhos, e, ao fazer isso, uma estrelinha saltou de seus olhos de forma mágica.
Sanza subiu em Fera, enquanto Grinhker se transformou em uma esfera flutuante, repletade entrelas brilhantes, como uma galáxia em miniatura que dançava ao lado dela
"Sério, um dia ainda vou descobrir o que você realmente é," Sanza ponderou, olhando paraGrinhker com um misto de curiosidade e admiração.
"Eu sou uma estrela, meu amor," ele respondeu em um tom otimista e altruísta, semprecheio de luz.
"Vamos, Fera! Faltam três dias para o Natal!" Sanza gritou, a determinação pulsando emsuas veias. Ela estava convicta de que encontraria o homem procurado. O encontro com aRainha seria seu caminho para finalmente fazer justiça por aqueles que amava, e ela estavapronta para enfrentar o que quer que viesse em seu caminho.
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Após algumas horas montada em Fera, Sanza desceu do lobo, acariciando seu peloespesso enquanto caminhava pela floresta onde Dominic Oliver supostamente se escondia.As árvores estavam cobertas de neve, como se a natureza tivesse se vestido para umafesta encantada. O silêncio da floresta era quebrado apenas pelo som suave dos passos deSanza e o leve farfalhar da neve.
"Você é tão encantadora, Sanza," Grinhker comentou, seu olhar admirativo fixo na jovem.
"Obrigada, Grinhker. Você também." Eles trocaram sorrisos enquanto continuavam acaminhar pela floresta. Contudo, ao passar por um local camuflado por folhas, Sanzatropeçou, quase caindo em um enorme buraco que parecia uma armadilha.
"Droga!" ela gritou, enquanto Fera, ágil e alerta, a segurava com a boca, impedindo quedespencasse.
"Você me salvou, Fera!" Agradeceu, acariciando o lobo, que a recebeu com lambidasafetuosas. Mas logo, Fera começou a mostrar sinais de inquietação, rugindo em direção aoburaco, como se sentisse algo ameaçador emanando de dentro.
"É uma armadilha, mas... o que será que está lá?" Sanza questionou, a curiosidadesuperando o medo.
"Cuidado, isso pode ser perigoso," Grinhker advertiu, sua voz agora mais séria.
"Hehehe, eu sou o perigo, caro Grinhker..." Sanza respondeu, em um tom cômico,desafiando a situação.
Movida pela curiosidade, ela se aproximou do buraco, inclinando-se para ver melhor. Aofundo, um som peculiar começou a se manifestar, e até mesmo Fera ergueu as orelhas,alerta e espantado. O barulho se assemelhava a uma cavalgada, e parecia estar seaproximando a cada segundo.
Sanza: – Vocês estão ouvindo iss–? Ela começou, mas antes que pudesse completar afrase, um grande cavalo branco saltou em sua direção, ofuscando-a com sua sombra.Sanza olhou para cima, assustada, seguida pela reação similar de Fera e Grinhker. Era umacena ao mesmo tempo estranha e engraçada, todos congelados em um misto de surpresa.
"Irrá!" A figura montada no cavalo gritou, lançando uma corda que se prendeu ao corpo deSanza, arrastando-a pela floresta de forma desgovernada. Sem pensar duas vezes, eladesembainhou sua espada e pulou com toda a força, alcançando a pessoa em cima docavalo e desferindo um soco que a derrubou do animal. Sanza caiu de forma acrobática,puxando sua espada de cabo dourado e ponta branca enquanto a neve caía suavementeem seu cabelo.
"Quem é você?" Sanza perguntou, recuperando-se rapidamente.
A pessoa, uma cowboy de chapéu e roupas exageradas, sorriu de forma desafiadora. "Nummi vem com esses papo di 'quem é minha pessoa' que não caio nas tuas lábia, não!" Ela sepreparou, puxando duas pistolas do coldre e apontando para Sanza.
Nesse momento, Fera e o cavalo da cowboy se encararam, rugindo um para o outro,prontos para o confronto. O cavalo avançou, desferindo um coice poderoso que atingiuFera. O lobo, porém, rapidamente revidou com uma mordida feroz nas patas do cavalo, quecaiu ao chão, gemendo de dor. Fera rugiu em triunfo, como um verdadeiro predador.
Sanza não conseguiu conter uma risada ao ouvir a cowboy falar. Ignorando a situação, elaavançou com a espada em punho, enquanto a cowboy disparava, mas Sanza desviava commovimentos acrobáticos impressionantes. Em um movimento rápido, chutou as armas dacowboy, derrubando-a no chão e apontando sua espada para seu rosto.
