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Capítulo 15


Capítulo quinze

Ainda deitada na cama e olhando para o forro de madeira do grande quarto, sentia-me cansada e solitária mesmo estando na companhia do Iran.

Já havia contado cada madeira presa no teto e sabia quantos pregos foram necessários para prendê-las.

Não consegui conversar com ele mais do que coisas frívolas sobre o tempo, pessoas do castelo e do reino e mesmo assim foram frases rápida e diretas.

Queria sair dali ou ia acabar enlouquecendo, mas como sair não era uma opção, então cogitei o que eu poderia fazer na minha prisão para passar o tempo e dentre as coisas que estavam ao meu alcance, resolvi que precisava tomar banho.

— Iran? — falei seu nome em pergunta, testando se estava acordado.

— Sim — ouvi sua voz grossa responder imediatamente, como se esperasse que eu puxasse assunto a qualquer momento.

— Preciso tomar banho, você me ajudaria com isso?

Ficou em silêncio e logo notei como minha fala saiu, mas antes que eu pudesse corrigir, ele disse com ironia:

— Achei que fosse grandinha e soubesse tomar banho sozinha.

— Muito engraçado! Estou pedindo ajuda com a banheira e depois você vai ficar no banheiro enquanto eu tomo banho.

— Você pode me dar banho depois, como fazia quando eu era um lobo domesticado. Era um dos momentos em que eu gostava muito de ser lobo. Super relaxante.

Sentei-me na cama para encará-lo.

— Você decida-se se quer usar comigo a personalidade engraçadinha ou a chata.

Ele levantou do tapete e também me encarou.

— Não tenho duas personalidades.

— Tem sim. E uma parece que gosta de mim, já a outra me odeia. — Iran baixou o olhar, ficou em silêncio e eu continuei a falar: — Ah! E eu te dava banho, pois era muito necessário ou então teria que conviver com o seu fedor de lobo. Aqui eu consigo lidar com o seu cheiro de guerreiro protetor. — Ele riu.

Andei até os barris de água e investiguei como ia colocá-la na banheira e acender o fogo da lareira. Já tinha visto as mulheres do castelo fazendo, mas todas as vezes que ia ajudá-las, todas sentiam-se incomodadas e alegavam que a rainha não podia preparar seu próprio banho. Sempre revirava os olhos para isso, já que no mundo que cresci, era eu quem cuidava de tudo sozinha.

Enquanto eu investigava como agiria, não demorou e senti Iran muito próximo de mim e falou:

— Vou te ajudar. Deixa que eu preparo para você.

Dei espaço para que passasse, o vi pegar o barril como se não pesasse nada e admirei seus músculos fortes se retesarem. Foi difícil não olhar.

Iran virou uma parte da água do barril na banheira, que já estava pela metade e girou a manivela que puxava a água, a seguir acendeu a lareira e me disse:

— Só esperar um pouco que a água já fica morna.

— Obrigada. Agora você vai para o banheiro e fica lá até eu terminar.

Ele riu.

— Considerando que o quarto é nosso, acho isso meio injusto. E eu posso ficar deitado aqui, prometo não olhar. — Pensou um pouco. — Se bem, que você é a rainha e pode mandar e desmandar.

— E você o rei. Pare de usar isso para conseguir me dobrar. — Ele riu e eu o analisei. — Você jura que não vai olhar?

Revirou os olhos.

— Sim. E já te falei que te vi sem roupas muitas vezes.

Fechei meus olhos.

— Dá para parar de dizer isso? — De novo ele riu.

Parecia mais amistoso, talvez ser obrigado a conviver comigo, fez com que ele lembrasse que era meu amigo.

Vi-o andar até a cama, deitou-se nela e disse:

— Pronto. Prometo não olhar. — Respirei fundo e resolvi confiar nele, afinal, não seria justo deixá-lo preso no banheiro enquanto eu tomava banho.

Tirei minha roupa e assim que notei que a água estava morna, coloquei um pé depois o outro e entrei nela. Comecei a passar o sabão em barra no meu corpo, que exalava um cheiro delicioso de coco e camomila.

No processo eu espiava em direção a cama para saber se ele olhava, mas Iran mantinha-se de costas para mim.

Para evitar que somente o barulho da água se mexendo com meu banho fosse a trilha sonora do quarto, puxei assunto:

— Bravo, você pode virar um lobo aqui se quiser, certo?

— Iran — corrigiu-me.

— Quero perguntar para o Bravo que era meu amigo e conversaria comigo.

— Eu também sou seu amigo.

— Tenho minhas dúvidas. — Ouvi-o soltar o ar como um riso. — E então já andou livre pelas ruas de Flós como um lobo?

— Posso virar lobo quando e onde eu quiser, mas não faço aqui. Nunca precisei. No reino poucas pessoas me viram de lobo e uma única vez.

— Como assim precisou?

— A minha licantropia é mais como uma defesa.

