Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo XLVI

Ele sentou no sofá e eu sentei ao seu lado.
Leonardo observava alguma coisa à sua frente e meus olhos estavam fixos em sua orelha direita.

- Você veio aqui só pra sentar no meu sofá? - quebrei o silêncio da melhor forma que pude.

- Não. Vim aqui pra falar com você, acho - ele entrelaçou os próprios dedos, demonstrando nervosismo.

- Acha?

- É. Eu não sei direito. Estava pensando em você... Estou pensando em você... E decidi te ver - desviei os olhos da sua orelha e encarei o estofado bege do sofá. - Pode me dar água?

- Claro - levantei na mesma hora, agradecida por poder sair daquele momento incrivelmente desconfortável.

Passei pelo corredor e fui até a cozinha. Abri a geladeira e peguei a garrafa de água. Quando me virei, tentei disfarçar o susto de vê-lo há alguns passos de distância de mim. Enchi o copo de água e entreguei a ele. Eu estava trêmula e, por isso, a água no copo também tremeu.

Ele sorriu meio sem graça e bebeu um golinho da água.

- Você dormiu bem essa noite? - perguntou. Que diabos de pergunta era aquela.

- Não passei a noite em casa.

- Ah - falou. - o que tinha no envelope que a Lilá te entregou?

- Isso é realmente importante? - ele deu de ombros. - Nada que me fizesse ficar surpresa. Ela ainda me odeia e quer distância.

- Achei que ela tivesse mudado.

- Pessoas como ela não mudam; apenas fingem para conseguir o que querem.

Ele meneou a cabeça por um tempo e sentou-se no banco em frente à bancada. Levou as mãos à cabeça baixa e seu silêncio me intrigou mais que me deixou nervosa.

Toquei seu ombro e ele estremeceu de um jeito muito suave, quase imperceptível.

- Que foi? - perguntei me aproximando ainda mais dele. Podia ouvir seu soluço quase inaudível. - O que aconteceu?

- Me perdoe, por favor - sua voz era um tanto melancólica.

- Perdoar pelo quê? - agora sim eu começava a ficar nervosa, ansiosa em saber o que estava acontecendo.

- Por fazer você passar por isso. Outra vez.

Com os olhos fixos nele, toquei seu queixo e levantei seu rosto para que eu pudesse vê-lo melhor. Seus olhos vermelhos e inchados me deixaram preocupada. Quis abraça-lo. Me controlei.

- Não entendi - murmurei com a voz trêmula.

Leonardo respirou muito fundo e fechou os olhos por uns dois segundos. Era como se ele estivesse buscando forças e coragem para falar. Ao abri-los, disse:

- Ela está grávida - uma lágrima rolou pelo seu rosto cor de caramelo. Eu senti minha respiração falhar e precisei me concentrar para não perder a cabeça.

"Isso não pode estar acontecendo. Ela não pode estar grávida. Deve ser só mais uma das mentiras dela..." e como se tivesse lido meus pensamentos, ele disse:

- Ela fez teste de urina ontem pela manhã. Ela não tá mentindo... Meu Deus, como eu queria que ela estivesse mentindo, mas ela não tá.

Balancei a cabeça diversas vezes, tentando encontrar as palavras certas para dizer. Não as encontrei.

Me agachei e sentei no chão, recostando na bancada de vidro frio. Ele fez o mesmo, sentando-se ao meu lado.
Mergulhamos num silêncio quase depressivo, até ele dizer:

- Eu não sei o que vou fazer.

- Como assim não sabe? - perguntei tentando parecer firme.

- Não sei. Eu simplesmente não sei.

- Sinto muito por você.

- Sinto muito por nós - ele disse.

Eu forcei uma risada.

- Não existe "nós".

- Queria que tivesse existido. Trocaria tudo isso só para ter uma vida com você.

- Você só tá dizendo isso porque sua vida não está saindo como você planejou. Eu não quero ser segunda opção de ninguém.

Ele não respondeu.

Encolhi os ombros e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Você... Você pretende casar com ela?

- Não. Eu não pretendo - ele respondeu secamente.

Leonardo levantou os olhos para mim e eu, outra vez, senti como se ele pudesse vez através do meu corpo. Segurei a respiração enquanto seus olhos - um profundo abismo escuro - me fitavam.

- Acho melhor eu ir - murmurou.

- Por que você veio? - perguntei ainda fixando-o.

- Eu precisava falar com você. Não sei porquê.

- Tirar um peso da consciência, talvez - sugeri. Novamente, ele não confirmou, nem negou.

Ele levantou e estendeu a mão para mim. Eu a segurei e percebi o quanto estava fria. Levantei. Num ato inesperado, ele me puxou para perto de si e me abraçou com força. Fechei os olhos e aproveitei o momento, acreditando que aquela provavelmente seria a última vez que nos abraçariamos.

- Como eu quero te beijar - ele sussurrou com o rosto próximo ao meu pescoço. Eu até conseguia sentir a quenturinha do seu hálito tocar minha pele. Minha reação, como você já pode imaginar, foi... Bem, eu não tive uma reação, pra ser sincera.

Enterrei ainda mais meu rosto em seu peito e respirei seu cheiro característico de chuva e madeira.

"Eu também quero" respondi mentalmente, rezando que, do nada, ele tivesse se tornado algum tipo de Charles Xavier (o cara que lê mentes dos X-Men).

- Preciso ir - ele me soltou e eu dei um passo para trás, cruzando os braços.

- Tudo bem.

Antes de passar por mim e ir em direção ao corredor, ele tocou meu rosto com as costas da mão.

- Adeus, Lia - falou.

Quando ele saiu, a primeira coisa que eu fiz foi dar uma de fraca (não estou dizendo que todas as pessoas que choram são fracas. Só que, naquele momento, eu estava sendo) e querer chorar. Estava perdendo-o pela milésima vez e, novamente, não havia nada que eu pudesse fazer.

Me tranquei no quarto e sentei na cama, disposta a ler o livro e espairecer as ideias; deixar a tristeza de lado, talvez. Mas, ao invés disso, eu cheguei ao glorioso e terrível final de A Menina que Roubava Livros.

Chorei como se não houvesse amanhã. Minhas lágrimas eram de sofrimento. Por mim e por ela. Eu não posso dizer que estávamos passando pela mesma coisa, mas toda aquela situação de perda... Me fez refletir sobre o modo como eu enxergava tudo à minha volta. Ler aquele livro meio que me fez desenvolver um novo olhar sobre o mundo. Sabe, é difícil de explicar (principalmente quando não posso contar sobre o livro), mas todo mundo passa por aquele momento de epifania interior em alguma fase da vida. Aquela foi a minha fase.

Fechei o livro e agradeci silenciosamente à Crystal por tê-lo me dado. O coloquei em cima do criado mudo e levantei. Eu estava disposta a fazer algo diferente. Não apenas "algo", mas "vários algos", entende?

Por isso, sentei em frente ao computador e comecei a matutar numa forma de fazer isso. Não seria fácil, mas eu conseguiria.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro