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Capítulo XLIX - Flash Back

Era um dia de domingo. Abri os olhos com uma certa dificuldade, por conta da imensa quantidade de luz que invadia meu quarto.
Sentei na cama e prendi os cabelos no coque.

Percebi a casa estranhamente silenciosa e saí do quarto à procura dos meus pais.

A cama deles estava vazia, e eu deduzi que meu pai havia se trancado outra vez no escritório, e que minha mãe preparava o café.

Caminhei pelo corredor direto para a cozinha e encontrei vazia; "Cadê todo mundo?" pensei. Voltei pelo corredor e dessa vez fui para a sala.

Meu pai estava sentado no sofá, a cabeça baixa e os olhos fechados. Ele soluçava bem baixinho e eu me agachei no carpete à sua frente.

Toquei seu joelho e seus soluços aumentaram.

- Papai? - murmurei. Meus olhos logo se encheram de lágrimas ao vê-lo daquele jeito. - Papai, o que aconteceu?

Ele não respondeu.

Sem levantar a cabeça, esticou o braço e me entregou uma folha de papel muito amassada. Desdobrei e percebi que era a letra da mamãe.

Era uma carta de despedida. Ela havia partido.

Ler aquelas palavras me cortou mais profundamente que uma espada (e olha que eu já tinha lido que o medo corta mais profundamente que as espadas).

Sentei no chão e reli a carta, os olhos marejados de lágrimas.

- O que isso quer dizer, pai? - perguntei, tentando não acreditar. Não queria acreditar. Simplesmente não podia ser verdade. "A minha mãe não tá me deixando, ela não tá fazendo isso. Não é possível".

- A sua mãe foi embora, filha - ele respondeu com a voz meio engasgada.

Tudo o que eu quis foi ser forte e abraçar o meu pai naquele momento, mas toda a minha força tinha ido embora com ela, com a Crystal.

Chorei sentindo um aperto doloroso na garganta. Pela segunda vez na vida, eu queria morrer. Sumir. Desaparecer. Eu me vi sem chão e sem rumo... Chorei ainda mais ao pensar no que faria em seguidau; quando levantei, notei que meu pai já não estava mais ali e não me importei. Fui pro quarto, peguei meu celular e disquei os números quase que automaticamente.

- George?

- Oi Lia... Você tá chorando?

- Você pode vir aqui em casa, por favor?

- Claro - respondeu na mesma hora.

Assim que nos despedimos, desliguei a ligação e só então percebi que ainda segurava o papel amassado.

Com raiva, o rasguei um milhão de vezes e lancei os pedacinhos pela janela; os observei pairar pelo ar durante alguns segundos, antes de tocar a grama amarelada.

Inconformada com aquilo, fui até o quarto do meu pai e o atravessei a passos largos até o armário.

Ela tinha levado todas as suas roupas e acessórios. Tudo. Ou melhor, exceto por uma pilha de livros que eu sabia que pertencia à ela. Sem saber muito bem o porquê, apanhei aqueles livros e os levei até meu quarto, onde os joguei embaixo da minha cama.

Ainda agachada, fechei os olhos desejando que tudo aquilo não passasse de mais um sonho.

"Por favor, mamãe, volta. Eu prometo ser uma filha melhor. Eu prometo que vou mudar e que vou te respeitar... Eu te amo, te amo muito e não quer te perder". Supliquei em silêncio para ninguém em especial.

Como era de se esperar, ela não ouviu as minhas preces e também nunca mais voltou pra casa.

Eu ainda estava deitada no carpete, sentindo meu rosto começar a doer e meus olhos pesarem, quando a campainha tocou.

Levantei o mais rápido que pude e praticamente corri para a porta. Eu queria que fosse ela, mesmo sabendo que não era.

Abri a porta.

George, Joe, Ian e Jeremy estavam ali para me ver.

Jeremy segurava uma caixa de chocolate e o George, o EP da minha banda favorita.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa para expressar o que estava sentindo, eles passaram pela porta e me abraçaram muito, muito forte.

Eu desabei.

Aqueles abraços eram tudo o que eu mais precisava naquele momento.

Enquanto chorava feito uma condenada, eles me levaram pro sofá e sentaram ao meu redor.

- O que aconteceu? - perguntou George.

Apesar de soluçar bastante, respondi:

- A... Minha mãe... Foi embora...

- Como assim ela foi embora?

- Ela deixou... Uma carta dizendo... Que nunca mais... Nunca mais voltaria. Ela foi embora.

- Ai meu Deus, Liandra. Que droga - falou Ian, tentando me confortar.

[...]

Dizem que quando passamos por algo ruim, o tempo parece não passar. Eu concordo plenamente.

Aquele foi o pior dia da minha vida, e ele pareceu ter se estendido por quase uma semana.

Depois de tanto chorar, os meninos tentaram, de todas as formas, me alegrar. Me ofereceram chocolate e puseram o EP para tocar; se arriscaram até em cantar um trecho de uma das músicas que eu mais gostava da minha banda favorita.

- When you feel my heat, look into my eyes. It's where my demons hide, it's where my demons hide... Don't get too close, it's dark inside. It's where my demons hide, it's where my demons hide... - "Quando você sentir meu calor, olhe dentro dos meus olhos. É onde meus demônios estão escondidos...Não chegue muito perto, é escuro aqui dentro. É onde meus demônios estão escondidos" eles cantaram em uníssono por uns minutos, e eu confesso que funcionou... Por algum tempo.

E lá estava eu outra vez, deitada no sofá, chorando e soluçando feito um bebê.

- Lia, você precisa parar de chorar - falou Joe. - Eu sei que tudo está estupidamente recente e que não ter uma mãe daqui pra frente vai ser muito difícil pra você e que...

- O que ele quer dizer... - Ian interrompeu, percebendo que Joe não estava fazendo um bom trabalho tentando me consolar. - é que tudo ficará bem. Tudo se resolverá, ok? É super compreensível que você queira chorar agora, mas uma hora essa dor que você está sentindo vai passar e você vai perceber que tudo isso não passou de um teste.

- Um teste? - perguntei, enxugando as lágrimas e a gosma que escorria pelo meu nariz.

- É, um teste que somente os realmente bons conseguem passar. Um teste de resistência. Todo mundo passa por um ao longo da vida. Essa é a sua vez. Esse é o seu teste.

De imediato, aquilo não me convenceu 100%; eu fingi entender o que ele havia dito para parecer uma garota forte e inteligente, quando na verdade eu não passava de uma menininha medrosa e que queria a mamãe de volta. Literalmente. Só que, conforme o tempo foi passando, e eu fui entendendo as coisas, compreendi que Ian estava mais que certo.

Tudo aquilo não passava de um teste de resistência.

Eu, felizmente, havia passado.
Pessoinhas, pra quem não compreendeu, a mãe da Lia foi embora no segundo ano do ensino médio, quando ela já conhecia os garotos.
Espero que estejam gostando, monamur.

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