Grinhker, flutuando em uma esfera de estrelas, observava a cena com um olhar divertido."Meu Deus, quanta barulheira... Vou ficar aqui na minha," ele comentou, seu tom irônico eafeminado ecoando na floresta.
A cowboy, agora no chão, olhou fixamente para o rosto de Sanza e a espada que elaempunhava. Uma expressão de reconhecimento cruzou seu rosto, e seus olhos sealargaram ao ver Fera, como se memórias esquecidas estivessem ressurgindo.
"Essa espada... É da Rainha..." ela murmurou, a surpresa evidente em sua voz.
Sanza franziu a testa, irritada. "O que você sabe sobre a Rainha? Você é aliada dela?"
O chapéu da cowboy caiu, revelando melhor seu rosto. Seus cabelos eram brancos,grisalhos como a neve. Sanza parou, observando a figura à sua frente, e então, as peças seencaixaram. Ambas se encararam, e a incredulidade tomou conta de Sanza.
"P-Peny? Não é possível!" A cowboy era, na verdade, Peny, e ambas estavam crescidas emudadas. Com lágrimas nos olhos, Sanza se lançou nos braços de Peny, sem pensar duasvezes. Elas choraram, um reencontro que pareciam ter perdido para sempre.
"Sanza! Sanza! Sanza! Não é possível! Você ficou tão legal!" Peny exclamou, a alegriatransbordando.
"E você virou uma caipira doida!" Sanza respondeu, rindo entre as lágrimas.
A nevasca aumentava ao redor delas, o ar gelado as envolvia enquanto se abraçavam,dançando como duas crianças bobas que haviam encontrado o que pensavam ter perdidopara sempre. A floresta, antes ameaçadora, agora parecia um cenário mágico, preenchidocom a luz de um reencontro inesperado.
Após o reencontro, Sanza e Peny estavam juntas, os olhos delas se encontrando enquantoSanza estendia a mão, ajudando a amiga a se levantar. O coração de ambas acelerava,doze longos anos de separação pesando sobre elas.
"Sanza: - Eu pensei que... você...", a voz de Sanza falhou, e ela abaixou a cabeça, aslágrimas escorrendo pelo rosto enquanto socava uma árvore, lembrando dos horrores dopassado. "Eu pensei que você tivesse morrido, como metade do vilarejo... e meus pais..."
Peny a abraçou, também em lágrimas. "Depois que você fugiu, eu fiz o mesmo. A Rainhacausou um incêndio no vilarejo, muitos morreram. Mas eu fiz como você, me tornei maisforte.- Seu olhar se voltando desesperadamente para o lobo Fera, que rugia em direção aocavalo.
Grinhker se juntou a elas, flutuando com sua postura elegante e um brilho de estrelas."Perdi alguma coisa?" ele perguntou, olhando entre as duas.
Enquanto seguiam para onde Peny apontava, as duas esqueceram do enorme buraco à suafrente e, num instante, caíram. Seus gritos ecoaram pelo espaço profundo e sombrio, mas,em um piscar de olhos, a sensação de queda se transformou em leveza, como seflutuassem. Grinhker havia, de alguma forma, levitado as duas, e uma iluminação suavecercava o lugar, repleto de estrelas.
"Obrigada, Grinhker!" Sanza exclamou, aliviada.
Peny, surpresa, olhou para Grinhker. "Oxe, isso daí é o quê?" Sua expressão era deespanto, mas positivamente encantada.
Grinhker, sempre mantendo o bom humor, respondeu com um sorriso radiante. "Umaestrela, meu amor, uma estrela viva." Seu sorriso parecia liberar um brilho encantador, comose as estrelas dançassem ao seu redor.
Enquanto isso, Peny se preocupava com seu cavalo, Polo, que estava com as patassangrando. Grinhker rapidamente usou uma magia suave que curava lentamente as feridasdo animal. Fera, por sua vez, também lamentava, não por dor, mas por culpa; ele mantinhaa cabeça baixa, e Sanza o acariciava para confortá-lo.
"Peny: - Oh, Sanza!" A inquietação na voz de Peny chamou a atenção de Sanza.
"Diga..." Sanza respondeu, ainda acariciando Fera.
"Por que você está aqui?" Peny parecia ansiosa, sua expressão revelando umanecessidade de entender.
- Eu cresci, e dediquei minha vida a fazer justiça pela minha família e todos dovilarejo. Há algo nesta floresta que a Rainha quer: Dominic Oliver. Vou usá-lo parame aproximar dela, e quando finalmente conseguir, eu..." Sanza se sentiu aliviada aodesabafar, finalmente compartilhando seus medos e esperanças com sua melhoramiga.
