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Capítulo XX.

O estado em que eu me encontrava era de puro congelamento. Não era possível que eu havia escutado aquilo. Como uma pessoa é capaz de se atracar com um num dia e no outro dizer estar "loucamente apaixonado" por outra? Como ele podia mentir daquela forma bem na minha cara? Quer dizer, bem no meu ouvido?

Ele não ligou mais.

Agradeci, pois não sei o que faria caso ele ligasse.

Deitei na cama e encarei o teto. Deixei um sorriso escapar sem querer. Eu nunca tinha ouvido uma coisa absurda daquelas. Alguém - uma pessoa de verdade - apaixonado por mim? Tsc. Isso não acontecerianem em um milhão de anos.

No chão, Sammy gemeu e levantou a cabeça. Fazia uma careta muito estranha.

- Minha cabeça dói pra caramba. Parece que quarenta e quatro mulas descontroladas sapatearam nela.

- Meu pai fez café - ofereci à ele.

- Acho que eu quero um pouco - Sammy levantou e saiu do quarto. Eu o segui e entrei na sala em busca do papel com o número do amigo do meu pai. Tentei afastar o pensamento "Léo apaixonado por mim" da minha cabeça.

- Alô, bom dia.

- Bom dia, quem fala? - um homem com a voz muito grossa atendeu.

- Liandra Jones, a filha do Lenny.

- Lia! Ligou para saber da proposta, estou certo?

- Sim, é por isso mesmo que eu liguei.

- Ótimo, eu estava mesmo esperando que você ligasse. O trabalho é bem simples: você será responsável pela organização da cozinha. Isto é, se você aceitar o emprego.

- Como assim organização da cozinha?

- Existe uma equipe de limpeza, certo? Você fará parte dessa equipe.

Resumindo, eu teria que lavar pratos.

- Ah, entendi. Mas... E o salário?

- Ah, sim. O seu pai me contou que no seu emprego você ganha muito pouco.

- Na verdade, eu ainda nem ganhei nada.

- Melhor ainda! No restaurante você ganha por semana. Duzentos dólares por semana.

DUZENTOS DÓLARES? EU SERIA PRATICAMENTE UMA MILIONÁRIA COM TODO AQUELE DINHEIRO!

- Hum... E, supondo que eu aceite, quando começarei?

- É... Uma das nossas funcionárias entrará em trabalho de parto em algumas semanas, você ficará no lugar dela. Caso esteja interessada, entraremos em contato.

- Eu realmente fiquei interessada.

- Sério? Isso é ótimo. Então tudo certo? Podemos entrar em contato com você? Três semanas no máximo.

- Certo.

- Certo - ele desligou e eu fiz o mesmo.

Tinha ficado bastante empolgada com a proposta. Não que aquele fosse o melhor e mais atraente emprego do mundo, mas eu estaria começando uma coisa nova.

Sammy entrou na sala e eu o contei sobre o emprego no restaurante.

- Caraca, parece que, enquanto pra você chove trabalho, pra mim é difícil de encontrar até progama em bordel barato.

- Relaxa, amanhã quando eu for no Café pedir as contas, eu posso falar de vocês para eles. O que acha?

- Isso seria ótimo! Finalmente vou poder comprar minhas tartarugas de chocolate.

- Ok, Rochelle - ele deu risada. - sabe o que aconteceu hoje?

- O que?

- O Léo me ligou.

- E você atendeu aquele babaca?!

- É, atendi. Mas foi sem querer, ok?! E sabe o que ele disse? - ele balançou a cabeça e eu continuei: - ele disse que está apaixonado por mim.

- Isso é sério? Ele é retardado ou algo assim? Primeiro diz um monte de coisas fofas pra você, depois fica se agarrando com uma qualquer no metrô, e agora isso? Ele só pode estar de brincadeira.

- Sam, relaxa. Eu não acreditei nele. Nem por um segundo - mentira. Quer dizer, não era beeeem uma mentira. Uma meia verdade, talvez.

- Bom mesmo.

- Tá, vamos mudar de assunto. Já que você não foi pro Colégio, vamos assistir um filminho?

- Não posso. Preciso visitar a minha mãe.

A mãe do Sammy estava internada e ele morava com a avó. A mãe dele era louca. Digo, não louca como eu ou você (se você não for louco, sinto muito te ofender, ok? E sinto muito pela sua vida também. Só os loucos sabem o quanto é bom ser assim.), mas louca do tipo que gritava na cara de um policial e apertava as bolas dele até elas estourarem. Ela realmente fez isso. Enfim. Ela usava drogas. Usou por tanto tempo que toda aquela química maluca praticamente cozinhou o cérebro dela. Então ela ficou assim. Lelé da cuca.

- Eu posso ir com você, se quiser.

- Isso seria muito legal, Lia.

- Eu sei. Eu sou legal. Pessoas legais fazem coisas legais, baby.

- Ok, você caiu três níveis na minha escala de pessoa legal.

Dei um soco leve no ombro dele e demos risadas juntos. Nos calamos e por um tempo tudo o que fizemos foi nos fitar.

