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Capítulo XXX

Novamente eu dormi enquanto falava com o Léo. Acabei contando à ele que estava me preparando para tomar banho, o que fez a conversa render ainda mais. Antes de ir deitar, enviei para ele as fotos que havia tirado mais cedo e tive de aguentar todos os seus comentários idiotas sobre elas.

Quando acordei no meio da madrugada, o celular estava repousado no travesseiro ao lado da minha orelha, indicando mais de oito horas de ligação. Ele também havia dormido enquanto falava comigo.

- Léo? - murmurei - Léo?

- Hã? O que? - ele despertou, a voz meio rouca.

- Estava dormindo?

- É, eu tava sim - ele falava tão baixo quanto eu. - Caramba, oito horas e trinta e dois minutos de ligação. É muita coisa.

- Tecnicamente nós dormimos metade desse tempo.

- Mesmo assim... - ele bocejou e eu fiz o mesmo logo em seguida. - tá sem sono?

- Nem tanto. Acho que vou dormir.

- Então você me acordou pra dizer que vai dormir? Hum... Entendi. Boa noite.

- Boa - ele desligou e eu coloquei o celular em cima do criado mudo.

Fechei os olhos e virei de barriga para cima. Estava sem sono. Droga. Acendi a luz do abajur e levantei. Fui até a cômoda onde tinha guardado minhas roupas e peguei A Menina que Roubava Livros. Tornei a sentar na cama comecei a ler.

Alguém bateu na porta do quarto e, só quando eu levantei a cabeça, percebi que havia amanhecido. Joguei o livro pro lado e levantei.

"Que pessoa em sã consciência bate na porta da outra às seis da manhã?"

Tive minha pergunta respondida ao abrir a porta.

Crystal.

Nem me lembrava mais da existência dela.

- O que você quer? - perguntei secamente.

- Conversar.

QUE DIABOS ELA QUER CONVERSAR?

- Não temos nada para conversar.

- Por favor.

Respirei fundo e dei um passo para o lado, permitindo que ela entrasse.

Fomos até a varanda e nos sentamos uma de frente para a outra. Ela era muito parecida comigo. Tinhamos os mesmos olhos castanhos, a mesma pele cor de caramelo e os mesmos cabelos enrolados.

Recostei na cadeira e cruzei as pernas, esperando que ela falasse.

- Eu sei que nos últimos anos eu fui uma péssima mãe.

- Na verdade, você teria que melhorar bastante pra ser uma péssima mãe. Péssimas mães pelo menos estão presentes na vida dos filhos.

Ela cruzou as mãos e baixou a cabeça.

- Eu sei. Sinto muito. Não queria que as coisas acontecessem assim.

- Ok - talvez eu até quisesse escutar o que ela tinha para me dizer, mas eu só conseguia demonstrar indiferença.

- E... Novamente eu queria te pedir desculpa por ter estragado a sua vida.

Dei risada.

- Você não estragou.

- Isso é... Ótimo. Mas, filha, você precisa entender o que eu fiz. Eu estava morrendo por dentro. Eu não estava vivendo.

- Ok.

- E agora que eu estou aqui, eu posso viver a minha vida e ser feliz.

- Então os culpados de você não ter sido feliz, éramos eu e meu pai?

Ela não respondeu nada. Fiquei de pé, pois não conseguia ficar nem mais um segundo olhando para ela. Crystal fez o mesmo e ficamos cara a cara.

- Você já pode ir. Eu já entendi. Na verdade, eu nem queria saber.

- Podemos ser amigas.

- Eu não seria sua amiga nem em um milhão de anos. Você é patética, fraca e egoísta. Tudo o que eu odeio em uma pessoa - e ali estava eu, vomitando todas as palavras que um dia havia engolido. Despejando nela toda a minha frustração por não ter tido uma mãe presente. - sabe, às vezes eu acho que foi melhor você ter ido embora. Eu detestaria me tornar alguém como você. Que bom que as melhores coisas que aprendi foram ao lado do meu pai. Você... Você não merece ser chamada de mãe - e quando eu disse isso, ela pôs a mão no rosto e começou a chorar e eu vi algo que me deu ainda mais raiva. - ai meu Deus. Isso... Isso é uma aliança? Você se casou outra vez? Você... Você se casou. E você tem outro filho, não é? - meus olhos se encheram de lágrimas. Por um segundo eu desejei mais que tudo que ela dissesse que não; mas, como nem sempre as coisas acontecem como queremos, ela assentiu. - Eu odeio você.

- Não fala isso filha, por favor.

- NÃO. ME. CHAME. DE. FILHA - vociferei. Entrei no quarto e o atravessei a passos largos na direção da porta. - VAI EMBORA. VAI. EMBORA.