— Entendi... Todo mundo aqui vira bicho?

— Não. Algumas pessoas nunca se permitiram.

— Por quê?

— A primeira mudança dói um pouco. E elas não tiveram motivo para sentir essa dor. Além de todos esses anos... viverem muito fracas para isso.

— Você tinha motivo?

— Sim.

— Qual? — Eu sabia, mas queria ouvir.

— Que pergunta! Te proteger.

Fiquei em silêncio.

— Foi por isso que disse que teve que aguentar as consequências da maldição? Foi obrigado a isso?

O vi se mexer parecendo incomodado, mas não se virou.

— Não fui obrigado, me voluntariei. O que tinha nessa água? Desandou a perguntar depois que entrou nela.

— Só para passar o tempo. Você fica muito mais forte de lobo?

— Sim. Minha audição melhora, olfato e todos os sentidos.

— Que interessante. — Sorri e ficamos em silêncio até que perguntei: — Iran, como foi sua infância aqui em Flós?

Ele se manteve em silêncio e quando achei que estivesse dormindo, desmaiado ou não fosse responder minha pergunta, ele enfim o fez:

— Foi solitária e triste. Fui criado por tio Nelin, o cavalariço de Flós. Ele é meu tio por parte de pai, meu único parente vivo até hoje, mas não gosta muito de companhia, prefere ficar sozinho.

Meu coração ficou apertado.

— O que houve com seus pais? — Me doeu perguntar, mas eu estava curiosa para saber como ele ficou sozinho no mundo e saber mais da história de vida de Iran.

— Ambos morreram em uma batalha contra os Cineres. Quando fiquei sozinho, eu tinha apenas quatro anos.

Engoli em seco e senti o quanto aquilo o machucava por seu tom de voz baixo e gélido.

Imaginar uma criança sem seus pais e com apenas quatro anos partia meu coração. Eu já era uma mulher e ainda assim sofri demais ao perder meus pais adotivos.

— Sinto muito.

— Eu me lembro muito bem deles e acho que ambos se envergonhariam do homem que me tornei. E de algumas coisas que fiz. Eu me envergonho e me arrependo.

Olhei em direção a cama e observei suas costas bem desenhada ainda coberta pela camisa branca de pano fino que usou no casamento. Uma vontade grande de abraça-lo me atingiu.

— Eu penso o contrário. Penso que ambos estariam muito orgulhosos do homem de bom coração que se tornou.

Manteve-se em silêncio e eu, notando o rumo triste que a conversa tomou também me mantive e foquei em terminar o banho depressa.

Ao final, fiquei de pé na banheira para pegar a toalha, me enrolei a ela e sequei-me para vestir a roupa. Coloquei a mesma que havia colocado há pouco e só troquei a roupa íntima.

— Pode se virar se quiser, já terminei.

Iran sentou-se na cama e me observou.

— Foi rápida, apesar de tanta pergunta. Agora você se importa se eu fizer o mesmo?

— Não, fique à vontade — respondi tentando não parecer nervosa, mas já o imaginando nu, no mesmo cômodo que eu.

— Agora eu que vou entrar na água das perguntas e quem sabe eu não te faça algumas também.

— Pode perguntar o que quiser, não tenho nada a esconder e, na verdade, não tem nada que você não saiba. Sabe mais de mim do que eu mesma.

Iran levantou-se, seguiu para a banheira e a esvaziou, depois pegou mais um barril de água e tornou a enchê-la. Andou até a lareira, atiçou o fogo mexendo as madeiras de lugar para que as brasas se ouriçarem e formassem de novo labaredas.

Voltou para a banheira e rodou a manivela que fazia a água passear pelo cano de cobre aquecido pelo fogo. Após, vi-o tirar a camisa e admirei o seu corpo bem desenhado. Suas costas exibiam músculos bem torneados e se parecia com aqueles desenhos do corpo humano que têm nos livros, em que o homem sempre tem zero gordura e são a mais pura perfeição.

Desci com o olhar por suas costas até chegar na sua cintura e observei seus glúteos redondos e avantajados cobertos pela calça branca e de pano fino.

Respirei fundo e tive vontade de andar até ele e apertá-lo, nunca vi o sexo oposto com esses olhos, não tive amigos ou namoros e Iran... Ah... ele despertava em mim pensamentos que eu não conseguia controlar e que eu não entendia o motivo de tê-los, por alguém que desde que conheci na forma humana, eu mais me estranhava do que interagia com amizade.

Balancei a cabeça em negativo para deixar de ter pensamentos inadequados.

Em um momento em que virou-se para colocar sua camisa sobre a cadeira pegou-me o olhando e um sorriso presunçoso surgiu em seu rosto.

Imediatamente tirei meu olhar do dele, voltei a ficar de costas e encarei a fresta da porta que dava para a sacada. Meu rosto queimou de vergonha, mas meu corpo ansiava por ver mais e mais daquele homem lindo que mais parecia uma escultura.