- Obrigado - ele murmurou. - Obrigado de verdade. Sem você eu não sei se conseguiria.

- É claro que conseguiria! Você é o mais forte de nós dois.

- É claro que eu sou, mas você é um bom apoio.

Abri a boca, fingindo estar ofendida e levantei.

- Essa doeu. Doeu bem no coração.

Ele deu risada e eu cruzei os braços.

- Vou trocar de roupa.

***

Chegamos ao hospital psiquiátrico e fomos direto para a recepção, onde preenchemos uma ficha e fomos encaminhados ao quarto 374 no terceiro andar.

Sammy me lançou um olhar nervoso antes da enfermeira abrir a porta e nos permitir entrar.

- Como hoje não é dia de visitas, vocês podem ficar dez minutos apenas.

- Obrigado - ele disse e entrou. Eu o segui. O quarto era completamente branco; desde os lençóis da cama até as cortinas da janela. A mãe do Sammy estava sentada numa poltrona olhando pro lado de fora através da janela aberta. Ela parecia calma. - mãe? - Sammy chamou. Ela não se moveu. Nos aproximamos e ele se agachou ao lado dela. - mãe, eu e a Lia viemos te visitar. Como a senhora está?

Ela levantou a mão e apontou para a árvore no Jardim.

- Pássaros - ela disse vagamente. - Pássaros sumiram.

- Eles vão voltar, mãe. Vão voltar, você vai ver.

Balancei a cabeça concordando. Não sei porque, mas balancei.

- Não. Voltam não.

- Eles voltam, mãe - insistiu ele. Num movimento brusco, ela deu um tapa estupidamente forte no rosto dele. Sammy caiu no chão e seus cabelos loiros se bagunçaram.

- NÃO VOLTAM NÃO! - Gine (como ela se chamava) berrava. - NINGUÉM VOLTA! NUNCA VOLTA! - e então, do nada, começou a chorar. E gritar e chorar. Eu não estava entendendo merda nenhuma, então cruzei os braços e permaneci observando.

Sammy tinha os olhos arregalados e a mão há alguns centímetros do rosto

- Por que você me bateu?

- Seu pai. Você é como ele. E ele é como os pássaros. Vai e nunca volta.

O pai do Sammy havia morrido quando ele tinha mais ou menos seis anos.

- O papai morreu, mãe. É por isso que ele não volta mais.

Gine levantou com um pulo e colocou as mãos na cabeça.

- Morreu? MORREU? ELE NÃO MORREU! VOCÊ ESTÁ MENTINDO - pulou pra cima do Sammy, ainda caído, e começou a esgana-lo.

Na mesma hora corri e passei os braços ao redor da cintura dela, tentando puxa-la para longe dele.

- Socorro! - gritou Sammy com a voz engasgada

- Alguém ajuda aqui!

A enfermeira entrou no quarto e me afastou da Gine com um empurrão.

- Solta ele! - a enfermeira berrou, parecendo mais desesperada que o próprio Sammy.

Dois homens altos entraram no quarto e a puxaram para longe do filho quase roxo.

Ajudei o Sammy a se levantar e ele me abraçou.

- Vamos sair daqui, por favor.

Antes de sairmos dali, dei uma olhada para trás; Gine havia sido carregada para a cama e era sedada. Ela gritava e sacudia o corpo como se estivesse sob possessão de um demônio.

Entramos no carro e o Sammy começou a chorar. Eu não soube o que fazer. Não tinha nada que eu pudesse fazer para minimizar a dor dele. Toquei seu ombro e ele chorou ainda mais.

- Mas que droga! Que merda! Porra! Me leva pra casa, Lia, por favor - comecei a dirigir e ele permaneceu um tempo em silêncio antes de falar: - queria saber o que eu fiz de tão errado pra merecer isso.

- Você não fez nada de errado, ok? A vida quis assim. As coisas são como devem ser.

- Que se dane tudo isso! Tudo isso é uma grande baboseira e a vida é uma filha da mãe injusta.

- Não diga isso Sammy. A vida às vezes é uma droga? É. Tem vezes que sinto vontade de me enforcar com uma gravata por causa disso? Tenho. Mas... As coisas são assim, entendem. Num dia você cai e se ferra. No outro você cai novamente. E de novo e de novo...

- Você não está ajudando.

- Mas aí, um dia você vai acordar e não vai conseguir se mexer porque está todo quebrado de tanto cair e vai perceber que todas aquelas quedas foram necessárias. Necessárias para algo. Não importa o que. Um dia, lá na frente, estaremos sentados na minha casa de praia na França e daremos risada disso. Veremos que tudo isso foi necessário e que a vida não é uma grande filha da mãe e muito menos injusta. A vida é linda e vale a pena ser vivida - me calei. Olhava para a rua à minha frente e não desviei o olhar.

Sammy respirou muito fundo e sorriu; eu pude ver pelo canto dos olhos.

- Cara, já te disseram que você é boa com isso?

- Isso o que?

- Não sei, mas parece que você exatamente o que dizer.

- Valeu.

- Não, valeu digo eu - ele tocou meu ombro. - você é uma filha da mãe filósofa.

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