"Peny: - Que doideira, sô! Bom, eu vim aqui porque—" Mas antes que pudesse terminar, umbarulho ressoou na escuridão, como se algo estivesse quebrando. Uma criatura surgiu,envolta em um capuz escuro, revelando uma aparência esquelética, o som de ossos semovendo ecoando ao seu redor.
"Vocês estão procurando por mim..." A criatura falou, sua voz fria e ominosa reverberandono ar. Era ele, Dominic Oliver, o alvo da Rainha Thorns, e agora, o destino de Sanza e Penyparecia selado diante daquela presença aterrorizante.
Peny não hesitou e puxou suas pistolas, apontando-as para o esqueleto à sua frente. "Teachei! Vai fugir não, zé esqueletinho!" disse ela, sempre com aquele humor cômico que acaracterizava.
Sanza se juntou, com um olhar determinado. "Parece que te encontramos. Não resista, vaiser menos doloroso."
Dominic Oliver, com seus braços esqueléticos levantados, demonstrou paz, mesmoparecendo um adolescente assustado encolhido em seu casaco com capuz. "Esperem! Eunão vou lutar com vocês... Eu me chamo Dominic Oliver. Ouvi a conversa de vocês, e peloque parece, estão atrás de mim."
Sanza franziu a testa. "Por que a Rainha está atrás de você?"
"Digamos que minha irmã é um pouco imatura e exagerada," ele respondeu, sua vozcarregada de uma melancolia palpável.
Peny e Sanza trocaram olhares surpresos. "Irmã??" perguntaram em uníssono.
"Pois é... na verdade, eu sou o irmão bastardo da Rainha Thorns," ele revelou, a tristeza emseu tom fazendo o coração das duas mulheres se apertar.
Ainda desconfiada, Peny disparou um tiro em direção a ele, mas desviou propositalmente."Vixe, num' mi convenceu com esse papo furado aí, não."
"Espera! Espera! Espera!" Dominic parecia desesperado, sua expressão refletia tristeza eindecisão. "Eu era um prisioneiro dela. Consegui fugir..."
"Por que sua própria irmã te prenderia?" Sanza questionou, a incredulidade evidente emsua voz.
"Como eu disse, sou um bastardo... Sempre fui rejeitado pela minha família. Quando meuspais morreram, Thorns assumiu o trono e, bom, não demorou muito para mostrar suasgarras. Desde pequena, ela era maligna, desmembrava animais por diversão. Mas a únicacoisa que a deixava realmente feliz era o Natal..." Dominic falou, seu tom carregado detensão.
"O Natal..." Sanza repetiu, imersa em lembranças sombrias.
"Por que tudo o que acontece nessa desgrama envolve o Natal?"bPeny perguntou, frustrada.
"... Após ela governar tudo, eu fui deixado para trás. O poder e a luxúria dentro dela sóforam crescendo, até que tudo desabou em um certo dia. Era Natal, e ela estava animadapara assistir a um evento de uma família de acrobatas em um pequeno vilarejo chamadoPalácio Azul."
Sanza reconheceu a história imediatamente, a lembrança de seu maior trauma quase aderrubando.
"Eu também estava lá, e foi nesse mesmo dia, no dia mais importante para a RainhaThorns, que tudo saiu do controle. Um pequeno lobo branco causou o caos, atacando aRainha e—"
"Calado!" Sanza interrompeu, indignada. "O Fera não atacou ninguém. Aquela malditamatou meus pais a sangue frio e incendiou o vilarejo. Ela é um monstro!"
"Espera... Você é a menina da fera! Você quem roubou a espada da Rainha..." Dominicpercebeu a gravidade da situação. "Você é quem empunha a espada da bainha dourada.Ela busca essa espada até hoje. Foi um presente de Natal que nosso pai deu a ela."
"Agora é minha, e eu vou usá-la para te levar até ela e fazer justiça pelos meus pais e—"
"Tá bom!" Dominic respondeu, aceitando a situação de forma surpreendentementetranquila.
As duas se espantaram com sua reação simples e rápida.
"Oxi, como é?" perguntou Peny, confusa.
"Como assim?" Sanza se juntou ao questionamento.
Dominic balançou as mãos, mantendo a calma. "Vocês não me deixaram terminar minhahistória."
"Conta logo essa desgrama, o conto não pode passar de mil e quinhentas palavras,esqueletinho!" Peny disparou, impaciente
"Acontece que, depois daquele traiçoeiro Natal, ela ficou pior, impiedosa e repleta de ódiopelo Natal e pelos animais. Não demorou para ela matar meus cães, minha única paixão, naminha frente... E, após minha negligência, também me matou a sangue frio. O que ela nãosabia era que eu sou um ser de esqueleto espectral e sou incapaz de morrer. Então, ela meaprisionou durante anos até eu conseguir fugir e parar nesse buraco. Agora sou procurado."