Ela saiu da varanda e veio caminhando. Parou ao meu lado e disse:

- O nome dela é Lily - e saiu.

Eu fechei a porta e não consegui segurar. Sentei no chão e comecei a chorar como nunca chorei antes. Eu sentia uma terrível dor no peito, que teria sido muito melhor se tivesse sido um simples infarto.

Sabe quando você chora por tanto tempo que acaba adormecendo? Foi exatamente o que aconteceu comigo.

Quando acordei, eram dez da manhã e minha barriga roncava descontroladamente.

Levantei do chão com as costas doendo e fui trocar de roupa.

Peguei meu celular e saí do quarto; como sinal de que todos os seres do Céu e do inferno me odeiam, Lilá saiu do quarto dela ao mesmo tempo que eu. Com a cara mais cínica do mundo, ela levantou as sobrancelhas e passou desfilando por mim. Apertou o botão do elevador e entrou. Eu permaneci com a mão na maçaneta olhando para ela.

- Não vai entrar? - perguntou a vaca, digo, Lilá.

- Não - respondi. - achei que você tivesse medo de elevador por causa do seu tio.
Teatralmente, ela levou o dedo indicador aos lábios e fez "shh".
- Não conta pra ninguém - abri a boca, um pouco sem reação e fiquei com vontade de perguntar pelo Leonardo, mas temi que ela avançasse em mim e me estrangulasse com a alça de sua bolsinha chique.

Lilá sorriu com o canto dos lábios. A porta fechou e ela - felizmente - sumiu das minhas vistas.

Ainda parada na frente do meu quarto, olhei para a quarta porta à minha direita, do outro lado do corredor, e me senti tentada a bater na porta do quarto dele. Não resisti à tentação. Fui.

Levantei o punho e bati a primeira vez; a porta estava encostada e abriu na mesma hora. Coloquei a cabeça para dentro do quarto e o vi deitado na cama. Eu deduzi que ele estava totalmente nu. A única parte do seu corpo coberta por um lençol, era entre a cintura e a coxa dele (ou seja... Tire suas próprias conclusões). Leonardo dormia profundamente de braços abertos e eu entrei no quarto. NÃO SEI PORQUE FIZ ISSO, MAS FIZ. No chão ao redor da cama dele, suas roupas estavam espalhadas e, embolado a elas, eu vi o livro da minha mãe.

Me agachei e o apanhei.

Flores de Relva - Walt Whitman.

Como eu nunca havia reparado nele antes? Eu tinha um livro do Whitman em casa e não sabia disso. Abri a página marcada e li:

Estranho que passa! você não sabe com quanta saudade eu lhe olho,

Você deve ser aquele a quem procuro, ou aquela a quem procuro, (isso me vem, como em um sonho)

[...] E depois:

Eu não devo falar com você - devo pensar em você quando sentar-me sozinho, ou acordar sozinho à noite,

Eu devo esperar - não duvido que lhe reencontrarei,

Eu devo garantir que não irei lhe perder.

CARAMBA, admito que esses dois trechos  meio pareciam terem sido feitos para mim. Literalmente.

Fechei o livro com um pouco mais de força que deveria. Leonardo se mexeu na cama e eu, tentando fugir dali desesperadamente, tropecei em suas roupas emboladas e caí com um baque seco. Exatamente como uma fruta podre.

Instintivamente, olhei para a cama e Leonardo abriu os olhos com um susto muito grande.

- Lia?

- Hum... Oi? - dobrei os joelhos e os alisei. Doíam bastante.

- O que você está fazendo aqui? - ele sentou na cama e eu não pude deixar de reparar que o lençol escorregou pelo seu corpo, deixando-o um pouco mais descobertos.

- Eu... Eu que te pergunto. O que você está fazendo aqui? - que tentativa mais patética de desviar o assunto. Ainda me envergonho disso.

- Esse é o meu quarto?

- Isso foi uma pergunta?

- Não sei, foi?

- Foi? - aproveitei a confusão e levantei. - Não importa. Eu já vou.

- Mas...

Manquei para fora do quarto antes que ele pudesse concluir a frase e bati a porta.

Respirei aliviada.

O QUE DEU EM VOCÊ, EIN?

***

O restante do meu dia se resumiria em fugir de Leonardo, Lilá e Crystal, enquanto visitavamos o Balboa Park; um lugar muito bonito, repleto de jardins floridos, teatros, museus e até o zoológico que tinhamos visitados no dia anterior.
O nome do poema citado é A um Estranho.
A foto da mídia é de um Lírio, que em inglês significa Lily (o nome da filha de Crystal)

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