Ouvi o barulho da água mexendo e suspeitei que ele estivesse entrando na banheira, então permiti-me espiar mais um pouco e quando olhei em sua direção, vi Iran de costas para mim, completamente nu.

Eu me xinguei mentalmente para que tirasse os olhos dele e mantivesse o respeito, mas a curiosidade era maior que meu decoro. Iran manteve-se de pé e com uma cuia de banho pegou a água na banheira e jogou sobre a cabeça para que tirasse o sabão que ele havia acabado de passar.

Com o olhar acompanhei os filetes de água percorrendo seu corpo e por mais impróprio que pudesse parecer, torci para que ele virasse de frente e eu pudesse ter a visão completa do seu corpo, por ao menos alguns segundos.

Fechei meus olhos e virei-me de costas na cama, querendo que aquele banho acabasse logo e eu não passasse mais por tanta tentação em espiá-lo.

Ouvi o barulho da água se mexendo, o que pensei ser quando enfim saiu da banheira. Fiquei imaginando os seus passos, ele se secando e colocando a roupa.

Continuei ouvindo seus movimentos pelo quarto, ouvi o barulho do armário e Iran pegando algo lá de dentro, até que não demorou para que me desse permissão para me virar, mas provocou-me:

— Gostou do que viu, Rainha?

Arregalei os olhos como uma criança que foi pega fazendo bagunça e me fiz de desentendida:

— Não entendi.

Como ele sabia que eu havia olhado?

Iran sorriu e balançou seu cabelo molhado na intenção de secá-lo, depois o jogou de lado passando os dedos de maneira tão charmosa, que qualquer mulher que o visse soltaria um suspiro.

Usava uma calça preta e uma camisa cinza com a gola em V, com um cordão que transpassava na gola como um cadarço e os fios caíam soltos.

Ouvimos leves batidas na porta e Iran disse:

— Acho que é o almoço.

Seguiu para a porta, a abriu e lá tinha uma espécie de carrinho com uma bandeja sobre ele, mas nem uma pessoa. Iran pegou a bandeja e fechou a porta, depois a pousou na mesa e a abriu, exibindo uma peça de carne assada que tinha um cheiro delicioso.

Iran nos serviu, apontou a cadeira para mim e sentou-se à minha frente, depois começamos a comer em silêncio e eu o olhava entre uma garfada e outra.

Realmente era um homem muito bonito e qualquer pessoa se apaixonaria facilmente por ele, pois além de bonito era gentil, corajoso e protetor.

Pensei sobre suas oscilações de humor, mas nem isso lhe deixava feio, ao contrário, fazia com que eu me interessasse ainda mais e quisesse desvendar o motivo de em um momento ele estar feliz e no seguinte parecer triste, raivoso ou até mesmo culpado.

Ele devia esconder algo e eu precisava descobrir o que o afligia para que deixasse o mau humor de lado.

Lembrei-me de Ravina e claro que sendo bonito assim, haveria uma mulher em seu passado ou mais de uma, já que vi os olhares de Záia para ele e os dele para a dançarina na nossa festa de casamento.

— Quer me perguntar alguma coisa?

Ham? — perguntei em resposta, sendo pega de surpresa e tirada dos meus pensamentos em relação a ele.

— Você parece pensativa e não para de me olhar.

— Só estava pensando...

— No quê?

— Você ainda gosta da Ravina?

Bufou impaciente e seu olhar mudou de leve para sério.

— Não.

— Então quer dizer que já gostou?

Ele parou de comer e cruzou os braços sobre a mesa.

— E você gosta de alguém?

— Que pergunta é essa? Você sabe que no outro mundo era só eu e você.

— E aqui em Flós?

Foi a minha vez de parar de comer, cruzar o braço sobre a mesa e o encarar.

— Pergunte logo o que quer perguntar.

— Você e o Valery?

— O que tem?

— Você sabe.

— Ele é o guardião do trono... apenas. E a dançarina?

— O que tem ela?

— Você já teve algo com ela também?

— Também?

— Sim. Com Ravina e com ela?

Riu em desdém.

— A dançarina é a Ravina.

Naquele momento entendi os olhares. O que deixou claro que existia algo mal resolvido entre eles.

— O que está pensando? Sua cabeça parece estar mexendo as engrenagens.

— Que se a dançarina é a Ravina, então está mais do que claro que existe algo inacabado entre vocês e que você gosta dela. — Essa constatação deu uma pontada no meu coração e experimentei um sentimento não muito bom.

— Não é por ela que tenho sentimentos. — Voltou a comer sem me olhar.

Então quer dizer que existe alguém...

O analisei por algum tempo e ele olhava apenas para o prato de carne a sua frente, assim resolvi fazer o mesmo e terminamos de comer em silêncio, mas senti-me imediatamente desapontada.


metamorfose do homem em lobo

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