"Cruel... Então isso significa que..." Sanza começou a juntar as peças.
"Sim, eu também quero vingança... Tirar ela do trono e governar o reino como deve ser,junto com a minha amada Marie e nossos cães," disse Dominic, com um tom cômico, mas aesperança em seus olhos era genuína.
"Irrá! Vamos pegar essa lambisgoia!" exclamou Peny, determinada.
Sanza ergueu a espada, e Fera rugiu bravamente ao seu lado. A atmosfera se tornoucarregada de confiança e determinação, todos ali compartilhando o mesmo objetivo.
Grinhker se juntou a eles, seu sorriso encantador brilhando como as estrelas. "Podemossubir? Acho que terminamos por aqui."
Eles concordaram, unindo-se em um único propósito: derrubar a Rainha Thorns e fazerjustiça.
Na Capital do Reino, a movimentação era frenética, mesmo sob a nevasca que caíaincessantemente. As pessoas eram forçadas a silenciar as festividades natalinas, umdecreto direto da Rainha. O clima de desolação pairava sobre a cidade, enquanto o friocortante acentuava a tristeza nos rostos dos cidadãos.
Sanza estava lá, encapuzada, segurando Dominic Oliver com uma corda, parada em frenteao imponente castelo. Erguia o olhar, sentindo o rancor e a fúria borbulharem dentro dela.Seu coração pulsava acelerado, mas sabia que precisava manter a calma.
"Oliver: - Acha mesmo que ela vai acreditar em você?"
"O que importa é que ela vai ouvir," Sanza respondeu, avançando com determinação. Ao seaproximar, foi parada pelos guardas, que exibiram um cartaz de procurado ao lado do corpode Oliver.
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Dentro do castelo, a Rainha Thorns aguardava, sentada em seu trono, com as pernascruzadas. Seus cabelos curtos e a coroa de espinhos de metal contrastavam com o vestidoigualmente adornado. A atmosfera era pesada, e o som dos passos metálicos de sua botaecoava pelo salão.
Rainha: - Que gracinha... Quem foi o caçador que trouxe o bandido até mim? Precisorecompensá-lo, ela disse, sua voz carregada de ironia.
"Aqui está, senhora!" um dos guardas anunciou, levando Sanza até a presença da Rainha.
"Você quer me dar uma recompensa?" Sanza murmurou, a voz baixa, mas firme.
"Mas é claro! Além de barras de ouro, a recompensa é um encontro com a Rainha... comovocê se chama, querida?" A Rainha aproximou-se, um sorriso ameaçador nos lábios.
"Meu nome é Sanza," ela respondeu, puxando o capuz para trás, revelando o olhar ardenteque fixava na Rainha. "Do Palácio Azul. Não se lembra de mim?""Repita," a Rainha exigiu, a expressão mudando enquanto tentava escanear o rosto familiar."Meu nome é Sanza, do Palácio Azul! Não se lembra de mim?" Ela gritou, sua convicçãotransparecendo enquanto retirava o sobretudo e sacava a espada de bainha dourada emetal branco — a mesma que havia roubado da Rainha no passado. Os olhos da Rainha searregalaram, reconhecendo a lâmina que tanto buscava, lembrando-se do rosto de Sanza edaquele Natal traiçoeiro.
Em um movimento rápido, Sanza atacou, cravando a espada na barriga da Rainha. Mas aarmadura de espinhos a protegeu, e a Rainha, com um sorriso debochado, comentou: "Você é tão ingênua, criança..."
Nesse momento, Dominic Oliver estava solto, atacando os guardas. Com sua espada feitade ossos e aço, derrubou dois deles instantaneamente.
"Você não vai se safar agora, irmãzinha," ele desafiou, sua voz carregada de raiva.
"Vai pagar pelo que fez com os meus pais!" Sanza gritou, a determinação queimando emseu olhar.
A Rainha lançou uma risada sarcástica. "Ora, ora, um reencontro... Achei fofo." Com umgesto, disparou espinhos de sua armadura, fazendo Sanza e Oliver serem derrubados aochão. Sem hesitar, gritou por reforços, e logo mais guardas chegaram.
Sanza, focada, atacou a Rainha com sua espada, enquanto a Rainha defendia econtra-atacava com os espinhos. "Você até que é boa com a minha espada, mas prefiro elacravada no peito de seus pais!"
"Cala essa boca!" Sanza estava tomada pela raiva, um espírito de justiça e vingançapulsando dentro dela.
Oliver lutava contra os guardas, disparando ossos metálicos, mas logo a situação secomplicou. Ele foi rapidamente capturado e preso, sua expressão de desespero ecoando namente de Sanza.
Ao ver Oliver sendo derrubado, Sanza desviou o olhar, e foi atingida por uma chuva deespinhos. O sangue escorreu pelo corpo enquanto ela caía, ensanguentada e desnorteada.
A Rainha se aproximou, pisando em seu corpo sem piedade. "Isso foi perda de tempo, masvocês até que são engraçados... Agora, morra!"
Dominic Oliver era arrastado pelos guardas em direção à prisão. A Rainha estava prestes aperfurar o estômago de Sanza, mas ela sorriu, encarando a Rainha com um olhar gélido.
"Hehehe... O Natal chegou..."
Um assobio cortou o ar, e Sanza, com sangue nos lábios, exibiu um sorriso malicioso.
A Rainha Thorns ergueu o olhar, alarmada. Não apenas ela, mas todos os guardas tambémse viraram, assustados. A janela principal do salão havia sido destruída, e a cena que sedesenrolava era digna de um pesadelo. Uma enorme fera invadia o castelo, sua presençaera tão repulsiva que atingiu a Rainha em cheio, antes que ela tivesse a chance de atacarSanza. Montada em seu cavalo branco, Polo, estava Peny, disparando sem parar contra osguardas, derrubando-os um a um, enquanto o cavalo se defendia com coices ferozes.Grinhker flutuava ao lado, observando a cena com um olhar sereno, desviando os ataquescom gestos de mão, afastando os adversários com um brilho mágico de luzes e estrelas.
Dominic Oliver, agora livre das cordas, se levantou e se juntou a eles, formando umaformação épica e extravagante. Peny, empoleirada sobre Polo, Grinhker flutuando em suaessência etérea, Dominic brandindo sua espada e Sanza, ao lado de Fera, erguendo sualâmina reluzente com um olhar sério e determinado.
Todos os presentes no castelo os observavam, um misto de admiração e terror refletido emseus rostos.
A Rainha, saindo dos escombros, limpou as vestes com desprezo, seu olhar transbordandoódio. "Escórias!" ela gritou, a raiva pulsando em sua voz.
Sanza montou em Fera, avançando em direção à Rainha, que, em desespero, usou osguardas como escudo. Fera, impiedoso, os derrubou com um rugido estrondoso. Sanzasaltou do lombo do lobo, a espada em mãos, enquanto a Rainha se protegida por suaarmadura de espinhos. Dominic, ao lado, agarrou a irmã cruel, usando seus ossos paraenfraquecer a armadura da Rainha. Foi então que Sanza, com um movimento certeiro,cravou a espada na barriga da Rainha Thorns, que cambaleou, cuspindo sangue.
Ela tentou segurar a lâmina, mas já era tarde demais; a espada estava encravada em seucorpo.
Enquanto a neve caía dentro do castelo, os guardas recuaram sob os tiros de Peny. Aspessoas da capital, reunidas, assistiam à cena com espanto, mas em vez de defenderem aRainha, começaram a aplaudir a derrota dela. A Rainha, no chão, murmurava de dor e ódio,e Sanza sentia uma convicção inabalável em seu ato. Em um gesto de celebração, foiabraçada por Peny, com Fera lambendo seu rosto, um sinal de vitória.
Dominic se juntou a elas, mas logo uma mulher loira, acompanhada de dois cães, apareceu.Era sua esposa, Marie, e a população do Reino aplaudia, reconhecendo Oliver como o novoRei.
"Você... Você destruiu o dia mais importante para mim..." a Rainha sussurrou, lágrimasescorrendo pelo rosto, enquanto a vida se esvaía dela
Sanza a encarava, sem ódio, mas com uma sensação de conforto. Finalmente, a justiçaestava sendo feita.
Grinhker, em sua forma de galáxia flutuante, sorria de maneira galanteadora, liberandobrilhos de estrelas enquanto se dissipava no ar. Sanza e Peny acenaram para ele, sedespedindo. Fera rugiu e uivou, sua voz ecoando como um hino triunfante. Sanza, abraçadacom seu lobo branco e sua melhor amiga, sorria, sentindo a neve cair sobre eles de formareluzente, criando uma atmosfera de paz e felicidade.
"Feliz Natal," disse Sanza, com uma calma precisa, um alívio irônico em suas palavras, poisjá era meia-noite. O Natal havia chegado.
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